Imagem - Aquamazon

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Ano I<br />

Número 2<br />

Janeiro-Fevereiro-Março/2009<br />

Distribuição<br />

Gratuita


Abrimos este editorial sabendo que devemos esclarecimentos<br />

aos leitores que carinhosamente recepcionaram<br />

a nossa primeira edição, em julho passado.<br />

Como estava estabelecido, as edições seriam trimestrais.<br />

Porém, por um ótimo motivo atrasamos esta edição<br />

que agora disponibilizamos. Estávamos trabalhando<br />

no livro “Aquapaisagismo Introdução ao Aquário<br />

Plantado” que acabou sendo lançado no dia 22 de novembro<br />

de 2008, no grande Encontro de Aquaristas de<br />

Bauru - SP. Fase superada, direcionamos a atenção à<br />

Revista e optamos por lançar agora para que possamos<br />

voltar aos meses escolhidos anteriormente: janeiro,<br />

abril, julho e outubro.<br />

Em julho, lançamos a Revista durante o III Encontro<br />

de quaristas de Londrina e Região, um evento<br />

de sucesso devido à grande participação dos amigos<br />

Foto: Roberto Tino<br />

aquaristas de todas as regiões brasileiras.<br />

Foi um momento para ficar em nossas memórias.<br />

Nada como ouvir preciosas dicas de personalidades do<br />

aquarismo, como Rony Suzuki e Vladimir Simões.<br />

Também aproveitamos para divulgar o resultado da<br />

primeira edição do Concurso Paranaense de Aquapaisagismo,<br />

o CPA. Contamos com 56 trabalhos inscritos<br />

por 42 aquapaisagistas, que representam 12 cidades espalhadas<br />

por todo o Estado. Distribuímos uma revista<br />

Revista Aqualon<br />

Foto: Roberto Tino<br />

com as fotos de todos os aquários inscritos<br />

no concurso. Um diferencial no Brasil. Os<br />

trabalhos foram julgados por uma qualifi-<br />

cada equipe: Luiz Carlos Galarraga,<br />

André Luiz Longarço, Erivaldo<br />

Casado e Reinaldo Uherara. Os<br />

comentários sobre as principais<br />

montagens podem ser visualizados<br />

no site da Aquabase. Já<br />

podem ir se preparando que<br />

este ano teremos novamente o<br />

concurso.<br />

Não há como não estar<br />

com uma grande sensação de<br />

euforia, com tantos eventos<br />

importantes ocorrendo para engrandecer<br />

e desenvolver nosso<br />

hobby. Emprestando as palavras<br />

do amigo Lorson, o André<br />

da Aquabase, o lançamento do<br />

livro do Rony e do Maurício é<br />

Foto: Roberto Tino<br />

Troféus para os primeiros<br />

colocados<br />

Foto: Roberto Tino<br />

Foto: Americo Guazzelli<br />

Aquário vencedor do CPA 2008<br />

um divisor de águas, um marco na<br />

história do aquarismo nacional.<br />

Quem ainda não o leu, não sabe<br />

o prazer que o espera. Quem já<br />

leu, com certeza voltará a ler por<br />

muitas vezes.<br />

Um abraço da Equipe Aqualon.<br />

Foto: Roberto Tino<br />

Foto: Roberto Tino<br />

Esquerda pra direita: Mauricio-<strong>Aquamazon</strong><br />

(Patrocinador), Americo Guazzelli (Campeão<br />

do CPA 2008), Rony Suzuki (Organizador) e<br />

Jair-Aquática Brazil (Patrocinador)<br />

Foto: Americo Guazzelli<br />

Mauricio e Rony dando autógrafos no lançamento nacional<br />

do livro realizado em Bauru-SP<br />

3


4<br />

Expedição em<br />

Santa Izabel - Pará<br />

Texto e Fotografia de Dennis Quaresma<br />

Localizado a uma distância de 38 Km de Belém, no Pará,<br />

o município de Santa Izabel sempre me chegou aos ouvidos<br />

como um lugar de numerosos e belos igarapés. Apesar de já<br />

ter visitado vários igarapés da região, eu ainda não havia tido<br />

a oportunidade de confirmar o que me era contado pelos amigos.<br />

Confesso que se já soubesse da beleza que me esperava<br />

no lugar, não teria demorado tanto a planejar uma expedição<br />

para lá.<br />

Ao contrário da maioria dos igarapés que já visitamos na<br />

região, que têm água barrenta e com pouca ou nenhuma visibilidade<br />

ou até águas mais claras, porém, tingidas com o Tanino<br />

dos galhos e folhas secas submersas, Santa Izabel nos presenteou<br />

com uma água límpida, cristalina e de coloração surpreendentemente<br />

esverdeada.<br />

O primeiro contato com a água é difícil, a temperatura oscila<br />

entre 24 e 25 ºC, mas depois se torna um alívio ao calor do<br />

Pará, que mesmo abrandado pela densa vegetação em torno do<br />

igarapé ainda é bastante forte.<br />

Depois de ter o corpo já acostumado<br />

à temperatura, chega a hora<br />

de arriscar alguns mergulhos. Com o<br />

auxílio de uma máscara de mergulho<br />

