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Guia Prático do Agente Comunitário de Saúde - DAB - Ministério da ...

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MINISTÉRIO DA SAÚDE<br />

GUIA PRÁTICO<br />

DO AGENTE<br />

COMUNITÁRIO<br />

DE SAÚDE<br />

Brasília – DF<br />

2009


MINISTÉRIO DA SAÚDE<br />

Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong><br />

Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

GUIA PRÁTICO<br />

DO AGENTE<br />

COMUNITÁRIO<br />

DE SAÚDE<br />

Série A. Normas e Manuais Técnicos<br />

Brasília – DF<br />

2009


© 2009 <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

To<strong>do</strong>s os direitos reserva<strong>do</strong>s. É permiti<strong>da</strong> a reprodução parcial ou total <strong>de</strong>sta obra, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que cita<strong>da</strong> a fonte e que não seja para ven<strong>da</strong> ou<br />

qualquer fim comercial.<br />

A responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> pelos direitos autorais <strong>de</strong> textos e imagens <strong>de</strong>ssa obra é <strong>da</strong> área técnica.<br />

A coleção institucional <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser acessa<strong>da</strong>, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>:<br />

http://www.sau<strong>de</strong>.gov.br/bvs<br />

Série A. Normas e Manuais Técnicos<br />

Tiragem: 1ª edição – 2009 – 235.000 exemplares<br />

Elaboração, distribuição e Informações:<br />

<strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> saú<strong>de</strong><br />

Secretaria <strong>de</strong> Atenção a Saú<strong>de</strong><br />

Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Edifício Premium SAF Sul – Quadra 2- Lotes 5/6- Bloco II<br />

Subsolo – Brasilia- DF – 70.070-600<br />

Tel: (61) 3306-8044<br />

Home page: www.sau<strong>de</strong>.gov.br/<strong>da</strong>b<br />

E-mail: <strong>da</strong>b@sau<strong>de</strong>.gov.br<br />

Supervisão Geral:<br />

Claunara Schilling Men<strong>do</strong>nça<br />

Coor<strong>de</strong>nação Geral:<br />

Aline Azeve<strong>do</strong> <strong>da</strong> Silva<br />

Lau<strong>da</strong> Baptista Barbosa Bezerra <strong>de</strong> Melo<br />

Nulvio Lermen Junior<br />

Revisão Técnica:<br />

Ana Lucia <strong>da</strong> Costa Maciel<br />

Joseane Prestes <strong>de</strong> Souza<br />

Lainerlani Simoura <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong><br />

Thaís Severino <strong>da</strong> Silva<br />

Elaboração Técnica:<br />

Aline Azeve<strong>do</strong> <strong>da</strong> Silva<br />

Arlete Apareci<strong>da</strong> Spola<strong>do</strong>re Pistelli<br />

Lau<strong>da</strong> Baptista Barbosa Bezerra <strong>de</strong> Melo<br />

Sandra Mara Anesi<br />

Impresso no Brasil / Printed in Brazil<br />

Ficha Catalográfica<br />

Brasil. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica.<br />

<strong>Guia</strong> prático <strong>do</strong> agente comunitário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> / <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong>, Departamento <strong>de</strong> Atenção<br />

Básica. – Brasília : <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, 2009.<br />

260 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)<br />

ISBN 978-85-334-1645-1<br />

1. Educação em saú<strong>de</strong>. 2. <strong>Agente</strong> comintário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (ACS). 3. Atenção à saú<strong>de</strong>. I. Título. II. Série.<br />

Títulos para in<strong>de</strong>xação:<br />

Em inglês: Gui<strong>de</strong> the work of Community Health Agent<br />

Em espanhol: <strong>Guia</strong> Del Trabajo Del <strong>Agente</strong> <strong>Comunitário</strong> <strong>de</strong> la Salud<br />

Colaboração:<br />

Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Gestão <strong>da</strong> Atenção Básica/<strong>DAB</strong>:<br />

Antonio Garcia Reis Junior<br />

Charleni Inês Scherer<br />

Cristiano Busato<br />

Izabeth Cristina Campos <strong>da</strong> Silva Farias<br />

Samantha Pereira França<br />

Área Técnica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Pessoa com Deficiência/DAPE:<br />

Erika Pisaneschi<br />

Maria Alice Correia Pe<strong>do</strong>tti<br />

Samara Kielmann<br />

Coor<strong>de</strong>nação-Geral <strong>da</strong> Política <strong>de</strong> Alimentação e Nutrição/<strong>DAB</strong>:<br />

Ana Beatriz Vasconcellos<br />

Gisele Ane Bortolini<br />

Helen Altoé Duar<br />

Natacha Toral<br />

Coor<strong>de</strong>nação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal/<strong>DAB</strong>:<br />

Janaina Rodrigues Car<strong>do</strong>so<br />

Márcio Ribeiro Guimarães<br />

Coor<strong>de</strong>nação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> I<strong>do</strong>so/DAPE:<br />

Elen Oliveira Pernin<br />

Fabiana Regolin<br />

CDU 614-057.182(036)<br />

Catalogação na fonte – Coor<strong>de</strong>nação-Geral <strong>de</strong> Documentação e Informação – Editora MS – OS 2009/0393


SUMÁRIO<br />

Apresentação ...................................................................9<br />

A família e o trabalho <strong>do</strong> ACS ...................................... 11<br />

Registro Civil <strong>de</strong> Nascimento e<br />

<strong>do</strong>cumentação básica .................................................. 15<br />

Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> criança ........................................................... 25<br />

A criança no primeiro mês <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> ................................................... 28<br />

Triagem neonatal ................................................................................... 39<br />

Saú<strong>de</strong> bucal na criança ......................................................................... 41<br />

Acompanhamento <strong>do</strong> crescimento e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> criança ............................................................... 46<br />

Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Criança ........................................................ 47<br />

Informações importantes a serem verifica<strong>da</strong>s<br />

se constam na Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Criança ........................... 48<br />

Programa Bolsa-Família ....................................................................... 58<br />

Orientações alimentares para a criança .......................................... 58<br />

Obesi<strong>da</strong><strong>de</strong> em criança .......................................................................... 61<br />

Prevenin<strong>do</strong> aci<strong>de</strong>ntes na infância ..................................................... 68<br />

Situações em que você <strong>de</strong>ve orientar a família a<br />

procurar o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> o mais rápi<strong>do</strong> possível .................. 74<br />

Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente .................................................. 75<br />

Esquema vacinal ...................................................................................... 78<br />

Sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong> ............................................................................................... 79<br />

Saú<strong>de</strong> bucal no a<strong>do</strong>lescente ............................................................... 84<br />

Transtornos alimentares ....................................................................... 87<br />

Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> adulto............................................................ 91


Esquema vacinal <strong>do</strong> adulto ................................................................. 92<br />

Hábitos alimentares saudáveis .......................................................... 93<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física .......................................................................................101<br />

Doenças crônicas: o que o ACS po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve fazer ...................103<br />

Doenças sexualmente transmissíveis e Aids ...............................120<br />

Saú<strong>de</strong> bucal no adulto ........................................................................125<br />

Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> homem .................................................................................126<br />

Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> mulher ...................................................................................132<br />

Atenção ao i<strong>do</strong>so ..................................................................................157<br />

Saú<strong>de</strong> mental .............................................................. 185<br />

Introdução ...............................................................................................186<br />

Ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> ................................................................................................188<br />

Depressão ................................................................................................190<br />

Uso abusivo <strong>de</strong> álcool e outras drogas .........................................192<br />

Atenção à pessoa com <strong>de</strong>ficiência ............................. 199<br />

As crianças com <strong>de</strong>ficiência ..............................................................205<br />

Deficiência visual .................................................................................210<br />

Deficiência intelectual ........................................................................212<br />

As <strong>de</strong>ficiências nos a<strong>do</strong>lescentes e adultos .................................213<br />

Orientações para famílias com pessoas acama<strong>da</strong>s .. 219<br />

Violência familiar ........................................................ 223<br />

Violência contra a mulher ..................................................................226<br />

Violência contra a criança e o a<strong>do</strong>lescente ..................................228


Os sinais <strong>de</strong> alerta em relação ao agressor .................................230<br />

Violência contra o i<strong>do</strong>so .....................................................................231<br />

Violência contra pessoas porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ficiência física e mental ..................................................................232<br />

Prevenção <strong>da</strong> violência familiar .......................................................233<br />

Atribuições frente à violência familiar ...........................................234<br />

Doenças transmiti<strong>da</strong>s por vetores:<br />

mosquitos, insetos, moluscos e outros ..................... 239<br />

Dengue .....................................................................................................242<br />

Esquistossomose (xistosomose, xistose, xistosa,<br />

<strong>do</strong>ença <strong>do</strong>s caramujos, barriga d´água e <strong>do</strong>ença<br />

<strong>de</strong> Manson-Pirajá <strong>da</strong> Silva).................................................................246<br />

Malária ......................................................................................................248<br />

Tracoma ....................................................................................................250<br />

Alguns conceitos importantes .........................................................252<br />

Referências .................................................................. 255


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

APRESENTAÇÃO<br />

APRESENTACÃO<br />

No processo <strong>de</strong> fortalecimento <strong>do</strong> Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), o<br />

agente comunitário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (ACS) tem si<strong>do</strong> um personagem muito<br />

importante realizan<strong>do</strong> a integração <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Atenção<br />

Primária à Saú<strong>de</strong> com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Atualmente são mais <strong>de</strong> 200 mil em to<strong>do</strong> o Brasil <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong><br />

ações <strong>de</strong> promoção e vigilância em saú<strong>de</strong>, contribuin<strong>do</strong> para a melhoria<br />

<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas.<br />

O <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> reconhece que o processo <strong>de</strong> qualificação <strong>do</strong>s<br />

agentes <strong>de</strong>ve ser permanente e nesse senti<strong>do</strong> apresenta esta publicação,<br />

com informações atualiza<strong>da</strong>s relaciona<strong>da</strong>s aos temas mais frequentes<br />

<strong>do</strong> seu cotidiano.<br />

O <strong>Guia</strong> <strong>Prático</strong> <strong>do</strong> <strong>Agente</strong> <strong>Comunitário</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, elabora<strong>do</strong> pelo Departamento<br />

<strong>de</strong> Atenção Básica, tem como objetivo oferecer subsídios<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong> ACS.<br />

Seu formato foi pensa<strong>do</strong> para facilitar a consulta e o manuseio principalmente<br />

durante as visitas <strong>do</strong>miciliares, auxilian<strong>do</strong> no esclarecimento<br />

<strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma objetiva.<br />

Esperamos que este material contribua para o fortalecimento <strong>de</strong> seu<br />

trabalho, <strong>de</strong>sejan<strong>do</strong> sucesso na tarefa <strong>de</strong> acompanhar os milhões <strong>de</strong><br />

famílias brasileiras.<br />

9


A família e o trabalho <strong>do</strong> ACS<br />

11


12<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

A família é a primeira e mais importante influência na vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas.<br />

É na família que adquirimos os valores, os usos e os costumes que<br />

irão formar nossa personali<strong>da</strong><strong>de</strong> e bagagem emocional.<br />

Po<strong>de</strong>mos chamar <strong>de</strong> família um grupo <strong>de</strong> pessoas com vínculos afetivos,<br />

<strong>de</strong> consanguini<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> convivência.<br />

As famílias vêm se transforman<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong> tempo, acompanhan<strong>do</strong><br />

as mu<strong>da</strong>nças religiosas, econômicas, sociais e culturais. Hoje existem<br />

várias formas <strong>de</strong> organização familiar, como: famílias com uniões<br />

estáveis, reconstituí<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> casais <strong>do</strong> mesmo sexo, <strong>de</strong> casais que moram<br />

em casas separa<strong>da</strong>s etc. Há ain<strong>da</strong> famílias que não têm a presença<br />

<strong>da</strong> mãe, <strong>do</strong> pai ou <strong>de</strong> ambos. Muitas vezes nesses casos, os avós<br />

assumem a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> em cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> família.<br />

A família é o ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong> para o trabalho <strong>do</strong> ACS na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Por isso, é preciso i<strong>de</strong>ntificar e compreen<strong>de</strong>r a formação e como funcionam<br />

as famílias <strong>da</strong> sua área <strong>de</strong> abrangência.<br />

A seguir, alguns itens que po<strong>de</strong>m colaborar na i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong><br />

organização e funcionamento <strong>da</strong>s famílias.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

O grau <strong>de</strong> parentesco entre os membros <strong>da</strong> família;<br />

Os membros agrega<strong>do</strong>s;<br />

IDENTIFIQUE<br />

A função <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> membro na família: na divisão <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong>méstico,<br />

na divisão <strong>da</strong>s <strong>de</strong>spesas, na i<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong>quele que é o alicerce emocional e<br />

espiritual;<br />

Os valores, preconceitos, costumes e religiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, principalmente os que<br />

po<strong>de</strong>m interferir no cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com a saú<strong>de</strong>;<br />

Presença <strong>de</strong> conflitos entre os membros <strong>da</strong> família e como são resolvi<strong>do</strong>s<br />

esses conflitos;<br />

Os tipos <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> seus membros;<br />

O papel <strong>do</strong> homem e <strong>da</strong> mulher na família;<br />

Quem exerce o papel <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança na família;<br />

Se to<strong>do</strong>s os membros <strong>da</strong> família possuem <strong>do</strong>cumentos: Certidão <strong>de</strong><br />

Nascimento, CPF, Carteira <strong>de</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, Carteira <strong>de</strong> Trabalho, ou outros que<br />

favoreçam a consoli<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> sua ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.<br />

13


Registro Civil <strong>de</strong> Nascimento<br />

e <strong>do</strong>cumentação básica<br />

15


16<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Você po<strong>de</strong> encontrar na sua área <strong>de</strong> atuação pessoas que não possuem<br />

Certidão <strong>de</strong> Nascimento e outros <strong>do</strong>cumentos básicos <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia.<br />

Isso faz com que esses brasileiros <strong>de</strong>ixem <strong>de</strong> ter acesso a<br />

oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e até mesmo aos programas sociais <strong>do</strong> governo.<br />

Na visita <strong>do</strong>miciliar, é importante que você i<strong>de</strong>ntifique as pessoas<br />

sem Registro Civil e sem <strong>do</strong>cumentação.<br />

Registro Civil <strong>de</strong> Nascimento<br />

Sem o Registro Civil <strong>de</strong> Nascimento, uma pessoa, para to<strong>do</strong>s os efeitos<br />

legais, não possui nome, sobrenome, nacionali<strong>da</strong><strong>de</strong>, não existe<br />

para o Esta<strong>do</strong> e não po<strong>de</strong> ter outros <strong>do</strong>cumentos como: Carteira <strong>de</strong><br />

Trabalho, Título <strong>de</strong> Eleitor, CPF, Carteira <strong>de</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, Habilitação <strong>de</strong><br />

Motorista, Passaporte etc.<br />

Não é possível também ter direito a: fazer matrícula na escola, fun<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> garantia por tempo <strong>de</strong> serviço, aposenta<strong>do</strong>ria, licença-materni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

etc. Não po<strong>de</strong> participar <strong>do</strong>s programas<br />

sociais como Bolsa-Família, Luz para To<strong>do</strong>s,<br />

entre outros, nem realizar casamento civil,<br />

fazer alistamento militar e comprar<br />

um imóvel com escritura.<br />

É comum encontrar grupos <strong>de</strong> população<br />

específicos sem <strong>do</strong>cumentação, como os<br />

povos indígenas, ciganos, quilombolas,<br />

trabalha<strong>do</strong>res rurais, cata<strong>do</strong>res <strong>de</strong> papel,<br />

pessoas em situação <strong>de</strong> rua, pessoas <strong>de</strong><br />

baixa ren<strong>da</strong> e aqueles que moram afasta<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>s cartórios. Os povos indígenas têm<br />

o direito, mas não são obriga<strong>do</strong>s, ao Registro<br />

Civil <strong>de</strong> Nascimento.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

É preciso estar atento para as crianças nasci<strong>da</strong>s e que não foram registra<strong>da</strong>s<br />

após os 90 dias <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

A Declaração <strong>de</strong> Nasci<strong>do</strong> Vivo (DNV) é o <strong>do</strong>cumento que é emiti<strong>do</strong><br />

pelo estabelecimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> on<strong>de</strong> a criança nasceu. Esse <strong>do</strong>cumento<br />

<strong>de</strong>ve ser leva<strong>do</strong> ao cartório para ser feito o Registro Civil <strong>de</strong> Nascimento<br />

(RCN) e emiti<strong>da</strong> a Certidão <strong>de</strong> Nascimento. O registro fica<br />

no cartório. A certidão fica com a pessoa que fez o registro. Pai, avô,<br />

padrinho ou amigo po<strong>de</strong> fazê-lo. O Registro Civil <strong>de</strong> Nascimento é<br />

feito uma única vez em livro no cartório, é gratuito para to<strong>do</strong>s os<br />

brasileiros, assim como a primeira Certidão <strong>de</strong> Nascimento forneci<strong>da</strong><br />

pelo cartório.<br />

O Registro Civil <strong>de</strong> Nascimento é gratuito, mesmo quan<strong>do</strong> feito<br />

após o prazo legal, que é <strong>de</strong> 15 dias. Esse prazo se amplia para até<br />

três meses nos lugares com mais <strong>de</strong> 30 quilômetros <strong>de</strong> distância<br />

<strong>da</strong> se<strong>de</strong> <strong>do</strong> cartório (artigos 30 e 50 <strong>da</strong> Lei nº 6.015/73; art. 1º <strong>da</strong><br />

Lei nº 9.265/96; art. 45 <strong>da</strong> Lei nº 8.935/94).<br />

As penali<strong>da</strong><strong>de</strong>s aos profissionais registra<strong>do</strong>res estão previstas na<br />

Lei nº 8.935/94, disponível em:<br />

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8935.htm<br />

17


18<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

O Registro Civil <strong>de</strong> Nascimento é feito no cartório <strong>de</strong> Registro Civil<br />

<strong>do</strong> local (vila, povoa<strong>do</strong>, ci<strong>da</strong><strong>de</strong>) on<strong>de</strong> a criança nasceu, somente nos<br />

primeiros 90 dias. Após esse prazo, o registro só po<strong>de</strong>rá ser feito no<br />

cartório mais próximo <strong>de</strong> on<strong>de</strong> a pessoa mora.<br />

A segun<strong>da</strong> via <strong>da</strong> Certidão <strong>de</strong> Nascimento só é gratuita para aqueles<br />

reconheci<strong>da</strong>mente pobres, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Lei nº 9.534/97.<br />

Documentos necessários para fazer o Registro<br />

Civil <strong>de</strong> Nascimento:<br />

Se os pais são casa<strong>do</strong>s:<br />

Via amarela <strong>da</strong> Declaração <strong>de</strong> Nasci<strong>do</strong> Vivo, forneci<strong>da</strong> pelo hospital;<br />

Certidão <strong>de</strong> Casamento;<br />

Presença <strong>do</strong> pai ou <strong>da</strong> mãe.<br />

Se os pais não são casa<strong>do</strong>s:<br />

Via amarela <strong>da</strong> Declaração <strong>de</strong> Nasci<strong>do</strong> Vivo, forneci<strong>da</strong> pelo hospital;<br />

Um <strong>do</strong>cumento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s pais, por exemplo, Certidão <strong>de</strong> Nascimento ou<br />

Carteira <strong>de</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

O pai e a mãe <strong>de</strong>vem estar presentes. Se o pai não estiver presente, a mãe só faz<br />

o registro com o nome paterno se tiver uma procuração <strong>do</strong> pai para esse fim. Sem<br />

a procuração, ela po<strong>de</strong> registrar apenas em seu nome e, a qualquer tempo, o pai<br />

po<strong>de</strong> ir ao cartório para registrar a paterni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Se a criança não nasceu no hospital e não tem a Declaração <strong>de</strong><br />

Nasci<strong>do</strong> Vivo, os pais <strong>de</strong>vem ir ao cartório com duas testemunhas<br />

maiores <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> que confirmem a gravi<strong>de</strong>z e o parto.<br />

Os pais não registra<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem primeiramente se registrar para <strong>de</strong>pois<br />

registrar o filho.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Os pais menores <strong>de</strong> 18 anos não emancipa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>verão ir ao cartório,<br />

acompanha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> seus pais ou representantes legais.<br />

Quem po<strong>de</strong> ser o representante legal?<br />

Se a criança ou a<strong>do</strong>lescente não tem os pais, o avô ou avó será seu<br />

representante legal. Na falta <strong>do</strong>s avós, outro parente próximo po<strong>de</strong>rá<br />

requerer a guar<strong>da</strong> ao juiz. Se a criança estiver em situação <strong>de</strong><br />

risco, o Conselho Tutelar po<strong>de</strong>rá intervir e encaminhar pedi<strong>do</strong> ao<br />

promotor <strong>de</strong> Justiça, que requererá ao juiz a nomeação <strong>de</strong> um representante<br />

legal ou abrigamento <strong>da</strong> criança ou a<strong>do</strong>lescente.<br />

Para o registro civil para os maiores <strong>de</strong> 90 dias sem a DNV, você, ACS,<br />

<strong>de</strong>ve recomen<strong>da</strong>r que a família procure o cartório mais próximo <strong>de</strong><br />

sua residência para obter mais informações <strong>de</strong> como proce<strong>de</strong>r. Destacamos<br />

que, mesmo assim, o 1º RCN continua sen<strong>do</strong> gratuito.<br />

É importante guar<strong>da</strong>r e preservar a certidão original, pois será<br />

utiliza<strong>da</strong> por to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> ci<strong>da</strong>dão.<br />

Caso seja necessário ter acesso a uma segun<strong>da</strong> via <strong>da</strong> Certidão <strong>de</strong><br />

Nascimento, basta solicitar a emissão <strong>de</strong> outra certidão no cartório<br />

on<strong>de</strong> a pessoa foi registra<strong>da</strong>. Nesse caso será cobra<strong>da</strong> uma taxa, a<br />

não ser que o solicitante seja reconheci<strong>da</strong>mente pobre, conforme já<br />

explica<strong>do</strong>.<br />

Documentação básica:<br />

Ca<strong>da</strong>stro <strong>de</strong> Pessoa Física (CPF);<br />

Carteira <strong>de</strong> Trabalho e Previdência Social – CNTPS;<br />

Registro Geral (RG) ou Carteira <strong>de</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

19


20<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

DOCUMENTAÇÃO<br />

BÁSICA<br />

Ca<strong>da</strong>stro <strong>de</strong><br />

Pessoa Física<br />

CPF<br />

PARA QUE SERVE<br />

I<strong>de</strong>ntifica o contribuinte<br />

– pessoa<br />

física diante <strong>da</strong><br />

Receita Fe<strong>de</strong>ral.<br />

É obrigatório para<br />

abertura <strong>de</strong> contas<br />

em bancos e para<br />

obter crédito.<br />

DOCUMENTOS NE-<br />

CESSÁRIOS PARA<br />

SOLICITAÇÃO<br />

Certidão <strong>de</strong> Nascimento,<br />

original ou<br />

cópia autentica<strong>da</strong>.<br />

Os maiores <strong>de</strong> 18<br />

anos <strong>de</strong>vem apresentar<br />

o Título <strong>de</strong><br />

Eleitor. O número<br />

<strong>do</strong> CPF é o mesmo<br />

para to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>.<br />

OBSERVAÇÕES<br />

É preciso pagar uma<br />

taxa para emissão <strong>do</strong><br />

cartão <strong>do</strong> CPF.<br />

O Programa Nacional<br />

<strong>de</strong> Documentação <strong>da</strong><br />

Trabalha<strong>do</strong>ra Rural <strong>do</strong><br />

<strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> Desenvolvimento<br />

Agrário<br />

fornece gratuitamente<br />

o RG, CPF e CTPS, nos<br />

mutirões itinerantes.<br />

A Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral<br />

(se for usuária <strong>do</strong><br />

Bolsa-Família) e o Banco<br />

<strong>do</strong> Brasil (se for beneficiária<br />

<strong>do</strong> Pronaf1 ciária <strong>do</strong> Pronaf1 ciária <strong>do</strong> Pronaf ) fornecem<br />

o CPF com isenção<br />

<strong>da</strong> taxa.<br />

Continua...


Continuação<br />

DOCUMENTAÇÃO<br />

BÁSICA<br />

Carteira <strong>de</strong><br />

I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>/<br />

Registro Geral<br />

RG<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

PARA QUE SERVE<br />

É o <strong>do</strong>cumento que<br />

registra as características<br />

individuais<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> pessoa,<br />

com fotografia<br />

e impressões digitais.<br />

Contém o<br />

nome completo,<br />

nome <strong>do</strong>s pais, local<br />

<strong>de</strong> nascimento<br />

(naturali<strong>da</strong><strong>de</strong>)<br />

e <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> nascimento.<br />

DOCUMENTOS NE-<br />

CESSÁRIOS PARA<br />

SOLICITAÇÃO<br />

Para os solteiros:<br />

Certidão <strong>de</strong> Nascimento,<br />

original ou<br />

fotocópia autentica<strong>da</strong>.<br />

Para os casa<strong>do</strong>s:<br />

Certidão <strong>de</strong> Casamento,<br />

original ou<br />

fotocópia autentica<strong>da</strong>.<br />

Aqueles que tiveram<br />

alteração <strong>de</strong><br />

sobrenome após o<br />

casamento <strong>de</strong>vem<br />

ain<strong>da</strong> levar fotografias<br />

3x4, iguais e<br />

recentes.<br />

Se quiserem que<br />

conste o número<br />

<strong>do</strong> CPF, é preciso<br />

apresentá-lo quan<strong>do</strong><br />

solicitar a i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

OBSERVAÇÕES<br />

É feita pelas Secretarias<br />

Estaduais <strong>de</strong> Segurança<br />

Pública.<br />

Em alguns Esta<strong>do</strong>s é gratuita,<br />

em outros não.<br />

Os menores <strong>de</strong> 16 anos<br />

<strong>de</strong>vem estar acompanha<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> seus responsáveis:<br />

pai, mãe, tutor,<br />

guardião ou acompanhante<br />

nomea<strong>do</strong> pelo<br />

juiz <strong>da</strong> vara <strong>da</strong> infância<br />

e juventu<strong>de</strong>. Menores<br />

<strong>de</strong> 16 anos casa<strong>do</strong>s ou<br />

emancipa<strong>do</strong>s não precisam<br />

<strong>de</strong> autorização<br />

<strong>do</strong> responsável.<br />

Em caso <strong>de</strong> roubo, é preciso<br />

apresentar cópia ou<br />

original <strong>do</strong> boletim <strong>de</strong><br />

ocorrência, além <strong>de</strong> Certidão<br />

<strong>de</strong> Nascimento ou<br />

Certidão <strong>de</strong> Casamento,<br />

originais ou fotocópias<br />

autentica<strong>da</strong>s.<br />

Continua...<br />

21


22<br />

Continuação<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

DOCUMENTAÇÃO<br />

BÁSICA<br />

Carteira <strong>de</strong><br />

Trabalho e<br />

Previdência<br />

Social<br />

CTPS<br />

PARA QUE SERVE<br />

Vale também como<br />

<strong>do</strong>cumento <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação.<br />

É obrigatória para<br />

comprovar a relação<br />

<strong>de</strong> trabalho<br />

remunera<strong>do</strong> e é<br />

on<strong>de</strong> se registram<br />

o contrato <strong>de</strong> trabalho,<br />

as férias e<br />

as alterações no<br />

salário.<br />

Com a CTPS, o<br />

trabalha<strong>do</strong>r é ca<strong>da</strong>stra<strong>do</strong><br />

nos programas<br />

PIS, PASEP.<br />

Esse número <strong>de</strong><br />

inscrição permite<br />

que o trabalha<strong>do</strong>r<br />

consulte e saque<br />

benefícios sociais<br />

quan<strong>do</strong> tiver direito<br />

a eles.<br />

1 Pronaf – Programa Nacional <strong>de</strong> Agricultura Familiar<br />

DOCUMENTOS NE-<br />

CESSÁRIOS PARA<br />

SOLICITAÇÃO<br />

Certidão <strong>de</strong> Nascimento<br />

ou Carteira<br />

<strong>de</strong> I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> e CPF.<br />

Fotografia 3x4.<br />

Somente maiores<br />

<strong>de</strong> 14 anos po<strong>de</strong>rão<br />

obter a CTPS.<br />

OBSERVAÇÕES<br />

É forneci<strong>da</strong> gratuitamente<br />

nas Superintendências<br />

Regionais<br />

<strong>do</strong> Trabalho, nas Agências<br />

<strong>de</strong> Atendimento<br />

ao Trabalha<strong>do</strong>r e nos<br />

municípios que têm<br />

convênio com o <strong>Ministério</strong><br />

<strong>do</strong> Trabalho e<br />

Emprego.<br />

Se for perdi<strong>da</strong>, extravia<strong>da</strong><br />

ou rouba<strong>da</strong>,<br />

uma nova via po<strong>de</strong> ser<br />

tira<strong>da</strong>, apresentan<strong>do</strong>,<br />

além <strong>da</strong>s fotos e <strong>do</strong>cumentos,<br />

o boletim <strong>de</strong><br />

ocorrência policial.<br />

Se estiver <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>,<br />

rasga<strong>da</strong>, se tiver per<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> foto ou <strong>de</strong> páginas<br />

importantes, é preciso<br />

apresentar a antiga<br />

para pedir uma nova.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

23


Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> criança<br />

25


26<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

O acompanhamento <strong>de</strong> crianças é uma etapa fun<strong>da</strong>mental e prioritária<br />

<strong>de</strong> seu trabalho. Você vai acompanhar to<strong>da</strong>s as crianças <strong>de</strong> sua<br />

área <strong>de</strong> atuação, <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> ações <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças e<br />

agravos e <strong>de</strong> promoção à saú<strong>de</strong>.<br />

Entre as ações <strong>de</strong> prevenção <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças e promoção à saú<strong>de</strong>, estão<br />

o incentivo ao cumprimento <strong>do</strong> calendário vacinal, a busca ativa <strong>do</strong>s<br />

faltosos às vacinas e consultas, a prevenção <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes na infância,<br />

o incentivo ao aleitamento materno, que é uma <strong>da</strong>s estratégias mais<br />

eficazes para redução <strong>da</strong> morbimortali<strong>da</strong><strong>de</strong> (a<strong>do</strong>ecimento e morte)<br />

infantil, possibilitan<strong>do</strong> um<br />

gran<strong>de</strong> impacto na saú<strong>de</strong><br />

integral <strong>da</strong> criança.<br />

Os problemas que surgem<br />

durante a infância são<br />

responsáveis por graves<br />

consequências para os indivíduos,<br />

e sua atuação<br />

certamente contribuirá<br />

para minimizar o aparecimento<br />

<strong>de</strong>sses problemas.<br />

A seguir orientações que<br />

<strong>de</strong>vem ser <strong>da</strong><strong>da</strong>s durante<br />

a visita <strong>do</strong>miciliar às famílias<br />

on<strong>de</strong> há crianças.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Crianças recém-nasci<strong>da</strong>s (0 a 28 dias), verificar:<br />

Os <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> nascimento por meio <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>rneta <strong>da</strong> criança;<br />

Se já foi feito o teste <strong>do</strong> pezinho;<br />

Se já foram realiza<strong>da</strong>s as vacinas – BCG, hepatite B;<br />

Se a criança já evacuou ou está evacuan<strong>do</strong> regularmente;<br />

Os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com o coto umbilical;<br />

A presença <strong>de</strong> sinais comuns em recém-nasci<strong>do</strong>s (na pele, na cabeça, no tórax,<br />

no ab<strong>do</strong>me e genitálias), regurgitação, soluços, espirros e fazer as orientações;<br />

Higiene <strong>do</strong> corpo, higiene <strong>da</strong> boca, presença <strong>de</strong> assaduras, frequência <strong>da</strong>s<br />

trocas <strong>de</strong> fral<strong>da</strong>s;<br />

A alimentação – aleitamento materno exclusivo ou outro tipo e i<strong>de</strong>ntificar<br />

eventuais dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em relação ao aleitamento;<br />

Sono, choro;<br />

Agen<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> consulta <strong>de</strong> acompanhamento na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(UBS).<br />

Para to<strong>da</strong>s as crianças:<br />

Observar o relacionamento <strong>da</strong> mãe, <strong>do</strong>s pais ou <strong>da</strong> pessoa que cui<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

criança, avalian<strong>do</strong>, entre outros, cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s com a criança, o banho,<br />

a alimentação (inclusive mama<strong>da</strong>s), as trocas <strong>de</strong> fral<strong>da</strong>s;<br />

Solicitar a Certidão <strong>de</strong> Nascimento;<br />

Verificar o grau <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mãe;<br />

Solicitar a ca<strong>de</strong>rneta <strong>da</strong> criança e verificar: esquema <strong>de</strong> vacinação, crescimento<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento;<br />

Observar sinais <strong>de</strong> risco;<br />

Observar sinais indicativos <strong>de</strong> violência;<br />

Reforçar Ref as orientações feitas pela UBS;<br />

Verificar se a família está inscrita no Programa Bolsa-Família.<br />

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28<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

A CRIANÇA NO PRIMEIRO MÊS DE VIDA<br />

A criança <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento até completar 28 dias <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> é chama<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> recém-nasci<strong>da</strong>, sen<strong>do</strong> totalmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong>s cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>s pais.<br />

É importante que os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com o recém-nasci<strong>do</strong>, mesmo os mais<br />

simples, sejam feitos pela mãe. No entanto, outras pessoas po<strong>de</strong>m<br />

aju<strong>da</strong>r no cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com a criança: o pai, a avó, a vizinha ou a comadre.<br />

Nessa fase qualquer <strong>do</strong>ença po<strong>de</strong> se tornar grave.<br />

Você po<strong>de</strong> colaborar conversan<strong>do</strong> com os pais, esclarecen<strong>do</strong> suas<br />

dúvi<strong>da</strong>s e diminuin<strong>do</strong> suas preocupações. Lembre-se <strong>de</strong> que a mãe<br />

também está se recuperan<strong>do</strong> e se acostuman<strong>do</strong> a uma nova situação,<br />

mesmo que ela já tenha outros filhos.<br />

Características físicas <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong><br />

Observan<strong>do</strong> os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> mãe<br />

com o bebê no banho, nas mama<strong>da</strong>s,<br />

na troca <strong>de</strong> fral<strong>da</strong>s, você po<strong>de</strong>rá<br />

perceber o tipo <strong>de</strong> atenção que é<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> à criança e assim orientar melhor<br />

a mãe e a família.<br />

Os bebês nascem vermelhinhos, amassa<strong>do</strong>s, incha<strong>do</strong>s, alguns com a<br />

cabeça pontu<strong>da</strong>, o nariz achata<strong>do</strong> e os olhos “vesgos”. Essas características<br />

são normais neles e somem até o primeiro ano <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Algumas marcas po<strong>de</strong>m aparecer na pele resultantes <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong><br />

parto, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pessoa que fez o parto.<br />

Não é o caso <strong>de</strong> se preocupar, pois elas vão <strong>de</strong>saparecer com o tempo.


Peso:<br />

Normalmente os bebês nascem com peso entre 2,5 kg e 4 kg e sua<br />

altura fica entre 47 e 54 centímetros.<br />

Por que o peso é tão importante?<br />

Por que o peso ao nascer po<strong>de</strong> ser um indicativo <strong>de</strong> algum problema<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> durante a gestação.<br />

Depois o peso e a altura vão marcar o início <strong>do</strong> crescimento <strong>do</strong> bebê,<br />

agora fora <strong>da</strong> barriga <strong>da</strong> mãe e, é claro, com as características her<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

<strong>do</strong>s pais.<br />

Aqueles que nascem com menos <strong>de</strong> 2,5 kg têm maiores riscos <strong>de</strong> apresentar<br />

problemas. Po<strong>de</strong>m ser prematuros, que nasceram antes <strong>da</strong> hora.<br />

Po<strong>de</strong>m também ser crianças que por diversas razões, como <strong>de</strong>snutrição<br />

<strong>da</strong> mãe, infecções <strong>da</strong> mãe durante a gravi<strong>de</strong>z, mãe fumante durante<br />

a gravi<strong>de</strong>z ou por outras razões, nasceram no tempo certo, mas<br />

com baixo peso. Por outro la<strong>do</strong>, não po<strong>de</strong>mos nos esquecer <strong>do</strong>s bebês<br />

que nasceram acima <strong>de</strong> 4 kg, que po<strong>de</strong> ser um indicativo <strong>de</strong> mãe que<br />

apresentou diabetes gestacional.<br />

To<strong>do</strong>s esses bebês precisam ser acompanha<strong>do</strong>s com mais frequência<br />

por você e pelos <strong>de</strong>mais profissionais <strong>da</strong> UBS, pois geralmente precisam<br />

<strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s especiais.<br />

Per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso natural<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Nos primeiros dias <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, o bebê per<strong>de</strong> peso e isso é normal. Per<strong>de</strong><br />

líqui<strong>do</strong> e elimina as primeiras fezes (mecônio). Ele está se acostuman<strong>do</strong><br />

ao novo ambiente. Deve recuperar seu peso em mais ou menos<br />

10 dias.<br />

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30<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Pele:<br />

Sua pele é avermelha<strong>da</strong> e recoberta por uma cama<strong>da</strong> <strong>de</strong> gordura,<br />

que serve <strong>de</strong> proteção e aumenta sua resistência a infecções.<br />

É <strong>de</strong>lica<strong>da</strong> e fina, então é preciso ter muito cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com a higiene.<br />

Po<strong>de</strong>m ter pelos finos e longos nas costas, orelhas e rosto, que <strong>de</strong>saparecem após<br />

uma semana <strong>do</strong> nascimento;<br />

Po<strong>de</strong>m aparecer alguns pontinhos no nariz como se fossem pequenas espinhas,<br />

que não se <strong>de</strong>ve espremer, pois po<strong>de</strong>m inflamar. Eles <strong>de</strong>saparecem em cerca <strong>de</strong><br />

um ou <strong>do</strong>is meses;<br />

Po<strong>de</strong>m apresentar manchas avermelha<strong>da</strong>s espalha<strong>da</strong>s pelo corpo, que é uma<br />

reação <strong>da</strong> pele ao ambiente, e também logo <strong>de</strong>saparecem;<br />

Se o bebê apresentar coloração amarela<strong>da</strong> em qualquer intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, orientar<br />

para procurar a UBS, porque po<strong>de</strong> ser “icterícia”.<br />

Cabeça:<br />

A cabeça <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> sofre pressão intensa durante o trabalho<br />

<strong>de</strong> parto, que, às vezes, adquire uma forma diferente <strong>do</strong> normal. O<br />

bebê po<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> nascer com o rosto incha<strong>do</strong> e com manchas. São<br />

alterações que <strong>de</strong>saparecem em poucos dias.<br />

O bebê po<strong>de</strong> apresentar um inchaço no couro cabelu<strong>do</strong>, como uma<br />

bolha, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à compressão <strong>da</strong> cabeça para dilatar o colo <strong>do</strong> útero.<br />

Quan<strong>do</strong> o parto é natural, é comum isso acontecer com o bebê.<br />

A “moleira” é também uma característica <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong>, não <strong>de</strong>ven<strong>do</strong><br />

ser motivo <strong>de</strong> preocupação. Ela na<strong>da</strong> mais é que uma região<br />

mais mole na parte <strong>de</strong> cima <strong>do</strong>s ossos <strong>da</strong> cabeça que ain<strong>da</strong> não estão<br />

emen<strong>da</strong><strong>do</strong>s. Isso ocorre para facilitar a passagem <strong>da</strong> cabeça <strong>do</strong> bebê<br />

pelo canal vaginal na hora <strong>do</strong> parto. A moleira é importante para que<br />

a cabeça <strong>do</strong> bebê continue crescen<strong>do</strong>, acompanhan<strong>do</strong> o crescimento<br />

<strong>do</strong> cérebro. Ela vai se fechan<strong>do</strong> aos poucos, num processo que só<br />

se completa por volta <strong>do</strong>s 18 meses <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.