pode-se ver o espetáculo submerso<br />

que a natureza nos proporciona. O<br />

que logo nos chama a atenção são os<br />

grandes cardumes de Bryconops spp.<br />

nadando rapidamente em meia água e<br />

Revista Aqualon


Bryconops spp.<br />

principalmente nos trechos mais profundos<br />

do igarapé, o que dificulta a coleta de exemplares<br />

da espécie.<br />

Seguindo um pouco mais para as margens,<br />

em trechos mais rasos e sombreados pelas<br />

folhas das Ninféias se fazem mais abundantes<br />

os cardumes de Hyphessobrycon heterorhabdus.<br />

Vez ou outra alguns Apistogrammas<br />

e indivíduos solitários ou em pequenos<br />

cardumes de outro peixe muito comum por<br />

aqui, o Satanoperca jurupari.<br />

O visual é de tirar o fôlego. Ver os cardumes<br />

nadando em meio às Ninféias com os<br />

feixes de luz entrando na água é uma experiência<br />

incrível. O que dizer então de ter a<br />

sorte de ver o momento exato de um peixe<br />

predador caçando sua presa?<br />

Tivemos o privilégio de ver, já fora da<br />

água, porém, numa parte bem rasa do igarapé,<br />

uma Traíra (Hoplias cf. malabaricus)<br />

caçar e abocanhar um Apistogramma e mesmo<br />

depois de ser capturada pela nossa rede<br />

Revista Aqualon<br />

não o soltar, confirmando a voracidade desse<br />

peixe que só desistiu da já atordoada presa<br />

quando o pegamos na mão para ser fotografado.<br />

No momento não se pode observar perfeitamente<br />

os detalhes do animal,<br />

mas depois de ver<br />

as fotos ficamos muito<br />

admirados com a be-<br />

Hoplias cf. brasiliensis<br />

leza dos olhos desse peixe.<br />

Um verde bem claro seguido<br />

de um fino anel vermelho e<br />

o círculo interno negro. Os<br />

olhos mais interessantes que<br />

Copella cf. metae<br />

eu já vi em peixes.<br />

Hora de sair das partes<br />

mais abertas e coletar nas partes mais fechadas<br />

e menos convidativas do Igarapé. Fazer<br />

o quê, se é sempre lá que estão alguns dos<br />

peixes mais interessantes?<br />

Entramos num trecho bem estreito e com<br />

água na altura da cintura. As Ninféias são<br />

muito mais abundantes e por isso há uma<br />

dificuldade maior em passar a rede. Com algum<br />

esforço e levando a rede desde o fundo<br />

até a superfície, passando bem por baixo da<br />

vegetação, levamos a rede para fora da água<br />

para podermos ver o resultado. Um dos mais<br />

numerosos foram os Sarapós (Brachyhypopomus<br />

brevirostris), peixes bem parecidos com<br />

o Ituí Cavalo (Gymnotus albifrons), belíssimas<br />

copeínas (Copella cf. metae) com um<br />

tom azulado bem definido e Nannostomus<br />

beckfordi mostrando uma bela coloração<br />

vermelha, além de Apistogrammas spp. e<br />

alguns Killifishes.<br />

Mas a surpresa mesmo veio com os invertebrados.<br />

Coletamos uma espécie de camarão<br />

fantasma diferente das que usualmente encontramos<br />

e que chegam<br />

até a 5 cm. Esta espécie<br />

tem tamanho adulto muito<br />

menor, aproximadamente<br />

2 cm, o que pôde ser confirmado<br />

com a coleta de<br />

fêmeas adultas e ovadas,<br />

nesse tamanho. As fotos<br />

mostradas aqui já são de<br />

Camarão Fantasma<br />

5


alguns exemplares em aquário.<br />

O dia vai terminando e o cansaço começa<br />

a chegar, porém, junto com ele, a<br />

mesma sensação que vem sempre depois<br />

de um dia de expedição: o sentimento de<br />

que fomos mais uma vez presenteados<br />

pela natureza com um lugar belíssimo e<br />

com uma diversidade tão abundante que<br />

nos proporciona uma imensa satisfação<br />

de estar onde estamos e de poder usufruir disso tudo. Sempre com respeito<br />

à vida e tentando causar o mínimo impacto possível, para que<br />

nossos filhos e netos possam ter novamente essa sensação, que só um<br />

verdadeiro aquarista pode sentir.<br />

6 Revista Aqualon


Imagine-se em um ambiente reconfortante<br />

e acolhedor, após um longo dia de trabalho.<br />

Você começa a se tornar parte desse lugar<br />

quando sua audição se volta apenas para o<br />

som de movimentação de água. Ao abrir os<br />

olhos na quase penumbra o único foco que te<br />

atrai revela magníficas criaturas aquáticas se<br />

locomovendo de um lado a outro. Você olha<br />

para o lado e a cena se repete, diferenciandose<br />

apenas pelos formatos e cores dos seres ali<br />

presentes, e o sentimento de paz se torna cada<br />

vez mais presente em sua alma.<br />

Não, não é nenhum conto ou trecho de livro<br />

de Auto-ajuda, trata-se da sala de estar<br />

do nosso amigo Leonardo Abreu de Almeida,<br />

aquarista e Engenheiro Civil em Vitória-ES.<br />

Um sonho antigo que virou um projeto que<br />

foi ganhando forma com o tempo e hoje se<br />

transformou em uma das grandes atrações da<br />

Internet, para os aquaristas e<br />

amantes da natureza. Ao ser<br />

construído junto com a casa,<br />

acabou se tornando parte<br />

importante dela e proporcionando<br />

condições para adequações<br />

técnicas e aprimoramento,<br />

seguindo o imenso<br />

bom gosto do idealizador.<br />

O projeto inicial contava<br />

com um lago/aquário com<br />

aproximadamente 14000<br />

litros, dividido para receber<br />

três grupos de peixes.<br />

8 Revista Aqualon


O primeiro com Ciclídeos, Barbus, Tetras,<br />

Labeos, Botias, etc. Na seqüência, teria predadores<br />

como Arraias, Aruanãs, Óscares,<br />

Pirararas e Tucunarés e, finalmente,<br />

cairia em volta de um Bangalô com<br />

Kinguios e Carpas.<br />

Filtragens Dry Wet, Areia Fluidizada,<br />

UV e mecânica interna.<br />

Foi chamado de lago/aquário por<br />

ser externo, como um lago, e permitir,<br />

através de vidros, sua visualização<br />

pelo lado interno da casa, mais<br />

precisamente, da sala. Foram utilizados<br />

4 vidros de 12 mm e tamanho de 200 cm<br />

por 70 cm. Estes foram embutidos na parede<br />

de alvenaria onde havia cortes no reboco,<br />

apoiados em uma estrutura de concreto, local<br />

que recebeu pintura epóxi para permitir<br />

aderência, e colados com silicone industrial.<br />

O reboco serviu apenas para melhorar a vedação<br />

e permitir o encaixe dos vidros. Uma<br />

manta asfáltica foi utilizada para cobrir as<br />

paredes.<br />

Para que pudesse<br />

se mudar<br />

para a nova casa<br />

no mesmo momento<br />

que os<br />

peixes, Leo ativou<br />

o sistema<br />

de filtragem previamente<br />

para a<br />

instalação da<br />

Revista Aqualon<br />

colônia de bactérias nitrificantes.<br />

Em 23 de setembro de 2005, Leonardo postou<br />

no Forumaquario o seu projeto, visando colher<br />

opiniões que auxiliassem seu trabalho e pesquisa,<br />

além de nos possibilitar acompanhar todo o<br />

desenvolvimento em suas diversas fases.<br />

A casa possui filtragem mecânica com o armazenamento<br />

da água de chuva para fins diversos,<br />

inclusive reposição no aquário/lago.<br />

Outra atitude ecologicamente correta foi a introdução<br />

de diversas plantas, tanto no jardim,<br />

quanto no aquário, o que acabou gerando um<br />

ambiente apropriado para a vida aquática ali<br />

presente. Foram utilizados no substrato terra,<br />

húmus, cascalho fino e cascalho grosso, sendo<br />

que as plantas maiores, como papiros e outras<br />

que se alastram muito, foram isoladas com<br />

plástico ou em vasos.<br />

No dia 01 de março de 2006, Leo divulgou a<br />

conclusão do projeto. Enfim, o sonho se reali-<br />

zava. Os primeiros peixes já desfilavam pela<br />

linda “passarela” concluída.<br />

Se é que podemos chamar de problemas, os<br />

únicos que ocorreram foi o pH alcalino, que<br />

acabou estabilizando em 7,0/7,4, e algumas<br />

algas que surgiram na parte dois, que recebe<br />

mais sol, local que recebeu mais plantas de superfície<br />

para sombreamento natural. No mais,<br />

tudo saiu como o planejado.<br />

O filtro UV foi utilizado por três meses e<br />

meio por causa de uma explosão inicial de algas,<br />

não sendo mais usado após este período.<br />

Após a retirada dos filtros mecânicos, a filtragem<br />

acabou ficando com 1 bomba de 10.000l/h<br />

ligada 24 horas por dia, movimentando a água<br />

para passar pelos dois filtros Dry Wet de 200l<br />

e pelo super filtro de areia fluidizada, com<br />

aguapés. Os aguapés foram retirados porque<br />

no momento da limpeza eles soltavam na água<br />

a sujeira que haviam retido com o tempo. Não<br />

foi necessário o uso de<br />

aquecedor no início em<br />

virtude do calor típico<br />

da cidade, mas, após<br />

9


um bom tempo de análise, a opção foi a instalação<br />

de um aquecedor que era acionado quando<br />

a temperatura caia para 21 ºC. Hoje o aquecimento<br />

mantém a água acima de 25 ºC devido à<br />

inserção de alguns discos. As sifonagens eram<br />

trimestrais na parte dois e não são mais utilizadas,<br />

a sujeira se degrada, bóia e é captada pela<br />

superfície. As trocas são bimestrais de 25 % do<br />

volume total, com água de chuva armazenada<br />