Casquinhas no couro cabelu<strong>do</strong><br />

São comuns nos recém-nasci<strong>do</strong>s essas casquinhas, que não incomo<strong>da</strong>m<br />

em na<strong>da</strong> o bebê. O importante é manter a cabeça limpa e seca.<br />

Orientar para não tentar tirá-las a seco e verificar se as orientações <strong>da</strong><br />

UBS estão sen<strong>do</strong> realiza<strong>da</strong>s. Com o tempo elas <strong>de</strong>saparecem naturalmente.<br />

Caso você sinta um cheiro <strong>de</strong>sagradável na cabeça <strong>do</strong> bebê, é<br />

preciso encaminhá-lo para a UBS.<br />

A criança po<strong>de</strong> nascer com <strong>de</strong>ntes, que geralmente não tem o formato<br />

<strong>de</strong> um <strong>de</strong>nte normal. Não se <strong>de</strong>ve tentar tirá-los, e sim encaminhar<br />

o bebê para o <strong>de</strong>ntista na UBS.<br />

Tórax e ab<strong>do</strong>me:<br />

Alguns bebês po<strong>de</strong>m nascer com as mamas aumenta<strong>da</strong>s porque os hormônios <strong>da</strong><br />

mãe passaram por meio <strong>do</strong> cordão umbilical. Isso é natural. Você <strong>de</strong>ve orientar a<br />

mãe para não espremer, pois, além <strong>de</strong> machucar, po<strong>de</strong> inflamar. Informe que as<br />

mamas irão diminuir aos poucos;<br />

A barriga <strong>do</strong> bebê é alta e gran<strong>de</strong>, e na respiração ela sobe e <strong>de</strong>sce (respiração<br />

ab<strong>do</strong>minal);<br />

O coto umbilical é esbranquiça<strong>do</strong> e úmi<strong>do</strong>, que vai fican<strong>do</strong> seco e escuro, até cair;<br />

Os braços e pernas parecem curtos em relação ao corpo.<br />

Genitais:<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Em alguns meninos os testículos po<strong>de</strong>m ain<strong>da</strong> não ter <strong>de</strong>sci<strong>do</strong> totalmente,<br />

parecen<strong>do</strong> o saco um pouco murcho; outros po<strong>de</strong>m ser<br />

gran<strong>de</strong>s e duros, parecen<strong>do</strong> estar cheios <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong>. Manten<strong>do</strong>-se<br />

qualquer uma <strong>de</strong>ssas situações, orientar para procurar a UBS.<br />

Nas meninas po<strong>de</strong> haver saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> secreção esbranquiça<strong>da</strong> ou um pequeno<br />

sangramento pela vagina. Isso ocorre <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à passagem <strong>de</strong><br />

hormônios <strong>da</strong> mãe. Nesses casos, oriente que é uma situação passa-<br />

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32<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

geira e recomen<strong>de</strong> a higiene local, sempre <strong>da</strong> frente para trás, ou seja,<br />

<strong>da</strong> vagina em direção ao ânus, e não o contrário.<br />

Funcionamento intestinal:<br />

Nas primeiras 24 horas <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, os recém-nasci<strong>do</strong>s eliminam o mecônio<br />

(que é ver<strong>de</strong> bem escuro, quase preto e gru<strong>de</strong>nto, parecen<strong>do</strong> graxa),<br />

<strong>de</strong>pois as fezes se tornam esver<strong>de</strong>a<strong>da</strong>s e, posteriormente, amarela<strong>da</strong>s<br />

e pastosas. As crianças amamenta<strong>da</strong>s no peito costumam<br />

apresentar várias evacuações por dia, com fezes mais líqui<strong>da</strong>s. Se o<br />

bebê está ganhan<strong>do</strong> peso, maman<strong>do</strong> bem, mesmo evacuan<strong>do</strong> várias<br />

vezes ao dia, isso não significa diarreia.<br />

Alguns bebês não evacuam to<strong>do</strong>s os dias e chegam a ficar até uma<br />

semana sem evacuar. Se, apesar <strong>de</strong>sse tempo, as fezes estiverem pastosas<br />

e a criança estiver maman<strong>do</strong> bem, isso não é um problema.<br />

Se o bebê está maman<strong>do</strong> só no peito e fica alguns dias sem evacuar,<br />

não se <strong>de</strong>ve <strong>da</strong>r frutas, laxantes ou chás. É importante orientar a mãe<br />

que nesse perío<strong>do</strong> não se trata <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença, procuran<strong>do</strong> tranquilizá-la.<br />

Urina:<br />

Os bebês urinam bastante. Isso indica que estão maman<strong>do</strong> o suficiente.<br />

Quan<strong>do</strong> ficam com as fral<strong>da</strong>s sem ser troca<strong>da</strong>s por muito tempo,<br />

por exemplo, a noite to<strong>da</strong>, o cheiro <strong>da</strong> urina po<strong>de</strong> ficar forte, mas<br />

na maioria <strong>da</strong>s vezes não significa problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Sono:<br />

Na primeira semana, o recém-nasci<strong>do</strong> <strong>do</strong>rme <strong>de</strong> 15 a 20 horas por<br />

dia, porém alguns não <strong>do</strong>rmem entre as mama<strong>da</strong>s, fican<strong>do</strong> acor<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

por várias horas.<br />

Para que o bebê não troque o dia pela noite, é importante lembrar


<strong>da</strong> luminosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. É fun<strong>da</strong>mental proporcionar<br />

um ambiente claro e areja<strong>do</strong> durante o dia, e<br />

escuro e acolhe<strong>do</strong>r durante a noite.<br />

Um recém-nasci<strong>do</strong>, durante seu primeiro<br />

mês <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, passa a maior parte <strong>do</strong> tempo<br />

<strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>. Muitos estu<strong>do</strong>s afirmam que em<br />

média um bebê <strong>do</strong>rme um mínimo <strong>de</strong> 12<br />

horas e um máximo <strong>de</strong> 20 horas diárias.<br />

É possível <strong>da</strong>r um ritmo ao sono <strong>do</strong> bebê?<br />

Durante o primeiro mês é muito difícil,<br />

mas com o tempo o sono durante a noite<br />

se torna pre<strong>do</strong>minante.<br />

Muitas vezes, porém, po<strong>de</strong> acontecer <strong>de</strong> o<br />

bebê trocar a noite pelo dia.<br />

Você po<strong>de</strong> orientar os familiares a manter as janelas abertas para que<br />

o bebê possa perceber a clari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> dia, não diminuir os barulhos<br />

costumeiros <strong>da</strong> casa, mantê-lo brincan<strong>do</strong>, conversan<strong>do</strong>, chaman<strong>do</strong><br />

sua atenção e à noite fazer o contrário. Orientar os familiares a levar<br />

o bebê para o berço somente à noite e evitar acen<strong>de</strong>r as luzes para<br />

não distraí-lo.<br />

Choro:<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

O choro é uma manifestação natural. Depois <strong>do</strong> nascimento, o bebê<br />

tem que se a<strong>da</strong>ptar a uma série <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças: novas sensações, novos<br />

sons, roupas, banhos... Não é, portanto, <strong>de</strong> se estranhar o fato <strong>de</strong><br />

ele chorar.<br />

O bebê se comunica pelo choro sempre que se sentir <strong>de</strong>sconfortável<br />

ou estiver com fome, se<strong>de</strong>, frio, fral<strong>da</strong> molha<strong>da</strong>, roupa aperta<strong>da</strong>,<br />

coceira, cólica ou irritação por excesso <strong>de</strong> barulho. Não usar medica-<br />

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34<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

mentos para evitar o choro.<br />

Certamente, um “remédio” sempre útil é o aconchego <strong>do</strong> colo <strong>da</strong><br />

mãe. Porém, se por qualquer motivo ela achar que o bebê está choran<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>mais e <strong>de</strong>sconfiar que haja algo erra<strong>do</strong> com ele, oriente a<br />

levá-lo logo à UBS para receber a orientação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.<br />

Conforme a mãe for conhecen<strong>do</strong> o seu bebê, conseguirá distinguir<br />

os diferentes “choros”, isto é, o significa<strong>do</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong> suas manifestações.<br />

No começo, porém, vai ter que pensar numa porção <strong>de</strong><br />

motivos, até acertar a causa.<br />

Raramente o bebê chora sem que haja uma razão. Ele po<strong>de</strong><br />

chorar quan<strong>do</strong> se encontrar em algumas <strong>de</strong>ssas situações:<br />

Fome: o bebê chora muito, nenhum carinho consegue acalmá-lo e já se passaram<br />

algumas horas <strong>da</strong> última mama<strong>da</strong>: é fome. Ele só se tranquilizará <strong>de</strong>pois que<br />

estiver satisfeito.<br />

Desconforto: o bebê fica incomo<strong>da</strong><strong>do</strong> quan<strong>do</strong> sua fral<strong>da</strong> está molha<strong>da</strong>. Além<br />

disso, a cólica, o calor e o frio são também situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto.<br />

Dor: nos primeiros meses são normais as cólicas provoca<strong>da</strong>s porque engole ar<br />

durante as mama<strong>da</strong>s. O choro <strong>de</strong> <strong>do</strong>r é agu<strong>do</strong>, inconsolável e repentino. Algumas<br />

medi<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m aju<strong>da</strong>r a acalmar a <strong>do</strong>r, como massagens na barriga, movimentar<br />

as pernas em direção ao corpo e encostar a barriga <strong>do</strong> bebê na barriga <strong>da</strong> mãe.<br />

Solidão: o bebê gosta <strong>de</strong> companhia e ao sentir a falta <strong>da</strong> mãe ele chora muito.<br />

Ela <strong>de</strong>ve pegá-lo no colo, <strong>da</strong>r carinho e atenção. Você po<strong>de</strong> orientar que ele chora<br />

não por um capricho, mas por uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aconchego e carinho.<br />

Frio: muitas vezes ao trocar ou <strong>da</strong>r banho em um bebê ele começa a chorar. Isso<br />

po<strong>de</strong> ser pela sensação <strong>de</strong> frio e <strong>de</strong> nu<strong>de</strong>z repentina. A mãe <strong>de</strong>ve cobri-lo com<br />

uma toalha para acalmá-lo.<br />

Agitação: o recém-nasci<strong>do</strong> sofre diferentes estímulos: barulhos, luzes, calor, frio<br />

etc. E em certos momentos <strong>de</strong> maior tensão ele po<strong>de</strong> manifestar uma crise <strong>de</strong><br />

Continua...


Continuação<br />

choro. Nesse caso <strong>de</strong>ve-se <strong>da</strong>r colo e carinho. Alguns bebês choram antes <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmir.<br />

Você <strong>de</strong>ve orientar a não <strong>de</strong>ixá-lo chorar pensan<strong>do</strong> que assim cairá no sono<br />

pelo cansaço, pois ele precisa <strong>de</strong> tranquili<strong>da</strong><strong>de</strong> e carinho para <strong>do</strong>rmir.<br />

Cólicas:<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Em geral, começam no fim <strong>da</strong> terceira semana <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e vão até o fim<br />

<strong>do</strong> terceiro mês. O bebê chora e se contorce, melhora quan<strong>do</strong> suga<br />

o peito e volta a chorar. Isso faz com que a mãe pense que é fome e<br />

po<strong>de</strong> levá-la a substituir o leite materno por mama<strong>de</strong>ira.<br />

Você <strong>de</strong>ve orientar para que a mãe e familiares não confun<strong>da</strong>m a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sugar, que melhora por um tempo as cólicas, com a fome.<br />

Orientar ain<strong>da</strong> a não usar medicamentos sem orientação <strong>da</strong> equipe<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, pois po<strong>de</strong>m ser perigosos para o bebê, por conter substâncias<br />

que po<strong>de</strong>m causar sonolência.<br />

Para aliviar as cólicas por alguns momentos, orientar para fazer massagens<br />

na barriga no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong>s ponteiros <strong>do</strong> relógio e movimentar as<br />

pernas em direção à barriga. Fazer compressas secas e mornas, aconchegar<br />

o bebê no colo <strong>da</strong> mãe também po<strong>de</strong>m aju<strong>da</strong>r a acalmar a <strong>do</strong>r.<br />

Regurgitação:<br />

É comum e consiste na <strong>de</strong>volução frequente <strong>de</strong> pequeno volume <strong>de</strong><br />

leite logo após as mama<strong>da</strong>s. Quase sempre, o leite volta ain<strong>da</strong> sem<br />

ter sofri<strong>do</strong> ação <strong>do</strong> suco gástrico. Se o ganho <strong>de</strong> peso <strong>do</strong> bebê for<br />

satisfatório, é uma situação normal.<br />

Soluços e espirros:<br />

Os soluços são frequentes quan<strong>do</strong> a criança está <strong>de</strong>scoberta e com<br />

frio, na hora <strong>do</strong> banho e às vezes após as mama<strong>da</strong>s. Não provoca ne-<br />

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36<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

nhum mal e param sozinhos. Os espirros ocorrem frequentemente e<br />

não <strong>de</strong>vem ser atribuí<strong>do</strong>s a resfria<strong>do</strong>s.<br />

Hidratação:<br />

As crianças amamenta<strong>da</strong>s exclusivamente no seio não necessitam <strong>de</strong><br />

água, chás, sucos ou outros leites que não o <strong>do</strong> peito nos intervalos<br />

<strong>da</strong>s mama<strong>da</strong>s.<br />

Quan<strong>do</strong> a criança estiver toman<strong>do</strong> mama<strong>de</strong>ira, oferecer nos intervalos<br />

água filtra<strong>da</strong> e fervi<strong>da</strong>.<br />

Orientações a serem <strong>da</strong><strong>da</strong>s sobre os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com o bebê<br />

No banho:<br />

Deve ser diário e nos horários mais quentes, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser várias vezes<br />

no dia, principalmente nos lugares <strong>de</strong> clima quente. Sempre com<br />

água morna, limpa e sabonete neutro. É importante testar a temperatura<br />

<strong>da</strong> água antes <strong>de</strong> colocar a criança no banho.<br />

Enxugar bem, principalmente nas regiões <strong>de</strong> <strong>do</strong>bras, para evitar as<br />

assaduras.<br />

Não usar perfume, óleos industrializa<strong>do</strong>s e talco na pele <strong>do</strong> bebê,<br />

pelo risco <strong>de</strong> aspiração <strong>do</strong> talco e por causar alergias.<br />

As unhas <strong>do</strong> bebê <strong>de</strong>vem ser corta<strong>da</strong>s para evitar arranhões e acúmulo<br />

<strong>de</strong> sujeiras.<br />

Na troca <strong>de</strong> fral<strong>da</strong>s:<br />

A ca<strong>da</strong> troca <strong>de</strong> fral<strong>da</strong>s, limpar com água morna e limpa, mesmo que<br />

o bebê só tenha urina<strong>do</strong>. Não <strong>de</strong>ixar passar muito tempo sem trocálas,<br />

pois o contato <strong>da</strong>s fezes ou <strong>da</strong> urina com a pele <strong>de</strong>lica<strong>da</strong> <strong>do</strong> bebê


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

provoca assaduras e irritações. Não usar talco ou perfume, pois po<strong>de</strong>m<br />

causar alergias.<br />

Uma medi<strong>da</strong> que po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r a melhorar a assadura é <strong>de</strong>ixar o bebê<br />

sem fral<strong>da</strong>s para tomar banho <strong>de</strong> sol, até as 10 horas <strong>da</strong> manhã e<br />

após as 16 horas, por cinco minutos. O sol tem uma ação <strong>de</strong> matar<br />

os micro-organismos e aju<strong>da</strong> a proteger a pele <strong>da</strong><br />

irritação provoca<strong>da</strong> pelo contato <strong>da</strong> urina e<br />

<strong>da</strong>s fezes.<br />

Nos casos em que as assaduras não apresentarem<br />

melhora, isso po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ver-se à<br />

<strong>de</strong>rmatite por fral<strong>da</strong>, , que é uma irritação<br />

na pele causa<strong>da</strong> pelo contato com<br />

a urina e fezes reti<strong>da</strong>s pelas fral<strong>da</strong>s e<br />

plásticos. É observa<strong>da</strong> uma vermelhidão<br />

<strong>de</strong> pele, com <strong>de</strong>scamação,<br />

aspecto brilhante e, eventualmente,<br />

com pontinhos eleva<strong>do</strong>s, e fica restrita<br />

às regiões cobertas pelas fral<strong>da</strong>s.<br />

Nesses casos, orientar para procurar a<br />

UBS, para i<strong>de</strong>ntificar a causa e iniciar o<br />

tratamento.<br />

Com o umbigo:<br />

O coto umbilical cairá espontaneamente entre o 5º e o 14º dia <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong>. Alguns recém-nasci<strong>do</strong>s apresentam um umbigo grosso e gelatinoso,<br />

que po<strong>de</strong>rá retar<strong>da</strong>r sua que<strong>da</strong> até em torno <strong>de</strong> 25 dias. Po<strong>de</strong><br />

ocorrer discreto sangramento após a que<strong>da</strong> <strong>do</strong> coto umbilical, que<br />

não requer cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s especiais.<br />

Os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com o coto umbilical são importantes para evitar infecções.<br />

A limpeza <strong>de</strong>ve ser diária durante o banho e <strong>de</strong>ixar sempre seco.<br />

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38<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Não se <strong>de</strong>vem usar as faixas ou esparadrapos, pois não <strong>de</strong>ixam o umbigo<br />

secar, além <strong>de</strong> dificultar a respiração <strong>do</strong> bebê. Também não se<br />

<strong>de</strong>ve colocar no local ervas, fumo, frutas, moe<strong>da</strong>s ou qualquer outro<br />

objeto.<br />

Se observar o aparecimento <strong>de</strong> secreção, sangue ou cheiro <strong>de</strong>sagradável<br />

no coto umbilical, é preciso orientar que a mãe leve o bebê à UBS.<br />

Hérnia umbilical:<br />

É uma alteração na cicatriz umbilical. Após a que<strong>da</strong> <strong>do</strong> coto umbilical,<br />

quan<strong>do</strong> o bebê chora, é possível ver que o umbigo fica estufa<strong>do</strong>.<br />

Orientar a não usar faixas, esparadrapos ou colocar moe<strong>da</strong>s, pois não<br />

têm nenhum efeito e po<strong>de</strong>m dificultar a respiração <strong>do</strong> bebê ou causar<br />

irritação na pele. Na gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s casos a hérnia umbilical<br />

regri<strong>de</strong> naturalmente sem necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer intervenção. De<br />

qualquer forma, <strong>de</strong>ve-se orientar para procurar a UBS para avaliação.<br />

Hérnia inguinal:<br />

É uma bola que aparece na virilha, principalmente quan<strong>do</strong> o bebê<br />

chora. Caso seja confirma<strong>da</strong> a presença <strong>da</strong> hérnia, o tratamento é cirúrgico<br />

e você <strong>de</strong>ve orientar para procurar a UBS.<br />

Outros cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s:<br />

A higiene <strong>do</strong> ambiente, <strong>da</strong>s roupas, <strong>do</strong>s objetos usa<strong>do</strong>s pelo bebê é<br />

muito importante, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que ele tem poucas <strong>de</strong>fesas e po<strong>de</strong><br />

ter infecções. É preciso, então, orientar para que as pessoas tenham<br />

o entendimento <strong>da</strong> relação <strong>da</strong> sujeira com a presença <strong>de</strong> micro-organismos<br />

causa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças.<br />

Quem cui<strong>da</strong> <strong>do</strong> bebê <strong>de</strong>ve lavar bem as mãos, com água e sabão,<br />

antes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>.


As roupas e fral<strong>da</strong>s <strong>de</strong>vem ser bem lava<strong>da</strong>s, enxagua<strong>da</strong>s e, sempre<br />

que possível, coloca<strong>da</strong>s ao sol para secar e <strong>de</strong>vem ser passa<strong>da</strong>s com<br />

ferro quente. Orientar para lavá-las com sabão neutro e evitar o uso<br />

<strong>de</strong> amaciantes.<br />

Ao perceber as condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> família na visita <strong>do</strong>miciliar, você<br />

po<strong>de</strong> verificar a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a casa mais areja<strong>da</strong> e ilumina<strong>da</strong>.<br />

Estu<strong>da</strong>r em conjunto com a família formas <strong>de</strong> diminuir a poeira e<br />

fumaça (fogões à lenha e cigarros) <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> casa.<br />

Nos locais on<strong>de</strong> há malária, filariose, <strong>de</strong>ngue, febre amarela e <strong>do</strong>ença<br />

<strong>de</strong> Chagas, é necessário o uso <strong>de</strong> mosquiteiros. Sua orientação e ação<br />

também po<strong>de</strong>m ser complementa<strong>da</strong>s pelas <strong>do</strong> agente <strong>de</strong> controle<br />

<strong>de</strong> en<strong>de</strong>mias.<br />

TRIAGEM NEONATAL<br />

O teste <strong>do</strong> pezinho, <strong>da</strong> orelhinha e <strong>do</strong> olhinho fazem parte <strong>do</strong> Programa<br />

Nacional <strong>de</strong> Triagem Neonatal (recém-nasci<strong>do</strong>), cria<strong>do</strong> em 2001<br />

pelo <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, com objetivo <strong>de</strong> diagnosticar diversas <strong>do</strong>enças<br />

e a tempo <strong>de</strong> fazer o tratamento precocemente, reduzin<strong>do</strong> ou<br />

eliminan<strong>do</strong> sequelas, como o retar<strong>do</strong> mental, sur<strong>de</strong>z e cegueira.<br />

Teste <strong>do</strong> pezinho<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Você <strong>de</strong>ve orientar a sua realização imediatamente<br />

entre o terceiro e o sétimo dia <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> bebê.<br />

A partir <strong>de</strong>sse prazo, oriente para fazer o exame o<br />

mais ce<strong>do</strong> possível, preferencialmente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 30<br />

dias após o nascimento.<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

O exame revela <strong>do</strong>enças que po<strong>de</strong>m causar graves<br />

problemas ao <strong>de</strong>senvolvimento e crescimento <strong>do</strong><br />

bebê, que são irreversíveis se não diagnostica<strong>da</strong>s e<br />

logo trata<strong>da</strong>s. Por isso a importância <strong>da</strong> sua realização o<br />

mais ce<strong>do</strong> possível.<br />

Teste <strong>da</strong> orelhinha<br />

É um exame que po<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar precocemente se o bebê tem algum<br />

problema <strong>de</strong> audição. Ele é realiza<strong>do</strong> no próprio berçário, quan<strong>do</strong> o<br />

bebê está quieto <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong>, <strong>de</strong> preferência nas primeiras 48 horas <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong>, mas po<strong>de</strong> ser feito após alguns meses <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, em outro serviço<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> convenia<strong>do</strong>, se a materni<strong>da</strong><strong>de</strong> não tiver fonoaudiólogos<br />

para realizar o exame.<br />

O exame não dói, não incomo<strong>da</strong>, não acor<strong>da</strong> o bebê, é barato, fácil <strong>de</strong><br />

ser realiza<strong>do</strong>, não tem contraindicação e é eficaz para <strong>de</strong>tectar problemas<br />

auditivos.<br />

Informe-se na sua UBS <strong>de</strong> referência se o exame <strong>da</strong> orelhinha está<br />

disponível na re<strong>de</strong> <strong>do</strong> SUS <strong>do</strong> município e on<strong>de</strong> é realiza<strong>do</strong>.<br />

Teste <strong>do</strong> olhinho<br />

Também conheci<strong>do</strong> como exame <strong>do</strong> reflexo vermelho, ele po<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar<br />

diversos problemas nos olhos, o mais importante é a catarata<br />

congênita.<br />

Deve ser realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong> preferência ain<strong>da</strong> na materni<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas po<strong>de</strong><br />

ser feito na UBS pelo médico treina<strong>do</strong>, nos três primeiros anos <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong>.


SAÚDE BUCAL NA CRIANÇA<br />

Des<strong>de</strong> os primeiros dias <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com a saú<strong>de</strong><br />

bucal <strong>de</strong>ve ser estimula<strong>da</strong> e motiva<strong>da</strong> pelos profissionais <strong>da</strong> equipe<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. A prática <strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> saudáveis irá prevenir o aparecimento<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>enças bucais na primeira infância, repercutin<strong>do</strong> na<br />

promoção à saú<strong>de</strong> para to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>.<br />

Nesse primeiro momento, <strong>de</strong>ve-se ouvir a família e observar o comportamento<br />

<strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong>. Orientar as dúvi<strong>da</strong>s que os pais e os<br />

familiares tiverem, como: aleitamento materno; uso <strong>de</strong> bicos e chupetas;<br />

sucção digital (chupar o <strong>de</strong><strong>do</strong>); higiene bucal; uso <strong>de</strong> creme<br />

<strong>de</strong>ntal; alimentação; e manifestações mais frequentes.<br />

Dentição <strong>de</strong> leite<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Durante a vi<strong>da</strong> possuímos <strong>do</strong>is tipos diferentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntição: a <strong>de</strong> leite<br />

e a permanente. Os <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> leite aparecem por volta <strong>do</strong>s seis meses<br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Geralmente os <strong>de</strong>ntes inferiores surgem primeiro que os superiores<br />

e sempre aparecem aos pares, um esquer<strong>do</strong> e outro direito.<br />

Para que servem os <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> leite?<br />

Mastigar;<br />

Falar;<br />

Sorrir;<br />

<strong>Guia</strong>m os <strong>de</strong>ntes permanentes para nascerem;<br />

Guar<strong>da</strong>m o lugar <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes permanentes;<br />

Aju<strong>da</strong>m A as arca<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntárias a se <strong>de</strong>senvolverem (<strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

ao exercício muscular propicia<strong>do</strong> pela mastigação);<br />

Servem para começarmos a apren<strong>de</strong>r a ter higiene bucal.<br />

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42<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Os <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> leite são em número <strong>de</strong> 20:<br />

Oito incisivos: ficam na frente, sen<strong>do</strong> tanto superior quanto inferior<br />

Quatro caninos: ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s incisivos<br />

Oito molares: ficam atrás <strong>do</strong>s caninos, no fun<strong>do</strong> <strong>da</strong> boca<br />

Os <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>vem ser bem cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s, para que possamos<br />

ter os permanentes saudáveis.<br />

Higiene bucal<br />

Os bons hábitos alimentares e <strong>de</strong> higiene bucal na família irão interferir<br />

no comportamento <strong>da</strong>s crianças. Por essa razão, o ACS <strong>de</strong>ve<br />

orientar a família nos cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> higiene bucal e ain<strong>da</strong> na mu<strong>da</strong>nça<br />

<strong>de</strong> alguns hábitos alimentares, como a redução <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> açúcar no<br />

leite, em sucos ou chás.<br />

A limpeza <strong>da</strong> cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> bucal <strong>de</strong>ve ser inicia<strong>da</strong> antes mesmo <strong>da</strong><br />

erupção <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes. Deve-se orientar a utilização <strong>de</strong> um teci<strong>do</strong><br />

limpo (gaze ou fral<strong>da</strong>) ume<strong>de</strong>ci<strong>do</strong> em água filtra<strong>da</strong> ou fervi<strong>da</strong>, mas<br />

em temperatura ambiente, massagea<strong>do</strong> suavemente a gengiva.<br />

Além <strong>de</strong> higienizar a cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> bucal, esse procedimento<br />

tem o objetivo <strong>de</strong> condicionar o bebe à a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> hábitos<br />

saudáveis futuramente.<br />

Escovação:<br />

Com o aparecimento <strong>do</strong> primeiro <strong>de</strong>nte, inicia-se a fase <strong>do</strong> uso <strong>da</strong><br />

escova <strong>de</strong>ntal, que <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong> cabeça pequena e as cer<strong>da</strong>s arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

e macias, mas sem a pasta <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte. O creme <strong>de</strong>ntal com<br />

flúor só <strong>de</strong>verá ser utiliza<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> a criança souber cuspir completamente<br />

o seu excesso.<br />

Criança que ain<strong>da</strong> não sabe cuspir não <strong>de</strong>ve usar pasta <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte com


flúor, pois ela po<strong>de</strong> engolir essa pasta e vir a ter um problema conheci<strong>do</strong><br />

como fluorose, que é o aparecimento <strong>de</strong> manchas esbranquiça<strong>da</strong>s<br />

e/ou má formação <strong>de</strong>ntária. Seguir as recomen<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> equipe<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal quanto à quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> segura <strong>de</strong> creme <strong>de</strong>ntal para<br />

a criança e a frequência <strong>de</strong> escovação, pois isso é fun<strong>da</strong>mental para<br />

prevenir a cárie precoce e a fluorose.<br />

Dica: o que limpa o <strong>de</strong>nte é a ação <strong>da</strong> escovação, e não a pasta <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nte. Por isso, orientar para colocar pouca pasta <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte na escova<br />

(quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> equivalente a um grão <strong>de</strong> arroz cru).<br />

Fio <strong>de</strong>ntal:<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Até que a criança adquira coor<strong>de</strong>nação motora, o cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

com sua higiene bucal <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>lega<strong>do</strong> aos seus pais<br />

ou responsáveis.<br />

O uso <strong>do</strong> fio <strong>de</strong>ntal é tão importante quanto o uso <strong>da</strong> escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte.<br />

Ele garante a retira<strong>da</strong> <strong>do</strong>s restos <strong>de</strong> alimentos entre os <strong>de</strong>ntes e <strong>da</strong><br />

placa bacteriana. O seu uso <strong>de</strong>ve ser estimula<strong>do</strong> na medi<strong>da</strong> em que<br />

a criança for crescen<strong>do</strong> e inicia<strong>do</strong> assim que se estabelecer o espaço<br />

entre <strong>do</strong>is <strong>de</strong>ntes.<br />

Na saú<strong>de</strong> bucal o ACS <strong>de</strong>ve ain<strong>da</strong> reforçar a importância <strong>de</strong> uma alimentação<br />

saudável, sem açúcar. Incentivar o consumo <strong>de</strong> frutas, legumes<br />

e verduras e evitar alimentos industrializa<strong>do</strong>s (refrigerantes,<br />

bolachas, salgadinhos, balas, <strong>do</strong>ces, chocolates).<br />

Orientar a mãe, o pai ou quem cui<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança para ir regularmente<br />

ao serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para avaliação e prevenção <strong>de</strong> cárie.<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Alterações em saú<strong>de</strong> bucal mais frequentes nas crianças<br />

Candidíase bucal:<br />

Conheci<strong>da</strong> como “sapinho”, é uma <strong>do</strong>ença infecciosa causa<strong>da</strong> por<br />

fungos. Apresenta-se como uma placa esbranquiça<strong>da</strong> e mole que<br />

recobre a língua, bochecha ou palato mole (céu <strong>da</strong> boca mais posterior).<br />

A candidíase é encontra<strong>da</strong> com maior frequência em bebês entre<br />

zero e três meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Caso você ou a mãe i<strong>de</strong>ntifique esses<br />

sinais, oriente a procurar a UBS.<br />

Língua geográfica:<br />

São áreas lisas localiza<strong>da</strong>s na língua com margens limita<strong>da</strong>s e bem<br />

<strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s que imitam o formato <strong>de</strong> um mapa, por esse motivo que<br />

se <strong>de</strong>nomina <strong>de</strong> língua geográfica. O ACS po<strong>de</strong> ficar tranquilo ao ser<br />

questiona<strong>do</strong> sobre essa manifestação bucal, pois ela não necessita<br />

<strong>de</strong> nenhum tratamento. Porém, em caso <strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>, sempre comunique<br />

sua equipe e discuta sobre o caso para ter mais informações.<br />

Gengivite <strong>de</strong> erupção:<br />

É uma inflamação localiza<strong>da</strong> na gengiva <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao surgimento <strong>do</strong>s<br />

primeiros <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> leite. O bebê po<strong>de</strong> sentir <strong>do</strong>r, febre e recusa à<br />

alimentação. Deve-se orientar a mãe e familiares que essa situação é<br />

comum e que o bebê po<strong>de</strong> ficar irrita<strong>do</strong>, mais choroso e precisar <strong>de</strong><br />

mais carinho e atenção. O ACS po<strong>de</strong> indicar algumas medi<strong>da</strong>s caseiras,<br />

como chá gela<strong>do</strong> <strong>de</strong> camomila ou malva e procurar o <strong>de</strong>ntista <strong>da</strong><br />

área.<br />

Hematoma <strong>de</strong> erupção:<br />

É uma lesão <strong>de</strong> coloração azula<strong>da</strong> na região <strong>do</strong> <strong>de</strong>nte que está nas-


O QUE OBSERVAR COMO ORIENTAR O QUE FAZER<br />

As crianças que mamam no<br />

peito têm melhor <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>da</strong> fala, <strong>da</strong> respiração e<br />

<strong>da</strong> formação <strong>da</strong> <strong>de</strong>ntição.<br />

Porque o movimento <strong>de</strong> sucção que<br />

a criança faz para mamar fortalece<br />

os músculos <strong>da</strong> face (rosto).<br />

O uso <strong>de</strong> mama<strong>de</strong>iras. Deve-se <strong>de</strong>sestimular o uso <strong>de</strong><br />

mama<strong>de</strong>ira por quê?<br />

- Com o uso prolonga<strong>do</strong> <strong>da</strong> mama<strong>de</strong>ira,<br />

a criança acostuma com uma<br />

alimentação mole e a<strong>do</strong>cica<strong>da</strong>,<br />

recusan<strong>do</strong> futuramente comer<br />

frutas e verduras, importantes para<br />

a saú<strong>de</strong> bucal.<br />

- O bebê exercita pouco os músculos<br />

<strong>da</strong> face, prejudican<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>do</strong>s músculos faciais.<br />

- Se a mama<strong>de</strong>ira for mal lava<strong>da</strong>,<br />

há risco <strong>de</strong> contaminação <strong>do</strong> leite.<br />

Mães que usam a mama<strong>de</strong>ira<br />

como recurso para acalmar e<br />

a<strong>do</strong>rmecer a criança.<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

cen<strong>do</strong>. Os pais, geralmente, ficam preocupa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à coloração,<br />

mas é importante tranquilizá-los, pois não é <strong>do</strong>lori<strong>do</strong> e não necessita<br />

<strong>de</strong> tratamento.<br />

Informações importantes sobre a saú<strong>de</strong> bucal:<br />

Esse hábito aumenta o risco <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolver cárie pelo acúmulo <strong>de</strong><br />

leite na boca.<br />

Orientar, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as primeiras<br />

visitas, a mãe, o pai ou quem cui<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> criança para não<br />

utilizar mama<strong>de</strong>ira.<br />

Estimular o aleitamento materno<br />

exclusivo até os seis meses <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Orientar a mãe, o pai ou quem<br />

cui<strong>da</strong> <strong>da</strong> criança para utilizar um<br />

copinho em vez <strong>de</strong> mama<strong>de</strong>ira.<br />

Não se <strong>de</strong>ve aumentar o orifício <strong>do</strong><br />

bico <strong>da</strong> mama<strong>de</strong>ira, isso aumenta<br />

o fluxo <strong>de</strong> leite fazen<strong>do</strong> com que<br />

a criança se satisfaça nutricionalmente<br />

em menor tempo e com<br />

menor esforço, fato que prejudica<br />

o impulso <strong>de</strong> sucção fun<strong>da</strong>mental<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> face e<br />

cavi<strong>da</strong><strong>de</strong> bucal.<br />

Continua...<br />

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46<br />

Continuação<br />

O QUE OBSERVAR COMO ORIENTAR O QUE FAZER<br />

Criança que vai <strong>do</strong>rmir à noite<br />

sem a higienização <strong>da</strong> boca.<br />

Uso contínuo<br />

<strong>da</strong> chupeta.<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