e através de registros já instalados abaixo do<br />

substrato. Com menos de dez minutos o aquário<br />

coloca 30% do seu volume para fora. Depois é<br />

só abrir o registro da água de chuva.<br />

Essas trocas são feitas alguns dias após uma<br />

boa chuva, pois a sujeira está bem decantada e<br />

a água de ótima qualidade. Isso em época de<br />

chuvas, pois essa manutenção pode acabar esperando<br />

por até 5 meses, dependendo da coleta<br />

de água.<br />

Leo acredita que seu maior acerto foi ter investido<br />

bem na filtragem biológica, gerando grande<br />

estabilidade ao sistema. “Parece que meu substrato<br />

está vivo. Nada se acumula, é muita força<br />

biológica. Para se ter uma idéia, meus dry wets<br />

viraram verdadeiros minhocários. Estas se alimentam,reproduzem<br />

muito. Ainda<br />

viram uma ótima<br />

refeição”.<br />

Atualmente a<br />

fauna e flora se<br />

encontram assim:<br />

Fauna da primeira parte:<br />

Labeos (todos), Botias (Azul, Skunk e Macracantha)<br />

Discos (Selvagens, Red Turquesa<br />

e Snake Skin), Mato grosso, Melanoteanias<br />

(quase todas), Barbus Sumatranus, B. Arulius,<br />

B. Conchonius, Titéia, Tetra Foguinho, Cascudos<br />

Leopardo, L-1 e outros, Comedores-dealga-chineses<br />

amarelos e marrons, Synodontis,<br />

Acará-jóia, Kribenses, Apistogramas, Severum<br />

Gold, Cruzeiros, Bala-shark, alguns tetras capturados,<br />

etc.<br />

Flora:<br />

Valisnérias, Sombrinhas-chinesas, Amazonenses,<br />

Anúbias, Microsoruns, Samambaias<br />

que descem suas folhas para dentro da água,<br />

entre outras não<br />

identificadas.<br />

Fauna da segunda parte:<br />

Midas, Red-Flowerhorn, Papagaio, Jack<br />

Dempsey, Pangassius comuns, Pangassius<br />

Hi-fin, Aruanã, Arraia Motoro, Óscares (Albinos,<br />

Tigre, Red-Tiger), Geophagus Surinamense,<br />

Geophagus Brasiliense, Paratilapia<br />

Poleni, Comedor-de-algas-chinês de quase 25<br />

cm, Catfishes Albinos, Lepisosteus, Tambaqui<br />

50 cm, Tamboatá, Jacundá Red-Tapajós,<br />

Jaguar, vários Cascudos Tigres, L-1 e outros<br />

não identificados.<br />

Flora:<br />

Ninféias, Papiros, Sombrinha-Chinesa, Musgo-de-java,<br />

Petecas, Valisnérias.<br />

10 Revista Aqualon


Fauna da Terceira parte:<br />

Nishikigoi, Kinguios, tartarugas Tigre<br />

d’água, uns 10 casais de Guppys (recentemente<br />

introduzidos), Barbos Schwanefeldi<br />

retirados da parte 2, Tamboatá, Cascudos<br />

e milhões de Melanoteanias, que se reproduzem<br />

na parte 1 e os filhotes aparecem<br />

na parte 3.<br />

Flora:<br />

Lírio-da-paz. Vários, bem grandes, somente<br />

com as folhas quase todas para fora.<br />

Etapa concluída, Leo agora está se dedicando<br />

a um novo desafio: um aquário marinho<br />

de Anjos e Corais. 1000L com corais<br />

SPS e LPS e peixes Imperator, Centropige<br />

Bicolor, Centropige, Coral Beauty, e outros<br />

que virão.<br />

Este relacionamento com a natureza que<br />

pessoas como ele têm, sempre querendo<br />

propiciar condições de apreciar a evolução<br />

da vida dentro do nosso hobby, é digno de<br />

reverência. O aquarismo agradece!<br />

Revista Aqualon 11


Nome Popular: Jordanela<br />

Manutenção: Aquário com muitas<br />

Família: Cyprinodontidae<br />

plantas para que possam se esconder.<br />

Origem: América do Norte. Flórida, Temperatura: 18 a 24 °C<br />

Estados Unidos.<br />

pH: 7 a 7,5<br />

Tamanho: Aproximadamente 6 cm. Alimentação: Variada, desde rações<br />

Comportamento: Nadam na parte industrializadas até alimentação viva.<br />

intermediária e fundo do aquário. Forneça alimento à base de vegetais.<br />

Sociabilidade: Preferem viver aos Dimorfismo sexual: Os machos são<br />

pares ou um macho para várias fême- mais coloridos. A fêmea possui uma<br />

as.<br />

mancha negra no final da nadadeira<br />

Agressividade: Pacífico com outras dorsal.<br />

espécies. Somente na época da repro- Método de reprodução: Ovíparos.<br />

dução torna-se um pouco agressivo.<br />

O macho costuma formar territórios,<br />

não deixando nenhum outro macho da<br />

mesma espécie se aproximar.<br />

A reprodução é fácil de ser obtida.<br />

Desovam entre as plantas próximas<br />

ao substrato. Após a desova, retire a<br />

fêmea. O macho protege os ovos que<br />

eclodem cerca de 7 a 10<br />

dias após a desova.<br />

Nome Popular: Dojô, Cobrinha.<br />

Família: Cobitidae<br />

Origem: Ásia<br />

Tamanho: Aproximadamente 25 cm.<br />

Comportamento: Gostam de nadar<br />

na parte inferior do aquário, inclusive<br />

Temperatura: 5 a 25 °C<br />

pH: 6,6 a 7,6<br />

Alimentação: Variada, desde rações<br />

industrializadas até alimentação viva.<br />

Só se alimenta no fundo.<br />

Dimorfismo sexual: Os machos pos-<br />

se enterrando no substrato.<br />

suem nadadeiras peitorais maiores.<br />

Sociabilidade: Preferem viver em Método de reprodução: Difícil de<br />

grupos, mas não formam cardumes. reproduzir em aquários. Na natureza<br />

Agressividade: Peixe pacífico. eles costumam desovar em lugares la-<br />

Manutenção: Fácil. Ideal para inimacentos quando o nível da água sobe<br />

ciantes. Pelo fato de gostar de se durante a época das cheias. O macho<br />

enterrar, não coloque cascalho que irá se entrelaçar na fêmea, estimulan-<br />

possuem arestas retas, pois elas irão do-a a liberar os ovos e ao mesmo<br />

machucar o peixe. Deixe o aquário tempo o ele libera o esperma fecun-<br />

sempre bem tampado, pois ele tem o dando os ovos que ficam no substrato.<br />

péssimo hábito de pular fora do aquá- Os pais não cuidam da desova.<br />

rio.<br />

12 Revista Aqualon


Nome Popular: Many-banded shelldweller,<br />

Multie.<br />

Família: Cichlidae<br />

Origem: África. Endêmico do lago<br />

Tanganika.<br />

Tamanho: Aproximadamente 4 cm.<br />

Comportamento: Nadam na parte<br />

inferior do aquário. Nunca saindo de<br />

perto das conchas.<br />

Sociabilidade: Gostam de viver em<br />

grandes colônias, mas cada par possui<br />

sua própria concha.<br />

Agressividade: Pacíficos.<br />

Manutenção: Não é aconselhado colocar<br />

juntos a espécies de grande porte.<br />

Não é necessário aquários grandes,<br />

pois essa espécie não se aventura a ir<br />

longe da proteção das conchas.<br />

Revista Aqualon<br />

Temperatura: 24 a 26 °C<br />

pH: 8<br />

Alimentação: Variada<br />

Dimorfismo sexual: Difícil distinguir.<br />

Quando adultos, os machos são maiores.<br />

Método de reprodução: Os pais desovam<br />

no interior da concha, poucos<br />

ovos, cerca de 6 a 9. Não será necessário<br />

separar os pais, pois eles não<br />

comem a cria, inclusive chegam a<br />

desovar novamente antes mesmo dos<br />

filhotes da primeira leva se tornarem<br />

adultos, formando uma outra geração<br />

que vive perfeitamente em harmonia<br />

com as demais.<br />

13


Família: Hydrocharitaceae<br />

Origem: Ásia<br />

Hábito: Submersa fixa<br />

Tamanho: 10 a 30 cm de altura<br />

Temperatura: 20 a 28 °C<br />

Iluminação: Moderada a intensa<br />

pH: 6 a 8<br />

Manutenção: Médio<br />

Crescimento: Rápido sob iluminação<br />

moderada.<br />

Propagação: Sua reprodução se dá através<br />

do corte e replantio do ramo.<br />

Plantio: Parte intermediária do aquário.<br />

Como é uma planta bem volumosa,<br />

aconselho plantá-la em ramos individuais<br />

com espaçamento de 5 cm entre<br />

eles.<br />

Planta muito bonita e versátil, ideal para a área de transição entre a frente e a parte de<br />

trás do aquário, onde formam moitas espetaculares. Com uma iluminação intensa ela<br />

tende a ficar com uma coloração acastanhada e o seu crescimento fica mais lento, já<br />

sob uma iluminação mais moderada, seu crescimento é rápido e fica com uma coloração<br />

verde, bonita e vistosa. Quando começa a soltar a haste floral para a superfície, a<br />

muda se enfraquece, muitas vezes pode-se perdê-la por este motivo. A haste floral só<br />

consegue alcançar a superfície em aquários bem baixos e, mesmo assim, com muita<br />

dificuldade. Deve-se arrancar essas hastes.<br />

Família: Lythraceae<br />

Origem: Ásia<br />

Hábito: Aquática emergente<br />

Tamanho: 40 a 60 cm de altura<br />

Temperatura: 18 a 30 °C<br />

Iluminação: Moderada a intensa<br />

pH: 5 a 8<br />

Manutenção: Fácil<br />

Crescimento: Rápido<br />

Propagação: Se reproduz através do<br />

corte e replantio do ramo.<br />

Plantio: Planta para área intermediária<br />

e fundo do aquário. Melhor se plantada<br />

em molhos com 3 ramos e espaçamento<br />

de uns 3 cm.<br />

A Rotala rotundifolia é uma das melhores plantas para fundo. Quando bem podada, forma<br />

uma moita compacta e atraente. Também pode ser usada como planta intermediária,<br />

para isso, bastam podas com mais freqüência. Pelo seu porte, serve para aquários de diversos<br />

tamanhos, desde os de pequeno até os de grande porte. Planta que não necessita<br />

de cuidados especiais. Sob forte iluminação pode adquirir uma tonalidade rosada muito<br />