ATENÇÃO: o ACS <strong>de</strong>ve i<strong>de</strong>ntificar e conhecer o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

disponível na sua área <strong>de</strong> abrangência, para orientar às famílias<br />

sobre como ter acesso a esse serviço.<br />

ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E<br />

DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA<br />

Crescimento<br />

É o aumento <strong>do</strong> corpo como um to<strong>do</strong>. A altura faz parte <strong>do</strong> crescimento,<br />

que é a medi<strong>da</strong> em centímetros, e o peso, em quilogramas.<br />

Desenvolvimento<br />

Quan<strong>do</strong> a criança <strong>do</strong>rme,<br />

tem uma diminuição <strong>da</strong> saliva,<br />

reduzin<strong>do</strong> a proteção natural que ela<br />

exerce sobre os <strong>de</strong>ntes, aumentan<strong>do</strong><br />

o risco <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> cárie,<br />

também conheci<strong>da</strong> como cárie <strong>da</strong><br />

mama<strong>de</strong>ira.<br />

Vai afetar o posicionamento <strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>ntes e <strong>da</strong> língua, o que traz<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para a criança engolir a<br />

saliva, os alimentos e a respirar pelo<br />

nariz corretamente.<br />

Orientar para limpar a boca, a<br />

gengiva e a língua com um teci<strong>do</strong><br />

macio (gaze ou fral<strong>da</strong>) ume<strong>de</strong>ci<strong>do</strong><br />

em água filtra<strong>da</strong> ou fervi<strong>da</strong>, fazen<strong>do</strong><br />

movimentos suaves. A limpeza<br />

<strong>da</strong> boca é fun<strong>da</strong>mental à noite,<br />

mas também <strong>de</strong>ve ser feita após<br />

ca<strong>da</strong> mama<strong>da</strong>.<br />

Orientar para não <strong>da</strong>r a<br />

chupeta para a criança.<br />

É o amadurecimento <strong>da</strong>s funções <strong>do</strong> corpo. É o que faz com que a<br />

criança apren<strong>da</strong> a segurar objetos, relacionar sons e comportamentos,<br />

falar, an<strong>da</strong>r, coor<strong>de</strong>nar seus movimentos e ações, sentir, pensar e<br />

se relacionar com os outros e com o meio a sua volta.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

O acompanhamento <strong>do</strong> crescimento e <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> criança<br />

faz parte <strong>da</strong> consulta na UBS e também <strong>de</strong>ve ser acompanha<strong>do</strong><br />

por você durante a visita <strong>do</strong>miciliar (VD). Na VD é importante observar<br />

como as mães li<strong>da</strong>m com seus filhos: se conversam com eles, se<br />

brincam. Não é necessário que ela fique o tempo to<strong>do</strong> em casa, mas<br />

é importante que quem a substituir possa ter tempo para conversar<br />

com a criança, mesmo durante os trabalhos <strong>de</strong> casa.<br />

CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA<br />

A Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Criança existe para acompanhar e avaliar<br />

o crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento e a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> criança até os 10<br />

anos. Existe uma ca<strong>de</strong>rneta para meninas e outra para meninos porque<br />

o seu crescimento é diferente.<br />

Você po<strong>de</strong> ter uma cópia <strong>da</strong> ficha vacinal e <strong>do</strong> gráfico <strong>de</strong> crescimento<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> criança, essa cópia é conheci<strong>da</strong> como cartão sombra ou cartão<br />

espelho. Isso lhe aju<strong>da</strong>rá no acompanhamento sobre a saú<strong>de</strong> e o<br />

crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> criança, a ca<strong>da</strong> visita.<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

INFORMAÇÕES IMPORTANTES A SEREM<br />

VERIFICADAS SE CONSTAM NA CADERNETA DE<br />

SAÚDE DA CRIANÇA<br />

No Brasil, a Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Criança é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> um <strong>do</strong>cumento.<br />

Ela contém diversas instruções, entre elas: <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>da</strong> criança, orientações relaciona<strong>da</strong>s ao crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

amamentação e calendário vacinal.<br />

Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e <strong>do</strong> nascimento <strong>da</strong> criança:<br />

Nome completo <strong>da</strong> criança e <strong>do</strong>s pais;<br />

Local on<strong>de</strong> mora (não se esquecer <strong>de</strong> indicar um ponto que aju<strong>de</strong> a encontrar a<br />

casa <strong>da</strong> criança);<br />

Como nasceu: se em hospital, centro <strong>de</strong> parto natural ou em casa, com parteira;<br />

se foi parto normal ou cesárea; qual o peso e o comprimento; qual o APGAR (que<br />

varia <strong>de</strong> 0 a 10 e quanto mais alto melhores foram as condições <strong>do</strong> nascimento);<br />

qual o perímetro cefálico (que é a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> cabeça <strong>da</strong> criança, que na maioria<br />

<strong>do</strong>s recém-nasci<strong>do</strong>s fica entre 32 e 36 cm).<br />

Gráficos <strong>de</strong> crescimento para crianças<br />

Interpretação <strong>do</strong>s gráficos <strong>de</strong> crescimento para crianças:<br />

O esta<strong>do</strong> nutricional, em to<strong>da</strong>s as fases <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, é avalia<strong>do</strong> a partir<br />

<strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> peso e altura. Para saber se a pessoa será classifica<strong>da</strong><br />

como saudável, é necessário que se façam comparações com uma<br />

referência basea<strong>da</strong> em uma população saudável. Uma <strong>da</strong>s maneiras<br />

<strong>de</strong> realizar essa comparação é por meio <strong>de</strong> gráficos. A Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Criança e a <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente apresentam gráficos para essa<br />

avaliação. As curvas <strong>de</strong> peso para i<strong>da</strong><strong>de</strong>, altura para i<strong>da</strong><strong>de</strong> e Índice<br />

<strong>de</strong> Massa Corporal (IMC) para i<strong>da</strong><strong>de</strong> mostram se o peso, a altura e o<br />

IMC <strong>da</strong> criança ou a<strong>do</strong>lescente estão compatíveis com os valores <strong>de</strong>


pessoas que se encontram na mesma i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Para usar esses gráficos, algumas informações são necessárias, <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com o gráfico utiliza<strong>do</strong>: peso, estatura, i<strong>da</strong><strong>de</strong> e sexo. Os meninos<br />

têm gráficos na cor azul, enquanto as meninas têm gráficos na<br />

cor rosa. Fique atento também para o fato <strong>de</strong> que ca<strong>da</strong> gráfico se<br />

<strong>de</strong>stina a uma faixa etária diferente: alguns gráficos são para crianças<br />

menores <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos, outros para crianças entre <strong>do</strong>is e cinco anos<br />

incompletos e outros gráficos para crianças <strong>de</strong> cinco a <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Peso para i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Esse gráfico faz uma avaliação <strong>do</strong> peso <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

pessoa no momento <strong>da</strong> avaliação. Para utilizá-lo, o primeiro passo é<br />

pesar a criança ou a<strong>do</strong>lescente. Depois disso, anote o valor <strong>do</strong> peso<br />

com a <strong>da</strong>ta. Além <strong>do</strong> peso, é necessário saber a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> criança em<br />

anos e meses. É muito importante que meninos e meninas tenham<br />

os gráficos certos, já que o <strong>de</strong>senvolvimento e o crescimento são<br />

diferentes para os <strong>do</strong>is grupos. Com os valores <strong>de</strong> peso e i<strong>da</strong><strong>de</strong> nas<br />

mãos, abra o gráfico.<br />

A seguir, temos como exemplo um gráfico <strong>de</strong> peso para i<strong>da</strong><strong>de</strong> para<br />

menores <strong>de</strong> cinco anos. Note que ele é azul, então se refere a um<br />

menino. Na linha horizontal (<strong>de</strong>ita<strong>da</strong>), estão <strong>de</strong>scritos os valores <strong>de</strong><br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>; nessa linha, localize a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> criança. Na linha vertical (<strong>de</strong><br />

pé), estão <strong>de</strong>scritas as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> peso em quilogramas; localize o<br />

peso <strong>da</strong> criança encontra<strong>do</strong> na pesagem. Marca<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>is pontos,<br />

faça uma linha horizontal sain<strong>do</strong> <strong>da</strong> marcação <strong>do</strong> peso e uma linha<br />

vertical sain<strong>do</strong> <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pessoa. As duas linhas <strong>de</strong>vem se cruzar.<br />

Esse ponto on<strong>de</strong> as linhas se cruzam irá proporcionar a classificação<br />

<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> nutricional <strong>de</strong>ssa criança no dia em que se realizou a pesagem.<br />

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50<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Após colocar o ponto no gráfico <strong>de</strong> peso por i<strong>da</strong><strong>de</strong>, é necessário fazer<br />

avaliação <strong>de</strong>ssa informação, conforme a <strong>de</strong>scrição abaixo:<br />

Abaixo <strong>da</strong> linha <strong>do</strong> -3 (equivalente ao percentil 0,1): peso muito baixo para a<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Acima ou sobre a linha <strong>do</strong> -3 (equivalente ao percentil 0,1) e abaixo <strong>da</strong> linha <strong>do</strong><br />

-2 (equivalente ao percentil 3): o peso está baixo para a i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Acima ou sobre a linha <strong>do</strong> -2 (equivalente ao percentil 3) e abaixo ou sobre a<br />

linha <strong>do</strong> +2 (equivalente ao percentil 97): o peso está a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para a i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Acima <strong>da</strong> linha <strong>do</strong> +2 (equivalente ao percentil 97): o peso está eleva<strong>do</strong> para a i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Tanto as situações <strong>de</strong> muito baixo peso e baixo peso como os casos<br />

<strong>de</strong> peso eleva<strong>do</strong> para i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser encaminha<strong>do</strong>s a sua equipe<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para consulta.<br />

Estatura para i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Esse gráfico faz uma avaliação <strong>da</strong> altura com a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pessoa no<br />

momento <strong>da</strong> avaliação. Para utilizar o gráfico, o primeiro passo é medir<br />

a altura <strong>da</strong> criança ou a<strong>do</strong>lescente. Depois disso, anote o valor<br />

<strong>da</strong> altura com a <strong>da</strong>ta. Além <strong>da</strong> altura, é necessário saber a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

criança em anos e meses.<br />

A seguir, temos como exemplo um gráfico <strong>de</strong> estatura para i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Note que ele é rosa, então se refere a uma menina. Na linha horizontal<br />

(<strong>de</strong>ita<strong>da</strong>), estão <strong>de</strong>scritos os valores <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>; nessa linha, localize<br />

a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> criança. Na linha vertical (<strong>de</strong> pé), estão <strong>de</strong>scritas as medi<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> altura em centímetros; localize a altura avalia<strong>da</strong>. Marca<strong>do</strong>s os<br />

<strong>do</strong>is pontos, faça uma linha horizontal sain<strong>do</strong> <strong>da</strong> altura e uma linha<br />

vertical sain<strong>do</strong> <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. As duas linhas <strong>de</strong>vem se cruzar. Esse ponto<br />

on<strong>de</strong> as linhas se cruzam irá proporcionar a classificação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

nutricional <strong>de</strong>ssa criança no dia em que se realizou a avaliação.<br />

Após colocar o ponto no gráfico <strong>de</strong> estatura por i<strong>da</strong><strong>de</strong>, é necessário<br />

fazer avaliação <strong>de</strong>ssa informação conforme a <strong>de</strong>scrição abaixo:<br />

Abaixo <strong>da</strong> linha <strong>do</strong> -3 (equivalente ao percentil 0,1): a altura está muito baixa<br />

para a i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Acima ou sobre a linha <strong>do</strong> -3 (equivalente ao percentil 0,1) e abaixo <strong>da</strong> linha <strong>do</strong><br />

-2 (equivalente ao percentil 3): a altura está baixa para a i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Acima ou sobre a linha <strong>do</strong> -2 (equivalente ao percentil 3): a altura está a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong><br />

para a i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

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52<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Crianças ou a<strong>do</strong>lescentes que são classifica<strong>do</strong>s abaixo <strong>da</strong> linha <strong>do</strong><br />

-2 <strong>de</strong>vem ser encaminha<strong>do</strong>s para consulta com um profissional <strong>da</strong><br />

equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

IMC para i<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

O IMC (Índice <strong>de</strong> Massa Corporal) avalia a proporção entre o peso e<br />

altura e po<strong>de</strong> ser avalia<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> nascimento até<br />

os 19 anos. Para utilizar o gráfico, o primeiro passo é medir a altura<br />

<strong>da</strong> criança ou a<strong>do</strong>lescente; <strong>de</strong>pois, <strong>de</strong>ve-se obter o peso <strong>da</strong> pessoa<br />

no momento <strong>da</strong> avaliação. Anote o valor <strong>da</strong> altura e <strong>do</strong> peso com<br />

a <strong>da</strong>ta. Para essa avaliação, também é necessário saber a i<strong>da</strong><strong>de</strong> em<br />

anos e meses. Com os valores <strong>de</strong> altura e peso, calcule o IMC a partir<br />

<strong>da</strong> seguinte fórmula:<br />

IMC =<br />

Peso (em quilos)<br />

Altura x Altura<br />

Note que a medi<strong>da</strong> <strong>do</strong> peso <strong>de</strong>ve estar em quilogramas e a <strong>da</strong> altura<br />

em metros. Portanto, divi<strong>da</strong> o valor <strong>do</strong> peso pelo quadra<strong>do</strong> <strong>da</strong> altura,<br />

isto é, a medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> altura multiplica<strong>da</strong> por ela mesma.<br />

A seguir, temos como exemplo um gráfico <strong>de</strong> IMC para i<strong>da</strong><strong>de</strong> para<br />

indivíduos <strong>do</strong>s 5 aos 19 anos. Note que o gráfico é azul, então se<br />

refere a um menino. Na linha horizontal (<strong>de</strong>ita<strong>da</strong>), estão <strong>de</strong>scritos<br />

os valores <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>; nessa linha, localize a i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> criança ou<br />

a<strong>do</strong>lescente. Na linha vertical (<strong>de</strong> pé), estão <strong>de</strong>scritos os valores <strong>de</strong><br />

IMC; localize o valor <strong>do</strong> IMC calcula<strong>do</strong>. Marca<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>is pontos,<br />

faça uma linha horizontal sain<strong>do</strong> <strong>do</strong> valor <strong>de</strong> IMC e uma linha vertical<br />

sain<strong>do</strong> <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. As duas linhas <strong>de</strong>vem se cruzar. Esse ponto<br />

on<strong>de</strong> as linhas se cruzam irá proporcionar a classificação <strong>do</strong> esta<strong>do</strong><br />

nutricional <strong>de</strong>ssa criança ou a<strong>do</strong>lescente no dia em que se realizou<br />

a avaliação.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Após colocar o ponto no gráfico <strong>de</strong> IMC por i<strong>da</strong><strong>de</strong>, é necessário fazer<br />

avaliação <strong>de</strong>ssa informação conforme a <strong>de</strong>scrição abaixo:<br />

Abaixo <strong>da</strong> linha <strong>do</strong> -3 (ou <strong>do</strong> percentil 0,1): IMC muito baixo para a i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Acima ou sobre a linha <strong>do</strong> -3 (equivalente ao percentil 0,1) e abaixo <strong>da</strong> linha <strong>do</strong><br />

-2 (equivalente ao percentil 3): o IMC está baixo para a i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Acima ou sobre a linha <strong>do</strong> -2 (equivalente ao percentil 3) e abaixo ou sobre a<br />

linha <strong>do</strong> +2 (equivalente ao percentil 97): o IMC está a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para a i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Acima <strong>da</strong> linha <strong>do</strong> +2 (equivalente ao percentil 97): o IMC está eleva<strong>do</strong> para a<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>; a criança ou a<strong>do</strong>lescente apresenta excesso <strong>de</strong> peso.<br />

ATENÇÃO: <strong>de</strong>ve-se estar sempre atento para a evolução <strong>do</strong> crescimento<br />

<strong>da</strong> criança. Se a linha <strong>de</strong> crescimento registra<strong>da</strong> no gráfico <strong>de</strong><br />

crescimento estiver <strong>de</strong>scen<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong>s atendimentos, trata-se<br />

<strong>de</strong> um sinal <strong>de</strong> alerta, já que a criança está se aproximan<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma<br />

situação <strong>de</strong> baixo peso por i<strong>da</strong><strong>de</strong> ou <strong>de</strong> baixa estatura por i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Da<br />

mesma forma, caso uma criança apresente um contínuo ganho <strong>de</strong><br />

peso e estiver se aproximan<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vez mais <strong>da</strong>s linhas superiores <strong>do</strong><br />

gráfico, o caso também requer uma atenção maior.<br />

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54<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Para mais informações sobre esse assunto, consulte a Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Criança, Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Atenção Básica (CAB) <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

Criança e os materiais <strong>do</strong> Sistema <strong>de</strong> Vigilância Alimentar e Nutricional<br />

(Sisvan), disponíveis no site: www.sau<strong>de</strong>.gov.br/nutricao.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

Para acompanhar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> criança, é preciso observar<br />

as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que a maioria <strong>de</strong>las é capaz <strong>de</strong> fazer nas diferentes i<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Procure ter acesso a essa parte <strong>da</strong> Ca<strong>de</strong>rneta, que o médico e a<br />

enfermeira preenchem.<br />

Para as crianças com baixo ou muito baixo peso e eleva<strong>do</strong><br />

peso, é preciso conversar mais com os pais, para saber como é<br />

o dia a dia <strong>de</strong>las:<br />

Como brincam; como se alimentam; como está a curva <strong>de</strong> peso;<br />

se tomam sol; se brincam ao ar livre; se ficam <strong>do</strong>entes; quem toma<br />

conta; o que os pais e/ou cui<strong>da</strong><strong>do</strong>res ensinam e conversam; se<br />

têm acesso à água limpa e trata<strong>da</strong>; se o quintal e a rua são limpos.<br />

Essas crianças irão precisar <strong>de</strong> mais visitas <strong>do</strong>miciliares e <strong>de</strong>verão<br />

ser orienta<strong>da</strong>s para procurar a UBS.<br />

Vacinas <strong>da</strong> criança<br />

Esquema <strong>de</strong> vacinação <strong>da</strong> criança:<br />

A vacinação é uma importante ação para diminuir <strong>do</strong>enças e mortes<br />

por <strong>do</strong>enças infecciosas.<br />

Você <strong>de</strong>verá solicitar a Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Criança e verificar o<br />

esquema vacinal.


Obs.: o esquema vacinal po<strong>de</strong> ser altera<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempos em tempos<br />

ou sofrer a<strong>da</strong>ptações regionais. Recomen<strong>da</strong>-se que você sempre<br />

converse com a enfermeira ou com o médico <strong>da</strong> sua equipe<br />

para se manter atualiza<strong>do</strong>(a) sobre o esquema vacinal a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong><br />

em seu município.<br />

IDADE VACINAS DOSES DOENÇAS EVITADAS<br />

Ao nascer<br />

BCG-ID<br />

Vacina contra hepatite B<br />

Dose única Formas graves <strong>de</strong> tuberculose<br />

1 1ª <strong>do</strong>se Hepatite B<br />

1 mês Vacina contra hepatite B 2ª <strong>do</strong>se Hepatite B<br />

VORH (vacina oral <strong>de</strong> rotavírus humano) 2 1ª <strong>do</strong>se Diarreia por rotavírus<br />

2 meses<br />

4 meses<br />

6 meses<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

VOP (vacina oral contra pólio) 1ª <strong>do</strong>se Poliomielite (paralisia infantil)<br />

Vacina Tetravalente (DPT+Hib) 3 1ª <strong>do</strong>se<br />

Difteria, tétano, coqueluche, meningite<br />

e outras infecções causa<strong>da</strong>s por<br />

Haemophilus influenza tipo b<br />

VORH (vaciona oral <strong>de</strong> rotavírus humano) 4 2ª <strong>do</strong>se Diarreia por rotavírus<br />

VOP (vacina oral contra pólio) 2ª <strong>do</strong>se Poliomielite (paralisia infantil)<br />

Vacina Tetravalente (DTO+Hib) 2ª <strong>do</strong>se<br />

Difteria, tétano, coqueluche, meningite<br />

e outras infecções causa<strong>da</strong>s por<br />

Haemophilus influenza tipo b<br />

VOP (vacina oral contra pólio) 3ª <strong>do</strong>se Poliomielite (paralisia infantil)<br />

Vacina Tetravalente (DTO+Hib) 3ª <strong>do</strong>se<br />

Difteria, tétano, coqueluche, meningite<br />

e outras infecções causa<strong>da</strong>s por<br />

Haemophilus influenza tipo b<br />

Vacina contra hepatite B 3ª <strong>do</strong>se Hepatite B<br />

IDADE VACINAS DOSES DOENÇAS EVITADAS<br />

9 meses Vacina contra febre amarela amarela5 Dose inicial Febre amarela<br />

12 meses SRC (tríplice oral) 1ª <strong>do</strong>se Sarampo, rubéola e caxumba<br />

15 meses<br />

VOP (vacina oral contra pólio)<br />

DPT (tríplice bacteriana)<br />

Reforço<br />

1° reforço<br />

Poliomielite (paralisia infantil)<br />

Difteria, tétano e coqueluche<br />

4-6 anos<br />

DPT (tríplice bacteriana)<br />

SRC (tríplice oral)<br />

2° Reforço<br />

Reforço<br />

Difteria, tétano e coqueluche<br />

Sarampo, rubéola e caxumba<br />

10 anos Vacina contra febre amarela Reforço Febre amarela amarela1 1 A primeira <strong>do</strong>se <strong>da</strong> vacina contra hepatite B <strong>de</strong>ve ser administra<strong>da</strong> na materni<strong>da</strong><strong>de</strong>, nas primeiras 12<br />

horas <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong>. O esquema básico se constitui <strong>de</strong> três <strong>do</strong>ses, com intervalos <strong>de</strong> 30<br />

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56<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

dias <strong>da</strong> primeira para a segun<strong>da</strong> <strong>do</strong>se e 180 dias <strong>da</strong> primeira para a terceira <strong>do</strong>se.<br />

2 É possível administrar a primeira <strong>do</strong>se <strong>da</strong> vacina oral <strong>de</strong> rotavírus humano a partir <strong>de</strong> 1 mês e 15 dias<br />

a 3 meses e 7 dias <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> (6 a 14 semanas <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>).<br />

3 O esquema <strong>de</strong> vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> com a vacina tetravalente e <strong>do</strong>is<br />

reforços com a tríplice bacteriana (DTP). O primeiro reforço aos 15 meses e o segun<strong>do</strong>, entre 4 e 6 anos.<br />

4 É possível administrar a segun<strong>da</strong> <strong>do</strong>se <strong>da</strong> vacina oral <strong>de</strong> rotavírus humano a partir <strong>de</strong> 3 meses e 7<br />

dias a 5 meses e 15 dias <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> (14 a 24 semanas <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>). O intervalo mínimo preconiza<strong>do</strong> entre a<br />

primeira e segun<strong>da</strong> <strong>do</strong>se é <strong>de</strong> quatro semanas.<br />

5 A vacina contra febre amarela está indica<strong>da</strong> para crianças a partir <strong>do</strong>s 9 meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> que resi<strong>da</strong>m<br />

ou que irão viajar para área endêmica (Esta<strong>do</strong>s: AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área<br />

<strong>de</strong> transição (alguns municípios <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s: PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS) e área <strong>de</strong> risco potencial (alguns<br />

municípios <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s: BA, ES e MG). Se viajar para áreas <strong>de</strong> risco, vacinar contra febre amarela<br />

10 dias antes <strong>da</strong> viagem.<br />

Observações gerais:<br />

Em relação à vacinação, você <strong>de</strong>ve orientar para procurar a UBS as crianças que:<br />

Não tiverem a marca (cicatriz) <strong>da</strong> vacina BCG no braço direito, após seis meses <strong>da</strong><br />

aplicação <strong>da</strong> vacina;<br />

Não tiverem o registro <strong>da</strong> aplicação <strong>de</strong> qualquer uma <strong>da</strong>s vacinas na Ca<strong>de</strong>rneta <strong>da</strong><br />

Criança;<br />

Tiverem informações sobre aplicações <strong>de</strong> vacinas que não estejam registra<strong>da</strong>s na<br />

Ca<strong>de</strong>rneta;<br />

Não compareceram no dia agen<strong>da</strong><strong>do</strong> pela UBS para a vacinação;<br />

Apresentarem qualquer queixa após a aplicação <strong>da</strong> vacina.<br />

ATENÇÃO: as etapas <strong>de</strong> cicatrização <strong>da</strong> pele após a aplicação <strong>da</strong> vacina BCG:<br />

Em torno <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> semana, palpa-se uma pequena área endureci<strong>da</strong>;<br />

Da quinta à sexta semana, o centro <strong>da</strong> área endureci<strong>da</strong> começa a amolecer,<br />

forman<strong>do</strong> uma crosta (casca);<br />

Quan<strong>do</strong> a crosta cai, <strong>de</strong>ixa em seu local uma pequena lesão, que <strong>de</strong>saparece lentamente<br />

entre a 8ª e a 10ª semana. Em alguns casos, a cicatrização é mais <strong>de</strong>mora<strong>da</strong>,<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> se prolongar até o quarto mês, raramente além <strong>do</strong> sexto mês.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Você <strong>de</strong>verá orientar a mãe sobre as fases <strong>da</strong> cicatrização <strong>da</strong> vacina.<br />

Além disso, orientar a manter o local <strong>da</strong> aplicação limpo, utilizan<strong>do</strong><br />

água e sabão, e que não se <strong>de</strong>ve colocar nenhum tipo <strong>de</strong> medicamento,<br />

nem cobrir a lesão com curativo.<br />

Qualquer dúvi<strong>da</strong> quanto à cicatrização <strong>da</strong> vacina BCG, encaminhar a<br />

criança, a mãe ou o responsável à sua equipe <strong>de</strong> SF ou à UBS.<br />

Atenção: a aplicação <strong>de</strong> uma ou mais vacinas, no mesmo dia,<br />

não oferece nenhum risco à criança.<br />

A Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Criança registra o peso e as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

mostra se a criança está com as vacinas em dia, se<br />

a<strong>do</strong>ece muito e <strong>do</strong> que a<strong>do</strong>ece.<br />

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58<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

PROGRAMA BOLSA-FAMÍLIA<br />

Você <strong>de</strong>ve verificar se a família está inscrita no programa. Caso existam<br />

famílias que se enquadrem nos critérios <strong>de</strong> inclusão e não estejam<br />

no programa, você <strong>de</strong>ve orientar como se inscrever.<br />

O Programa Bolsa-Família <strong>de</strong>fine que as famílias beneficiárias <strong>de</strong>vem<br />

cumprir algumas ações na área <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e educação (condicionali<strong>da</strong><strong>de</strong>s),<br />

que são: manter as crianças e a<strong>do</strong>lescentes em i<strong>da</strong><strong>de</strong> escolar<br />

frequentan<strong>do</strong> a escola e realizar os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s básicos em saú<strong>de</strong>, verificação<br />

<strong>do</strong> calendário <strong>de</strong> vacinação, para as crianças entre zero e<br />

seis anos, e <strong>da</strong> agen<strong>da</strong> pré e pós-natal para as gestantes e mães em<br />

amamentação.<br />

Essas condicionali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser acompanha<strong>da</strong>s por você e pelas<br />

equipes.<br />

Po<strong>de</strong>m fazer parte <strong>do</strong> Programa Bolsa-Família as famílias com ren<strong>da</strong><br />

mensal até R$ 120,00 (cento e vinte reais) por pessoa <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente<br />

ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s no Ca<strong>da</strong>stro Único para Programas Sociais (CadÚnico).<br />

Se a família se encaixa numa <strong>da</strong>s faixas <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s pelo programa,<br />

<strong>de</strong>ve procurar o setor responsável pelo Programa Bolsa-Família<br />

no município (geralmente liga<strong>do</strong> à Secretaria <strong>de</strong> Assistência<br />

Social), em porte <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos pessoais (título <strong>de</strong> eleitor ou CPF),<br />

para se ca<strong>da</strong>strar no CadÚnico.<br />

ORIENTAÇÕES ALIMENTARES PARA A CRIANÇA<br />

Nos primeiros seis meses, o bebê só <strong>de</strong>ve receber o leite materno. Ele<br />

<strong>de</strong>ve ser ofereci<strong>do</strong> to<strong>da</strong>s as vezes que o bebê quiser, inclusive à noite.<br />

Após os seis meses, introduzir novos alimentos, continuan<strong>do</strong> com o<br />

aleitamento materno até os <strong>do</strong>is anos ou mais.<br />

A partir <strong>do</strong>s seis meses, as papas <strong>de</strong> frutas, legumes, carnes e cereais


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

po<strong>de</strong>m ser feitas com alimentos <strong>da</strong> região.<br />

No início o bebê come em pouca quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e coloca parte <strong>da</strong> comi<strong>da</strong><br />

para fora, até apren<strong>de</strong>r a engolir e se acostumar com o gosto <strong>do</strong><br />

novo alimento. É importante orientar os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>res <strong>do</strong> bebê a terem<br />

paciência em caso <strong>de</strong> resistência na aceitação <strong>de</strong> um novo alimento.<br />

Insistir na oferta <strong>de</strong> oito a <strong>de</strong>z vezes.<br />

Para mais informações, consultar o “Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Criança – Aleitamento Materno e Alimentação Complementar”,<br />

os “Dez passos para Alimentação Saudável – <strong>Guia</strong> Alimentar<br />

para Crianças Menores <strong>de</strong> Dois Anos” ou, ain<strong>da</strong>, o “<strong>Guia</strong><br />

<strong>Prático</strong> <strong>de</strong> Preparo <strong>de</strong> Alimentos para Crianças Menores <strong>de</strong> 12 Meses<br />

que não Po<strong>de</strong>m Ser Amamenta<strong>da</strong>s”, disponíveis on-line no site<br />

www.sau<strong>de</strong>.gov.br/<strong>da</strong>b.<br />

Você <strong>de</strong>ve orientar sobre:<br />

A limpeza no preparo <strong>do</strong>s alimentos vai evitar diarreias e outras infecções;<br />

Lavar bem as mãos com água e sabão antes <strong>de</strong> preparar os alimentos;<br />

Os alimentos <strong>de</strong>vem sempre ser cobertos ou tampa<strong>do</strong>s;<br />

Aos seis meses, as crianças <strong>de</strong>vem receber papas <strong>de</strong> frutas, e as papas salga<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>vem conter no mínimo um alimento <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> grupo. Exemplo <strong>de</strong> papa: abóbora,<br />

carne, arroz, feijão e espinafre;<br />

As frutas <strong>de</strong>vem ser lava<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>scasca<strong>da</strong>s e amassa<strong>da</strong>s, para que fiquem na consistência<br />

<strong>de</strong> papa. Não passar a fruta na peneira ou no liquidifica<strong>do</strong>r nem acrescentar<br />

açúcar. A criança tem que se acostumar a comer alimentos <strong>de</strong> diferentes<br />

consistências. As papas salga<strong>da</strong>s ofereci<strong>da</strong>s no almoço a partir <strong>de</strong> seis meses e<br />

as papas ofereci<strong>da</strong>s no jantar a partir <strong>do</strong>s sete meses também não <strong>de</strong>vem ser<br />

liquidifica<strong>da</strong>s, e sim amassa<strong>da</strong>s com o garfo;<br />

Aos seis meses, a criança que mama no peito <strong>de</strong>ve receber, além <strong>do</strong> leite materno<br />

em livre <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, ou sempre que sentir fome, uma papa <strong>de</strong> fruta no meio <strong>da</strong> manhã,<br />

uma papa salga<strong>da</strong> na hora <strong>do</strong> almoço e uma papa <strong>de</strong> fruta no meio <strong>da</strong> tar<strong>de</strong>;<br />

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60<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Aos sete meses, a crianças que mamam no peito já po<strong>de</strong> receber duas papas<br />

salga<strong>da</strong>s por dia e duas papas <strong>de</strong> fruta;<br />

Aos 10 meses, a criança já po<strong>de</strong> receber a alimentação básica <strong>da</strong> família, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que não muito condimenta<strong>da</strong>;<br />

A partir <strong>do</strong>s 12 meses, a criança que mama no peito <strong>de</strong>ve fazer uma refeição ao<br />

acor<strong>da</strong>r, <strong>do</strong>is lanches por dia e duas refeições básicas por dia (almoço e jantar);<br />

As verduras <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>scasca<strong>da</strong>s e cozi<strong>da</strong>s no vapor ou em pouca água e com pouco<br />

sal. Depois <strong>de</strong>vem ser amassa<strong>da</strong>s com o garfo e ficar com consistência <strong>de</strong> papa;<br />

Deve-se evitar <strong>da</strong>r à criança açúcar, frituras, enlata<strong>do</strong>s, café, chá mate, refrigerantes<br />

nos primeiros anos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Esses alimentos po<strong>de</strong>m causar ou ser fator <strong>de</strong><br />

predisposição a excesso ou baixo peso, anemia, alergia alimentar e cárie. Além <strong>de</strong><br />

fazer com que as crianças percam o interesse por alimentos na sua forma natural;<br />

A papa salga<strong>da</strong> <strong>de</strong>ve conter um alimento <strong>do</strong> grupo <strong>do</strong>s cereais ou tubérculos<br />

(inhame, cará, aipim/macaxeira/mandioca), um <strong>da</strong>s hortaliças (folhas ou legumes)<br />

e um <strong>do</strong> grupo <strong>do</strong>s alimentos <strong>de</strong> origem animal (frango, boi, peixe, miú<strong>do</strong>s,<br />

ovos) ou <strong>da</strong>s leguminosas (feijão, soja, lentilha, grão-<strong>de</strong>-bico);<br />

Miú<strong>do</strong>s ou fíga<strong>do</strong> <strong>de</strong>vem ser ofereci<strong>do</strong>s no mínimo uma vez na semana para a<br />

prevenção <strong>da</strong> anemia;<br />

Após o consumo <strong>de</strong> papas salga<strong>da</strong>s, é indica<strong>do</strong> o consumo <strong>de</strong><br />

meio copo <strong>de</strong> suco <strong>de</strong> fruta natural ou uma porção pequena<br />

<strong>de</strong> fruta para aumentar a absorção <strong>do</strong> ferro presente nas<br />

refeições e aju<strong>da</strong>r na prevenção <strong>da</strong> anemia;<br />

Durante o dia e no intervalo <strong>da</strong>s refeições, as crianças<br />

<strong>de</strong>vem receber água pura, limpa, filtra<strong>da</strong> ou fervi<strong>da</strong>.<br />

Os sucos <strong>de</strong>vem ser ofereci<strong>do</strong>s apenas após as<br />

papas salga<strong>da</strong>s (almoço e jantar);<br />

O leite artificial <strong>de</strong>ve ser prepara<strong>do</strong> no máximo<br />

uma hora antes <strong>de</strong> ser ofereci<strong>do</strong>. Não aproveitar<br />

sobras <strong>de</strong> outros horários. Crianças até seis meses<br />

que recebem outro leite que não o materno <strong>de</strong>vem<br />

consumir no máximo 400 ml por dia.


OBESIDADE EM CRIANÇA<br />

A obesi<strong>da</strong><strong>de</strong> não é apenas um problema estético (beleza) que incomo<strong>da</strong><br />

por causa <strong>da</strong>s “brinca<strong>de</strong>iras” <strong>do</strong>s colegas.<br />

Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>finir obesi<strong>da</strong><strong>de</strong> como o grau <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong> gordura<br />

no organismo associa<strong>do</strong> a riscos para a saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a sua relação<br />

com o aparecimento e complicações <strong>de</strong> algumas <strong>do</strong>enças como<br />

diabetes, hipertensão e outros problemas cardíacos.<br />

O ganho <strong>de</strong> peso além <strong>do</strong> necessário é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a hábitos alimentares<br />

erra<strong>do</strong>s, questões genéticas, estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> se<strong>de</strong>ntário, distúrbios<br />

psicológicos, problemas na convivência familiar, entre<br />

outros.<br />

Costuma-se pensar que as crianças obesas ingerem gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> comi<strong>da</strong>. Essa afirmativa nem sempre é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira, pois a<br />

obesi<strong>da</strong><strong>de</strong> não está relaciona<strong>da</strong> apenas com a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas com<br />

o tipo <strong>de</strong> alimentos consumi<strong>do</strong>s frequentemente.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas<br />

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Além <strong>da</strong> alimentação, a vi<strong>da</strong> se<strong>de</strong>ntária facilita<strong>da</strong> pelos avanços tecnológicos<br />

(computa<strong>do</strong>res, televisão, vi<strong>de</strong>ogames etc.) também é fator<br />

para a presença <strong>da</strong> obesi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Hoje em dia, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao me<strong>do</strong> <strong>da</strong> violência urbana, entre outros motivos,<br />

as crianças costumam ficar horas para<strong>da</strong>s em frente à TV ou<br />

outro equipamento eletrônico e quase sempre com um pacote <strong>de</strong><br />

biscoito ou sanduíche rega<strong>do</strong> a refrigerantes.<br />

A prática regular <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física proporciona muitos benefícios,<br />

entre eles o aumento <strong>da</strong> autoestima, <strong>do</strong> bem-estar, a melhoria <strong>da</strong><br />

força muscular, fortalecimento <strong>do</strong>s ossos e pleno funcionamento <strong>do</strong><br />

sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> organismo – sistema imunológico.<br />

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Você po<strong>de</strong> colaborar na promoção à prática regular <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física<br />

e utilização <strong>do</strong>s espaços públicos que facilitem a incorporação<br />

<strong>de</strong>ssa prática no cotidiano.<br />

Ansie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Não são apenas os adultos que sofrem <strong>de</strong> ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> provoca<strong>da</strong> pelo<br />

estresse <strong>do</strong> dia a dia. As crianças e os jovens também são alvos <strong>de</strong>sse<br />

sintoma, causa<strong>do</strong> por preocupações em semanas <strong>de</strong> prova na escola<br />

ou pela tensão <strong>do</strong> vestibular, entre outros. Algumas pessoas em situações<br />

<strong>de</strong> ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> comem em excesso.<br />

Fatores genéticos<br />

Algumas pesquisas já revelaram que, se um <strong>do</strong>s pais é obeso, o filho<br />

tem maiores chances <strong>de</strong> se tornar obeso, e essas chances <strong>do</strong>bram no<br />

caso <strong>de</strong> os <strong>do</strong>is pais serem obesos.<br />

Em to<strong>da</strong>s as fases <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, o importante é ter uma alimentação<br />

saudável, que é:<br />

A<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> em quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Varia<strong>da</strong>;<br />

Segura;<br />

Disponível;<br />

Atrativa;<br />

Que respeita a cultura alimentar.<br />

Para ter uma alimentação saudável, não é preciso excluir<br />

“coisas gostosas”, mas é preciso saber equilibrar, evitan<strong>do</strong><br />

os exageros e o consumo frequente <strong>de</strong> alimentos<br />

altamente calóricos.