atraente. Planta fácil e ideal para iniciantes.<br />

14 Revista Aqualon


O layout é a materialização da proposta que<br />

temos para todos os elementos que irão compor<br />

o aquário plantado, a disposição física. Para<br />

tanto, é necessário o esboço visual de um projeto<br />

que temos em mente. Isto serve para mostrar<br />

como deve ou pode ser a distribuição de<br />

diversos itens que irão compor o produto final<br />

do projeto. Como nosso objetivo é descobrir<br />

a melhor maneira que poderemos alocar estes<br />

elementos, buscando harmonia, podemos efetuar<br />

alterações a qualquer momento, evitando<br />

maiores intervenções no projeto final. É após<br />

a definição do layout que decidiremos qual o<br />

tamanho do display que irá conter a montagem.<br />

No aquapaisagismo ele pode ser esboçado atra-<br />

vés de computação gráfica, riscos em um papel<br />

ou apenas na imaginação.<br />

Muitos acreditam que para isso é necessário<br />

apenas a inspiração e o dom natural. É claro<br />

que isto pode diferenciar e destacar alguns<br />

poucos aquapaisagistas, mas a busca pelo conhecimento<br />

através de leituras e observações,<br />

apoiada na dedicação, pode transformar qualquer<br />

aquarista num aquapaisagista de bom<br />

nível.<br />

Há o costume de se elogiar e admirar belas<br />

montagens e pensar que isto seria impossível<br />

para nós. Este conformismo impede a evolução.<br />

Devemos elogiar, admirar, mas, acima de<br />

tudo, analisar. Por que aquela montagem é tão<br />

bela? Quais elementos se destacam? Qual o<br />

posicionamento das plantas? Que parte chama<br />

mais a atenção? Estas respostas nos servirão<br />

como guia para futuras montagens.<br />

É possível analisar um plantado de 2 metros<br />

e usá-lo como base para um cubo de 30 cm.<br />

Isto pode parecer estranho, mas basta escolher<br />

uma determinada área do “gigante” e, a<br />

partir dela, executar o projeto no cubo. É só<br />

utilizar aquela parte que mais nos agradou.<br />

Dispomos de uma infinidade de exemplos<br />

de montagens em fotos espalhadas pela Internet,<br />

todas à espera de olhos curiosos que<br />

possam desvendar seus segredos e técnicas<br />

utilizadas.<br />

Revista Aqualon 15


Devemos ter em mente que em concursos não<br />

só o layout é analisado pelos juízes.<br />

Outros itens são considerados, como a saúde<br />

das plantas, entre outros. Por este motivo podemos<br />

encontrar um trabalho que agrade mais aos<br />

nossos olhos, em colocação inferior a outros.<br />

Outro caminho para chegar ao tão pretendido<br />

layout é a observação da natureza. Existem<br />

incontáveis lugares naturais que podem<br />

ser utilizados como base ou ponto de partida<br />

para nossos projetos. Basta observar bem. Se<br />

não puder ser ao vivo, podemos, novamente,<br />

nos servir das fotos disponíveis na net. Não é<br />

da noite para o dia que faremos isso. É preciso<br />

estudar o exemplo até conseguir imaginar<br />

os elementos que serão necessários para esta<br />

reprodução. Por este motivo, é interessante conhecer<br />

vários tipos de plantas para facilitar a<br />

visualização do layout.<br />

Como é através dos nossos olhos que captamos<br />

as informações para decidir qual imagem<br />

nos agrada, faz-se necessário conhecer uma<br />

técnica que consiste em dispor elementos em<br />

pontos estratégicos que são identificados por<br />

nosso cérebro como harmoniosos. É a “Proporção<br />

Áurea” ou “Ponto de Ouro”. Esta proporção<br />

foi descoberta a partir de uma seqüência<br />

de números criada por Fibonacci (Leonardo<br />

Pisano, 1170-1250) e pode ser comprovada na<br />

natureza, nos animais e até mesmo em nossas<br />

mãos, orelhas e demais partes do corpo. É utilizada<br />

na construção de instrumentos e na pin<br />

tura, por exemplo.<br />

Para aplicar em aquários, devemos vê-lo<br />

como o retângulo que é, dividindo-o em duas<br />

partes. Basta dividir seu comprimento por<br />

1,618 e traçar um risco neste local. Está identificado<br />

o primeiro ponto de ouro. Nesta divisão<br />

podemos deixar a parte maior do lado esquerdo<br />

ou do direito, dependendo do nosso projeto.<br />

A partir deste ponto ainda podemos continuar<br />

com a proporção e determinar diversos locais<br />

que deveremos utilizar na elaboração do<br />

layout. Podemos criar belas montagens mesmo<br />

utilizando esquemas de layouts mais comuns.<br />

Estes são parâmetros que seguimos no momento<br />

de distribuir os elementos pelo aquário.<br />

Temos o layout triangular, onde dispomos as<br />

plantas, pedras e troncos no aquário, seguindo<br />

o desnível formado por essa figura geométrica.<br />

Existe a montagem seguindo o formato da letra<br />

“U”, que consiste em plantar os dois lados do<br />

aquário, deixando um espaço vago, preferencialmente<br />

no ponto de ouro. Também podemos<br />

elaborar nossos projetos com base no layout<br />

em forma de “ilha”. Neste, o hardscape e as<br />

plantas ficam centralizados, deixando um espaço<br />

livre ao seu redor, que poderá ser ocupado<br />

por plantas que formem carpetes.<br />

16 Revista Aqualon


Nossas montagens serão compostas por diversos<br />

elementos, alguns imprescindíveis, outros<br />

opcionais. Temos o hardscape, softscape e<br />

o lifescape.<br />

Hardscape: Raízes, ramos e troncos de árvores,<br />

pedras e outros elementos que a criatividade<br />

possa buscar. As pedras deverão ser neutras<br />

para que não interfiram nos parâmetros e qualidade<br />

da água. Buscam-se aquelas que apresentam<br />

faces irregulares e cores que melhor<br />

integrem o layout pretendido. O tamanho delas<br />

deverá ser proporcional ao tamanho do aquário<br />

e a disposição se dará de forma que se crie uma<br />

harmonia entre elas. A madeira a ser utilizada<br />

deve ser tratada para evitar “colorir” a água do<br />

aquário ou acidificá-la em demasia. Opta-se<br />

por troncos de aroeira e outras que sejam bem<br />

duras, secas e escuras. Outras opções podem<br />

ser utilizadas, desde que não se dispense o tratamento<br />

necessário.<br />

Softscape: Seriam as plantas que podem viver<br />

em forma subsmersa, palustres ou verdadeira-<br />

Revista Aqualon<br />

mente aquáticas. Existem muitas fichas dessas<br />

plantas que nos fornecerão todos os dados que<br />

precisamos ter para utilizá-las. Isto é importantíssimo<br />

para a correta disposição das mesmas<br />

no layout, visto que não devemos colocar uma<br />

planta de fundo na frente do aquário. A seqüencia<br />

normal a ser seguida é a frente do display<br />

ser composta por plantas baixas que formam<br />

carpetes e que serão escolhidas considerando<br />

o tamanho da montagem. Depois, as plantas de<br />

meio e, por fim, as mais altas. *Em aquários<br />

baixos podemos optar por utilizar plantas de<br />

meio na parte traseira sem perder a harmonia,<br />

mas corre-se o risco de um juiz de concurso de<br />

aquapaisagismo não ter a mesma sensibilidade<br />

e criticar a utilização da planta fora da área<br />

adequada.<br />

Lifescape: Encontrei este termo na Internet e<br />

achei que combinaria com os anteriores. Este<br />

designa os habitantes do aquário plantado. Em<br />

sua maioria, os peixes. Ao contrário do que<br />

costumamos fazer no aquarismo, onde montamos<br />

o aquário para uma determinada espécie<br />

de peixes que desejamos manter, no aquapaisagismo<br />

deixamos a escolha dos habitantes<br />

para o final. Estes não deverão ser em quantidade<br />

e tamanho que possam poluir visualmente<br />

a montagem.<br />

Trata-se de um item que também é analisado<br />

pelos juizes de concursos, onde verificam<br />

se estão compondo o layout harmoniosamente,<br />

em tamanho, cores e características da espécie.<br />

Peixes cardumeiros são mais interessantes<br />

por viverem em grupo e conferir um<br />

ar de naturalidade, sendo preferíveis aqueles<br />

que nadam em school, ou seja, que nadam<br />

agrupados. Até mesmo o ponto em que estão<br />

localizados no momento da foto influencia<br />

no resultado de todo o conjunto.<br />

Com base nestas informações podemos<br />

iniciar nosso processo criativo e liberar a<br />

criatividade. Ainda que o primeiro projeto<br />

não satisfaça completamente nosso objetivo,<br />

devemos continuar seguindo este caminho,<br />

pois será através das tentativas e erros que<br />

chegaremos aos acertos, que serão recompensadores.<br />

17


Quem nunca viu ou ouviu falar em Killifishes<br />

e sabe um pouco de inglês logo traduz o<br />

nome como “peixe matador” ou “matador de<br />

peixes”, tendo uma falsa impressão de que são<br />

peixes agressivos. Na verdade a palavra killifish<br />

vem do Holandês antigo do início da colonização<br />

dos Estados Unidos, onde os primeiros<br />

habitantes chamavam peixinhos pequenos<br />

em geral de “peixes de poça”, ou “peixes de<br />

riachos”, que na linguagem deles era Killifish.<br />

Assim, a tradução correta da palavra é peixe de<br />

poça ou de pequenos riachos.<br />

Os killis, sem dúvida, são alguns dos mais<br />

belos e coloridos peixes de água doce e têm<br />

uma enorme variedade de formas.<br />

Seu tamanho varia de três até os vinte centímetros<br />

e estão distribuídos pelas América e<br />

África, principalmente, mas também ocorrem<br />

na Ásia e Europa, em menor número. Até o<br />

momento não foram descritos na Oceania.<br />

As espécies chamadas Killifishes estão super<br />

adaptadas aos mais variados nichos ecológicos<br />

e a viver e se reproduzir em condições extremas<br />

onde outras espécies não sobreviveriam<br />

nem por alguns minutos. Por essa resistência<br />

a ambientes extremos, em alguns locais são o<br />

único tipo de peixe existente.<br />

Revista Aqualon<br />

19


Há três tipos principais de ambientes aquáticos<br />

onde se encontram: os permanentes, os<br />

semipermanentes e os temporários ou anuais.<br />

Ambientes permanentes são riachos em<br />

meio a florestas com água mole, ácida e com<br />

matéria vegetal em decomposição que lhes dão<br />

uma cor de chá. Nesses ambientes podemos<br />

encontrar, na África, os Aphyosemion e Epyplatis.<br />

Nas Américas, os Rivulus.<br />

Os peixes de riachos geralmente têm, como<br />

os demais Killis, cores brilhantes e desovam<br />

nas raízes ou pequenas folhas de plantas aquáticas.<br />

Normalmente a incubação leva de quinze<br />

a vinte e cinco dias.<br />

Ambientes semipermanentes são riachos<br />

ou pequenos lagos que em época deseca diminuem<br />

muito o volume de suas águas, chegando<br />

eventualmente a ficar apenas<br />

com umidade no solo. Nesses<br />

ambientes pode-se encontrar, na<br />

África, os Fundulopanchax, que<br />

desovam em raízes, de preferência<br />

junto ao fundo. Têm um<br />

período de incubação de vinte<br />

dias até cerca de quatro meses,<br />

dependendo das condições, pois<br />

na natureza esperaram a época<br />

propícia para nascer e se desenvolverem.<br />

Ambientes anuais são aqueles<br />

que anualmente passam por<br />

um período de seca, geralmente<br />

desaparecendo toda a água.<br />

É nessas condições adversas<br />

que a natureza usou toda sua sabedoria para<br />

criar formas de vida capazes de suportar tais<br />

condições. No período das chuvas, quando<br />

os pequenos lagos se enchem, os ovos dos<br />