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É preciso também <strong>de</strong>smistificar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que tu<strong>do</strong> que<br />

é gostoso engor<strong>da</strong> e é caro. Uma alimentação rica em alimentos<br />

pouco calóricos po<strong>de</strong> ser saborosa e caber no<br />

orçamento familiar.<br />

Orientações importantes que po<strong>de</strong>m ser <strong>da</strong><strong>da</strong>s por você:<br />

Os alimentos <strong>de</strong> diferentes grupos <strong>de</strong>vem ser distribuí<strong>do</strong>s em pelo menos três<br />

refeições e <strong>do</strong>is lanches por dia;<br />

Os alimentos como cereais (arroz, milho), tubérculos (batatas), raízes (mandioca/<br />

macaxeira/aipim), pães e massas <strong>de</strong>vem ser distribuí<strong>do</strong>s nas refeições e lanches<br />

<strong>do</strong> seu filho ao longo <strong>do</strong> dia;<br />

Legumes e verduras <strong>de</strong>vem compor as refeições <strong>da</strong> criança. As frutas po<strong>de</strong>m ser<br />

distribuí<strong>da</strong>s nas refeições, sobremesas e lanches;<br />

Feijão com arroz <strong>de</strong>ve ser consumi<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os dias ou no mínimo cinco vezes por<br />

semana;<br />

Leite e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s como queijo e iogurte <strong>de</strong>vem compor a alimentação diariamente,<br />

nos lanches. Carnes, aves, peixes ou ovos <strong>de</strong>vem compor a refeição principal<br />

<strong>da</strong> criança;<br />

Alimentos gordurosos e frituras <strong>de</strong>vem ser evita<strong>do</strong>s. A preferência <strong>de</strong>ve ser por<br />

alimentos assa<strong>do</strong>s, grelha<strong>do</strong>s ou cozi<strong>do</strong>s;<br />

Refrigerantes e sucos industrializa<strong>do</strong>s, balas, bombons, biscoitos <strong>do</strong>ces e<br />

rechea<strong>do</strong>s, salgadinhos e outras guloseimas no dia a dia <strong>de</strong>vem ser evita<strong>do</strong>s ou<br />

consumi<strong>do</strong>s o mínimo possível;<br />

Diminuir a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sal na comi<strong>da</strong>;<br />

A criança <strong>de</strong>ve beber bastante água e sucos naturais <strong>de</strong> frutas durante o dia, <strong>de</strong> preferência<br />

nos intervalos <strong>da</strong>s refeições, para manter a hidratação e a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> corpo;<br />

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A criança <strong>de</strong>ve ser ativa, evitan<strong>do</strong>-se que ela passe muitas horas assistin<strong>do</strong> à TV,<br />

jogan<strong>do</strong> vi<strong>de</strong>ogame ou brincan<strong>do</strong> no computa<strong>do</strong>r.<br />

Alimentos que são importantes e <strong>de</strong>vem fazer parte <strong>da</strong> alimentação diária <strong>da</strong><br />

criança:<br />

GRUPO O QUE É EXEMPLOS<br />

1<br />

Cereais, tubérculos<br />

e raízes<br />

2<br />

Carnes e leguminosas<br />

3<br />

Verduras e<br />

frutas<br />

São aqueles que dão energia<br />

às crianças para falar, brincar,<br />

correr.<br />

São importantes para o crescimento<br />

e recuperação <strong>da</strong>s células<br />

<strong>do</strong> corpo.<br />

São importantes, pois contribuem<br />

para proteger a saú<strong>de</strong> e diminuir<br />

o risco <strong>de</strong> várias <strong>do</strong>enças.<br />

Nas visitas <strong>do</strong>miciliares, você <strong>de</strong>ve fazer orientações para a promoção<br />

à saú<strong>de</strong>, reforçan<strong>do</strong> as orientações quanto ao aleitamento materno<br />

exclusivo, alimentação, a manter o esquema <strong>de</strong> vacinação sempre<br />

atualiza<strong>do</strong>, medi<strong>da</strong>s para higiene e cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com a criança e o acompanhamento<br />

<strong>do</strong> crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Assim estará contribuin<strong>do</strong> para a manutenção e promoção à saú<strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>s crianças <strong>da</strong>s famílias que moram na sua área <strong>de</strong> atuação.<br />

Doença diarreica agu<strong>da</strong> (DDA)<br />

Arroz; fubá; farinha <strong>de</strong> mandioca; macarrão;<br />

batata; mandioca; aveia; pão; milho.<br />

Feijão; frango; peixe; ovo; miú<strong>do</strong>s; lentilha; carne;<br />

marisco; soja; ervilha; fava; tremoço.<br />

Abóbora; jerimum; couve; cenoura; espinafre;<br />

beterraba; caruru; taioba; frutas; brócolis; alface;<br />

pepino; tomate.<br />

É uma <strong>do</strong>ença que po<strong>de</strong> ser causa<strong>da</strong> por bactérias, vírus e parasitos,<br />

caracteriza<strong>da</strong> principalmente pelo aumento <strong>do</strong> número <strong>de</strong> evacuações,<br />

com fezes aquosas (líqui<strong>da</strong>s) ou <strong>de</strong> pouca consistência.<br />

Em alguns casos, há presença <strong>de</strong> muco e sangue. A criança também<br />

po<strong>de</strong> ter náusea, vômito, febre e <strong>do</strong>r ab<strong>do</strong>minal. Tem duração entre


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2 e 14 dias. É importante sua atuação imediata para evitar que ocorra<br />

a <strong>de</strong>sidratação.<br />

A DDA é uma <strong>da</strong>s importantes causas <strong>de</strong> a<strong>do</strong>ecimento e morte no<br />

Brasil e está diretamente relaciona<strong>da</strong> às precárias condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><br />

e saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s indivíduos, em consequência <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> saneamento básico,<br />

<strong>de</strong>snutrição crônica, entre outros fatores.<br />

A transmissão po<strong>de</strong> ocorrer em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> ingestão <strong>de</strong> água e alimentos<br />

contamina<strong>do</strong>s e por contato com objetos contamina<strong>do</strong>s<br />

(exs.: utensílios <strong>de</strong> cozinha, acessórios <strong>de</strong> banheiros, equipamentos<br />

hospitalares) ou <strong>de</strong> pessoa para pessoa (ex.: mãos contamina<strong>da</strong>s) e<br />

<strong>de</strong> animais para as pessoas.<br />

As moscas, formigas e baratas po<strong>de</strong>m contaminar, principalmente, os<br />

alimentos e utensílios. Locais <strong>de</strong> uso coletivo, como escolas, creches,<br />

hospitais e penitenciárias, apresentam maior risco <strong>de</strong> transmissão.<br />

Se durante uma VD você constata ou é informa<strong>do</strong> que há uma criança<br />

com diarreia, você <strong>de</strong>ve buscar saber:<br />

A i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Há quantos dias está com diarreia e o número <strong>de</strong> vezes ao dia <strong>de</strong> evacuação;<br />

Se há presença <strong>de</strong> sangue nas fezes;<br />

Se também está com febre, vômito e há quantos dias;<br />

Analisar o entorno <strong>do</strong> <strong>do</strong>micílio, se a família utiliza água trata<strong>da</strong>, se tem acesso a<br />

esgotamento sanitário;<br />

Se há outros casos.<br />

Um <strong>do</strong>s tratamentos para DDA é a hidratação, que tem o objetivo <strong>de</strong><br />

reidratar ou evitar a <strong>de</strong>sidratação. Po<strong>de</strong> ser feita por via oral ou por<br />

meio <strong>de</strong> soro na veia.<br />

Ao constatar os sinais relata<strong>do</strong>s acima, você já <strong>de</strong>ve orientar o aumento<br />

<strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong>s disponíveis no <strong>do</strong>micílio – prefe-<br />

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rencialmente leite materno (em menores <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos) e soro <strong>de</strong><br />

reidratação oral (SRO); na falta <strong>de</strong>sses, soro caseiro, chás, cozimento<br />

<strong>de</strong> farinha <strong>de</strong> arroz e água <strong>de</strong> coco. Esses líqui<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ser usa<strong>do</strong>s<br />

após ca<strong>da</strong> evacuação ou vômito. Se o vômito dificultar a aceitação,<br />

<strong>de</strong>ve-se oferecer a solução em colheres, a ca<strong>da</strong> um ou <strong>do</strong>is minutos,<br />

aumentan<strong>do</strong> o volume <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong> gradualmente.<br />

A alimentação habitual <strong>de</strong>ve ser manti<strong>da</strong>, evitan<strong>do</strong> alimentos muito<br />

gordurosos.<br />

No caso <strong>de</strong> a criança estar com os olhos fun<strong>do</strong>s, ausência <strong>de</strong> lágrima,<br />

beben<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong>s rapi<strong>da</strong>mente ou com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> beber, apresentar<br />

sangue nas fezes ou febre alta, ela <strong>de</strong>verá ser orienta<strong>da</strong> a procurar<br />

imediatamente a UBS.<br />

É importante ressaltar que os refrigerantes não <strong>de</strong>vem ser utiliza<strong>do</strong>s,<br />

pois, além <strong>de</strong> não fazer efeito como hidratantes, po<strong>de</strong>m agravar a<br />

diarreia.<br />

Medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> prevenção e controle:<br />

Orientar/<strong>de</strong>senvolver:<br />

Melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água (quadro a seguir);<br />

Destino a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong> lixo e <strong>de</strong>jetos;<br />

Ações <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> moscas, formigas e baratas;<br />

Medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> higiene e <strong>de</strong> manipulação <strong>de</strong> água e alimentos;<br />

Ações <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong>, particularmente em áreas <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> incidência <strong>de</strong><br />

diarreia, são fun<strong>da</strong>mentais;<br />

Participar <strong>da</strong> articulação com escolas, creches, hospitais, penitenciárias para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> orientações e campanhas específicas.


Dosagem e tempo <strong>de</strong> contato <strong>do</strong> hipoclorito <strong>de</strong> sódio a 2,5% (água<br />

sanitária) segun<strong>do</strong> o volume <strong>de</strong> água para consumo humano a ser<br />

trata<strong>do</strong> no <strong>do</strong>micílio.<br />

Volume <strong>de</strong><br />

água<br />

1.000 litros 100 ml<br />

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Melhoria <strong>da</strong> água <strong>do</strong>miciliar por meio <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s simples:<br />

Hipoclorito <strong>de</strong> sódio a 2,5%<br />

Dosagem Medi<strong>da</strong> prática<br />

Dois copinhos<br />

<strong>de</strong>scartáveis <strong>de</strong> café<br />

200 litros 15 m Uma colher <strong>de</strong> sopa<br />

20 litros 2 ml Uma colher <strong>de</strong> sopa<br />

1 litro 0,08 ml Duas gotas<br />

Fonte: Manual integra<strong>do</strong> <strong>de</strong> vigilância epi<strong>de</strong>miológica <strong>da</strong> cólera, Brasília 2008.<br />

Preparo <strong>do</strong> soro caseiro e <strong>da</strong> solução <strong>de</strong> reidratação oral para controle <strong>da</strong> DDA:<br />

Como preparar o soro caseiro com a colher-medi<strong>da</strong>:<br />

Encher bem um copo gran<strong>de</strong> com água limpa, fervi<strong>da</strong> e em<br />

temperatura ambiente;<br />

Colocar a medi<strong>da</strong> pequena e rasa <strong>de</strong> SAL;<br />

Colocar duas medi<strong>da</strong>s e rasas <strong>de</strong> AÇÚCAR;<br />

Mexer bem e oferecer à criança após ca<strong>da</strong> evacuação.<br />

Como preparar a solução <strong>de</strong> reidratação oral:<br />

Tempo <strong>de</strong> contato<br />

30 minutos<br />

Dissolver o conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> um pacote <strong>de</strong> sal reidratante em um litro <strong>de</strong> água<br />

limpa e fervi<strong>da</strong>, em temperatura ambiente;<br />

Depois <strong>de</strong> pronto, o soro po<strong>de</strong> ser usa<strong>do</strong> por um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24 horas. Após<br />

esse perío<strong>do</strong> jogar fora e preparar outro soro;<br />

O soro só po<strong>de</strong> ser mistura<strong>do</strong> em água, não acrescentar açúcar ou outra<br />

substância para melhorar o seu gosto.<br />

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Atuação <strong>do</strong> ACS no controle <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças diarreicas agu<strong>da</strong>s:<br />

I<strong>de</strong>ntificar os casos e encaminhá-los à UBS para diagnóstico e tratamento;<br />

I<strong>de</strong>ntificar sinais e/ou situações <strong>de</strong> risco em casos <strong>de</strong> diarreias e orientar sobre<br />

o tratamento <strong>da</strong> água para consumo humano, o <strong>de</strong>stino <strong>do</strong>s <strong>de</strong>jetos e o lixo<br />

resi<strong>de</strong>ncial;<br />

Acompanhar os pacientes e orientá-los quanto à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> na continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

tratamento;<br />

Vigiar constantemente e <strong>de</strong> forma responsável;<br />

Antecipar os movimentos <strong>da</strong> criança;<br />

Manter a criança sempre sob suas vistas;<br />

Evitar <strong>de</strong>ixar sob o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> outras crianças;<br />

Desenvolver ações educativas, levan<strong>do</strong> informações e orientações às famílias e aos<br />

indivíduos, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> prevenção e controle <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças diarreicas;<br />

Orientar a população informan<strong>do</strong>-a sobre a <strong>do</strong>ença, seus sinais e sintomas, riscos<br />

e formas <strong>de</strong> transmissão;<br />

Atuar como agente mobiliza<strong>do</strong>r <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> em parceria com as li<strong>de</strong>ranças<br />

comunitárias chaman<strong>do</strong> atenção <strong>da</strong>s pessoas para a importância <strong>da</strong> participação<br />

<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s em campanhas e mutirões no combate às <strong>do</strong>enças diarreicas agu<strong>da</strong>s.<br />

PREVENINDO<br />

ACIDENTES NA<br />

INFÂNCIA<br />

Evitar aci<strong>de</strong>ntes na infância<br />

é uma tarefa importante<br />

para os pais<br />

e responsáveis. Os aci<strong>de</strong>ntes<br />

estão entre as<br />

cinco principais causas


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<strong>de</strong> morte na infância e po<strong>de</strong>m comprometer o futuro e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>da</strong> criança. As crianças convivem com muitos riscos e perigos<br />

diariamente.<br />

Você <strong>de</strong>ve informar que os aci<strong>de</strong>ntes não são fatali<strong>da</strong><strong>de</strong>s nem obras<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>stino. Na sua maioria po<strong>de</strong>m ser evita<strong>do</strong>s.<br />

Informações que <strong>de</strong>vem ser passa<strong>da</strong>s sobre cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s gerais na prevenção<br />

<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes:<br />

Manter o ambiente seguro retiran<strong>do</strong> o que representa risco;<br />

Guar<strong>da</strong>r fora <strong>do</strong> alcance <strong>da</strong> criança objetos pontiagu<strong>do</strong>s e cortantes (facas, tesouras,<br />

chaves <strong>de</strong> fen<strong>da</strong>), produtos químicos <strong>de</strong> limpeza, remédios, objetos pequenos<br />

que possam ser ingeri<strong>do</strong>s ou inala<strong>do</strong>s, objetos que possam cair, sacos plásticos,<br />

cordões e fios capazes <strong>de</strong> sufocá-la; cui<strong>da</strong><strong>do</strong> especial com álcool etílico e outros<br />

produtos inflamáveis, inclusive isqueiros e fósforos;<br />

Não <strong>de</strong>ixá-las perto <strong>do</strong> fogão;<br />

Tampar T as toma<strong>da</strong>s que estão ao alcance <strong>da</strong>s crianças, para evitar choques elétricos.<br />

Você <strong>de</strong>ve alertar sobre os principais aci<strong>de</strong>ntes na infância e as<br />

maneiras <strong>de</strong> evitá-los.<br />

Aci<strong>de</strong>ntes com o bebê <strong>de</strong> colo e o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> evitá-los<br />

Os aci<strong>de</strong>ntes mais frequentes nessa faixa etária são:<br />

Queimaduras ueimaduras com água <strong>do</strong> banho ou alimentos quentes;<br />

Enforcamento com cordões <strong>de</strong> chupetas;<br />

Afogamento no banho;<br />

Intoxicação toxicação por erro na <strong>do</strong>se <strong>de</strong> medicamento;<br />

Que<strong>da</strong>s ue<strong>da</strong>s <strong>do</strong> troca<strong>do</strong>r, an<strong>da</strong><strong>do</strong>r/an<strong>da</strong>já ou <strong>da</strong> cama.<br />

Para evitar as queimaduras, , basta criar o hábito<br />

<strong>de</strong> experimentar a temperatura <strong>da</strong> água<br />

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antes <strong>do</strong> banho e experimentar os alimentos antes <strong>de</strong> oferecê-los ao<br />

bebê.<br />

Para evitar enforcamentos, não colocar fios ou pren<strong>de</strong><strong>do</strong>res para<br />

amarrar a chupeta e, se for utilizá-los, <strong>de</strong>ixe-os curtos para evitar que<br />

se enrolem em torno <strong>do</strong> pescoço <strong>da</strong> criança. Nunca os amarre ao re<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> pescoço, como colares.<br />

Para evitar afogamentos, nunca <strong>de</strong>ixe a criança sozinha na banheira<br />

(mesmo que se sinta bem) e se possível utilize os assentos próprios<br />

<strong>de</strong> borracha anti<strong>de</strong>rrapante.<br />

Para evitar intoxicação, nunca administre os medicamentos sem expressa<br />

or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> médico, e use seringa ou <strong>do</strong>sa<strong>do</strong>r para a porção<br />

recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

Para evitar as que<strong>da</strong>s, é necessário manter vigilância constante. Nunca<br />

espere que o bebê não vá rolar, porque ele po<strong>de</strong> começar a fazer<br />

isso a qualquer momento. Mesmo a colocação <strong>de</strong> objetos, como travesseiros<br />

ou pequenas gra<strong>de</strong>s no troca<strong>do</strong>r, não substitui a vigilância<br />

responsável.<br />

Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com a criança que engatinha e an<strong>da</strong><br />

A partir <strong>do</strong> momento em que a criança começa a engatinhar ou a an<strong>da</strong>r,<br />

triplicam os perigos. Além <strong>do</strong>s riscos anteriores, estão:<br />

Intoxicações por medicamentos, produtos <strong>de</strong> limpeza, ratici<strong>da</strong>s, plantas ornamentais<br />

e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> petróleo, que ficam ao alcance <strong>da</strong>s crianças;<br />

Sufocação com sacos plásticos;<br />

Choques em fios e toma<strong>da</strong>s;<br />

Mor<strong>de</strong>duras e pica<strong>da</strong>s por animais peçonhentos;<br />

Ferimentos cortantes e perfurantes;<br />

Queimaduras no fogão;<br />

Ingestão ou inalação <strong>de</strong> pequenos objetos (moe<strong>da</strong>s, clips, tampinhas);


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Que<strong>da</strong>s <strong>de</strong> alturas;<br />

Aci<strong>de</strong>ntes automobilísticos;<br />

Afogamentos.<br />

Para evitar as intoxicações aci<strong>de</strong>ntais, guar<strong>da</strong>r os produtos perigosos<br />

em locais altos, completamente fora <strong>do</strong> acesso <strong>da</strong>s crianças.<br />

Não usar locais baixos protegi<strong>do</strong>s por chaves, porque, no dia a dia, é<br />

muito fácil esquecer uma porta aberta. Um <strong>de</strong>scui<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser fatal.<br />

Eliminar <strong>da</strong> casa as plantas venenosas. As mais responsáveis por intoxicações<br />

em crianças são: comigo-ninguém-po<strong>de</strong>, mamona, saiabranca,<br />

copo-<strong>de</strong>-leite, costela-<strong>de</strong>-adão, espirra<strong>de</strong>ira, <strong>da</strong>ma-<strong>da</strong>-noite,<br />

bico-<strong>de</strong>-papagaio, oficial-<strong>de</strong>-sala, os cogumelos e as folhas <strong>da</strong> batata<br />

e <strong>do</strong> tomate, aveloz. Existe, ain<strong>da</strong>, lista muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> vegetais<br />

capazes <strong>de</strong> provocar envenenamentos. Procure conhecer as plantas<br />

tóxicas <strong>da</strong> sua região para orientar as famílias. Evite colocar produtos<br />

<strong>de</strong> limpeza em frascos <strong>de</strong> <strong>do</strong>ces, garrafas <strong>de</strong> refrigerantes ou <strong>de</strong> sucos,<br />

pois a criança não vai saber distinguir que o conteú<strong>do</strong> <strong>da</strong>quela<br />

embalagem não po<strong>de</strong> ser consumi<strong>do</strong>.<br />

Uma <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s para evitar a sufocação é escon<strong>de</strong>r os sacos plásticos<br />

em local <strong>de</strong> difícil acesso.<br />

Para evitar os choques elétricos, coloque as toma<strong>da</strong>s em lugares<br />

mais altos ou tampe-as com protetores <strong>de</strong> plástico.<br />

Para evitar atropelamentos, não acostumar a criança a brincar perto<br />

<strong>de</strong> ruas ou ro<strong>do</strong>vias on<strong>de</strong> passam carros. O adulto <strong>de</strong>ve sempre segurar<br />

na mão <strong>da</strong> criança quan<strong>do</strong> estiver em locais com movimento <strong>de</strong><br />

carros, motos, bicicleta.<br />

Para evitar aci<strong>de</strong>ntes automobilísticos, não levar crianças no colo,<br />

e sim sempre no banco traseiro, na ca<strong>de</strong>ira apropria<strong>da</strong> ou assento<br />

infantil e com cinto <strong>de</strong> segurança.<br />

Para evitar mor<strong>de</strong>duras e pica<strong>da</strong>s, não armazenar entulho ou objetos<br />

velhos e imprestáveis, que po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> ninho a animais pe-<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

çonhentos. Da mesma forma, não <strong>de</strong>ixar o mato crescer no quintal.<br />

Usar repelente conforme orientação médica e cortina<strong>do</strong> sempre que<br />

possível.<br />

Para evitar ferimentos, escon<strong>de</strong>r objetos cortantes e perfurantes,<br />

como facas e tesouras.<br />

Para evitar queimaduras no fogão, utilizar apenas as bocas traseiras<br />

e nunca <strong>de</strong>ixar os cabos <strong>da</strong>s panelas volta<strong>do</strong>s para frente, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

que a criança possa alcançá-los. Retirar os botões que controlam o<br />

gás, evitan<strong>do</strong> que a criança abra o gás aci<strong>de</strong>ntalmente e provoque<br />

um <strong>de</strong>sastre.<br />

Para evitar a inalação, não <strong>de</strong>ixar pequenos objetos ao alcance <strong>da</strong><br />

criança. Ela po<strong>de</strong> colocar na boca, engolir e ir para os pulmões. Atenção<br />

para os brinque<strong>do</strong>s pequenos.<br />

Para evitar que<strong>da</strong>s <strong>de</strong> alturas, cui<strong>da</strong>r para não <strong>de</strong>ixar as janelas abertas<br />

ou móveis próximos às janelas. Impedir o acesso às esca<strong>da</strong>s e saca<strong>da</strong>s.<br />

O tanque <strong>de</strong> lavar roupa é um local muito perigoso. Verificar<br />

se está bem preso na pare<strong>de</strong>, pois a criança po<strong>de</strong> se pendurar nele e<br />

<strong>de</strong>rrubá-lo sobre si mesma.<br />

Para evitar afogamentos, não<br />

permitir a entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma criança<br />

na água sem a supervisão <strong>de</strong> um<br />

adulto. Evitar que as crianças brinquem<br />

próximas a poços, cacimbas,<br />

tanques, córregos ou valão.<br />

Não <strong>de</strong>ixe sua criança sozinha:<br />

Sobre o troca<strong>do</strong>r (mesa, cômo<strong>da</strong>);<br />

Na cama;<br />

No banho;<br />

Em casa ou sob os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

outra criança.


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Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com as crianças maiores<br />

A criança maior, que vai à rua sozinha, está sujeita a uma série <strong>de</strong><br />

aci<strong>de</strong>ntes graves que só po<strong>de</strong>m ser evita<strong>do</strong>s por meio <strong>de</strong> uma orientação<br />

clara, firme e convincente. Nesse caso, estão:<br />

Queimaduras por fogos <strong>de</strong> artifício;<br />

Aci<strong>de</strong>ntes com armas <strong>de</strong> fogo;<br />

Que<strong>da</strong>s <strong>de</strong> árvores, muros, brinque<strong>do</strong>s <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> (patins, bicicletas e skates);<br />

Ferimentos cortantes e perfurantes;<br />

Aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito;<br />

Afogamentos.<br />

Para evitar queimaduras com fogos <strong>de</strong> artifício, além <strong>da</strong> orientação,<br />

o i<strong>de</strong>al é que os adultos não usem para <strong>da</strong>r o bom exemplo.<br />

Para evitar os aci<strong>de</strong>ntes com armas <strong>de</strong> fogo, o melhor é não ter armas<br />

em casa, pois sempre se corre o risco <strong>de</strong>las caírem nas mãos <strong>da</strong>s<br />

crianças. Em caso em que isso não pu<strong>de</strong>r ser evita<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vem ser guar<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

em locais extremamente seguros.<br />

Para evitar as que<strong>da</strong>s <strong>de</strong> brinque<strong>do</strong> <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> (bicicleta, velocípe<strong>de</strong>),<br />

compre os materiais <strong>de</strong> segurança recomen<strong>da</strong><strong>do</strong>s (capacetes,<br />

joelheiras, cotoveleiras) e só permita a sua utilização em locais protegi<strong>do</strong>s<br />

(nunca na rua).<br />

Para evitar afogamentos, não na<strong>da</strong>r em locais <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>s, longe<br />

<strong>da</strong> margem e orientar a não mergulhar <strong>de</strong> cabeça na água.<br />

Para an<strong>da</strong>r sozinho na rua, a pé ou <strong>de</strong> bicicleta, a criança <strong>de</strong>ve estar<br />

efetivamente treina<strong>da</strong>, conhecer e obe<strong>de</strong>cer às regras <strong>de</strong> trânsito,<br />

para evitar que se envolva em aci<strong>de</strong>ntes.<br />

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74<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

SITUAÇÕES EM QUE VOCÊ DEVE ORIENTAR A<br />

FAMÍLIA A PROCURAR O SERVIÇO DE SAÚDE O MAIS<br />

RÁPIDO POSSÍVEL<br />

Criança molinha, gemente, para<strong>da</strong>, com choro fraco. É aquela que não<br />

<strong>de</strong>monstra interesse pelo o que ocorre ao seu re<strong>do</strong>r, ela não olha quan<strong>do</strong> é<br />

chama<strong>da</strong>;<br />

Criança que vomita tu<strong>do</strong> (alimentos, líqui<strong>do</strong>s e medicamentos);<br />

Criança que não mama;<br />

Criança com tosse ou com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para respirar (ruí<strong>do</strong> ao respirar, aparecimento<br />

<strong>da</strong>s costelas ao respirar – tiragem intercostal, batimento <strong>de</strong> asa <strong>de</strong><br />

nariz);<br />

Criança com diarreia (três ou mais evacuações líqui<strong>da</strong>s ou semilíqui<strong>da</strong>s em<br />

24 horas) com sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação: está inquieta, irrita<strong>da</strong>, com se<strong>de</strong>, olhos<br />

fun<strong>do</strong>s, sinal <strong>da</strong> prega (a pele volta lentamente ao esta<strong>do</strong> anterior quan<strong>do</strong><br />

com os <strong>de</strong><strong>do</strong>s polegar e indica<strong>do</strong>r são usa<strong>do</strong>s para levantar a pele);<br />

Emagrecimento acentua<strong>do</strong>, pés incha<strong>do</strong>s, palma <strong>da</strong> mão muito páli<strong>da</strong>;<br />

Peso baixo para a i<strong>da</strong><strong>de</strong> (abaixo <strong>do</strong> percentil 3 <strong>da</strong> Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

Criança);<br />

Criança com secreção no ouvi<strong>do</strong>;<br />

Presença <strong>de</strong> placas brancas na garganta e com mau cheiro;<br />

Presença <strong>de</strong> bolhas com pus na garganta;<br />

Umbigo vermelho com secreção amarela<strong>da</strong>;<br />

Presença <strong>de</strong> sangue nas fezes;<br />

Criança com febre (temperatura acima <strong>de</strong> 38º C).<br />

Atenção: você <strong>de</strong>ve informar imediatamente a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> se<br />

na visita <strong>do</strong>miciliar encontrar a criança com alguma situação acima<br />

<strong>de</strong>scrita. Deve ain<strong>da</strong> reforçar com a mãe, o pai ou quem cui<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

criança as orientações <strong>da</strong><strong>da</strong>s pela UBS.


Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente<br />

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76<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

A a<strong>do</strong>lescência é uma etapa <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> compreendi<strong>da</strong> entre a infância e<br />

a fase adulta, marca<strong>da</strong> por um complexo processo <strong>de</strong> crescimento e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento físico, moral e psicológico.<br />

A lei brasileira consi<strong>de</strong>ra a<strong>do</strong>lescente a faixa etária <strong>de</strong> 12 a 18 anos.<br />

Para mais informações, consultar o Estatuto <strong>da</strong> Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente<br />

– Lei nº 8.069, <strong>de</strong> 13/7/1990, disponível em:<br />

www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/L8069.htm<br />

Conforme já abor<strong>da</strong><strong>do</strong>, seu trabalho requer uma relação <strong>de</strong> vínculo<br />

e confiança. Para trabalhar com a<strong>do</strong>lescentes, essa relação é fun<strong>da</strong>mental.<br />

Enten<strong>de</strong>r a fase pela qual estão passan<strong>do</strong>, estar disponível<br />

para ouvi-los, <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, respeitar a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ias, sem julgar. A promoção à saú<strong>de</strong> e prevenção <strong>de</strong> agravos para<br />

o a<strong>do</strong>lescente <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> pela equipe em integração com<br />

diferentes instituições na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, como a escola, ação social,<br />

cultura, grupos <strong>de</strong> jovens, <strong>de</strong> arte, capoeira, hip hop, entre outros.<br />

Deve-se aproveitar para divulgar informações, aju<strong>da</strong>n<strong>do</strong> no esclarecimento<br />

<strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>s e na sensibilização <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Você <strong>de</strong>ve i<strong>de</strong>ntificar os a<strong>do</strong>lescentes <strong>de</strong> sua área e planejar suas<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que é necessário orientá-los sobre:<br />

Esquema vacinal;<br />

Sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong>: <strong>do</strong>enças sexualmente transmissíveis (DST), HIV/Aids,<br />

anticoncepção, gravi<strong>de</strong>z;<br />

Uso <strong>de</strong> álcool e outras drogas;<br />

Importância <strong>da</strong> educação;<br />

Violência e aci<strong>de</strong>ntes;<br />

Riscos no trânsito;<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física e saú<strong>de</strong>;<br />

Hábitos saudáveis;<br />

Saú<strong>de</strong> bucal.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Sinais <strong>de</strong> alerta:<br />

Magreza excessiva ou obesi<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Fugas frequentes <strong>de</strong> casa;<br />

Indícios <strong>de</strong> exploração sexual;<br />

Indícios <strong>de</strong> violência na família;<br />

Indícios <strong>de</strong> transtornos mentais;<br />

Indícios <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> álcool, cigarro e outras drogas;<br />

Indícios <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> sexual precoce e/ou promíscua.<br />

São direitos fun<strong>da</strong>mentais <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente: a privaci<strong>da</strong><strong>de</strong>, a<br />

preservação <strong>do</strong> sigilo e o consentimento informa<strong>do</strong>.<br />

Na atenção à saú<strong>de</strong>, traduz-se no direito <strong>de</strong> ter privaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

na consulta, atendimento em espaço apropria<strong>do</strong> e <strong>de</strong> ter assegura<strong>da</strong><br />

a garantia <strong>de</strong> que as questões discuti<strong>da</strong>s durante<br />

uma consulta ou uma entrevista não serão informa<strong>da</strong>s aos<br />

seus pais ou responsáveis, sem o consentimento <strong>de</strong>le, o que<br />

chamamos <strong>de</strong> consentimento informa<strong>do</strong>.<br />

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78<br />

IDADE VACINAS DOSE DOENÇAS<br />

EVITADAS<br />

11 a 19<br />

anos<br />

11 a 19<br />

anos<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

ESQUEMA VACINAL<br />

Contra<br />

hepatite B<br />

Contra<br />

hepatite B<br />

Contra a<br />

febre amarela<br />

Tríplice<br />

viral<br />

1ª <strong>do</strong>se<br />

2ª <strong>do</strong>se -<br />

1 mês após a 1ª <strong>do</strong>se<br />

3ª <strong>do</strong>se -<br />

6 meses após a 1ª <strong>do</strong>se<br />

contra hepatite B<br />

1ª <strong>do</strong>se<br />

2ª <strong>do</strong>se -<br />

1 mês após<br />

a 1ª <strong>do</strong>se<br />

3ª <strong>do</strong>se -<br />

6 meses após<br />

a 1ª <strong>do</strong>se<br />

contra hepatite B<br />

Dose inicial<br />

Duas <strong>do</strong>ses<br />

com intervalo mínimo<br />

<strong>de</strong> 30 dias<br />

Hepatite B<br />

Difteria e<br />

tétano<br />

Febre<br />

amarela<br />

Sarampo,<br />

caxumba<br />

e rubéola<br />

OBSERVAÇÕES<br />

Se o a<strong>do</strong>lescente já fez anteriormente<br />

três <strong>do</strong>ses ou + <strong>de</strong> DTP, DT<br />

ou dT, aplicar uma <strong>do</strong>se <strong>de</strong> reforço.<br />

São necessárias <strong>do</strong>ses <strong>de</strong> reforço<br />

<strong>da</strong> vacina a ca<strong>da</strong> 10 anos.<br />

A<strong>do</strong>lescente grávi<strong>da</strong> que esteja<br />

com a vacina em dia, mas recebeu<br />

sua última <strong>do</strong>se há mais <strong>de</strong> 5<br />

(cinco) anos, precisa receber uma<br />

<strong>do</strong>se <strong>de</strong> reforço. A <strong>do</strong>se <strong>de</strong>ve ser<br />

aplica<strong>da</strong> no mínimo 20 dias antes<br />

<strong>da</strong> <strong>da</strong>ta provável <strong>do</strong> parto. Em caso<br />

<strong>de</strong> ferimentos graves, a <strong>do</strong>se <strong>de</strong><br />

reforço <strong>de</strong>ve ser antecipa<strong>da</strong> para<br />

cinco anos após a última <strong>do</strong>se.<br />

A<strong>do</strong>lescente que resi<strong>da</strong> ou que<br />

viajará para os Esta<strong>do</strong>s: AP, TO,<br />

MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA,<br />

GO e DF. Alguns municípios <strong>do</strong> PI,<br />

BA, MG, SP, PR, SC, RS e ES (caso<br />

<strong>de</strong> viagem, aplicar 10 dias antes).<br />

Reforço a ca<strong>da</strong> 10 anos.<br />

A<strong>do</strong>lescente que tiver duas <strong>do</strong>ses<br />

<strong>da</strong> vacina Tríplice Viral (SCR) comprova<strong>da</strong>s<br />

no cartão <strong>de</strong> vacinação<br />

não precisa receber essa <strong>do</strong>se.


Orientação<br />

Orientar para procurar a UBS<br />

quan<strong>do</strong> o a<strong>do</strong>lescente não tiver<br />

a carteira <strong>de</strong> vacinação ou ca<strong>de</strong>rneta<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente<br />

e/ou se estiver com o esquema<br />

<strong>de</strong> vacinação incompleto<br />

ou atrasa<strong>do</strong>.<br />

SEXUALIDADE<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Na a<strong>do</strong>lescência, afloramse<br />

muitos questionamentos<br />

relaciona<strong>do</strong>s à i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

sexual, às transformações <strong>do</strong><br />

corpo e à vivência <strong>da</strong>s primeiras experiências sexuais. A sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

não está restrita ao ato sexual. Envolve <strong>de</strong>sejos e práticas relaciona<strong>do</strong>s<br />

à satisfação, ao prazer, à afetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e autoestima.<br />

É importante para to<strong>da</strong>s as pessoas e especialmente para os a<strong>do</strong>lescentes<br />

e jovens conhecer o funcionamento <strong>do</strong> seu corpo.<br />

Para promover a saú<strong>de</strong> sexual e a saú<strong>de</strong> reprodutiva <strong>de</strong> a<strong>do</strong>lescentes<br />

e jovens, é fun<strong>da</strong>mental a realização <strong>de</strong> ações educativas que tenham<br />

como princípio a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> entre homens e mulheres, incentivo ao<br />

respeito mútuo nas relações e que sejam rejeita<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as formas <strong>de</strong><br />

violência e atitu<strong>de</strong>s discriminatórias – discriminação contra homossexuais<br />

ou a ridicularização <strong>do</strong>s que não sejam sexualmente ativos, entre<br />

outras. Essas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser realiza<strong>da</strong>s nos diversos espaços comunitários<br />

(clubes, escolas, grêmios recreativos, associações).<br />

79


80<br />

Utilizan<strong>do</strong> uma linguagem acessível, simples e objetiva, <strong>de</strong>vem ser<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong>s informações completas e precisas sobre sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, contracepção,<br />

gravi<strong>de</strong>z, proteção contra <strong>do</strong>enças sexualmente transmissíveis<br />

e realização <strong>do</strong> preventivo <strong>de</strong> câncer <strong>do</strong> colo uterino.<br />

O início <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> sexual, ce<strong>do</strong>/precoce ou tardia, <strong>de</strong>ve ser precedi<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong>s informações necessárias para uma vi<strong>da</strong> sexual saudável,<br />

livre <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças e <strong>de</strong> problemas.<br />

Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)<br />

A ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> sexual sem a utilização <strong>de</strong> preservativos torna os a<strong>do</strong>lescentes<br />

e jovens mais expostos às DST.<br />

To<strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente com suspeita <strong>de</strong> DST que apresente os sinais ou<br />

queixas <strong>de</strong>ve ser orienta<strong>do</strong> a procurar a UBS para um exame clínico.<br />

Alguns sinais e queixas que indicam o surgimento <strong>de</strong> DST:<br />

Meninas<br />

Meninos<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

SEXO SINAIS OU QUEIXAS<br />

Corrimento vaginal.<br />

Verrugas e feri<strong>da</strong>s.<br />

Coceira e ardência.<br />

Dor durante o ato sexual.<br />

Dor no baixo ventre.<br />

Corrimento uretral (pinga-pinga).<br />

Verrugas e feri<strong>da</strong>s.<br />

Coceira e ardência.<br />

Às vezes, não aparecem sintomas ou<br />

sinais visíveis por fora, e isso é comum<br />

ocorrer com as mulheres. Mas, mesmo<br />

assim, a <strong>do</strong>ença po<strong>de</strong> ser passa<strong>da</strong> para<br />

o parceiro ou parceira sexual.


Quem apresenta mais risco <strong>de</strong> contrair DST?<br />

Qualquer um po<strong>de</strong> pegar DST – casa<strong>do</strong>, solteiro, jovem, adulto, rico ou pobre;<br />

Quem tem relações sexuais sem camisinha/preservativo;<br />

Pessoas que usam drogas injetáveis e compartilham seringas;<br />

Companheiro <strong>de</strong> usuários <strong>de</strong> drogas injetáveis que compartilham seringas;<br />

Pessoas que receberam transfusão <strong>de</strong> sangue não testa<strong>do</strong>.<br />

Você <strong>de</strong>ve:<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Conversar sobre sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, convi<strong>da</strong>n<strong>do</strong> o a<strong>do</strong>lescente a refletir sobre afeto,<br />

carinho, respeito, autoestima, valores e crenças implica<strong>do</strong>s para uma vivência<br />

responsável <strong>de</strong> sua sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Conversar com o a<strong>do</strong>lescente sobre a importância <strong>de</strong> fazer sexo seguro – uso <strong>da</strong><br />

camisinha masculina ou feminina em to<strong>da</strong>s as relações sexuais e orientar on<strong>de</strong> e<br />

como consegui-las;<br />

Orientar para não compartilhar seringas e agulhas;<br />

I<strong>de</strong>ntificar áreas <strong>de</strong> maior vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso às drogas, entre elas, bares,<br />

pontos <strong>de</strong> prostituição, casas ou locais <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> drogas. Nelas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s<br />

ações preventivas importantes, facilitan<strong>do</strong> o acesso aos materiais <strong>de</strong><br />

prevenção e o encaminhamento aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

I<strong>de</strong>ntificar pessoas e famílias em situação <strong>de</strong> maior vulnerabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, respeitan<strong>do</strong><br />

o direito <strong>de</strong> privaci<strong>da</strong><strong>de</strong> e facilitan<strong>do</strong> o vínculo com o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Nem to<strong>da</strong>s<br />

as pessoas se sentem à vonta<strong>de</strong> para falar <strong>de</strong> assuntos íntimos, como sexo e uso<br />

<strong>de</strong> drogas, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>, portanto, ser respeita<strong>do</strong> o limite que é <strong>da</strong><strong>do</strong> pela pessoa;<br />

Orientar para que o a<strong>do</strong>lescente procure atendimento na UBS se houver algum<br />

sinal ou sintoma;<br />

Orientar as pessoas <strong>de</strong> grupos prioritários (menores <strong>de</strong> 21 anos, porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

HIV e outros grupos vulneráveis) para a vacinação contra hepatite B;<br />

Orientar a realização <strong>do</strong> exame preventivo, que <strong>de</strong>ve ser feito a ca<strong>da</strong> ano. Caso<br />

<strong>do</strong>is exames segui<strong>do</strong>s (em um intervalo <strong>de</strong> um ano) apresentarem resulta<strong>do</strong><br />

normal, o exame po<strong>de</strong>rá ser feito a ca<strong>da</strong> três anos.<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

As DST têm cura?<br />

Quan<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> no início e <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente trata<strong>da</strong>, a maioria <strong>da</strong>s<br />

DST tem cura. A Aids, que é uma DST, não tem cura, mas po<strong>de</strong> ser<br />

trata<strong>da</strong> e controla<strong>da</strong> com medicamentos a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s.<br />

Para um bom resulta<strong>do</strong> durante e após o tratamento, é necessário que<br />

algumas orientações sejam segui<strong>da</strong>s pelos porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> DST:<br />

Seguir rigorosamente o tratamento indica<strong>do</strong> pelo profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

Os medicamentos <strong>de</strong>vem ser toma<strong>do</strong>s na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e hora certas, conforme a<br />

receita;<br />

O tratamento <strong>de</strong>ve ser segui<strong>do</strong> até o fim, mesmo que não haja mais sinal ou<br />

sintoma <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença;<br />

Os parceiros <strong>de</strong>vem ser conscientiza<strong>do</strong>s a fazer o tratamento, para evitar que o<br />

problema continue;<br />

Durante o tratamento, as relações sexuais <strong>de</strong>vem ser evita<strong>da</strong>s e, quan<strong>do</strong> ocorrerem,<br />

<strong>de</strong>vem ser sempre com camisinha;<br />

Ao término <strong>do</strong> tratamento, é preciso voltar à UBS para nova avaliação.<br />

Planejamento reprodutivo<br />

O planejamento reprodutivo é um direito e vai muito além <strong>da</strong> a<strong>do</strong>ção<br />

<strong>de</strong> um méto<strong>do</strong> anticoncepcional. Envolve um conjunto <strong>de</strong> ações<br />

para concepção e anticoncepção <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que não coloque em risco a vi<strong>da</strong> e a saú<strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>s pessoas, sen<strong>do</strong> garanti<strong>da</strong> a liber<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> opção.<br />

A orientação não <strong>de</strong>ve significar escolher<br />

no lugar <strong>da</strong>s pessoas, mas sim aju<strong>da</strong>r no<br />

processo <strong>de</strong> toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, respeitan<strong>do</strong><br />

o princípio <strong>de</strong> autonomia no qual tanto<br />

o homem quanto a mulher têm o direito<br />

82


<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir se querem ou não realizar o planejamento reprodutivo.<br />

Embora o a<strong>do</strong>lescente tenha o direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir e programar se<br />

<strong>de</strong>seja ou não ter filhos, em que época <strong>de</strong> sua vi<strong>da</strong> e como tê-los, a<br />

gravi<strong>de</strong>z em menores <strong>de</strong> 15 anos é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> <strong>de</strong> risco. Nesse caso<br />

o ACS <strong>de</strong>ve <strong>da</strong>r atenção especial a essa a<strong>do</strong>lescente e orientá-la a<br />

procurar a UBS o quanto antes para iniciar o pré-natal e estimular a<br />

participação <strong>do</strong> companheiro e familiares em to<strong>da</strong>s as etapas.<br />

Anticoncepção<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

A importância <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> preservativo e <strong>da</strong> dupla proteção:<br />

O papel mais importante <strong>da</strong> anticoncepção é assegurar que o a<strong>do</strong>lescente<br />

possa vivenciar sua sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong> e esteja protegi<strong>do</strong> <strong>da</strong>s DST<br />

e <strong>de</strong> uma gravi<strong>de</strong>z não planeja<strong>da</strong>. O acesso aos méto<strong>do</strong>s contraceptivos<br />

e à orientação sobre o planejamento reprodutivo <strong>de</strong>ve ser facilita<strong>do</strong><br />

e discuti<strong>do</strong> na perspectiva <strong>de</strong> seus direitos.<br />

Os direitos sexuais e reprodutivos têm como princípios centrais:<br />

Decidir livremente e com responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre a própria vi<strong>da</strong> sexual e<br />

reprodutiva;<br />

Ter T acesso à informação;<br />

Ter T acesso aos meios para o exercício <strong>do</strong>s direitos sexuais, livre <strong>de</strong> discriminação,<br />

coerção ou violência.<br />

Para informações relaciona<strong>da</strong>s aos méto<strong>do</strong>s<br />

anticoncepcionais, consultar as páginas 139 e 140.<br />

Caso haja a suspeita <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z, é importante que a a<strong>do</strong>lescente<br />

seja orienta<strong>da</strong> a procurar a UBS para realizar o teste <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z e<br />

iniciar o pré-natal o mais ce<strong>do</strong> possível.<br />

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84<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

A importância <strong>do</strong> pré-natal<br />

Um <strong>do</strong>s pontos importantes <strong>do</strong> pré-natal é preparar a mulher e sua<br />

família para a chega<strong>da</strong> <strong>de</strong> um novo membro, orientan<strong>do</strong>-as sobre os<br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com sua saú<strong>de</strong> e com o bebê.<br />

Outros objetivos <strong>do</strong> pré-natal:<br />

Reduzir a mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> no parto e puerpério;<br />

Reduzir o número <strong>de</strong> abortos espontâneos;<br />

Reduzir a mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recém-nasci<strong>do</strong>s e mortes prematuras;<br />

Reduzir o número <strong>de</strong> partos prematuros;<br />

Diminuir o número <strong>de</strong> recém-nasci<strong>do</strong>s <strong>de</strong> baixo peso.<br />

Para mais informações relaciona<strong>da</strong>s ao pré-natal,<br />

consultar a página 142.<br />

SAÚDE BUCAL NO<br />

ADOLESCENTE<br />

Compreen<strong>de</strong>r os processos <strong>da</strong> a<strong>do</strong>lescência<br />

é papel tanto <strong>da</strong> equipe<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> como <strong>de</strong> sua família. Para<br />

se trabalhar com essa faixa etária, a<br />

equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve utilizar linguagem<br />

apropria<strong>da</strong> para divulgar os conceitos <strong>de</strong> promoção à saú<strong>de</strong><br />

bucal. Deve-se buscar <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong> à atenção à saú<strong>de</strong> bucal <strong>da</strong><br />

criança e consoli<strong>da</strong>r a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> autocui<strong>da</strong><strong>do</strong> e <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal para o indivíduo.<br />

A equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> abor<strong>da</strong>rá, nessa faixa etária, outros assuntos com a<br />

família e o a<strong>do</strong>lescente, entre eles estão: orientações <strong>de</strong> higiene bucal,<br />

uso <strong>de</strong> exaguatórios bucais e manifestações bucais mais frequentes.


Higiene bucal<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> higiene bucal nessa fase <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong>vem ser motiva<strong>do</strong>s<br />

com a escovação correta e o uso <strong>do</strong> fio <strong>de</strong>ntal, abor<strong>da</strong>n<strong>do</strong> temas<br />

como a valorização estética para aceitação em grupo.<br />

Alterações em saú<strong>de</strong> bucal mais frequentes nos a<strong>do</strong>lescentes<br />

Erosão <strong>de</strong>ntária é a per<strong>da</strong> irreversível <strong>de</strong> teci<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntário (esmalte)<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma exposição a áci<strong>do</strong>s. O refrigerante é uma bebi<strong>da</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

áci<strong>da</strong> e aju<strong>da</strong> a provocar a erosão áci<strong>da</strong> na estrutura <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes,<br />

causan<strong>do</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Assim, orientar o a<strong>do</strong>lescente e sua família<br />

sobre hábitos <strong>de</strong> alimentação saudáveis é fun<strong>da</strong>mental para evitar<br />

a erosão áci<strong>da</strong>. Entre esses cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s estão: tomar bastante água, evitar<br />

bebi<strong>da</strong>s áci<strong>da</strong>s em excesso (bebi<strong>da</strong>s com gás, suco <strong>de</strong> frutas, café<br />

etc.), evitar escovar os <strong>de</strong>ntes durante os primeiros 60 minutos após<br />

ingerir alimentos ou bebi<strong>da</strong>s áci<strong>da</strong>s.<br />

Doenças perio<strong>do</strong>ntais (<strong>do</strong>enças <strong>da</strong>s gengivas) também são comuns<br />

nessa faixa etária, pois o a<strong>do</strong>lescente é mais <strong>de</strong>spreocupa<strong>do</strong> com sua<br />

saú<strong>de</strong> bucal. A <strong>do</strong>ença gengival é uma inflamação <strong>da</strong>s gengivas que<br />

po<strong>de</strong> progredir afetan<strong>do</strong> o osso que ro<strong>de</strong>ia e suporta os <strong>de</strong>ntes. É<br />

causa<strong>da</strong> pelas bactérias <strong>da</strong> placa bacteriana, uma película a<strong>de</strong>rente<br />

e sem cor que se forma constantemente nos <strong>de</strong>ntes. Quan<strong>do</strong> não é<br />

removi<strong>da</strong> diariamente por meio <strong>da</strong> escovação e uso <strong>do</strong> fio <strong>de</strong>ntal,<br />

a placa bacteriana po<strong>de</strong> acumular-se e as bactérias po<strong>de</strong>m infectar<br />

não só as gengivas e <strong>de</strong>ntes, mas, eventualmente, o teci<strong>do</strong> gengival<br />

e o osso que suporta os <strong>de</strong>ntes (perio<strong>do</strong>ntite). Isso po<strong>de</strong> levar à sua<br />

mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> e po<strong>de</strong>m cair ou ter <strong>de</strong> ser removi<strong>do</strong>s pelo <strong>de</strong>ntista. O<br />

ACS <strong>de</strong>ve orientar a higiene bucal correta com uso <strong>de</strong> creme <strong>de</strong>ntal<br />

com flúor e fio <strong>de</strong>ntal.<br />

Traumatismo <strong>de</strong>ntário é muito frequente entre os a<strong>do</strong>lescentes<br />

(causa<strong>do</strong>, principalmente, por aci<strong>de</strong>ntes com bicicletas, futebol, ska-<br />

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86<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

te etc.) e, como em qualquer traumatismo <strong>da</strong> boca, o ACS <strong>de</strong>ve orientar<br />

a procurar a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> imediatamente para <strong>de</strong>terminar se<br />

é necessário fazer algum procedimento. É importante o agente <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> questionar se houve fratura (se quebrou) ou se lascou o <strong>de</strong>nte<br />

e se o pe<strong>da</strong>ço perdi<strong>do</strong> foi encontra<strong>do</strong>, pois é necessário manter esse<br />

pe<strong>da</strong>ço <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte hidrata<strong>do</strong> (em leite, água, soro fisiológico ou até na<br />

própria saliva) e levá-lo ao <strong>de</strong>ntista <strong>de</strong> sua equipe. Se um <strong>de</strong>nte “saltar”<br />

completamente <strong>da</strong> boca (um processo chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> avulsão <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

a um traumatismo), oriente para levá-lo ao <strong>de</strong>ntista o mais rápi<strong>do</strong><br />

possível. Po<strong>de</strong>rá ser possível recolocá-lo na boca, um procedimento<br />

chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> reimplante.<br />

Bruxismo (o ranger <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes) é outra alteração bucal ca<strong>da</strong> vez<br />

mais frequente. Se o usuário relata acor<strong>da</strong>r com os músculos <strong>do</strong>s maxilares<br />

(<strong>da</strong> face) <strong>do</strong>ri<strong>do</strong>s ou com <strong>do</strong>res <strong>de</strong> cabeça, ele po<strong>de</strong>rá sofrer <strong>de</strong><br />

bruxismo. Para muitas pessoas, o bruxismo é um hábito inconsciente.<br />

A pessoa po<strong>de</strong> não perceber o que está fazen<strong>do</strong>, até que alguém<br />

comente que ela faz um ruí<strong>do</strong> ao ranger os <strong>de</strong>ntes enquanto <strong>do</strong>rme.<br />

Para outros, é na consulta <strong>de</strong> rotina ao <strong>de</strong>ntista on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>scobre<br />

que os <strong>de</strong>ntes estão sofren<strong>do</strong> <strong>de</strong>sgaste ou que o esmalte <strong>de</strong>les se<br />

encontra fratura<strong>do</strong>. O i<strong>de</strong>al é o ACS orientar o usuário a procurar o<br />

<strong>de</strong>ntista para realizar o tratamento apropria<strong>do</strong> e encontrar formas <strong>de</strong><br />

relaxamento junto com o usuário e a família. O estresse <strong>do</strong> dia a dia<br />

parece ser a principal causa <strong>de</strong> bruxismo. Qualquer coisa que reduza<br />

o estresse po<strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r – ouvir música, ler um livro, fazer caminha<strong>da</strong>s<br />

ou tomar um banho.<br />

ATENÇÃO: você sabia que a cárie é causa<strong>da</strong> por bactérias e que o<br />

beijo na boca é uma <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> transmissão?<br />

Para que o beijo seja saudável, é importante que a boca esteja<br />

limpa e sem cárie.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Dicas para os a<strong>do</strong>lescentes terem um sorriso bonito, saudável e um bom hálito:<br />

Escovar bem os <strong>de</strong>ntes to<strong>do</strong>s os dias após ca<strong>da</strong> refeição e principalmente antes <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>rmir. Não se esquecer <strong>de</strong> passar o fio <strong>de</strong>ntal e limpar a língua;<br />

O mau hálito, que é o cheiro <strong>de</strong>sagradável na boca, tem como principal causa<br />

a não limpeza <strong>da</strong> língua. Limpar varren<strong>do</strong> a sujeira <strong>da</strong> parte mais interna até a<br />

ponta. Use a escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte ou um limpa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> língua;<br />

Os <strong>de</strong>ntes que ficam bem no fun<strong>do</strong> <strong>da</strong> boca juntam restos <strong>de</strong> comi<strong>da</strong> e bactérias<br />

facilmente. Por isso, precisam <strong>de</strong> atenção especial na hora <strong>de</strong> escová-los;<br />

Quem usa aparelho ortodôntico <strong>de</strong>ve se preocupar ain<strong>da</strong> mais com a limpeza <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes<br />

e <strong>da</strong> gengiva e com o uso <strong>do</strong> flúor, pois o aparelho retém muito restos <strong>de</strong> alimentos;<br />

É importante manter uma alimentação saudável, evitan<strong>do</strong> o consumo exagera<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> alimentos <strong>do</strong>ces, principalmente entre as refeições;<br />

Visitar regularmente o <strong>de</strong>ntista.<br />

TRANSTORNOS ALIMENTARES<br />

Os transtornos alimentares, que compreen<strong>de</strong>m a bulimia e a anorexia<br />

nervosa, vêm crescen<strong>do</strong> em incidência nas últimas duas déca<strong>da</strong>s<br />

e se manifestan<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vez mais precocemente. Portanto, a equipe<br />

básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> po<strong>de</strong> se <strong>de</strong>parar com alguns casos, em especial em<br />

a<strong>do</strong>lescentes.<br />

Os agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> também po<strong>de</strong>m contribuir no enfrentamento<br />

<strong>de</strong>sses transtornos alimentares.<br />

Apesar <strong>de</strong> também ocorrerem em homens, 95%<br />

<strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> transtornos alimentares acima referi<strong>do</strong>s<br />

acometem as mulheres, a maioria a<strong>do</strong>lescentes<br />

e jovens. A <strong>do</strong>ença po<strong>de</strong> ter como fator<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante algum evento significativo como<br />

uma per<strong>da</strong> importante, separações, mu<strong>da</strong>nças,<br />

<strong>do</strong>enças orgânicas, <strong>de</strong>pressão, ansie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

e distúrbios <strong>da</strong> imagem corporal. É o<br />

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88<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

i<strong>de</strong>ário <strong>de</strong> beleza, foca<strong>do</strong> na magreza extrema, promovi<strong>do</strong> por apelos<br />

<strong>de</strong> mídia ou referências <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los.<br />

Os transtornos estão associa<strong>do</strong>s com uma distorção <strong>da</strong> imagem corporal,<br />

na qual a pessoa, apesar <strong>de</strong> bastante magra, ain<strong>da</strong> assim continua<br />

se achan<strong>do</strong> gor<strong>da</strong>.<br />

A anorexia nervosa é caracteriza<strong>da</strong> por uma severa restrição alimentar<br />

que é imposta pela própria pessoa e que po<strong>de</strong> trazer graves<br />

<strong>da</strong>nos à sua saú<strong>de</strong>. A <strong>do</strong>ença geralmente começa <strong>de</strong> forma gradual<br />

e provoca, a princípio, <strong>de</strong>snutrição e <strong>de</strong>sidratação. Apesar <strong>da</strong> pessoa<br />

acometi<strong>da</strong> geralmente negar que tem fome, são comuns as queixas<br />

<strong>de</strong> fadiga (cansaço extremo), fraqueza, tonturas e visão turva.<br />

Na bulimia nervosa, é comum que a pessoa coma uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

exagera<strong>da</strong> <strong>de</strong> alimentos (episódios <strong>de</strong> comer compulsivamente ou<br />

episódios bulímicos) e <strong>de</strong>pois utilize méto<strong>do</strong>s compensatórios, tais<br />

como a indução <strong>de</strong> vômito, o uso <strong>de</strong> laxantes e diuréticos e a prática<br />

<strong>de</strong> exercícios por tempo prolonga<strong>do</strong> e <strong>de</strong> forma a ficar prostra<strong>da</strong>,<br />

exausta, para evitar o ganho <strong>de</strong> peso. De mo<strong>do</strong> diferente <strong>da</strong> anorexia<br />

nervosa, na bulimia geralmente não há per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso tão evi<strong>de</strong>nte.<br />

Assim profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e familiares muitas vezes têm dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar o problema. Apesar disso, o distúrbio traz consequências<br />

igualmente sérias à saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> pessoa acometi<strong>da</strong>.<br />

As complicações, em ambos os casos, são graves, uma vez que são<br />

utiliza<strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s drásticos que têm como objetivo per<strong>de</strong>r peso a<br />

qualquer custo. Doenças <strong>do</strong> coração, infecções <strong>de</strong> repetição, anemia<br />

grave e até mesmo morte súbita, como frequentemente se veem na<br />

imprensa, são algumas <strong>da</strong>s complicações em fases mais adianta<strong>da</strong>s<br />

<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, cujo tratamento <strong>de</strong>ve ser inicia<strong>do</strong> tão logo seja possível.<br />

O acompanhamento <strong>de</strong>ve ser feito pela equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em conjunto<br />

com uma equipe <strong>de</strong> referência multiprofissional. Por se tratar <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>enças que envolvam diferentes causas e consequências, tanto físicas<br />

como psicológicas, dificilmente um único profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

alcance resulta<strong>do</strong>s significativos no tratamento.


Por isso, sempre que o ACS i<strong>de</strong>ntificar pessoas com risco ou sintomas<br />

<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, é preciso que ele comunique a UBS <strong>de</strong> sua área, para que<br />

o tratamento seja inicia<strong>do</strong> o mais rápi<strong>do</strong> possível.<br />

Os transtornos alimentares, embora tenham normalmente seu<br />

início na a<strong>do</strong>lescência, po<strong>de</strong>m permanecer durante a vi<strong>da</strong> adulta.<br />

Transtornos<br />

alimentares<br />

e condições<br />

nutricionais <strong>de</strong> risco<br />

Obesi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Desnutrição<br />

Anorexia nervosa<br />

Obesi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Algumas consequências Orientações<br />

Pressão alta, diabetes,<br />

isolamento social, baixa<br />

autoestima, <strong>de</strong>pressão,<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ser aceito pelo<br />

grupo, alteração na menstruação,<br />

gravi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> risco.<br />

Há prejuízos para o crescimento<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Anemia, ausência <strong>de</strong> menstruação,<br />

ossos fracos, problemas<br />

cardíacos, insônia, apatia,<br />

infecções, risco <strong>de</strong> suicídio, problemas<br />

<strong>de</strong>ntários, isolamento<br />

social, <strong>de</strong>snutrição.<br />

Pressão alta, diabetes,<br />

isolamento social, baixa<br />

autoestima, <strong>de</strong>pressão,<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ser aceito pelo<br />

grupo, alteração na menstruação,<br />

gravi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> risco.<br />

- Estimular ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física, como<br />

caminha<strong>da</strong>, futebol, skate, pular cor<strong>da</strong>,<br />

<strong>da</strong>nças, an<strong>da</strong>r <strong>de</strong> bicicleta.<br />

- Estimular hábitos saudáveis <strong>de</strong><br />

alimentação.<br />

- Orientar a procurar atendimento na UBS.<br />

- Orientar para procurar a UBS, para avaliação<br />

<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> nutricional e tratamento<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>enças, como: infecções, verminoses,<br />

anemia, entre outras.<br />

- Orientar os familiares a buscar apoio e<br />

procurar a UBS com urgência.<br />

- Comunicar a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sobre a<br />

suspeita <strong>do</strong> caso.<br />

- Orientar os familiares a buscar apoio e<br />

procurar a UBS com urgência.<br />

- Comunicar a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sobre a<br />

suspeita <strong>do</strong> caso.<br />

O ACS <strong>de</strong>ve estar atento às queixas vagas, mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> comportamento,<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> compartilhar sentimentos, casos em que se <strong>de</strong>ve<br />

<strong>da</strong>r apoio ao a<strong>do</strong>lescente e orientá-lo para procurar o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

89


Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> adulto<br />

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92<br />

A visita <strong>do</strong>miciliar às famílias on<strong>de</strong> há pessoas adultas <strong>de</strong>ve contemplar<br />

principalmente orientações sobre:<br />

Esquema vacinal;<br />

Hábitos alimentares;<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física;<br />

Consumo <strong>de</strong> bebi<strong>da</strong>s alcoólicas, tabaco e outras drogas;<br />

Problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (manchas <strong>de</strong> pele, tosse, pressão alta, diabetes);<br />

Rotina: procurar a UBS para avaliação médica e o<strong>do</strong>ntológica;<br />

Alguma <strong>do</strong>ença crônica, se necessário.<br />

IDADE VACINAS DOENÇAS EVITADAS DOSE APLICADA OBSERVAÇÕES<br />

A partir<br />

<strong>de</strong> 20<br />

anos<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

ESQUEMA VACINAL DO ADULTO<br />

Contra<br />

difteria e<br />

tétano<br />

Difteria e tétano<br />

1ª <strong>do</strong>se<br />

2ª <strong>do</strong>se –<br />

Dois meses após a<br />

1ª <strong>do</strong>se<br />

3ª <strong>do</strong>se –<br />

Quatro meses após<br />

a 1ª <strong>do</strong>se<br />

Mulheres gestantes ou não,<br />

homens e i<strong>do</strong>sos que não<br />

tiverem comprovação <strong>de</strong><br />

vacinação anterior, seguir o<br />

esquema <strong>de</strong> três <strong>do</strong>ses. Apresentan<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumentação com<br />

esquema incompleto, completar<br />

o esquema já inicia<strong>do</strong>.<br />

O intervalo mínimo entre as<br />

<strong>do</strong>ses é <strong>de</strong> 30 dias.<br />

Grávi<strong>da</strong> que esteja com a<br />

vacina em dia, mas recebeu<br />

sua última <strong>do</strong>se há mais <strong>de</strong><br />

5 (cinco) anos, precisa receber<br />

uma <strong>do</strong>se <strong>de</strong> reforço. Em<br />

caso <strong>de</strong> ferimentos graves em<br />

adultos, a <strong>do</strong>se <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong>verá<br />

ser antecipa<strong>da</strong> para cinco<br />

anos após a última <strong>do</strong>se.<br />

São necessárias <strong>do</strong>ses <strong>de</strong><br />

reforço a ca<strong>da</strong> 10 anos.<br />

Continua...


Continuação<br />

IDADE VACINAS DOENÇAS EVITADAS DOSE APLICADA OBSERVAÇÕES<br />

A partir<br />

<strong>de</strong> 20<br />

anos<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Contra febre<br />

amarela<br />

Dupla viral<br />

e/ou tríplice<br />

viral<br />

(SR e/ou SCR)<br />

Febre amarela Dose inicial<br />

Sarampo, caxumba<br />

e rubéola<br />

HÁBITOS ALIMENTARES<br />

SAUDÁVEIS<br />

Uma alimentação saudável é aquela<br />

que reune os seguintes atributos: é<br />

acessível e não é cara, valoriza a varie<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

as preparações alimentares usa<strong>da</strong>s<br />

tradicionalmente, é harmônica em<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, naturalmente<br />

colori<strong>da</strong> e segura sanitariamente.<br />

Dose única<br />

Os Dez Passos para uma Alimentação Saudável<br />

Apenas para quem resi<strong>de</strong> ou<br />

viajará para os Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> AP,<br />

TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR,<br />

AM, PA, GO e DF e alguns<br />

municípios <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

PI, BA, MG, SP, PR, SC, RS e<br />

ES. Vacinar 10 (<strong>de</strong>z) dias antes<br />

<strong>da</strong> viagem.<br />

Reforço a ca<strong>da</strong> 10 anos.<br />

A vacina tríplice viral – SCR<br />

(sarampo, caxumba e rubéola)<br />

<strong>de</strong>ve ser administra<strong>da</strong> em mulheres<br />

<strong>de</strong> 12 a 49 anos que não<br />

tiverem comprovação <strong>de</strong> vacinação<br />

anterior e em homens<br />

até 39 (trinta e nove) anos.<br />

Os Dez Passos para uma Alimentação Saudável são orientações práticas<br />

e importantes sobre alimentação para pessoas saudáveis com<br />

mais <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> que o ACS <strong>de</strong>ve utilizar com a população<br />

que acompanha.<br />

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94<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Informe à pessoa para começar com aquela orientação que lhe pareça<br />

mais fácil, interessante ou <strong>de</strong>safia<strong>do</strong>ra. Não é necessário que sejam<br />

a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os passos <strong>de</strong> uma vez e também não é preciso<br />

seguir a or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s números sugeri<strong>da</strong> nos 10 passos.<br />

1º PASSO: Faça pelo menos três refeições (café <strong>da</strong> manhã, almoço<br />

e jantar) e <strong>do</strong>is lanches saudáveis por dia. Não pule as refeições!<br />

Oriente a pessoa a fazer to<strong>da</strong>s as refeições, assim, evita-se que o estômago<br />

fique vazio por muito tempo, diminuin<strong>do</strong> o risco <strong>de</strong> ter gastrite<br />

e <strong>de</strong> ficar com muita fome e exagerar na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> quan<strong>do</strong> for<br />

comer. No entanto, alerte quanto a evitar “beliscar” entre as refeições.<br />

Isso vai aju<strong>da</strong>r no controle <strong>do</strong> peso.<br />

É importante orientar a pessoa a apreciar a refeição, comer <strong>de</strong>vagar,<br />

mastigan<strong>do</strong> bem os alimentos, e <strong>da</strong>r preferência aos alimentos saudáveis,<br />

típicos <strong>da</strong> região e disponíveis na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

2º PASSO: Inclua diariamente seis porções <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> cereais<br />

(arroz, milho, trigo, pães e massas), tubérculos, como as batatas,<br />

e raízes, como a mandioca/macaxeira/aipim, nas refeições.<br />

Dê preferência aos grãos integrais e aos alimentos na sua forma<br />

mais natural.<br />

Nesse passo é importante incentivar o consumo <strong>de</strong> alimentos<br />

como cereais, <strong>de</strong> preferência integrais, tubérculos e raízes.<br />

Esse grupo <strong>de</strong> alimentos apresenta a mais importante fonte <strong>de</strong> energia<br />

e <strong>de</strong>ve ser o principal componente <strong>da</strong> maioria <strong>da</strong>s refeições.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Eles são ricos em carboidratos. Oriente<br />

a pessoa a distribuir as seis porções <strong>de</strong>sses<br />

alimentos nas principais refeições<br />

diárias (café <strong>da</strong> manhã, almoço e jantar)<br />

e nos lanches entre elas.<br />

Para as refeições principais, informe que<br />

a meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> prato <strong>de</strong>ve ser preenchi<strong>da</strong><br />

com esses alimentos. Se a pessoa utiliza biscoitos nos lanches, oriente<br />

na escolha <strong>do</strong>s tipos e marcas com menores quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> gordura<br />

total, gordura satura<strong>da</strong>, gordura trans e sódio (sal), len<strong>do</strong> o rótulo. Esses<br />

ingredientes, se consumi<strong>do</strong>s em excesso, são prejudiciais à saú<strong>de</strong>.<br />

3º PASSO: Coma diariamente pelo menos três porções <strong>de</strong> legumes<br />

e verduras como parte <strong>da</strong>s refeições e três porções ou mais<br />

<strong>de</strong> frutas nas sobremesas e lanches.<br />

Frutas, legumes e verduras são ricos em vitaminas, minerais e fibras<br />

e <strong>de</strong>vem estar presentes diariamente em to<strong>da</strong>s as refeições e<br />

lanches, pois evitam a prisão <strong>de</strong> ventre, contribuem para proteger<br />

a saú<strong>de</strong> e diminuir o risco <strong>de</strong> várias <strong>do</strong>enças. E não se esqueça<br />

<strong>de</strong> lembrá-las para que <strong>de</strong>em preferência às frutas, legumes e<br />

verduras crus.<br />

Frutas: são as partes polposas que ro<strong>de</strong>iam a semente <strong>da</strong> planta. São<br />

ricas em suco. Entre elas estão: acerola, laranja, tangerina, banana,<br />

maçã, caju, caqui, cajá ou taperebá etc.<br />

Legumes: são os frutos ou sementes comestíveis <strong>da</strong> planta ou partes<br />

que se <strong>de</strong>senvolvem na terra. Exemplos: cenoura, beterraba, abobrinha,<br />

abóbora, pepino, cebola etc.<br />

Verduras: são folhas comestíveis, flores, botões ou hastes tais como:<br />

acelga, agrião, alface, almeirão etc.<br />

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96<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

É importante que as pessoas <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> que você acompanha<br />

variem os tipos <strong>de</strong> frutas, legumes e verduras consumi<strong>do</strong>s durante a<br />

semana, comprem os alimentos <strong>da</strong> época (estação) e estejam atentas<br />

para a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> conservação. Oriente para que procurem<br />

combinar verduras e legumes <strong>de</strong> maneira que o prato fique colori<strong>do</strong>,<br />

garantin<strong>do</strong> assim diferentes nutrientes. Sucos naturais <strong>de</strong> fruta<br />

feitos na hora são os melhores. A polpa congela<strong>da</strong> per<strong>de</strong> alguns nutrientes,<br />

mas ain<strong>da</strong> é uma opção<br />

melhor que os sucos artificiais,<br />

em pó ou em caixinha.<br />

4º PASSO: Coma feijão com arroz<br />

to<strong>do</strong>s os dias ou, pelo menos,<br />

cinco vezes por semana.<br />

Esse prato brasileiro é uma combinação completa <strong>de</strong> proteínas<br />

e bom para a saú<strong>de</strong>.<br />

Realmente é uma combinação completa! Oriente as pessoas <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

a misturarem uma parte <strong>de</strong> feijão para duas partes <strong>de</strong> arroz cozi<strong>do</strong>.<br />

Estimule as pessoas a variarem os tipos <strong>de</strong> feijão usa<strong>do</strong>s (preto, <strong>da</strong> colônia,<br />

manteiguinha, carioquinha, ver<strong>de</strong>, <strong>de</strong> cor<strong>da</strong>, branco e outros) e<br />

as formas <strong>de</strong> preparo. E também para que elas usem outros tipos <strong>de</strong><br />

leguminosas.<br />

As sementes (<strong>de</strong> girassol, gergelim, abóbora e outras) e as castanhas<br />

(<strong>do</strong> Brasil, <strong>de</strong> caju, nozes, amen<strong>do</strong>im, amên<strong>do</strong>as e outras) são fontes<br />

<strong>de</strong> proteínas e <strong>de</strong> gorduras <strong>de</strong> boa quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

5º PASSO: Consuma diariamente três porções <strong>de</strong> leite e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s<br />

e uma porção <strong>de</strong> carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura<br />

aparente <strong>da</strong>s carnes e a pele <strong>da</strong>s aves antes <strong>da</strong> preparação<br />

torna esses alimentos mais saudáveis!<br />

Leite e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s são as principais fontes <strong>de</strong> cálcio na alimentação.<br />

Carnes, aves, peixes e ovos fazem parte <strong>de</strong> uma alimentação nutriti-


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

va e contribuem para a saú<strong>de</strong><br />

e para o crescimento saudável.<br />

To<strong>do</strong>s são fontes <strong>de</strong> proteínas,<br />

vitaminas e minerais.<br />

Os adultos <strong>da</strong> sua comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>vem preferir o uso <strong>de</strong> leite<br />

e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s com menores quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> gorduras, os chama<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>snata<strong>do</strong>s. As gestantes <strong>de</strong>vem <strong>da</strong>r preferência a esses alimentos<br />

nas formas integrais, se não houver orientação contrária <strong>do</strong> nutricionista<br />

ou médico que as acompanham.<br />

Estimule o consumo <strong>de</strong> mais peixe e frango e que dê preferência às<br />

carnes magras.<br />

Oriente para que os peixes consumi<strong>do</strong>s sejam frescos e que estejam<br />

presentes pelo menos duas vezes por semana. Tanto os <strong>de</strong> água <strong>do</strong>ce<br />

como salga<strong>da</strong> são saudáveis.<br />

É importante que as pessoas comam, pelo menos uma vez por semana,<br />

vísceras e miú<strong>do</strong>s, como o fíga<strong>do</strong> bovino, moela, coração <strong>de</strong><br />

galinha, entre outros. Esses alimentos são excelentes fontes <strong>de</strong> ferro,<br />

nutriente essencial para evitar anemia.<br />

Quem optar por uma alimentação sem carnes (com ou sem ovos, leite<br />

e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s) <strong>de</strong>ve ser orienta<strong>do</strong> a procurar a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> para orientação técnica <strong>de</strong> um profisional.<br />