killis anuais incubados em meio ao substrato<br />

do fundo eclodem emquestão de horas, jun-<br />

tamente com o surgimento de pequenos organismos<br />

unicelulares que se alimentam das<br />

plantas e outros materiais que começam a se<br />

decompor. À medida que crescem, começam a<br />

se alimentar das larvas de mosquitos que também<br />

desovam nessas poças, desempenhando<br />

assim o papel de controlador natural das populações<br />

desses insetos. Têm um desenvolvimento<br />

acelerado e em quatro a seis semanas já<br />

estão adultos e aptos à reprodução. Logo que<br />

atingem a maturidade sexual já estão a depositar<br />

seus ovos no fundo da poça, pois logo<br />

vem a seca e os peixes adultos morrem. No<br />

entanto, a nova geração já está preservada no<br />

substrato do lago, onde ficam de dois até nove<br />

meses esperando a próxima estação chuvosa<br />

para darem continuação a este fantástico ciclo<br />

20 Revista Aqualon


da vida. Os peixes desse<br />

grupo, além dessa fantástica<br />

estratégia de sobrevivência,<br />

são extremamente<br />

coloridos. Na África temos<br />

os Nothobranchius e nas<br />

Américas as Cynolebias,<br />

Simpsonichthys, Pterolebias,<br />

Pituna, Nematolebias,<br />

entre outros. Em algumas<br />

regiões do Brasil os<br />

killis são conhecidos como<br />

peixes das nuvens, pois, como eles aparecem em poças que ficaram<br />

secas por meses a fio, a população acha que eles vêm juntos com as<br />

gotas das chuvas.<br />

Revista Aqualon<br />

21


ERRATA<br />

Por um erro de digitação, na edição<br />

nº 1 da Revista Aqualon, citamos na página<br />

9, no artigo O aquário plantado, “As<br />

plantas necessitam, ainda, de luz adequada<br />

pra que, durante a fotossíntesse,<br />

possam transformar o t em açúcares(...)”,<br />

sendo o correto substituir o “t” por CO .<br />

2


Seja um aquarista consciente:<br />

* Não solte peixes, plantas ou qualquer outro animal<br />

aquático nos rios ou lagos. A soltura desses<br />

animais pode causar impactos ambientais muito<br />

sérios, prejudicando fauna e flora nativa!<br />

* Não superalimente os seus peixes, pois o excesso<br />

de alimento pode poluir a água do seu<br />

aquário.<br />

* Não compre rações vendidas em saquinhos<br />

plásticos transparentes. A luz retira todas as vitaminas<br />

e proteínas da ração. Estas também não<br />

possuem prazo de validade. Procure comprar rações<br />

de boa qualidade que você notará a diferença<br />

na saúde de seus animais.<br />

* Não Superpovoe o aquário, pois o excesso de<br />

peixes debilitará todo o sistema de filtragem do<br />

aquário, podendo levar seus peixes à morte.<br />

* Não compre peixes que estejam em aquários<br />

que tenham peixes doentes ou mortos. Eles podem<br />

transmitir doenças para todos os peixes que<br />

você já possui em seu aquário.<br />

* Não compre peixes por impulso. Pesquise antes<br />

a respeito da espécie. Muitas podem ser incompatíveis<br />

com o seu aquário, seja por agressividade,<br />

parâmetros da água ou tamanho do aquário.<br />

* Não coloque juntas espécies de peixes de pH<br />

diferentes. Certamente uma delas será prejudicada,<br />

podendo adquirir doenças e contaminar todo<br />

o restante.<br />

* Não inicie o hobby se não estiver disposto a dispensar<br />

os cuidados básicos que os peixes exigem.<br />

Com pouco tempo de dedicação obterá sucesso e<br />

isto se transformará em lazer.<br />

* Seja observador. É preciso conhecer o comportamento<br />

dos habitantes de seu aquário para se antecipar<br />

aos problemas que possam surgir.<br />

* Lembre-se: Peixes são seres vivos e não mercadorias<br />

que podem ser descartadas a qualquer momento.<br />

Preserve a vida!<br />

* Finalizando, PESQUISE! Atualmente podemos<br />

usar a internet como uma forte aliada para alcançar<br />

um aquarismo saudável e consciente. Temos<br />

vários sites/fóruns que pregam a prática correta<br />

do aquarismo. Citaremos apenas alguns dos mais<br />

confiáveis, em ordem alfabética:<br />

www.aquahobby.com<br />

www.aquaonline.com.br<br />

www.forumaquario.com.br<br />

EXPEDIENTE:<br />

Revista Aqualon é uma publicação da Aqualon - Aquarismo<br />

em Londrina. Com distribuição gratuita, visa divulgar<br />

o aquarismo em todos os seus segmentos, desde<br />

os aquários propriamente ditos até os aspectos ecológicos<br />

que o hobby abrange.<br />

Editor: Rony Suzuki<br />

Coordenação: Americo Guazzelli<br />

Rony Suzuki<br />

Projeto gráfico e diagramação: Evandro Romero<br />

Rony Suzuki<br />

Periodicidade: Trimestral<br />

Tiragem: 2000 exemplares<br />

Revisão: Americo Guazzelli<br />

Fotografia: Rony Suzuki<br />

Colaboraram nessa edição: Americo Guazzelli<br />

Dennis Quaresma<br />

Gleidson Magno<br />

Leonardo Abreu<br />

Rony Suzuki<br />

Para anunciar na revista: revistaaqualon@gmail.com<br />

(43) 3026 3273 - Rony Suzuki<br />

Colaborações e sugestões: Somente através do e-mail:<br />

revistaaqualon@gmail.com<br />

As matérias aqui publicadas são de inteira responsabilidade<br />

dos autores, não refletindo necessariamente a<br />

opinião da Revista Aqualon. Não publicamos artigos<br />

pagos, apenas os cedidos gratuitamente para desenvolver<br />

o aquarismo.<br />

Permite-se a reprodução parcial ou total dos artigos e<br />

outros materiais divulgados na revista desde que seja<br />

solicitada sua utilização e mencionada a fonte.<br />

A Revista Aqualon, poderá ser baixada gratuitamente<br />

em arquivo PDF pela internet através dos sites:<br />

www.aquahobby.com<br />

www.aquamazon.com.br<br />

www.aquaonline.com.br<br />

www.forumaquario.com.br<br />

www.xylema.net/

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