6º PASSO: Consuma, no máximo, uma porção por dia <strong>de</strong> óleos vegetais,<br />

azeite, manteiga ou margarina. Fique atento aos rótulos<br />

<strong>do</strong>s alimentos e escolha aqueles com menores quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

gordura trans.<br />

Oriente para a redução <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> alimentos gordurosos, como<br />

carnes com gordura aparente, embuti<strong>do</strong>s (salsicha, linguiça, salame,<br />

presunto, morta<strong>de</strong>la), queijos amarelos, frituras e salgadinhos, para,<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

no máximo, uma vez por semana.<br />

Oriente para o uso em pequenas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> óleo vegetal quan<strong>do</strong><br />

cozinhar (canola, girassol, milho, algodão e soja), sem exagerar<br />

nas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Uma lata <strong>de</strong> óleo por mês é suficiente para uma<br />

família <strong>de</strong> quatro pessoas.<br />

Estimule o uso <strong>do</strong> azeite <strong>de</strong> oliva para temperar sala<strong>da</strong>s, sem exagerar<br />

na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Informe sobre preparo <strong>do</strong>s alimentos <strong>de</strong> forma a usar pouca quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> óleo, como assa<strong>do</strong>s, cozi<strong>do</strong>s, ensopa<strong>do</strong>s e grelha<strong>do</strong>s. Oriente para<br />

que se evite cozinhar com margarina, gordura vegetal ou manteiga.<br />

Na hora <strong>da</strong> compra, oriente as pessoas a <strong>da</strong>rem preferência às margarinas<br />

sem gordura trans (tipo <strong>de</strong> gordura que faz mal para saú<strong>de</strong>) ou<br />

a marcas com menores quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>sse ingrediente (procure no<br />

rótulo essa informação).<br />

7º PASSO: Evite refrigerantes e sucos industrializa<strong>do</strong>s, bolos, biscoitos<br />

<strong>do</strong>ces e rechea<strong>do</strong>s, sobremesas <strong>do</strong>ces e outras guloseimas<br />

como regra <strong>da</strong> alimentação.<br />

Oriente o consumo <strong>de</strong> no máximo uma porção <strong>do</strong> grupo <strong>do</strong>s açúcares<br />

e <strong>do</strong>ces por dia.<br />

É importante que seja estimula<strong>da</strong> a valorização <strong>do</strong> sabor natural <strong>do</strong>s<br />

alimentos e <strong>da</strong>s bebi<strong>da</strong>s, evitan<strong>do</strong> ou reduzin<strong>do</strong> o açúcar adiciona<strong>do</strong><br />

a eles.<br />

Oriente a diminuição <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> refrigerantes e <strong>de</strong> sucos industrializa<strong>do</strong>s;<br />

a maioria <strong>de</strong>ssas bebi<strong>da</strong>s contém corantes, aromatizantes,<br />

açúcar ou edulcorantes (a<strong>do</strong>çantes artificiais), que não são bons<br />

para a saú<strong>de</strong>.<br />

Quanto ao consumo <strong>de</strong> bolos, pães e biscoitos <strong>do</strong>ces prepara<strong>do</strong>s em<br />

casa, oriente para que sejam feitos com pouca quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gordu-


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

ra e açúcar, sem cobertura ou recheio.<br />

8º PASSO: Diminua a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sal na comi<strong>da</strong> e retire o saleiro<br />

<strong>da</strong> mesa. Evite consumir alimentos industrializa<strong>do</strong>s com<br />

muito sal (sódio) como hambúrguer, charque, salsicha, linguiça,<br />

presunto, salgadinhos, conservas <strong>de</strong> vegetais, sopas, molhos e<br />

temperos prontos.<br />

A quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sal utiliza<strong>da</strong> <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>, no máximo, uma colher <strong>de</strong><br />

chá rasa por pessoa, distribuí<strong>da</strong> em to<strong>da</strong>s as refeições <strong>do</strong> dia. Devese<br />

orientar para o uso somente <strong>de</strong> sal io<strong>da</strong><strong>do</strong>. O sal usa<strong>do</strong> na ração<br />

<strong>de</strong> animais, principalmente na zona rural, não <strong>de</strong>ve ser utiliza<strong>do</strong> para<br />

consumo humano, pois é prejudicial à saú<strong>de</strong>.<br />

A leitura <strong>do</strong>s rótulos <strong>do</strong>s alimentos é importante e <strong>de</strong>ve-se <strong>da</strong>r preferência<br />

àqueles com menor quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sal.<br />

Para temperar e valorizar o sabor natural <strong>do</strong>s alimentos, oriente a<br />

utilização <strong>de</strong> temperos como cheiro ver<strong>de</strong>, salsa, cebolinha, coentro,<br />

alho, cebola e ervas frescas e secas ou suco <strong>de</strong> frutas, como limão.<br />

9º PASSO: Beba pelo menos <strong>do</strong>is litros (seis a oito copos) <strong>de</strong><br />

água por dia. Dê preferência ao consumo <strong>de</strong> água nos intervalos<br />

<strong>da</strong>s refeições.<br />

Lembre-se <strong>de</strong> informar às pessoas que a água é muito importante<br />

para o bom funcionamento <strong>do</strong> organismo. O intestino funciona melhor,<br />

a boca se mantém mais úmi<strong>da</strong> e o corpo mais hidrata<strong>do</strong>. Água<br />

trata<strong>da</strong>, fervi<strong>da</strong> ou filtra<strong>da</strong> para beber e preparar refeições e sucos.<br />

Bebi<strong>da</strong>s açucara<strong>da</strong>s como refrigerantes e sucos industrializa<strong>do</strong>s não<br />

<strong>de</strong>vem substituir a água.<br />

Oriente a oferta <strong>de</strong> água para crianças e i<strong>do</strong>sos ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o<br />

dia. Eles precisam ser estimula<strong>do</strong>s ativamente a ingerir água.<br />

10º PASSO: Torne sua vi<strong>da</strong> mais saudável. Pratique pelo menos<br />

30 minutos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física to<strong>do</strong>s os dias e evite as bebi<strong>da</strong>s al-<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

coólicas e o fumo. Mantenha o peso <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> limites saudáveis.<br />

Além <strong>da</strong> alimentação saudável, a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física é importante para<br />

manter um peso saudável. Estimular para que a pessoa <strong>de</strong>scubra um<br />

tipo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física agradável. O prazer é também fun<strong>da</strong>mental<br />

para a saú<strong>de</strong>. Estimule-a a caminhar, a <strong>da</strong>nçar, a fazer alguns exercícios<br />

leves. Aproveitar o espaço <strong>do</strong>méstico e espaços públicos próximos<br />

ao local <strong>de</strong> moradia para que se movimente. Incentive para<br />

que convi<strong>de</strong>m os vizinhos e amigos para fazer ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física, isso<br />

estimula as pessoas.<br />

Oriente para evitar o fumo e o consumo frequente <strong>de</strong> bebi<strong>da</strong> alcoólica,<br />

o que também aju<strong>da</strong> a diminuir o risco <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças graves como<br />

câncer e cirrose e po<strong>de</strong> contribuir para melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

É importante manter o peso <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s limites saudáveis. Veja no<br />

quadro abaixo o Índice <strong>de</strong> Massa Corporal (IMC), que mostra se o<br />

peso está a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para a altura. Para calcular, divi<strong>da</strong> o peso em quilogramas<br />

pela altura em metros eleva<strong>da</strong> ao quadra<strong>do</strong>. Se o IMC estiver<br />

indican<strong>do</strong> baixo peso ou sobrepeso, oriente a pessoa a procurar a<br />

equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para orientações. Os valores <strong>do</strong> quadro são para as<br />

pessoas <strong>de</strong> 20 a 60 anos.<br />

IMC (kg/m2) ESTADO NUTRICIONAL<br />

< 18,5 (MENOR OU IGUAL A 18,5) BAIXO PESO<br />

ENTRE 18,5 e 24,99 PESO ADEQUADO<br />

ENTRE 25,0 e 29,99 SOBREPESO<br />

> 30,0 (MAIOR QUE 30,0) OBESIDADE


Por exemplo:<br />

Peso: 56 kg<br />

Altura: 1,60 m<br />

IMC = 56<br />

1,60 x 1,60<br />

IMC = 56<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

2,56<br />

IMC = 21,8 k/m² (nesse caso, peso a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>)<br />

Ações <strong>do</strong> ACS diante <strong>do</strong>s problemas nutricionais:<br />

Estimular a participação comunitária para ações que visem a melhoria <strong>do</strong>s hábitos<br />

alimentares;<br />

I<strong>de</strong>ntificar casos <strong>de</strong> situação <strong>de</strong> risco nutricional (obesi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>snutrição, bulimia,<br />

anorexia nervosa) e orientar para procurar a UBS;<br />

I<strong>de</strong>ntificar estratégias para melhoria <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> nutricional na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e na<br />

família;<br />

Orientar para procurar a UBS nos casos em que há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> orientação<br />

nutricional.<br />

ATIVIDADE FÍSICA<br />

A vi<strong>da</strong> mo<strong>de</strong>rna não estimula a prática <strong>de</strong> exercícios<br />

físicos regulares, tão importantes para evitar <strong>do</strong>enças<br />

crônicas quan<strong>do</strong> associa<strong>do</strong>s a uma dieta a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e<br />

a não utilização <strong>de</strong> cigarros. É muito comum a falta <strong>de</strong><br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física entre os adultos.<br />

É preciso lembrar que saú<strong>de</strong> não é apenas uma questão<br />

<strong>de</strong> assistência médica e acesso a medicamentos.<br />

A promoção a hábitos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> saudáveis é consi<strong>de</strong>ra-<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

<strong>da</strong> uma ação estratégica pelo sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Quanto menos nos<br />

movimentamos, menos o nosso corpo se fortalece e mais dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

temos para fazer qualquer esforço. Mexer o corpo, caminhar e<br />

realizar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física contínua é importantíssimo para quem quer<br />

manter a saú<strong>de</strong>, a in<strong>de</strong>pendência e a agili<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Nesse processo, alguns aspectos são facilita<strong>do</strong>res para a incorporação<br />

<strong>da</strong> prática corporal/ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física, como o incentivo <strong>de</strong> amigos<br />

e familiares, a procura por companhia ou ocupação, alguns programas<br />

específicos <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física e, principalmente, a orientação <strong>do</strong><br />

profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, estimulan<strong>do</strong>-o a incorporar um estilo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><br />

mais saudável e ativo.<br />

Entre os benefícios biológicos, psicológicos e sociais proporciona<strong>do</strong>s pelo <strong>de</strong>sempenho<br />

<strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas e prática corporal, estão:<br />

Melhor funcionamento corporal, com diminuição <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s funcionais e favorecen<strong>do</strong><br />

a preservação <strong>da</strong> in<strong>de</strong>pendência;<br />

Redução <strong>do</strong> risco <strong>de</strong> morte por <strong>do</strong>enças cardiovasculares;<br />

Melhora <strong>do</strong> controle <strong>da</strong> pressão arterial;<br />

Ossos e articulações mais saudáveis;<br />

Aumento <strong>da</strong> resistência <strong>do</strong>s músculos;<br />

Melhora na flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s juntas/articulações;<br />

Melhora na postura e no equilíbrio;<br />

Melhor controle <strong>de</strong> peso corporal;<br />

Melhora <strong>da</strong> função intestinal;<br />

Melhora <strong>da</strong> resposta imunológica;<br />

Melhora na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> sono;<br />

Ampliação <strong>do</strong> contato social;<br />

Diminuição <strong>da</strong> ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> e estresse e melhora <strong>do</strong> humor e <strong>da</strong> autoestima.<br />

A pessoa que <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser se<strong>de</strong>ntária diminui em 40% o risco <strong>de</strong> morte<br />

por <strong>do</strong>enças cardiovasculares e, associa<strong>da</strong> a uma dieta a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>,


é capaz <strong>de</strong> reduzir em 58% o risco <strong>de</strong> diabetes tipo II, o que <strong>de</strong>monstra<br />

que uma pequena mu<strong>da</strong>nça no comportamento po<strong>de</strong> provocar<br />

gran<strong>de</strong> melhora na saú<strong>de</strong> e na quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Ações sugeri<strong>da</strong>s:<br />

I<strong>de</strong>ntificar na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> estratégias para estimular a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física individual<br />

ou coletiva;<br />

Orientar as pessoas com problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – exs.: hipertensão, problemas articulares<br />

– a procurar a UBS antes <strong>de</strong> iniciar uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física, para uma melhor<br />

orientação.<br />

DOENÇAS CRÔNICAS: O QUE O ACS PODE E<br />

DEVE FAZER<br />

É importante lembrar que atualmente as pessoas têm a<strong>do</strong>eci<strong>do</strong> e<br />

morri<strong>do</strong> mais por causa <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças crônicas, que são aquelas que<br />

<strong>de</strong>moram meses ou até anos para se manifestar, às vezes já com<br />

complicações para a pessoa. As <strong>do</strong>enças a seguir são muito comuns,<br />

e faz parte <strong>do</strong> seu trabalho cotidiano i<strong>de</strong>ntificá-las e apoiar as famílias<br />

para o melhor cui<strong>da</strong><strong>do</strong>. É interessante que você tente i<strong>de</strong>ntificar<br />

e mapear com a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> quais são as <strong>do</strong>enças crônicas mais<br />

frequentes no seu território <strong>de</strong> atuação e <strong>da</strong> equipe e busquem oferecer<br />

estratégias para abor<strong>da</strong>gem <strong>de</strong>las.<br />

Hipertensão arterial<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

É quan<strong>do</strong> a pressão que o sangue exerce nas pare<strong>de</strong>s <strong>da</strong>s artérias<br />

para se movimentar é muito forte, fican<strong>do</strong> acima <strong>do</strong>s valores consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s<br />

normais.<br />

A pessoa é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> hipertensa quan<strong>do</strong> sua pressão arterial estiver<br />

maior ou igual a 140/90 mmHg, popularmente conheci<strong>da</strong> como<br />

14 por 9. É importante que a verificação seja feita várias vezes, <strong>de</strong><br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

forma correta, com aparelhos calibra<strong>do</strong>s e profissionais capacita<strong>do</strong>s.<br />

É uma <strong>do</strong>ença crônica que, se não controla<strong>da</strong>, po<strong>de</strong> ser causa <strong>de</strong> várias<br />

<strong>do</strong>enças, principalmente o aci<strong>de</strong>nte vascular cerebral (<strong>de</strong>rrame)<br />

e o infarto. Po<strong>de</strong> também afetar os rins, a visão, o cérebro, os membros<br />

inferiores, ter complicações graves e até levar à morte.<br />

Geralmente a hipertensão não tem causa conheci<strong>da</strong> ou <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>, no<br />

entanto, existem fatores consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> risco que po<strong>de</strong>m favorecer<br />

o seu aparecimento.<br />

Fatores <strong>de</strong> risco que po<strong>de</strong>m levar as pessoas a se tornarem<br />

hipertensas:<br />

Pessoas com excesso <strong>de</strong> peso, alimentação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> (rica em gorduras,<br />

excesso <strong>de</strong> sal, baixo consumo <strong>de</strong> frutas, verduras e legumes),<br />

que consomem muito sal e bebi<strong>da</strong> alcoólica, fumantes, que não praticam<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física regularmente, diabéticas e que têm familiares<br />

hipertensos. Tais fatores <strong>de</strong> risco são comuns a outras <strong>do</strong>enças crôni-<br />

cas, como o AVC (<strong>de</strong>rrame cerebral), cânceres, entre outras.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Seu papel como ACS:<br />

O ACS po<strong>de</strong> atuar <strong>de</strong> duas formas: 1ª) Junto às pessoas que não têm<br />

o diagnóstico <strong>de</strong> hipertensão, mas possuem os fatores <strong>de</strong> risco; e 2ª)<br />

Em relação às pessoas, com diagnóstico <strong>de</strong> hipertensão.<br />

1ª) Junto às pessoas que não têm o diagnóstico <strong>de</strong> hipertensão, mas possuem<br />

os fatores <strong>de</strong> risco:<br />

Estimular a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> hábitos alimentares saudáveis, com baixo teor <strong>de</strong> sal,<br />

basea<strong>do</strong>s em frutas, verduras, <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>snata<strong>do</strong>;<br />

Orientar a redução <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> bebi<strong>da</strong>s alcoólicas ou seu aban<strong>do</strong>no;<br />

Estimular a realização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas regulares a serem inicia<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma<br />

gra<strong>da</strong>tiva;<br />

Verificar regularmente a pressão arterial;<br />

Orientar para o agen<strong>da</strong>mento <strong>de</strong> consulta na UBS.<br />

2ª) Em relação às pessoas, com diagnóstico <strong>de</strong> hipertensão:<br />

I<strong>de</strong>ntificar os hipertensos <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong> atuação e preencher a ficha B-HA <strong>do</strong><br />

SIAB (Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Atenção Básica);<br />

Verificar o comparecimento às consultas agen<strong>da</strong><strong>da</strong>s na UBS;<br />

Realizar busca ativa <strong>do</strong>s faltosos;<br />

Perguntar, sempre, à pessoa com hipertensão e que tenha medicamentos prescritos<br />

se está os toman<strong>do</strong> com regulari<strong>da</strong><strong>de</strong>. Se houver dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s nesse processo,<br />

informar à equipe quais são e planejar ações <strong>de</strong> enfrentamento;<br />

Estimular o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> saudável: se está cumprin<strong>do</strong> as<br />

orientações <strong>de</strong> dieta, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física, controle <strong>de</strong> peso, se reduziu ou parou <strong>de</strong><br />

fumar e <strong>de</strong> consumir bebi<strong>da</strong>s alcoólicas;<br />

Estimular a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> hábitos alimentares saudáveis, com baixo teor <strong>de</strong> sal,<br />

basea<strong>do</strong>s em frutas, verduras, <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>snata<strong>do</strong>;<br />

Orientar a redução <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> bebi<strong>da</strong>s alcoólicas ou seu aban<strong>do</strong>no;<br />

Orientar sobre a importância <strong>da</strong> a<strong>de</strong>são ao tratamento e seguir as orientações <strong>da</strong><br />

equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Estimular a realização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas regulares;<br />

Estimular a participação em grupos <strong>de</strong> autoaju<strong>da</strong>;<br />

Fazer F acompanhamento <strong>da</strong> pressão arterial conforme orientação <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Diabetes Mellitus<br />

O que é a diabetes?<br />

É uma <strong>do</strong>ença que acontece quan<strong>do</strong> o organismo produz pouca ou<br />

nenhuma insulina (hormônio responsável pela redução <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong><br />

glicose no sangue), e com isso o corpo inteiro a<strong>do</strong>ece.<br />

São fatores <strong>de</strong> risco para a <strong>do</strong>ença:<br />

Obesi<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

História familiar;<br />

Não praticar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física – se<strong>de</strong>ntarismo;<br />

Hipertensão arterial;<br />

Colesterol e triglicerí<strong>de</strong>os eleva<strong>do</strong>s.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

O diabetes po<strong>de</strong> ser classifica<strong>do</strong> em <strong>do</strong>is tipos<br />

mais frequentes:<br />

Tipo I – po<strong>de</strong> ocorrer <strong>de</strong> forma rapi<strong>da</strong>mente progressiva, principalmente,<br />

em crianças e a<strong>do</strong>lescentes, ou <strong>de</strong> forma lentamente progressiva,<br />

geralmente em adultos. Necessita <strong>de</strong> uso diário <strong>de</strong> insulina para<br />

se manter controla<strong>do</strong>.<br />

Tipo II – normalmente ocorre após os 40 anos e, usualmente, se controla<br />

apenas com dieta, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física e/ou medicamento oral.<br />

São sinais e sintomas <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, tanto <strong>do</strong> tipo I como <strong>do</strong> tipo II:<br />

Aumento <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> urina;<br />

Se<strong>de</strong> intensa;<br />

Emagrecimento e fraqueza;<br />

Fome excessiva;<br />

Outras queixas, como <strong>do</strong>res nas pernas, piora <strong>da</strong> visão, coceira e corrimento vaginal.<br />

O cui<strong>da</strong><strong>do</strong> integral às pessoas com diabetes e sua família é um <strong>de</strong>safio<br />

para a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, especialmente para po<strong>de</strong>r ajudá-las a<br />

mu<strong>da</strong>r seu mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> viver, o que estará diretamente liga<strong>do</strong> à vi<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

seus familiares e amigos. Aos poucos, elas <strong>de</strong>verão apren<strong>de</strong>r a gerenciar<br />

sua rotina com diabetes em um processo que vise quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong> e autonomia.<br />

Seu papel como ACS:<br />

1) Junto às pessoas que não têm o diagnóstico <strong>de</strong> diabetes, mas possuem os<br />

fatores <strong>de</strong> risco:<br />

I<strong>de</strong>ntificar, na área <strong>de</strong> atuação, a partir <strong>do</strong>s fatores <strong>de</strong> risco, membros <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

com maior risco para diabetes, orientan<strong>do</strong>-os a procurar a UBS para avaliação;<br />

Estimular a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> hábitos alimentares saudáveis, basea<strong>do</strong>s em frutas, verduras,<br />

<strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>snata<strong>do</strong>;<br />

Orientar a redução ou aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> bebi<strong>da</strong>s alcoólicas, assim como a<br />

redução/eliminação <strong>do</strong> tabagismo;<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Estimular a realização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas regulares;<br />

Esclarecer à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, por meio <strong>de</strong> ações individuais ou coletivas, os fatores <strong>de</strong><br />

risco para o diabetes, orientan<strong>do</strong> sobre as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> prevenção;<br />

Estimular essas pessoas a uma visita à ESF para orientação pelo médico e/ou<br />

enfermeira.<br />

2) Em relação às pessoas com diagnóstico <strong>de</strong> diabetes:<br />

I<strong>de</strong>ntificar as pessoas com diabetes <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong> atuação e preencher a ficha<br />

B-DM <strong>do</strong> SIAB (Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Atenção Básica);<br />

Verificar o comparecimento às consultas agen<strong>da</strong><strong>da</strong>s na UBS;<br />

Realizar busca ativa <strong>do</strong>s faltosos;<br />

Perguntar, sempre, à pessoa com diabetes e quan<strong>do</strong> prescritos se ela está toman<strong>do</strong><br />

com regulari<strong>da</strong><strong>de</strong> os medicamentos;<br />

Estimular o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> saudável: se está cumprin<strong>do</strong> as<br />

orientações <strong>de</strong> dieta, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física, controle <strong>de</strong> peso, se reduziu ou parou <strong>de</strong><br />

fumar e <strong>de</strong> consumir bebi<strong>da</strong>s alcoólicas;<br />

Estimular a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> hábitos alimentares saudáveis basea<strong>do</strong>s no consumo <strong>de</strong><br />

frutas, verduras, <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>snata<strong>do</strong>;<br />

Orientar a redução <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> bebi<strong>da</strong>s alcoólicas ou seu aban<strong>do</strong>no;<br />

Orientar sobre a importância <strong>da</strong> a<strong>de</strong>são ao tratamento e seguir as orientações <strong>da</strong><br />

equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

Estimular a realização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas regulares;<br />

Estimular a organização <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> aju<strong>da</strong> mútua, como grupos <strong>de</strong> caminha<strong>da</strong>,<br />

<strong>de</strong> estímulo à alimentação saudável, entre outros;<br />

Estimular a participação em grupos <strong>de</strong> orientação;<br />

Fazer acompanhamento <strong>da</strong> glicemia conforme orientação <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

Orientar para escovar corretamente os <strong>de</strong>ntes após as refeições – o diabetes mal<br />

controla<strong>do</strong> facilita a inflamação <strong>da</strong>s gengivas, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> prejudicar a saú<strong>de</strong> bucal;<br />

Orientar para ter o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> corporal re<strong>do</strong>bra<strong>do</strong>, especialmente com os pés –<br />

examinar os pés diariamente – e, constatan<strong>do</strong> qualquer alteração, comunicar a


equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Devem ser evita<strong>do</strong>s sapatos aperta<strong>do</strong>s, uso <strong>de</strong> gilete, alicate <strong>de</strong><br />

cutícula, entre outros. Lavar os pés com água morna (nunca quente) e secá-los<br />

muito bem, especialmente entre os <strong>de</strong><strong>do</strong>s.<br />

Importante! Com acesso à medicação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> (se necessário),<br />

bons hábitos alimentares, práticas saudáveis e bom acompanhamento<br />

<strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a pessoa com diabetes será capaz <strong>de</strong> levar<br />

uma vi<strong>da</strong> ativa e reduzir o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver complicações.<br />

Tuberculose<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

A tuberculose é uma <strong>do</strong>ença infecciosa e contagiosa causa<strong>da</strong> por uma<br />

bactéria. O termo tuberculose se origina <strong>do</strong> fato <strong>de</strong> a <strong>do</strong>ença causar<br />

lesões chama<strong>da</strong>s tubérculos. Ela atinge os pulmões, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> também<br />

se localizar em outros órgãos. Nos pulmões se <strong>de</strong>nomina tuberculose<br />

pulmonar e, nos outros órgãos, tuberculose extrapulmonar.<br />

É facilmente transmiti<strong>da</strong> <strong>de</strong> pessoa para pessoa. Quan<strong>do</strong> uma pessoa<br />

com tuberculose tosse ou espirra, a bactéria é expeli<strong>da</strong> no ar, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

assim contaminar outras pessoas. Por essa razão a transmissão <strong>da</strong><br />

tuberculose para outros membros <strong>da</strong> família, vizinhos e para colegas<br />

<strong>de</strong> trabalho é muito fácil se o ambiente não tiver boa ventilação. A<br />

ventilação constante e a luz solar direta removem as partículas e matam<br />

rapi<strong>da</strong>mente os bacilos.<br />

A tuberculose po<strong>de</strong> acometer qualquer um, sen<strong>do</strong> favoreci<strong>da</strong> por<br />

fatores como precárias condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, <strong>de</strong>snutrição, alcoolismo,<br />

tabagismo e <strong>do</strong>enças como Aids, diabetes, <strong>do</strong>enças renais crônicas,<br />

câncer e pelo enfraquecimento <strong>do</strong> sistema imunológico.<br />

A infecção po<strong>de</strong> ocorrer em qualquer i<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas no Brasil geralmente<br />

acontece na infância. Nem to<strong>da</strong>s as pessoas expostas ao bacilo <strong>da</strong><br />

tuberculose se infectam, assim como nem to<strong>da</strong>s as pessoas infecta<strong>da</strong>s<br />

(com o bacilo) <strong>de</strong>senvolvem a <strong>do</strong>ença.<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Pessoas com tuberculose apresentam diferentes sintomas. O principal<br />

é a tosse, inicialmente seca e <strong>de</strong>pois produtiva (com catarro), com<br />

duração <strong>de</strong> três semanas ou mais e, às vezes, confundi<strong>da</strong> com uma<br />

gripe mal cura<strong>da</strong> ou com tosse <strong>de</strong> fumante. Além <strong>da</strong> tosse, po<strong>de</strong>m<br />

surgir febre baixa, geralmente no final <strong>da</strong> tar<strong>de</strong>, fraqueza, per<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

apetite, emagrecimento, suores noturnos, <strong>do</strong>res no peito, nas costas<br />

e, às vezes, escarro com sangue.<br />

Para o diagnóstico <strong>da</strong> tuberculose, o exame <strong>de</strong> escarro/catarro é o<br />

mais importante. Outros, como raio X, teste tuberculínico e biópsias<br />

também são utiliza<strong>do</strong>s.<br />

Como uma pessoa com tuberculose po<strong>de</strong> evitar a transmissão<br />

<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença?<br />

Primeiramente ela <strong>de</strong>ve procurar um serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e, confirma<strong>do</strong><br />

o diagnóstico, <strong>de</strong>ve seguir o tratamento indica<strong>do</strong>. Incentivar os familiares<br />

ou as pessoas que tiveram contato com ela para procurar o<br />

serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Informar os familiares que as pessoas que tiveram contato com o <strong>do</strong>ente<br />

po<strong>de</strong>m ter si<strong>do</strong> infecta<strong>da</strong>s e só apresentar sintomas <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença<br />

até <strong>do</strong>is anos após o convívio com o <strong>do</strong>ente.<br />

O <strong>do</strong>ente com tuberculose <strong>de</strong>ve ter o cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, ao tossir ou espirrar,<br />

<strong>de</strong> cobrir a boca e o nariz e nunca escarrar no chão.<br />

Deve manter o ambiente limpo e areja<strong>do</strong>.<br />

Como você po<strong>de</strong> colaborar para evitar a transmissão<br />

<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença?<br />

É necessário que você esteja atento aos casos suspeitos <strong>de</strong> tuberculose,<br />

realize a busca ativa, aumentan<strong>do</strong>/agilizan<strong>do</strong> a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> casos,<br />

fazen<strong>do</strong> com que o início <strong>do</strong> tratamento (quan<strong>do</strong> confirma<strong>do</strong> o


diagnóstico) seja mais rápi<strong>do</strong> e mais eficiente. Também <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong><br />

a supervisão <strong>do</strong> tratamento, o que favorece a cura e a quebra<br />

<strong>da</strong> ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> transmissão.<br />

A busca <strong>de</strong> casos <strong>de</strong>ve ser feita principalmente entre os:<br />

Porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> tosse com produção <strong>de</strong> catarro há pelo menos três semanas ou que<br />

apresentem sintomas compatíveis com a tuberculose – sintomáticos respiratórios:<br />

além <strong>da</strong>queles que apresentem tosse, febre no final <strong>da</strong> tar<strong>de</strong>, suores<br />

noturnos, per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso, escarro sanguíneo e/ou <strong>do</strong>r torácica;<br />

Pessoas com história <strong>de</strong> tratamento anterior para tuberculose;<br />

Pessoas que convivem ou têm contato mais frequente (os comunicantes) com as<br />

pessoas com diagnóstico <strong>de</strong> tuberculose;<br />

Populações <strong>de</strong> risco: resi<strong>de</strong>ntes/internos <strong>de</strong> presídios, manicômios, abrigos;<br />

Porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>de</strong>bilitantes (diabetes, neoplasias);<br />

Pessoas com baixas <strong>de</strong>fesas, como as que têm HIV;<br />

Usuários <strong>de</strong> drogas;<br />

Mora<strong>do</strong>res em situação <strong>de</strong> rua;<br />

Trabalha<strong>do</strong>res <strong>da</strong> área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Você, ao i<strong>de</strong>ntificar pessoas tossin<strong>do</strong> há três semanas ou mais, <strong>de</strong>ve<br />

encaminhá-las para fazer exame <strong>de</strong> escarro, que po<strong>de</strong> ser feito na<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>/Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família.<br />

Tratamento:<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

A tuberculose é uma <strong>do</strong>ença grave, mas tem cura.<br />

O uso correto <strong>do</strong>s medicamentos, to<strong>do</strong>s os dias, durante seis meses,<br />

garante o sucesso <strong>do</strong> tratamento. Seu uso incorreto ou a interrupção<br />

<strong>do</strong> tratamento sem orientação <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> torna a bactéria<br />

resistente, dificultan<strong>do</strong> a cura. Hoje esse é um problema muito sério<br />

no Brasil e em outros países <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Recomen<strong>da</strong>-se a estratégia <strong>do</strong> tratamento supervisiona<strong>do</strong>, conheci<strong>da</strong><br />

como DOTS, que tem como objetivo principal a<br />

supervisão <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> <strong>da</strong> medicação por um profissional<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou outra pessoa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente<br />

prepara<strong>da</strong> para essa ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, garantin<strong>do</strong> a<strong>de</strong>são ao<br />

tratamento e reduzin<strong>do</strong> o risco <strong>de</strong> transmissão <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença na<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Um <strong>do</strong>s profissionais que têm esse importantíssimo<br />

papel é você. Essa estratégia requer a supervisão <strong>da</strong><br />

ingestão <strong>do</strong>s medicamentos, no local <strong>de</strong> escolha <strong>do</strong> <strong>do</strong>ente,<br />

que po<strong>de</strong> ser na UBS/SF, na residência ou no local <strong>de</strong> trabalho,<br />

asseguran<strong>do</strong>-se que o <strong>do</strong>ente os tome <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com<br />

seu tratamento.<br />

A supervisão <strong>da</strong> toma<strong>da</strong> <strong>da</strong> medicação po<strong>de</strong>rá ser feita com pelo<br />

menos três observações semanais, nos primeiros <strong>do</strong>is meses, e duas<br />

observações por semana, até o seu final.<br />

As drogas <strong>de</strong>verão ser administra<strong>da</strong>s preferencialmente em jejum,<br />

em uma única toma<strong>da</strong>, ou, em caso <strong>de</strong> intolerância digestiva, junto<br />

com uma refeição.<br />

A medicação é muito eficaz. Após as duas primeiras semanas <strong>de</strong> uso<br />

<strong>do</strong>s antibióticos, o <strong>do</strong>ente <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> transmitir a tuberculose, mas<br />

atenção, ele ain<strong>da</strong> não está cura<strong>do</strong>. A medicação contra a tuberculose<br />

po<strong>de</strong> curar praticamente 100% <strong>do</strong>s casos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que ela seja<br />

toma<strong>da</strong> sem interrupção por seis meses.<br />

A internação <strong>de</strong> pacientes com tuberculose é indica<strong>da</strong> apenas nos<br />

casos graves.<br />

Seu papel como ACS:<br />

Orientações gerais relaciona<strong>da</strong>s ao controle <strong>da</strong> tuberculose:<br />

I<strong>de</strong>ntificar os sintomáticos respiratórios (pessoas apresentan<strong>do</strong> tosse com expectoração<br />

há pelo menos três semanas) nos <strong>do</strong>micílios e na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>;


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Encaminhar ou comunicar o caso suspeito à equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família ou à UBS;<br />

Orientar e encaminhar os comunicantes (pessoa que tem contato com o <strong>do</strong>ente)<br />

à UBS para consulta, diagnóstico e tratamento, quan<strong>do</strong> necessário;<br />

Orientar a coleta <strong>do</strong> escarro, quan<strong>do</strong> solicita<strong>do</strong> pela UBS;<br />

Orientar para consumir alimentos saudáveis, estimular o consumo <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong>s e<br />

manter o ambiente limpo e areja<strong>do</strong>;<br />

Verificar, na Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Criança, a sua situação vacinal: se faltoso,<br />

encaminhar à UBS/SF;<br />

Verificar a presença <strong>de</strong> cicatriz <strong>da</strong> vacina BCG no braço direito <strong>da</strong> criança. Caso não<br />

exista e não haja comprovante na Ca<strong>de</strong>rneta, encaminhar a criança para vacinação.<br />

A presença <strong>de</strong> cicatriz <strong>de</strong> vacinação BCG não quer dizer<br />

que a pessoa não vá ter tuberculose, pois a vacina<br />

só previne as manifestações graves <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença.<br />

Orientações às pessoas com diagnóstico <strong>de</strong> tuberculose:<br />

Supervisionar a toma<strong>da</strong> <strong>da</strong> medicação, conforme planejamento <strong>da</strong> equipe. O MS<br />

recomen<strong>da</strong> pelo menos três observações semanais, nos primeiros <strong>do</strong>is meses, e<br />

duas observações por semana, até o seu final;<br />

Realizar busca ativa <strong>de</strong> faltosos e aqueles que aban<strong>do</strong>naram o tratamento;<br />

Realizar ações educativas junto à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

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114<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Hanseníase<br />

Orientar que os medicamentos precisam ser toma<strong>do</strong>s juntos para que façam o<br />

efeito <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>, por isso, <strong>de</strong>ve informar para que a pessoa não estranhe a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> medicamentos. A medicação <strong>de</strong>ve ser preferencialmente toma<strong>da</strong> em<br />

jejum;<br />

Informar Inf algumas vezes que os medicamentos po<strong>de</strong>m causar reações ruins ou<br />

efeitos colaterais. Nesses casos, você <strong>de</strong>ve orientar a procura imediatamente<br />

<strong>da</strong> UBS, comunicar a situação à UBS e, ain<strong>da</strong>, verificar o seu comparecimento e<br />

aumentar o número <strong>de</strong> visitas <strong>do</strong>miciliares à família e ao <strong>do</strong>ente;<br />

Orientar mulheres em i<strong>da</strong><strong>de</strong> fértil que estão em tratamento para tuberculose que<br />

esses medicamentos interferem na ação <strong>do</strong>s contraceptivos orais (pílulas) e que elas<br />

<strong>de</strong>vem buscar novas orientações sobre anticoncepção com a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

Nas visitas <strong>do</strong>miciliares, aten<strong>de</strong>r os usuários em ambientes areja<strong>do</strong>s (com ventilação<br />

<strong>de</strong> ar) e <strong>de</strong> preferência com luz solar (varan<strong>da</strong>s, perto <strong>de</strong> janelas);<br />

Orientar sobre a importância <strong>da</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> tratamento até a alta e seguir as<br />

orientações <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

Orientar a coleta <strong>do</strong> escarro, quan<strong>do</strong> solicita<strong>do</strong> pela UBS;<br />

Orientar para consumir alimentos saudáveis, estimular o consumo <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong>s e<br />

manter o ambiente limpo e areja<strong>do</strong>;<br />

Reforçar Ref com os familiares a importância <strong>de</strong> procurar o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para<br />

avaliar a sua situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

Orientar e estimular a pessoa com tuberculose para <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fumar e procurar a<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, para busca <strong>de</strong> apoio nesse senti<strong>do</strong>;<br />

Preencher a ficha B-TB <strong>do</strong> SIAB (Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Atenção Básica),<br />

manten<strong>do</strong>-a atualiza<strong>da</strong>.<br />

A hanseníase é <strong>do</strong>ença transmissível que atinge principalmente as<br />

pessoas na faixa etária economicamente ativa. Afeta principalmente<br />

a pele e os nervos periféricos, mas também compromete articulações,<br />

olhos, testículos, gânglios e outros órgãos.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

É uma <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças mais antigas que acometem o ser humano. Infelizmente<br />

o <strong>do</strong>ente com hanseníase foi e ain<strong>da</strong> é discrimina<strong>do</strong> na<br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. A discriminação se <strong>de</strong>ve por alguns fatores: <strong>de</strong>sconhecimento<br />

sobre a natureza <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, sua transmissão e forma <strong>de</strong> tratamento;<br />

<strong>de</strong>sconhecimento <strong>de</strong> que a hanseníase tem cura; e o me<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> adquirir a <strong>do</strong>ença e suas <strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong>s pelo contato com as pessoas<br />

atingi<strong>da</strong>s pela <strong>do</strong>ença.<br />

A discriminação gera o preconceito, que é rejeitar antes mesmo <strong>de</strong><br />

conhecer, <strong>de</strong> saber mais sobre alguém ou alguma coisa.<br />

O que é hanseníase?<br />

A hanseníase é uma <strong>do</strong>ença transmissível causa<strong>da</strong> por um bacilo,<br />

que é uma bactéria que tem a forma <strong>de</strong> bastão. Passa <strong>de</strong> uma pessoa<br />

para outra por meio <strong>da</strong>s secreções <strong>da</strong>s vias respiratórias e pelas gotículas<br />

<strong>de</strong> saliva. O contato direto<br />

e prolonga<strong>do</strong> com o <strong>do</strong>ente<br />

em ambiente fecha<strong>do</strong>, com<br />

pouca ventilação e pouca<br />

<strong>de</strong> luz solar, aumenta as<br />

chances <strong>de</strong> a pessoa se infectar<br />

com o bacilo <strong>da</strong> hanseníase.<br />

A <strong>do</strong>ença progri<strong>de</strong><br />

lentamente. Entre o contato<br />

com a pessoa <strong>do</strong>ente<br />

e o aparecimento<br />

<strong>do</strong>s primeiros sinais,<br />

po<strong>de</strong> levar em média<br />

<strong>do</strong>is a cinco anos.<br />

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116<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Os principais sinais e sintomas <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença são:<br />

Manchas esbranquiça<strong>da</strong>s, acastanha<strong>da</strong>s ou avermelha<strong>da</strong>s, com alterações <strong>de</strong><br />

sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (a pessoa sente formigamentos, choques e câimbras que evoluem<br />

para <strong>do</strong>rmência – queima-se ou machuca-se sem perceber);<br />

Aparecimento <strong>de</strong> nódulos <strong>de</strong>baixo <strong>da</strong> pele, normalmente sem sintomas;<br />

Diminuição ou que<strong>da</strong> <strong>de</strong> pelos, especialmente <strong>da</strong>s sobrancelhas;<br />

Falta ou ausência <strong>de</strong> su<strong>do</strong>rese no local – pele seca.<br />

A maioria <strong>da</strong>s pessoas é resistente ao bacilo e não a<strong>do</strong>ece.<br />

Como dito anteriormente, é uma <strong>do</strong>ença que atinge os nervos, que<br />

são como fios elétricos <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> corpo que permitem sentir <strong>do</strong>r, calor<br />

e o tato. Se os nervos não estiverem bons, nós não sentiremos<br />

as coisas que tocam a gente e também vamos ter dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para<br />

an<strong>da</strong>r, abrir e fechar as mãos. Isso faz com que as pessoas que têm<br />

hanseníase apresentem <strong>do</strong>res, câimbras, formigamento e <strong>do</strong>rmência<br />

nos braços, mãos e pés. Os nervos cutâneos (<strong>da</strong> pele) também são<br />

atingi<strong>do</strong>s, provocan<strong>do</strong> manchas ou áreas a<strong>do</strong>rmeci<strong>da</strong>s na pele. Po<strong>de</strong><br />

também afetar os olhos e, eventualmente, outros órgãos. É comum<br />

aparecerem caroços ou inchaços no rosto, orelhas, cotovelos e mãos;<br />

entupimento constante no nariz, com um pouco <strong>de</strong> sangue e feri<strong>da</strong>s;<br />

alteração na musculatura <strong>da</strong>s mãos, que resulta nas chama<strong>da</strong>s “mãos<br />

em garra”.<br />

Tratamento:<br />

A hanseníase é uma <strong>do</strong>ença grave, mas que tem cura. O uso correto <strong>do</strong>s<br />

medicamentos, ininterruptamente por seis meses a um ano, garante o<br />

sucesso <strong>do</strong> tratamento. A medicação é administra<strong>da</strong> em <strong>do</strong>ses supervisiona<strong>da</strong>s<br />

pela Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ou por um cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r. Não há<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> internamento hospitalar, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> as complicações<br />

(reações na pele ou nos nervos e mal-estar) ser trata<strong>da</strong>s nas UBS.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Se diagnostica<strong>da</strong> precocemente e trata<strong>da</strong> corretamente, não incapacita<br />

para o trabalho, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o porta<strong>do</strong>r levar uma vi<strong>da</strong> normal.<br />

Para a realização <strong>da</strong> <strong>do</strong>se supervisiona<strong>da</strong>, a pessoa com hanseníase<br />

<strong>de</strong>verá ser agen<strong>da</strong><strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> 28 dias. A <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> retorno e o controle<br />

<strong>da</strong> a<strong>de</strong>são ao tratamento <strong>de</strong>vem ser registra<strong>do</strong>s em um cartão <strong>de</strong><br />

agen<strong>da</strong>mento, <strong>de</strong> uso <strong>do</strong> paciente.<br />

No ato <strong>do</strong> comparecimento à UBS para receber a medicação específica<br />

preconiza<strong>da</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> supervisiona<strong>do</strong>, o paciente <strong>de</strong>ve ser submeti<strong>do</strong><br />

à revisão por parte <strong>do</strong> médico e enfermeiro.<br />

O <strong>do</strong>ente com hanseníase <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> transmitir a <strong>do</strong>ença<br />

logo que começa o tratamento.<br />

Seu papel como ACS:<br />

Orientações gerais relaciona<strong>da</strong>s ao controle <strong>da</strong> hanseníase:<br />

Detectar em sua área <strong>de</strong> atuação pessoas com sinais e sintomas compatíveis com<br />

hanseníase e orientá-las a procurar a UBS;<br />

Orientar a buscar atendimento na UBS quan<strong>do</strong> alguma pessoa se queixar <strong>de</strong> manchas<br />

sem sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> local ou locais sem manchas, mas sem sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> local;<br />

Encaminhar to<strong>da</strong> e qualquer pessoa que resi<strong>da</strong> ou tenha residi<strong>do</strong> com o <strong>do</strong>ente<br />

<strong>de</strong> hanseníase nos últimos cinco anos (contatos intra<strong>do</strong>miciliares) para avaliação<br />

na UBS e estimulá-la a realizar o autoexame, mesmo <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> avaliação, <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com a orientação <strong>da</strong> equipe;<br />

Verificar a presença <strong>de</strong> cicatriz <strong>da</strong> BCG no braço direito <strong>do</strong> contato intra<strong>do</strong>miciliar.<br />

Caso exista uma ou nenhuma cicatriz vacinal e não haja comprovação na ca<strong>de</strong>rneta<br />

<strong>de</strong> vacina, orientar a procurar a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para orientação,<br />

pois as situações <strong>de</strong>vem ser avalia<strong>da</strong>s caso a caso;<br />

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118<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Embora a BCG seja uma vacina contra a tuberculose, também<br />

po<strong>de</strong> favorecer a resistência <strong>do</strong> organismo à hanseníase.<br />

Avaliação <strong>da</strong> cicatriz vacinal <strong>de</strong> BCG Orientação<br />

SEM cicatriz <strong>de</strong> BCG. Orientar UMA <strong>do</strong>se <strong>de</strong> BCG.<br />

COM UMA cicatriz <strong>de</strong> BCG. Orientar UMA <strong>do</strong>se <strong>de</strong> BCG.<br />

COM DUAS cicatrizes <strong>de</strong> BCG. NÃO orientar nenhuma <strong>do</strong>se <strong>de</strong> BCG.<br />

Realizar busca ativa <strong>do</strong>s contatos faltosos;<br />

Desenvolver ações educativas e <strong>de</strong> mobilização envolven<strong>do</strong> a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e equipamentos<br />

sociais (escolas, conselhos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, associações <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res etc.),<br />

abor<strong>da</strong>n<strong>do</strong> a importância <strong>do</strong> autoexame, o controle <strong>da</strong> hanseníase e o combate<br />

ao preconceito.<br />

Papel <strong>do</strong>s ACS junto às pessoas com diagnóstico <strong>da</strong> hanseníase:<br />

Realizar busca ativa <strong>de</strong> faltosos e <strong>da</strong>queles que aban<strong>do</strong>naram o tratamento;<br />

Supervisionar o uso <strong>do</strong>s medicamentos, quan<strong>do</strong> indica<strong>do</strong> e conforme planejamento<br />

<strong>da</strong> equipe;<br />

Orientar sobre a importância <strong>do</strong> tratamento correto;<br />

Nas visitas <strong>do</strong>miciliares, aten<strong>de</strong>r os usuários em ambientes areja<strong>do</strong>s<br />

(com ventilação <strong>de</strong> ar);<br />

Compartilhar com a equipe informações colhi<strong>da</strong>s durante a visita <strong>do</strong>miciliar;<br />

Preencher a ficha B-HAN <strong>do</strong> SIAB (Sistema <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Atenção Básica),<br />

manten<strong>do</strong>-a atualiza<strong>da</strong>;<br />

Orientar sobre os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s que a pessoa com hanseníase po<strong>de</strong> ter (autocui<strong>da</strong><strong>do</strong>),<br />

para evitar complicações.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Sobre o autocui<strong>da</strong><strong>do</strong>, você <strong>de</strong>ve orientar sobre:<br />

Olhos: observar se há permanentemente a sensação <strong>de</strong> areia nos<br />

olhos, visão embaça<strong>da</strong> ou resseca<strong>da</strong> <strong>de</strong> repente ou se tem pisca<strong>do</strong><br />

mais que o normal. Nesse caso, observar se há cisco e limpar os olhos<br />

com soro fisiológico.<br />

Nariz: observar se o nariz tem fica<strong>do</strong> entupi<strong>do</strong> com frequência, se<br />

tem apareci<strong>do</strong> cascas ou sangramentos súbitos, se há cheiro ruim,<br />

pois indicam que o osso <strong>do</strong> nariz po<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> atingi<strong>do</strong> pela <strong>do</strong>ença.<br />

Limpar o nariz com soro fisiológico, inspiran<strong>do</strong> e expiran<strong>do</strong>, e não<br />

arrancar as casquinhas.<br />

Mãos e braços: observar se há <strong>do</strong>r ou formigamento, choque ou <strong>do</strong>rmência<br />

ou se as mãos ficam incha<strong>da</strong>s e com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sustentar<br />

os objetos. Fazer repouso <strong>do</strong> braço afeta<strong>do</strong>, evitan<strong>do</strong> movimentos repetitivos,<br />

e não carregar objetos pesa<strong>do</strong>s. Usar óleos ou cremes para<br />

evitar ressecamento.<br />

Pés: observar a presença <strong>de</strong> <strong>do</strong>r e câimbra nas pernas, fraqueza nos<br />

pés, formigamento ou choque; presença <strong>de</strong> feri<strong>da</strong>s, calos ou bolhas. Ficar<br />

em repouso e an<strong>da</strong>r pouco, hidratar, lubrificar e massagear os pés.<br />

Ferimentos: observar bolhas e ferimentos que surgiram sem se perceber.<br />

Isso ocorre <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à per<strong>da</strong> <strong>de</strong> sensação <strong>de</strong> calor e <strong>do</strong>r na área<br />

afeta<strong>da</strong>. Descobrir a causa <strong>do</strong> ferimento e proteger: imobilizar <strong>de</strong><strong>do</strong>s<br />

machuca<strong>do</strong>s; usar meias grossas sem remen<strong>do</strong>; examinar diariamente<br />

a parte interna <strong>do</strong>s sapatos para impedir que saliências ou pregas<br />

causem ferimentos. O uso <strong>do</strong>s tênis a<strong>da</strong>pta<strong>do</strong>s e palmilhas também<br />

são cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s importantes.<br />

Com esses cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s é possível tratar as complicações logo no início,<br />

e assim evitar <strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

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120<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

E o mais importante! Você não <strong>de</strong>ve ter preconceito ou<br />

me<strong>do</strong> <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença. A hanseníase não se transmite facilmente,<br />

por exemplo, num simples exame ou contato com quem tem<br />

a <strong>do</strong>ença, ela tem cura e, se trata<strong>da</strong> trata<strong>da</strong> corretamente, corretamente, não causa<br />

<strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

DOENÇAS<br />

SEXUALMENTE<br />

TRANSMISSÍVEIS<br />

E AIDS<br />

São chama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças<br />

sexualmente transmissíveis<br />

(DST) aquelas<br />

causa<strong>da</strong>s por vírus, bactérias<br />

ou micróbios e que<br />

são transmiti<strong>da</strong>s, principalmente,<br />

nas relações sexuais.<br />

Muita gente chama <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>enças venéreas, <strong>do</strong>enças<br />

<strong>da</strong> rua, <strong>do</strong>enças <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />

São exemplos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças sexualmente transmissíveis: gonorreia, sífilis,<br />

hepatite B, Aids, entre outras.<br />

Ter relação sexual faz parte <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas. Ca<strong>da</strong> pessoa <strong>de</strong>ve<br />

po<strong>de</strong>r escolher com quem e como quer ter uma relação sexual. Em<br />

qualquer relação sexual é possível pegar ou passar uma DST. Infelizmente<br />

muitas pessoas não sabem o que são as DST. Outras sabem,<br />

mas não tomam cui<strong>da</strong><strong>do</strong> para se proteger <strong>de</strong>ssas <strong>do</strong>enças.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Como saber se uma pessoa está com uma DST?<br />

Existem vários sinais (aquilo que a pessoa vê) e sintomas (aquilo que<br />

a pessoa sente e manifesta) que levam as pessoas a suspeitarem que<br />

estejam com uma DST. Mas somente o médico po<strong>de</strong> fazer o diagnóstico<br />

e indicar o tratamento, embora você e outros membros <strong>da</strong><br />

equipe possam participar <strong>de</strong>sse processo.<br />

Alguns sinais <strong>de</strong> DST:<br />

Feri<strong>da</strong>s nos órgãos genitais masculinos e femininos;<br />

Corrimentos na mulher e no homem o “pinga-pinga”;<br />

Verrugas.<br />

Alguns sintomas <strong>de</strong> DST:<br />

Ardência ao urinar;<br />

Coceira nos órgãos genitais;<br />

Dor ou mal-estar nas relações sexuais.<br />

Quanto mais ce<strong>do</strong> for inicia<strong>do</strong> e não houver interrupção <strong>do</strong> tratamento,<br />

maiores serão as chances <strong>de</strong> cura.<br />

As principais situações que aumentam o risco <strong>de</strong> se pegar uma DST são:<br />

Pessoas que têm relações sexuais sem usar camisinha;<br />

Pessoas cujo companheiro ou companheira tem relação sexual com outras pessoas<br />

sem usar camisinha;<br />

Pessoas que usam drogas injetáveis, compartilhan<strong>do</strong> agulhas e seringas, isto é,<br />

duas ou mais pessoas usan<strong>do</strong> as mesmas agulhas e seringas.<br />

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122<br />

Aids<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

É uma DST causa<strong>da</strong> por um vírus chama<strong>do</strong><br />

HIV. Ele age <strong>de</strong>struin<strong>do</strong> as células<br />

que fazem a <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> corpo contra<br />

as <strong>do</strong>enças – os glóbulos brancos. Ao se<br />

contaminar, a pessoa po<strong>de</strong> não apresentar,<br />

pelo menos por algum tempo, nenhum<br />

sinal ou sintoma. Nesse caso ela é chama<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> porta<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> HIV ou soropositiva para HIV.<br />

Quan<strong>do</strong> a pessoa soropositiva para HIV começa<br />

a apresentar sintomas, então se diz que ela<br />

tem Aids.<br />

Qualquer pessoa po<strong>de</strong> pegar o HIV: homem ou mulher (homo, bi ou<br />

heterossexual); gente casa<strong>da</strong> ou solteira; criança, moço ou i<strong>do</strong>so; rico<br />

ou pobre. E tanto faz se a pessoa mora na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ou no campo.<br />

Transmissão: o HIV passa <strong>de</strong> uma pessoa infecta<strong>da</strong> para outra por meio<br />

<strong>de</strong> quatro líqui<strong>do</strong>s produzi<strong>do</strong>s pelo nosso corpo. Esses líqui<strong>do</strong>s são:<br />

Sangue;<br />

Esperma;<br />

Líqui<strong>do</strong> <strong>da</strong> vagina;<br />

Leite <strong>do</strong> peito <strong>da</strong> mãe infecta<strong>da</strong> para o bebê.<br />

O vírus <strong>do</strong> HIV se transmite, principalmente, por meio <strong>da</strong>s relações<br />

sexuais, sem proteção, por camisinha, por isso a Aids também é uma<br />

<strong>do</strong>ença sexualmente transmissível.<br />

Como po<strong>de</strong>mos nos proteger <strong>da</strong>s DST e <strong>do</strong> HIV?<br />

A melhor forma <strong>de</strong> proteção contra o HIV é a prevenção, que se faz<br />

evitan<strong>do</strong> as situações ou comportamentos <strong>de</strong> risco.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Orientações para prevenir as DST e HIV:<br />

Ter T relações seguras, ou seja, usar sempre e corretamente a camisinha, em qualquer<br />

tipo <strong>de</strong> relação sexual, entre pessoas <strong>de</strong> sexo diferente ou <strong>do</strong> mesmo sexo;<br />

Não compartilhar agulhas e seringas;<br />

Procurar um serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o mais rapi<strong>da</strong>mente, em caso <strong>de</strong> suspeita <strong>de</strong> DST.<br />

Qual é a orientação que <strong>de</strong>ve ser <strong>da</strong><strong>da</strong> por você para uma<br />

pessoa que está com DST/Aids?<br />

Pessoas com DST:<br />

Não se automedicar;<br />

Não interromper o tratamento prescrito pelo médico;<br />

Se não for possível evitar as relações sexuais, utilizar a camisinha;<br />

Procurar conversar com o(a) companheiro(a) ou parceiro(a) sexual sobre a situação<br />

e levá-lo(a) até uma UBS.<br />

Porta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> vírus HIV:<br />

Orientar que os soropositivos po<strong>de</strong>m viver normalmente, manten<strong>do</strong> as mesmas<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas, profissionais e sociais <strong>de</strong> antes <strong>do</strong> diagnóstico, contanto que<br />

sejam segui<strong>da</strong>s as recomen<strong>da</strong>ções <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

O preservativo <strong>de</strong>ve ser usa<strong>do</strong> em to<strong>da</strong>s as relações sexuais, mesmo naquelas on<strong>de</strong><br />

ambos os parceiros estejam infecta<strong>do</strong>s, pois existe mais <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> vírus <strong>do</strong> HIV e<br />

durante a relação sem preservativo ocorre a contaminação por outros vírus, dificultan<strong>do</strong><br />

o tratamento pela resistência que po<strong>de</strong> ser adquiri<strong>da</strong> aos medicamentos;<br />

Não se <strong>de</strong>vem compartilhar agulhas e seringas nem mesmo com outras pessoas<br />

sabi<strong>da</strong>mente infecta<strong>da</strong>s pelos motivos já cita<strong>do</strong>s;<br />

Não <strong>do</strong>ar sangue;<br />

Comparecer regularmente à UBS para avaliação;<br />

Orientar a família e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> que a convivência com uma pessoa porta<strong>do</strong>ra<br />

<strong>do</strong> HIV <strong>de</strong>ve ser tranquila. Beijos, abraços, <strong>de</strong>monstrações <strong>de</strong> amor e afeto e<br />

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124<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

compartilhar o mesmo espaço físico são atitu<strong>de</strong>s a serem incentiva<strong>da</strong>s e que não<br />

oferem risco;<br />

Quanto mais respeito e afeto receber o porta<strong>do</strong>r que vive com HIV/Aids, melhor<br />

será a resposta ao tratamento;<br />

O convívio social é muito importante para o aumento <strong>da</strong> autoestima. Consequentemente,<br />

faz com que essas pessoas cui<strong>de</strong>m melhor <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

Estimular para que tenha hábitos saudáveis. Se necessitar <strong>de</strong> orientações nutricionais,<br />

orientar para procurar a UBS.<br />

Doente <strong>de</strong> Aids<br />

Além <strong>da</strong>s mesmas orientações <strong>da</strong><strong>da</strong>s à pessoa porta<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> vírus HIV:<br />

Estimular a a<strong>de</strong>são ao tratamento e o uso correto <strong>do</strong>s medicamentos;<br />

Explicar que o tratamento é feito com uma combinação <strong>de</strong> remédios, chama<strong>do</strong>s<br />

antirretrovirais. Esses remédios não curam, mas diminuem a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vírus<br />

HIV no corpo;<br />

Informar Inf que o tratamento po<strong>de</strong> ser feito em casa. O hospital só é indica<strong>do</strong><br />

quan<strong>do</strong> a pessoa precisa <strong>de</strong> tratamento especializa<strong>do</strong>, por estar muito <strong>do</strong>ente.<br />

Pense e reflita...<br />

As pessoas com Aids precisam <strong>de</strong> <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> tratamento:<br />

O que é feito f com remédios para conter a <strong>do</strong>ença;<br />

O que é feito f <strong>de</strong> carinho, amor e aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> família, <strong>do</strong>s profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />

entre eles, <strong>de</strong> você e <strong>do</strong>s amigos.<br />

Seu papel como ACS:<br />

A primeira coisa que você precisa fazer é esclarecer suas dúvi<strong>da</strong>s a respeito <strong>da</strong><br />

<strong>do</strong>ença para orientar melhor o porta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> HIV ou um <strong>do</strong>ente Aids, sua família e<br />

as pessoas <strong>de</strong> sua comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> sem me<strong>do</strong> e sem preconceito;


Prestar informações <strong>de</strong> forma clara sobre como o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> está organiza<strong>do</strong><br />

para atendimento ao usuário;<br />

Ser um educa<strong>do</strong>r em saú<strong>de</strong>, orientan<strong>do</strong> como as pessoas po<strong>de</strong>m se proteger e<br />

que, apesar <strong>de</strong> a Aids não ter cura, é possível viver com quali<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Lembrar que a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong> com quem está <strong>do</strong>ente é a melhor arma na luta<br />

contra a <strong>do</strong>ença.<br />

SAÚDE BUCAL NO ADULTO<br />

Ações <strong>do</strong> ACS:<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Orientar a higienização <strong>da</strong> boca <strong>de</strong> forma correta;<br />

Orientar para procurar o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal regularmente para avaliação e<br />

tratamento conforme orientação <strong>do</strong> cirurgião-<strong>de</strong>ntista;<br />

Orientar sobre alimentação saudável;<br />

Orientar para que evitem o uso <strong>de</strong> tabaco/<strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>mais drogas;<br />

Evitar para que não abusem <strong>de</strong> bebi<strong>da</strong>s alcoólicas;<br />

Orientar para procurar o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal o mais<br />

rápi<strong>do</strong> possível, quan<strong>do</strong> a pessoa apresentar:<br />

• Dentes caria<strong>do</strong>s;<br />

• Dentes quebra<strong>do</strong>s;<br />

• Dentaduras frouxas, mal a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s ou quebra<strong>da</strong>s;<br />

• Feri<strong>da</strong>s nos lábios, língua, gengiva,<br />

bochechas que não cicatrizam há vários<br />

dias;<br />

• Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para falar, sorrir e comer;<br />

• Dor, inchaço e vermelhidão na boca<br />

ou no rosto.<br />

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126<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

SAÚDE DO HOMEM<br />

Diferentemente <strong>da</strong>s mulheres, os homens não costumam procurar<br />

os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. A baixa procura tem o fator cultural como uma<br />

<strong>da</strong>s explicações: o homem é cria<strong>do</strong> para ser prove<strong>do</strong>r, ser forte, não<br />

chorar, não a<strong>do</strong>ecer. Para muitos, <strong>do</strong>ença é sinal <strong>de</strong> fragili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

fraqueza. Isso faz com que não busquem antecipa<strong>da</strong>mente aju<strong>da</strong> nos<br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, levan<strong>do</strong>-os à morte por <strong>do</strong>enças que, se diagnostica<strong>da</strong>s<br />

mais ce<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>riam ser evita<strong>da</strong>s.<br />

Foi lança<strong>da</strong> em 26/8/2009 a Política Nacional <strong>de</strong> Atenção<br />

Integral à Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Homem pelo atual Ministro <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

É importante reverter o preconceito e sensibilizar os homens para a<br />

mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong>ssa forma <strong>de</strong> pensar e agir.<br />

Os homens estão mais expostos aos riscos <strong>de</strong> a<strong>do</strong>ecerem por problemas<br />

relaciona<strong>do</strong>s à falta <strong>de</strong> exercícios físicos, alimentação com excesso<br />

<strong>de</strong> gordura, aumento <strong>de</strong> peso e à violência por causas externas<br />

(brigas, aci<strong>de</strong>ntes no trânsito, assassinatos, homicídios etc.).<br />

É preciso que você os oriente a procurar a UBS para prevenir e tratar<br />

<strong>do</strong>enças como pressão alta, alteração <strong>do</strong> colesterol, diabetes, <strong>do</strong>enças<br />

sexualmente transmissíveis e Aids, infarto, <strong>de</strong>rrame, problemas respiratórios,<br />

câncer, uso <strong>de</strong> álcool, tabaco e outras drogas, entre outras.<br />

Orientar sobre a sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong> saudável, sem riscos <strong>de</strong> adquirir <strong>do</strong>enças<br />

sexualmente transmissíveis.<br />

Orientar sobre a paterni<strong>da</strong><strong>de</strong> responsável, estimulan<strong>do</strong> para que ele<br />

participe <strong>do</strong> pré-natal, <strong>do</strong> parto, <strong>do</strong> pós-parto e nas visitas ao pediatra<br />

e na criação <strong>do</strong>s filhos.


O ACS, juntamente com a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve realizar ações (por<br />

exemplo: semana <strong>de</strong> promoção <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> homem, campanhas volta<strong>da</strong>s<br />

para esse público, distribuição <strong>de</strong> cartilhas informativas, reuniões<br />

com os homens, entre outras estratégias) que estimulem o homem a<br />

se cui<strong>da</strong>r e a buscar uma vi<strong>da</strong> mais saudável, enfrentan<strong>do</strong> principalmente<br />

o alcoolismo, o tabagismo, a hipertensão e a obesi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Devem também ser busca<strong>da</strong>s estratégias para um melhor acolhimento<br />

aos homens nas UBS.<br />

A visita <strong>do</strong>miciliar às famílias on<strong>de</strong> há homens <strong>de</strong>ve contemplar principalmente<br />

orientações sobre:<br />

1. Os hábitos alimentares;<br />

2. Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física;<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

3. Vacinas preconiza<strong>da</strong>s para a sua faixa etária (conforme orientações <strong>da</strong> página 78 e 92);<br />

4. O consumo <strong>de</strong> bebi<strong>da</strong>s alcoólicas, tabaco e outras drogas;<br />

5. Os problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (manchas <strong>de</strong> pele, tosse, pressão alta, diabetes);<br />

6. Rotina: procurar a UBS para avaliação médica e o<strong>do</strong>ntológica;<br />

7. Alguma <strong>do</strong>ença crônica, se necessário.<br />

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128<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> específicos <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> homem<br />

Disfunção erétil:<br />

Outros problemas comuns que afetam a saú<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s homens, mas que não são exclusivamente<br />

relaciona<strong>do</strong>s a eles, são abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s em diferentes<br />

capítulos, conforme segue abaixo:<br />

Alcoolismo – Página 195<br />

Tabagismo T – Página 192<br />

Drogas ilícitas – Página 196<br />

Violência – Página 126<br />

Também popularmente conheci<strong>da</strong> como impotência sexual, a disfunção<br />

erétil po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância, pois po<strong>de</strong> repercutir<br />

na vi<strong>da</strong> familiar e no convívio social <strong>do</strong> indivíduo, muitas vezes sen<strong>do</strong><br />

causa <strong>de</strong> sofrimento psíquico para ele.<br />

A disfunção erétil afeta principalmente homens <strong>de</strong> faixa etária mais<br />

eleva<strong>da</strong>, mas po<strong>de</strong> também estar presente em indivíduos mais jovens.<br />

Estu<strong>do</strong>s apontam que mais <strong>de</strong> 10% <strong>do</strong>s homens com i<strong>da</strong><strong>de</strong> superior<br />

a 40 anos apresentam alguma forma <strong>de</strong> disfunção erétil, mas<br />

poucos <strong>de</strong>les procuram auxílio nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

A disfunção erétil po<strong>de</strong> estar relaciona<strong>da</strong> a causas orgânicas e psicológicas,<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>stas <strong>de</strong>stacamos:<br />

Psicológicas: ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>pressão, culpa.<br />

Hipertensão arterial – Página 103<br />

Diabetes mellitus – Página 106<br />

Orgânicas: hipertensão, diabetes, alterações hormonais, uso <strong>de</strong> drogas (fumo,<br />

álcool, anti<strong>de</strong>pressivos, maconha, heroína, cocaína e outros).


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Hoje em dia existem boas opções <strong>de</strong> tratamento para esse problema,<br />

o seu papel como ACS é orientar o paciente sobre quan<strong>do</strong> é possível<br />

evitar ou controlar os fatores anteriormente cita<strong>do</strong>s e procurar a UBS<br />

<strong>de</strong> referência para avaliação.<br />

Detecção precoce <strong>do</strong> câncer <strong>de</strong> próstata<br />

O que é próstata?<br />

A próstata é uma glândula que se localiza<br />

na parte baixa <strong>do</strong> abdômen, no<br />

homem. Ela é um órgão muito pequeno,<br />

tem a forma <strong>de</strong> maçã e se situa logo<br />

abaixo <strong>da</strong> bexiga e adiante <strong>do</strong> reto.<br />

A próstata produz parte <strong>do</strong> sêmen, um líqui<strong>do</strong> espesso que contém<br />

os espermatozoi<strong>de</strong>s produzi<strong>do</strong>s pelos testículos e que é elimina<strong>do</strong><br />

durante o ato sexual.<br />

Como surge o câncer <strong>de</strong> próstata?<br />

O câncer <strong>da</strong> próstata surge quan<strong>do</strong>, por razões ain<strong>da</strong> não conheci<strong>da</strong>s<br />

pela ciência, as células <strong>da</strong> próstata passam a se dividir e se multiplicar<br />

<strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>, levan<strong>do</strong> à formação <strong>de</strong> um tumor. Alguns<br />

<strong>de</strong>sses tumores po<strong>de</strong>m crescer <strong>de</strong> forma rápi<strong>da</strong>, espalhan<strong>do</strong>-se para<br />

outros órgãos <strong>do</strong> corpo e po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> levar à morte. Uma gran<strong>de</strong> maioria,<br />

porém, cresce <strong>de</strong> forma tão lenta que não chega a <strong>da</strong>r sintomas<br />

durante a vi<strong>da</strong> e nem a ameaçar a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> homem.<br />

Como prevenir o câncer <strong>de</strong> próstata?<br />

Até o presente momento, não são conheci<strong>da</strong>s formas específicas <strong>de</strong><br />

prevenção <strong>do</strong> câncer <strong>da</strong> próstata. No entanto, sabe-se que a a<strong>do</strong>ção<br />

<strong>de</strong> hábitos saudáveis <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> é capaz <strong>de</strong> evitar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

certas <strong>do</strong>enças, entre elas o câncer.<br />

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130<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Quem apresenta mais risco <strong>de</strong> contrair câncer <strong>de</strong> próstata?<br />

Os <strong>do</strong>is únicos fatores confirma<strong>da</strong>mente associa<strong>do</strong>s a um aumento<br />

<strong>do</strong> risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> câncer <strong>de</strong> próstata são a i<strong>da</strong><strong>de</strong> e história<br />

familiar. A maioria <strong>do</strong>s casos ocorre em homens com i<strong>da</strong><strong>de</strong> superior<br />

a 50 anos e naqueles com história <strong>de</strong> pai ou irmão com câncer<br />

<strong>de</strong> próstata antes <strong>do</strong> 60 anos. Alguns outros fatores, como a dieta,<br />

estão sen<strong>do</strong> estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s, mas ain<strong>da</strong> não há confirmação científica.<br />

Não é necessária a realização <strong>de</strong> exames <strong>de</strong> laboratório ou o toque<br />

retal em pessoas que não têm nenhum sintoma urinário ou histórico<br />

familiar. Portanto, somente diante <strong>de</strong> sintomas como dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ou <strong>do</strong>r ao urinar, ou urinar muitas vezes, inclusive à noite, per<strong>da</strong> espontânea<br />

<strong>de</strong> urina e urgência para urinar é que se <strong>de</strong>ve recomen<strong>da</strong>r<br />

procurar a UBS para realização <strong>de</strong> avaliação. Também é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

a avaliação para aqueles quem têm ou tiveram familiares com problemas<br />

na próstata.<br />

Câncer <strong>de</strong> pênis<br />

O pênis é o órgão sexual masculino. Em sua extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> existe uma<br />

região mais volumosa chama<strong>da</strong> glan<strong>de</strong> (“cabeça” <strong>do</strong> pênis), que é coberta<br />

por uma pele fina e elástica, <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> prepúcio. O câncer<br />

que atinge o pênis está muito liga<strong>do</strong> às condições <strong>de</strong> higiene íntima<br />

<strong>do</strong> indivíduo, sen<strong>do</strong> o estreitamento <strong>do</strong> prepúcio (fimose) um fator<br />

predisponente. O câncer <strong>de</strong> pênis é um tumor raro, com maior incidência<br />

em indivíduos a partir <strong>do</strong>s 50 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, muito embora<br />

tumores malignos <strong>do</strong> pênis possam ser encontra<strong>do</strong>s em indivíduos<br />

jovens. Está relaciona<strong>do</strong> às baixas condições socioeconômicas e <strong>de</strong><br />

instrução, à má higiene íntima e a indivíduos não circunci<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

No Brasil, o tumor representa 2% <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os casos <strong>de</strong> câncer no homem,<br />

sen<strong>do</strong> mais frequente nas Regiões Norte e Nor<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> que<br />

nas Regiões Sul e Su<strong>de</strong>ste. Nas regiões <strong>de</strong> maior incidência, o câncer


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

<strong>de</strong> pênis supera os casos <strong>de</strong> câncer<br />

<strong>de</strong> próstata e <strong>de</strong> bexiga.<br />

Seu papel como ACS:<br />

Promover reuniões para discutir<br />

o tema, <strong>de</strong>smistifican<strong>do</strong> a realização<br />

<strong>do</strong> exame <strong>de</strong> toque, que será<br />

necessário em alguns casos.<br />

Discutir também o tema com as<br />

mulheres para que possam conversar<br />

com seus parceiros, companheiros,<br />

irmãos.<br />

Orientar para que os homens com<br />

mais <strong>de</strong> 50 anos fiquem atentos a<br />

sintomas urinários.<br />

Orientar para que os homens com<br />

mais <strong>de</strong> 50 anos com histórico familiar<br />

<strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> próstata procurem<br />

a UBS.<br />

Conscientizar os homens <strong>de</strong> que<br />

diante <strong>de</strong> algum problema urinário<br />

seja procura<strong>da</strong> a uni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

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132<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

SAÚDE DA MULHER<br />

Você, durante a realização <strong>da</strong>s visitas <strong>do</strong>miciliares, <strong>de</strong>ve conversar<br />

com as mulheres, fortalecen<strong>do</strong> a relação <strong>de</strong> vínculo.<br />

Durante essa conversa, é importante saber:<br />

Como ela está se sentin<strong>do</strong>;<br />

Se já fez as vacinas preconiza<strong>da</strong>s para sua faixa etária;<br />

Se está com o preventivo <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> colo uterino em dia;<br />

Se costuma fazer o autoexame <strong>da</strong>s mamas;<br />

Quan<strong>do</strong> realizou a última mamografia (caso tenha 50 anos ou mais);<br />

Se <strong>de</strong>seja engravi<strong>da</strong>r;<br />

Se está utilizan<strong>do</strong> méto<strong>do</strong>s para não engravi<strong>da</strong>r;<br />

Se tem feito seu acompanhamento na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Você <strong>de</strong>verá orientar a mulher sobre a importância <strong>de</strong> realizar seu<br />

preventivo <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> colo uterino, além disso, ela <strong>de</strong>ve procurar<br />

a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> sempre que sentir ou perceber qualquer<br />

alteração no seu corpo. Como:<br />

Dor durante a relação sexual;<br />

Corrimentos vaginais;<br />

Sangramento intenso ou <strong>do</strong>r durante a menstruação ou sangramento fora<br />

<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> menstrual;<br />

Ausência <strong>de</strong> menstruação;<br />

Cheiro ruim na vagina;<br />

Dor, verrugas ou feri<strong>da</strong>s na região genital ou nódulos (caroços) nas virilhas;<br />

Ardência ao urinar;<br />

Dor ao evacuar.


Na consulta médica ou <strong>de</strong> enfermagem, é feito o exame clínico <strong>da</strong>s<br />

mamas, o exame preventivo <strong>do</strong> câncer cérvico uterino, também conheci<strong>do</strong><br />

como exame citopatológico <strong>de</strong> colo uterino ou Papanicolaou.<br />

Para muitas mulheres, esse exame causa me<strong>do</strong>, vergonha e preocupação.<br />

Nesses casos, você não <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sprezar esses sentimentos.<br />

Deve enten<strong>de</strong>r a situação, orientar a importância <strong>do</strong> exame e explicar<br />

que, para os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, olhar para os órgãos genitais faz<br />

parte <strong>do</strong> trabalho e para eles isso é natural. Essa conversa esclarece<strong>do</strong>ra<br />

e sensível po<strong>de</strong> fazer com que muitas mulheres se aproximem<br />

<strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e façam as ações necessárias para cui<strong>da</strong>rem <strong>de</strong><br />

sua saú<strong>de</strong>. Assim você vai auxiliar na prevenção, <strong>de</strong>tecção precoce<br />

ou até mesmo diminuição <strong>do</strong> agravamento <strong>da</strong> situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />

mulheres <strong>do</strong> território sob responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua equipe.<br />

Se durante a visita <strong>do</strong>miciliar a mulher falar que tem alguma queixa<br />

em relação às mamas (seios) e axilas (nódulos embaixo <strong>do</strong>s braços),<br />

oriente a procurar o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Preventivo <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> colo uterino<br />

Você <strong>de</strong>ve informar que o exame é realiza<strong>do</strong> nos postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Quem <strong>de</strong>ve fazer o exame preventivo?<br />

To<strong>da</strong> T mulher que tem ou já teve ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> sexual <strong>de</strong>ve submeter-se a exame<br />

preventivo, especialmente se estiver na faixa etária <strong>do</strong>s 25 aos 59 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Mulheres grávi<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m fazer tranquilamente o preventivo sem prejuízo para si<br />

ou para o bebê.<br />

Quan<strong>do</strong> fazer?<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Inicialmente, o exame <strong>de</strong>ve ser feito a ca<strong>da</strong> ano e, caso <strong>do</strong>is exames segui<strong>do</strong>s (em<br />

um intervalo <strong>de</strong> um ano) apresentarem resulta<strong>do</strong> normal, o exame po<strong>de</strong>rá ser<br />

feito a ca<strong>da</strong> três anos.<br />

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134<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Para realização <strong>do</strong> exame, são necessários alguns cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s anteriores:<br />

Não ter relações sexuais com penetração vaginal, nem mesmo com camisinha, 48<br />

horas antes <strong>do</strong> exame;<br />

Não usar duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais 48 horas<br />

antes <strong>do</strong> exame; e<br />

Não <strong>de</strong>ve ser feito quan<strong>do</strong> estiver menstrua<strong>da</strong>, pois a presença <strong>de</strong> sangue po<strong>de</strong><br />

alterar o resulta<strong>do</strong>.<br />

Lembre-se: o câncer <strong>do</strong> colo <strong>do</strong> útero po<strong>de</strong> ser evita<strong>do</strong> fazen<strong>do</strong> o exame<br />

conforme as recomen<strong>da</strong>ções e também evitan<strong>do</strong> alguns fatores <strong>de</strong><br />

risco, como:<br />

Relações sexuais precoces;<br />

Múltiplos parceiros;<br />

Muitos partos;<br />

Doenças sexualmente transmissíveis;<br />

Fumo;<br />

Deficiência <strong>de</strong> vitaminas A, C e E. Você <strong>de</strong>ve orientar a mulher para não<br />

esperar os sintomas para <strong>de</strong>pois se prevenir ou tratar, como acontece muitas<br />

vezes. As possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> cura são <strong>de</strong> 100% se a mulher fizer o preventivo<br />

periodicamente. É importante que a mulher busque o resulta<strong>do</strong> e, se necessário,<br />

faça o tratamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />

Autoexame <strong>de</strong> mamas<br />

É importante que você estimule a mulher a se conhecer, a perceber<br />

as mu<strong>da</strong>nças em seu corpo, a realizar o autoexame <strong>da</strong>s mamas mensalmente.<br />

É importante que seja feito com regulari<strong>da</strong><strong>de</strong> para que sejam<br />

evi<strong>de</strong>ncia<strong>da</strong>s alterações em relação aos autoexames anteriores.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

As mulheres <strong>de</strong>vem estar alertas para as seguintes observações:<br />

As mamas nem sempre são rigorosamente iguais;<br />

O autoexame não substitui o exame clínico <strong>de</strong> rotina, que <strong>de</strong>ve ser anual<br />

para mulheres acima <strong>de</strong> 50 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

A presença <strong>de</strong> um nódulo (caroço) mamário não é obrigatoriamente<br />

indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> câncer;<br />

Em 90% <strong>do</strong>s casos, é a própria mulher quem <strong>de</strong>scobre alterações em sua mama.<br />

O autoexame <strong>da</strong>s mamas <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>do</strong> uma vez por mês. A melhor<br />

época é uma semana após a menstruação. Para as mulheres que<br />

não menstruam mais, o autoexame <strong>de</strong>ve ser feito em um mesmo dia<br />

<strong>de</strong> ca<strong>da</strong> mês à sua livre escolha, por exemplo, to<strong>do</strong> dia 15.<br />

No autoexame, as mulheres <strong>de</strong>vem procurar:<br />

Diante <strong>do</strong> espelho:<br />

Deformação ou alterações no formato <strong>da</strong>s mamas;<br />

Abaulamentos ou retrações;<br />

Feri<strong>da</strong> ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mamilo (“bico <strong>do</strong> seio”);<br />

Veias aparecen<strong>do</strong> em uma só mama;<br />

Alterações na pele parecen<strong>do</strong> “casca <strong>de</strong> laranja” ou crostas.<br />

No banho ou <strong>de</strong>ita<strong>da</strong>:<br />

Caroços nas mamas ou axilas;<br />

Secreção pelos mamilos.<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Como examinar as mamas?<br />

Durante o banho: com a pele molha<strong>da</strong><br />

ou ensaboa<strong>da</strong>, eleve o braço direito e <strong>de</strong>slize<br />

os <strong>de</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> mão esquer<strong>da</strong> suavemente<br />

sobre a mama direita, esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> até a<br />

axila. Repita no outro la<strong>do</strong>.<br />

Diante <strong>do</strong> espelho: eleve e<br />

abaixe os braços. Observe se<br />

há alguma anormali<strong>da</strong><strong>de</strong> na<br />

pele, alterações no formato,<br />

abaulamentos ou retrações.<br />

Deita<strong>da</strong>: coloque um travesseiro<br />

<strong>de</strong>baixo <strong>do</strong> la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

corpo e a mão esquer<strong>da</strong> sob a<br />

cabeça. Com os <strong>de</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> mão<br />

direita, <strong>de</strong>slize em senti<strong>do</strong> circular<br />

<strong>da</strong> periferia para o centro (<strong>da</strong><br />

parte mais externa <strong>da</strong> mama até<br />

o mamilo). Inverta a posição para<br />

o la<strong>do</strong> direito e <strong>de</strong>slize a polpa<br />

<strong>do</strong>s <strong>de</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> mesma forma à<br />

mama direita.<br />

Com o braço esquer<strong>do</strong> posiciona<strong>do</strong> ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> corpo, apalpe a parte<br />

externa <strong>da</strong> mama esquer<strong>da</strong> com os <strong>de</strong><strong>do</strong>s <strong>da</strong> mão direita.


ATENÇÃO: caso a mulher encontre alguma alteração, lembre-se<br />

<strong>de</strong> que é importante orientá-la para procurar a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>/Saú<strong>de</strong> Família. Quanto mais ce<strong>do</strong> melhor!<br />

Alterações:<br />

Caroços;<br />

Mu<strong>da</strong>nça na pele (tipo casca <strong>de</strong> laranja);<br />

Feri<strong>da</strong> ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mamilo (bico <strong>do</strong> seio);<br />

Secreção (líqui<strong>do</strong>) que sai pelo mamilo.<br />

Calendário <strong>de</strong> vacinação<br />

Solicitar a carteira <strong>de</strong> vacinação e verificar o esquema vacinal. Se incompleto,<br />

procurar a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para completar o esquema<br />

vacinal.<br />

VACINA DOENÇAS DOSES OBSERVAÇÕES<br />

dT:<br />

dupla<br />

bacteriana<br />

tipo adulto<br />

Tríplice<br />

viral (SCR)<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Difteria e tétano Três <strong>do</strong>ses, com<br />

intervalo <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>is meses entre<br />

elas.<br />

O reforço<br />

é a ca<strong>da</strong><br />

10 anos.<br />

Sarampo,<br />

caxumba e<br />

rubéola<br />

Mulher grávi<strong>da</strong> que esteja com a vacina em dia:<br />

- Recebeu sua última <strong>do</strong>se há menos <strong>de</strong> 05<br />

(cinco) anos, NÃO precisa ser vacina<strong>da</strong>.<br />

- Recebeu sua última <strong>do</strong>se há mais <strong>de</strong> 05 (cinco)<br />

anos, precisa receber uma <strong>do</strong>se <strong>de</strong> reforço.<br />

A <strong>do</strong>se <strong>de</strong>ve ser aplica<strong>da</strong> no mínimo 20 dias<br />

antes <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta provável <strong>do</strong> parto. Se a gestante<br />

não completou o esquema vacinal durante a<br />

gravi<strong>de</strong>z, <strong>de</strong>ve completá-lo após o parto.<br />

Em caso <strong>de</strong> ferimentos graves, a <strong>do</strong>se <strong>de</strong> reforço<br />

<strong>de</strong>verá ser antecipa<strong>da</strong> para cinco anos após a<br />

última <strong>do</strong>se.<br />

Dose única Deve ser administra<strong>da</strong> em mulheres <strong>de</strong> 12<br />

a 49 anos que não tiverem comprovação <strong>de</strong><br />

vacinação anterior.<br />

Continua...<br />

137


138<br />

Continuação<br />

VACINA DOENÇAS DOSES OBSERVAÇÕES<br />

Hepatite B Hepatite B Três <strong>do</strong>ses: a 2ª <strong>do</strong>se<br />

<strong>de</strong>ve ser aplica<strong>da</strong><br />

após um mês, e a 3ª<br />

após seis meses <strong>da</strong><br />

primeira <strong>do</strong>se.<br />

Febre<br />

amarela<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Febre<br />

amarela<br />

Hábitos saudáveis<br />

Dose inicial.<br />

O reforço <strong>de</strong>ve ser a<br />

ca<strong>da</strong> 10 anos.<br />

Hábitos saudáveis são medi<strong>da</strong>s que provocam impacto positivo na<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas ou <strong>de</strong> uma comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

São exemplos <strong>de</strong> hábitos saudáveis: cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com a alimentação, prática<br />

regular <strong>de</strong> exercícios físicos, não fumar e não abusar <strong>da</strong>s bebi<strong>da</strong>s<br />

alcoólicas ou usar outras drogas.<br />

Planejamento reprodutivo<br />

Caso tenha recebi<strong>do</strong> a vacina contra hepatite B<br />

com as três <strong>do</strong>ses <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente comprova<strong>da</strong>s<br />

no cartão <strong>de</strong> vacinação, não será necessário<br />

mais receber essa vacina.<br />

Caso não haja comprovação <strong>da</strong>s <strong>do</strong>ses<br />

aplica<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>ve-se orientar a procurar o serviço<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Indica<strong>da</strong> para resi<strong>de</strong>ntes ou pessoas que<br />

viajarão para:<br />

• Áreas endêmicas: Esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> AP, AC, AM ,RR,<br />

RO, TO, PA, MA, MT, MS, GO e DF.<br />

• Áreas <strong>de</strong> transição: alguns municípios <strong>do</strong> PI, BA,<br />

MG, SP, PR, SC e RS.<br />

• Áreas <strong>de</strong> risco potencial: alguns municípios <strong>da</strong><br />

BA, ES e MG.<br />

Para essas áreas, vacinar 10 (<strong>de</strong>z) dias antes <strong>da</strong><br />

viagem.<br />

O planejamento familiar baseia-se no respeito aos direitos sexuais e<br />

aos direitos reprodutivos. Consiste em refletir sobre o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ter<br />

ou não ter filhos, <strong>de</strong>cidir e escolher a forma <strong>de</strong> realizá-lo. Po<strong>de</strong> ser<br />

feito pelo homem, pela mulher ou pelo casal – a<strong>do</strong>lescente, jovem ou<br />

adulto –, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> terem ou não uma união estável ou<br />

<strong>de</strong> constituírem uma família convencional.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Dessa forma, é fun<strong>da</strong>mental incentivar o autoconhecimento, que implica<br />

tomar contato com os sentimentos, conhecer o corpo e i<strong>de</strong>ntificar<br />

as potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s/bloqueios <strong>de</strong> diversas or<strong>de</strong>ns.<br />

Para evitar filhos, há vários méto<strong>do</strong>s anticoncepcionais, como a pílula,<br />

a camisinha, o DIU (dispositivo intrauterino), tabelinha, entre<br />

outros. Não existe méto<strong>do</strong> anticoncepcional IDEAL, to<strong>do</strong>s eles têm<br />

vantagens e <strong>de</strong>svantagens. É preciso que a mulher ou o casal conheça<br />

to<strong>do</strong>s os méto<strong>do</strong>s, para saber qual o mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />

É importante que a mulher possa falar sobre a sua sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Junto<br />

com outras mulheres, possa tirar dúvi<strong>da</strong>s sobre a forma correta <strong>de</strong><br />

usar os méto<strong>do</strong>s, falar sobre suas experiências e incertezas. Isso você<br />

po<strong>de</strong> fazer, estimulan<strong>do</strong> na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> uma ro<strong>da</strong> <strong>de</strong> conversa entre<br />

as mulheres!<br />

Méto<strong>do</strong>s anticoncepcionais:<br />

Para escolher um méto<strong>do</strong> anticoncepcional, <strong>de</strong>vem-se consi<strong>de</strong>rar principalmente<br />

os seguintes fatores:<br />

Os relaciona<strong>do</strong>s diretamente com o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> mulher. Por exemplo, a<br />

pressão arterial;<br />

E os situacionais, isto é, os que estão relaciona<strong>do</strong>s com o momento <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

mulher ou <strong>do</strong> casal, por exemplo, o tipo <strong>de</strong> trabalho ou i<strong>da</strong><strong>de</strong> e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s aos outros filhos <strong>do</strong> casal.<br />

Nem sempre o méto<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong> pela mulher será o mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong><br />

para ela, por colocar em risco sua saú<strong>de</strong>. Explican<strong>do</strong> melhor: para<br />

uma mulher que tem pressão alta e é fumante, é contraindica<strong>do</strong> tomar<br />

pílula, pois aumenta o risco ter infarto ou <strong>de</strong>rrame.<br />

Há vários tipos <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s anticoncepcionais, ca<strong>da</strong> um com suas<br />

vantagens e <strong>de</strong>svantagens, conforme o quadro a seguir:<br />

139


140<br />

MÉTODO COMO FUNCIONA E EXEMPLOS VANTAGENS DESVANTAGENS<br />

Méto<strong>do</strong>s<br />

comportamentais<br />

Méto<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong> barreira<br />

Dispositivo<br />

intrauterino (DIU)<br />

Méto<strong>do</strong>s<br />

hormonais<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Para serem utiliza<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

<strong>da</strong> observação <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças<br />

que ocorrem no corpo<br />

<strong>da</strong> mulher durante vários<br />

meses (ciclos menstruais).<br />

Exemplos: a tabelinha, a<br />

temperatura basal, muco<br />

cervical, o coito interrompi<strong>do</strong><br />

e a amamentação.<br />

Impe<strong>de</strong>m que o espermatozoi<strong>de</strong><br />

(“semente” masculina)<br />

consiga chegar até o óvulo<br />

(“semente“ feminina).<br />

Exemplos: camisinha feminina<br />

e masculina, diafragma<br />

e as geleias espermatici<strong>da</strong>s<br />

(produto químico que <strong>de</strong>strói<br />

os espermatozoi<strong>de</strong>s).<br />

É um aparelhinho feito <strong>de</strong> um<br />

plástico especial que po<strong>de</strong> vir<br />

enrola<strong>do</strong> em um fio <strong>de</strong> cobre<br />

bem fininho. Ele é coloca<strong>do</strong><br />

pela vagina, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> útero<br />

<strong>da</strong> mulher.<br />

São feitos com substâncias<br />

químicas semelhantes aos<br />

hormônios <strong>do</strong> corpo <strong>da</strong><br />

mulher.<br />

Exemplos: anticoncepcionais<br />

orais, anticoncepcionais<br />

injetáveis e a<strong>de</strong>sivos.<br />

Atenção: não se <strong>de</strong>ve comprar<br />

pílulas sem receita médica.<br />

A pílula que serve para uma<br />

mulher po<strong>de</strong> ser perigosa<br />

para a saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> outra.<br />

- Não faz mal à saú<strong>de</strong>;<br />

- Proporciona a<br />

participação <strong>do</strong><br />

homem para evitar a<br />

gravi<strong>de</strong>z;<br />

- Ensina a conhecer o<br />

corpo;<br />

- Nenhum custo.<br />

- Não faz mal à saú<strong>de</strong>;<br />

- Oferece segurança<br />

para evitar a gravi<strong>de</strong>z,<br />

quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong><br />

corretamente;<br />

- Camisinha feminina<br />

e masculina oferecem<br />

proteção contra as<br />

DST e Aids;<br />

- Baixo custo.<br />

- É um méto<strong>do</strong> prático<br />

para evitar a gravi<strong>de</strong>z;<br />

- Não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> mulher ou <strong>do</strong><br />

homem.<br />

- É seguro para evitar<br />

a gravi<strong>de</strong>z, se usa<strong>do</strong><br />

corretamente;<br />

- Existem vários tipos<br />

<strong>de</strong> pílulas, injeções e<br />

a<strong>de</strong>sivos;<br />

- Regulariza o ciclo<br />

menstrual e alivia as<br />

cólicas menstruais.<br />

- Requer muita atenção,<br />

autocui<strong>da</strong><strong>do</strong> e disciplina<br />

por parte <strong>do</strong> casal;<br />

- Baixa proteção para<br />

contracepção;<br />

- Não recomen<strong>da</strong><strong>do</strong> para<br />

a<strong>do</strong>lescentes e mulheres<br />

com ciclo menstrual<br />

irregular.<br />

- Seu uso exige disciplina;<br />

- Muitas pessoas se<br />

queixam <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong> espontanei<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

na relação<br />

sexual.<br />

- Nem to<strong>da</strong>s as mulheres<br />

po<strong>de</strong>m usar;<br />

- Há riscos <strong>de</strong> provocar<br />

aumento <strong>do</strong> sangramento<br />

menstrual;<br />

- Necessita <strong>de</strong> profissional<br />

treina<strong>do</strong> para sua<br />

colocação.<br />

- Não protege contra as<br />

DST e Aids;<br />

- Muitas mulheres não<br />

po<strong>de</strong>m utilizar por<br />

problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

- Alguns tipos não estão<br />

disponíveis no serviço <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Esterilização masculina e feminina:<br />

Esterilização não é um méto<strong>do</strong> anticoncepcional irreversível que<br />

consiste em uma operação que se realiza no homem ou na mulher<br />

com o objetivo <strong>de</strong> se evitar <strong>de</strong>finitivamente a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z.<br />

No caso <strong>do</strong> homem, a operação é a vasectomia e, na mulher, é<br />

a ligadura tubária, chama<strong>da</strong> também <strong>de</strong> laqueadura, amarração ou<br />

ligação <strong>de</strong> trompas.<br />

Contraceptivo <strong>de</strong> emergência pós-coital<br />

(pílula <strong>do</strong> dia seguinte):<br />

Não <strong>de</strong>ve ser utiliza<strong>do</strong> como méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> contracepção frequente,<br />

pois po<strong>de</strong> causar problemas para a saú<strong>de</strong>. As pessoas que <strong>de</strong>sejarem<br />

saber sobre o méto<strong>do</strong> após terem relações sexuais <strong>de</strong>sprotegi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>vem<br />

ser orienta<strong>da</strong>s a procurar a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. É necessário que<br />

seja realiza<strong>do</strong> o acompanhamento mais próximo para orientação sobre<br />

méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> contracepção.<br />

O melhor méto<strong>do</strong> para uma pessoa usar é aquele que a <strong>de</strong>ixa<br />

confortável e que melhor se a<strong>da</strong>pta ao seu mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e a sua<br />

condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Que tal você conhecer na sua Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> quais os méto<strong>do</strong>s anticoncepcionais disponíveis<br />

para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

Se no <strong>do</strong>micílio tiver uma gestante, você <strong>de</strong>ve saber se:<br />

Ela está bem, se tem alguma queixa e se já realizou alguma consulta <strong>de</strong> prénatal.<br />

Caso ela não esteja sen<strong>do</strong> acompanha<strong>da</strong>, orientá-la a buscar a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Você <strong>de</strong>ve avisar a sua equipe sobre a gestante que não<br />

realizou consulta. Caso ela não compareça, <strong>de</strong>verá ser feita busca ativa.<br />

141


142<br />

Gravi<strong>de</strong>z<br />

No caso <strong>da</strong> gestante estar realizan<strong>do</strong> o pré-natal:<br />

Verificar se ela possui cartão <strong>da</strong> gestante;<br />

Reforçar Ref a importância <strong>do</strong> comparecimento a to<strong>da</strong>s as<br />

consultas agen<strong>da</strong><strong>da</strong>s;<br />

Verificar a situação vacinal;<br />

Orientar sobre alimentação saudável, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

física, higiene e conforto, benefícios <strong>da</strong> amamentação,<br />

queixas mais comuns na gestação, malefícios<br />

<strong>do</strong> tabaco e <strong>do</strong> consumo abusivo <strong>de</strong> drogas e<br />

bebi<strong>da</strong>s alcoólicas, sinais <strong>de</strong> alerta e puerpério.<br />

Quanto mais ce<strong>do</strong> for realiza<strong>do</strong> o diagnóstico <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z, melhor<br />

será o acompanhamento <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> bebê e <strong>da</strong>s alterações<br />

que ocorrem no corpo <strong>da</strong> mulher. Possibilita prevenir, i<strong>de</strong>ntificar<br />

precocemente e tratar os problemas que possam afetar a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

bebê a <strong>da</strong> mulher.<br />

Sinais sugestivos <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z:<br />

Falta <strong>de</strong> menstruação;<br />

Peitos <strong>do</strong>lori<strong>do</strong>s e aumenta<strong>do</strong>s;<br />

Enjoos, tonturas e sonolência.<br />

Você <strong>de</strong>ve explicar à gestante a importância <strong>de</strong> fazer o pré-natal,<br />

orientan<strong>do</strong>-a a procurar a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para início <strong>da</strong>s<br />

consultas o mais rápi<strong>do</strong> possível. Deve também ca<strong>da</strong>strá-la no SIAB.<br />

Pré-Natal<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

O pré-natal é o primeiro passo para cui<strong>da</strong>r <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> gestante e <strong>do</strong><br />

bebê. A mulher <strong>de</strong>ve receber o cartão <strong>da</strong> gestante ao iniciar o acom-


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

panhamento pré-natal. Esse cartão é um <strong>do</strong>cumento que acompanha<br />

to<strong>da</strong> essa importante fase na vi<strong>da</strong> mulher e <strong>da</strong> família e serve<br />

como apoio e referência aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e diferentes profissionais<br />

que aten<strong>de</strong>rão a gestante, inclusive na materni<strong>da</strong><strong>de</strong> ou casa<br />

<strong>de</strong> parto. Estimule-a a conservá-lo em bom esta<strong>do</strong> e a levá-lo consigo<br />

to<strong>da</strong> vez em que procurar um serviço ou profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Recomen<strong>da</strong>-se que a mulher faça no mínimo seis consultas durante<br />

o pré-natal.<br />

Postura que você <strong>de</strong>ve ter frente aos cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com a gestante:<br />

Acompanhar se a gestante está in<strong>do</strong> às consultas <strong>de</strong> pré-natal;<br />

Realizar a busca ativa <strong>da</strong> gestante faltosa às consultas <strong>de</strong> pré-natal;<br />

Verificar o cartão <strong>de</strong> vacinação a fim <strong>de</strong> saber se a vacina antitetânica foi realiza<strong>da</strong>;<br />

Perguntar sobre a realização <strong>do</strong>s exames, esclarecen<strong>do</strong> sobre a impotância <strong>de</strong>les<br />

e questionar se ela realizou e buscou o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s exames: <strong>de</strong> grupo sanguíneo<br />

e fator RH (se não sabia seu tipo sanguíneo antes), <strong>do</strong> hemograma ou hemo-<br />

globina/hematócrito, <strong>do</strong>s exames <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> sífilis (VDRL), toxoplasmose,<br />

hepatite B (HBsAg – se não foi vacina<strong>da</strong> antes),<br />

anti-HIV (lembre-se <strong>de</strong> que a mãe <strong>de</strong>ve ser<br />

consulta<strong>da</strong> se <strong>de</strong>seja realizar esse exame),<br />

exames <strong>de</strong> glicose, <strong>de</strong> urina e preventivo <strong>de</strong><br />

câncer <strong>de</strong> colo <strong>de</strong> útero. Se a gestante<br />

informar que os resulta<strong>do</strong>s não estão<br />

anota<strong>do</strong>s no cartão, oriente que ela<br />

solicite ao(s) profissional(is) que<br />

está(ão) fazen<strong>do</strong> o pré-natal para<br />

preencher na próxima ocasião. É<br />

importante também informar à<br />

sua equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> se esses <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

estiverem faltan<strong>do</strong>;<br />

143


144<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Verifique com a gestante se a próxima consulta está agen<strong>da</strong><strong>da</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> gestacional;<br />

Oriente quanto à materni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> referência para o parto e sobre os preparativos<br />

para ele, tais como objetos necessários para levar para a materni<strong>da</strong><strong>de</strong> etc.;<br />

Orientar sobre: alimentação, exercícios físicos, sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, amamentação e os<br />

sinais <strong>de</strong> perigo na gravi<strong>de</strong>z, as queixas mais frequentes, cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com a higiene <strong>da</strong><br />

boca e <strong>de</strong>ntes, amamentação, conversa e estímulos positivos para o bebê ain<strong>da</strong> na<br />

barriga e importância <strong>do</strong> envolvimento <strong>do</strong> companheiro nesse momento.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> on<strong>de</strong> a gestante<br />

esteja fazen<strong>do</strong> seu pré-natal (Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>, com a equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família, clínica particular<br />

ou hospital), você tem a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer<br />

seu acompanhamento.<br />

Orientações relaciona<strong>da</strong>s às queixas mais comuns<br />

na gestação:<br />

Gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong>s queixas <strong>da</strong>s gestantes durante a gravi<strong>de</strong>z diminui<br />

ou <strong>de</strong>saparece com as orientações alimentares e <strong>de</strong> comportamento,<br />

sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>snecessário o uso <strong>de</strong> remédios.<br />

I<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> sinais <strong>de</strong> perigo:<br />

A gravi<strong>de</strong>z não é <strong>do</strong>ença. A maior parte <strong>da</strong>s gestantes não tem complicações<br />

durante a gestação, algumas po<strong>de</strong>m apresentar sinais indicativos<br />

<strong>de</strong> problemas para a sua saú<strong>de</strong> e <strong>da</strong> criança.<br />

Nesses casos você <strong>de</strong>ve encaminhar a gestante à uni<strong>da</strong><strong>de</strong> básica/<br />

Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família para que possa ser atendi<strong>da</strong> o mais rápi<strong>do</strong> possível.


QUEIXAS ORIENTAÇÕES<br />

Enjoo, azia, prisão <strong>de</strong><br />

ventre, gases e vômitos<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

- Comer logo ao acor<strong>da</strong>r, evitan<strong>do</strong> ficar sem se alimentar por muito tempo,<br />

<strong>da</strong>n<strong>do</strong> preferência a alimentos secos;<br />

- Evitar comer alimentos gordurosos, com pimenta, <strong>do</strong>ces com muito açúcar,<br />

alimentos que formam gases, por exemplo: batata <strong>do</strong>ce, repolho e alimentos<br />

com cheiro forte;<br />

- Evitar tomar refrigerantes, café, mate, chá preto, fumo e bebi<strong>da</strong>s alcoólicas;<br />

- Evitar tomar líqui<strong>do</strong>s durante as refeições;<br />

- Dar preferência para as frutas e temperos naturais (salsa, cebolinha, manjerona,<br />

limão, alho e gengibre) e ingerir bastante líqui<strong>do</strong>;<br />

- Mastigar <strong>de</strong>mora<strong>da</strong>mente;<br />

- Evitar <strong>de</strong>itar logo após as refeições;<br />

- Dormir com travesseiro alto quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>itar com o estômago cheio e quan<strong>do</strong><br />

estiver com azia;<br />

- Fazer exercícios físicos sempre que possível.<br />

Fraqueza e tontura - Evitar ficar para<strong>da</strong> por muito tempo na mesma posição;<br />

- Evitar mu<strong>da</strong>nças bruscas <strong>de</strong> posição. Ex.: levantar-se rapi<strong>da</strong>mente;<br />

- Comer várias vezes ao dia e em pequenas quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s;<br />

- Para aliviar a tontura, sentar com a cabeça abaixa<strong>da</strong> ou <strong>de</strong>itar com a barriga<br />

vira<strong>da</strong> para o la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> e respirar profun<strong>da</strong> e pausa<strong>da</strong>mente.<br />

Câimbras Ocorrem com mais frequência no final <strong>da</strong> gestação e são mais comuns à noite.<br />

Comer banana, aveia, leite, ovos e se movimentar são ações que aju<strong>da</strong>m a<br />

diminuir esses <strong>de</strong>sconfortos. Massagear o músculo e aplicar calor local.<br />

Os sinais <strong>de</strong> risco são:<br />

Per<strong>de</strong>r líqui<strong>do</strong>s ou sangue pela vagina;<br />

Acor<strong>da</strong>r com as pernas, mãos, braços e olhos incha<strong>do</strong>s;<br />

Ter T febre alta;<br />

Vomitar frequentemente;<br />

Ter T fortes <strong>do</strong>res <strong>de</strong> cabeça;<br />

Ter T contrações fortes na barriga antes <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> previsto para o parto;<br />

A barriga parar <strong>de</strong> crescer ou crescer <strong>de</strong>mais;<br />

Se no último trimestre <strong>de</strong> gestação a mãe não sentir o bebê mexer por mais <strong>de</strong><br />

24 horas.<br />

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146<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Alimentação e a gestação:<br />

É mito o fato <strong>de</strong> que durante a gestação a mulher precisa comer por<br />

<strong>do</strong>is, mas é ver<strong>da</strong><strong>de</strong> que ela precisa ter mais atenção e cui<strong>da</strong><strong>do</strong> na<br />

escolha <strong>do</strong>s alimentos. A gestante <strong>de</strong>ve comer alimentos colori<strong>do</strong>s,<br />

saudáveis, frescos, limpos e na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> suficiente.<br />

Você <strong>de</strong>ve orientar a gestante sobre:<br />

Comer no mínimo seis vezes ao dia, em menores quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s: café <strong>da</strong> manhã,<br />

lanche, almoço, lanche, jantar e ceia. Não pular as refeições;<br />

Tomar T <strong>do</strong>is litros <strong>de</strong> água por dia ou mais, <strong>de</strong> preferência entre as refeições;<br />

Consumir fíga<strong>do</strong> ou miú<strong>do</strong>s, no mínimo uma vez por semana, para a prevenção<br />

<strong>da</strong> anemia. Fíga<strong>do</strong> é uma importante fonte <strong>de</strong> ferro e vitamina A. Lembrar que<br />

to<strong>da</strong>s as carnes <strong>de</strong>vem ser bem cozi<strong>da</strong>s e os utensílios para o seu preparo <strong>de</strong>vem<br />

estar limpos para evitar a toxoplasmose;


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Após as refeições, a gestante <strong>de</strong>ve ingerir meio copo <strong>de</strong> suco natural <strong>de</strong> fruta ou<br />

uma fruta;<br />

No mínimo três vezes por semana consumir alimentos ricos em vitamina A, que<br />

são os alimentos amarelos, alaranja<strong>do</strong>s ou ver<strong>de</strong>-escuros, tais como: folhas (couve,<br />

radite, mostar<strong>da</strong>, agrião, espinafre), cenoura, mamão, moranga e abóbora;<br />

Consumir uma porção (tamanho <strong>de</strong> uma concha) <strong>de</strong> leguminosas (feijão, lentilha,<br />

grão-<strong>de</strong>-bico) to<strong>do</strong>s os dias;<br />

Evitar comer <strong>do</strong>ces, balas, refrigerantes, alimentos gordurosos e salga<strong>do</strong>s e<br />

frituras, para evitar o ganho <strong>de</strong> peso excessivo;<br />

Usar a<strong>do</strong>çantes somente com recomen<strong>da</strong>ção médica;<br />

A gestante <strong>de</strong>ve comer alimentos ricos em fibras, encontra<strong>da</strong>s nas frutas,<br />

verduras e cereais, pois são importantes para o aumento <strong>do</strong> bolo fecal (fezes), e<br />

aumentar o consumo <strong>de</strong> água/líqui<strong>do</strong>s, para aju<strong>da</strong>r na eliminação <strong>da</strong>s fezes;<br />

Não fumar, fumar pois o fumo po<strong>de</strong> causar <strong>de</strong>scolamento <strong>de</strong> placenta, parto prematuro<br />

e o bebê po<strong>de</strong> nascer com baixo peso, alguns <strong>de</strong>feitos na formação <strong>da</strong> boca e<br />

nariz ou até mesmo aborto;<br />

Não ingerir bebi<strong>da</strong>s alcoólicas,<br />

pois po<strong>de</strong> causar consequências<br />

prejudiciais ao bebê, afetan<strong>do</strong><br />

a formação <strong>do</strong>s olhos, nariz,<br />

coração e <strong>do</strong> sistema nervoso<br />

central, acompanha<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

retar<strong>do</strong> <strong>de</strong> crescimento e<br />

mental;<br />

Comer os alimentos logo<br />

após o preparo. As sobras<br />

<strong>de</strong>vem ser guar<strong>da</strong><strong>da</strong>s em<br />

lugar fresco ou gela<strong>de</strong>ira,<br />

sempre cobertas;<br />

A vasilha on<strong>de</strong> se guar<strong>da</strong> a água<br />

<strong>de</strong>ve estar tampa<strong>da</strong>;<br />

147


148<br />

Comer <strong>de</strong>vagar, mastigan<strong>do</strong> bem os alimentos;<br />

Não <strong>de</strong>itar logo após as refeições;<br />

Fazer uso <strong>de</strong> medicamento <strong>de</strong> qualquer natureza somente com orientação médica.<br />

Principais vitaminas no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> gestação:<br />

VITAMINAS PRINCIPAIS<br />

ALIMENTOS<br />

A Abóbora, verduras ver<strong>de</strong>-escuras, gema <strong>de</strong><br />

ovo, leite integral, fíga<strong>do</strong>, manga, caqui, buriti,<br />

pupunha, tucumam, pequi, <strong>de</strong>ndê, tomate,<br />

mamão, cenoura, manteiga.<br />

B Arroz integral, germe <strong>de</strong> trigo, legumes, fíga<strong>do</strong>,<br />

leite, ovos, queijo, carne <strong>de</strong> músculo, frango,<br />

peixe.<br />

C Laranja, limão, abacaxi, caju, mamão, acerola,<br />

verduras cruas, folhas ver<strong>de</strong>-escuras, pimentão.<br />

BENEFÍCIOS À SAÚDE DA<br />

GESTANTE E DO BEBÊ<br />

A vitamina A aju<strong>da</strong> a evitar infecções,<br />

protege a visão e aju<strong>da</strong> no crescimento<br />

<strong>do</strong> bebê.<br />

Favorece o <strong>de</strong>senvolvimento físico <strong>do</strong><br />

corpo e protege o sistema nervoso.<br />

A vitamina C aju<strong>da</strong> a evitar as infecções<br />

e sangramentos nas gengivas e aju<strong>da</strong> na<br />

cicatrização <strong>de</strong> feri<strong>da</strong>s e aumenta a absorção<br />

<strong>do</strong> ferro presente nos alimentos.<br />

E Óleos vegetais. É responsável pelo fortalecimento <strong>do</strong>s<br />

músculos e <strong>de</strong> outros teci<strong>do</strong>s <strong>do</strong> corpo.<br />

SAIS<br />

MINERAIS<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Principais nutrientes no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> gestação:<br />

PRINCIPAIS<br />

ALIMENTOS<br />

FERRO Fíga<strong>do</strong>, coração, rim, peixes,<br />

ovos, carnes <strong>de</strong> ga<strong>do</strong>, aves,<br />

vegetais ver<strong>de</strong>-escuros, feijão.<br />

CÁLCIO Leite e <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> leite<br />

(queijo, iogurte etc.).<br />

IODO Sal io<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> cozinha, peixes,<br />

mariscos, algas marinhas.<br />

BENEFÍCIOS À SAÚDE DA<br />

GESTANTE E DO BEBÊ<br />

O consumo <strong>de</strong> alimentos ricos em ferro previne a anemia<br />

e aju<strong>da</strong> a levar oxigênio para o bebê, por meio <strong>do</strong> sangue<br />

<strong>da</strong> mãe. A gestante tem um maior aproveitamento<br />

<strong>do</strong> ferro quan<strong>do</strong> comer na mesma refeição alimentos<br />

ricos em vitaminas C e vitamina A.<br />

O cálcio aju<strong>da</strong> a formar e manter ossos e <strong>de</strong>ntes fortes.<br />

O io<strong>do</strong> aju<strong>da</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento físico e mental <strong>do</strong><br />

bebê.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

A gestante <strong>de</strong>ve ganhar peso necessário para garantir boas<br />

condições para o parto e para a vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> bebê que vai nascer.<br />

O ganho <strong>de</strong> peso não <strong>de</strong>ve ser baixo e nem muito gran<strong>de</strong>.<br />

A mulher que não tem complicações na gestação é importante<br />

ser ativa, movimentar-se pelo menos 30 minutos<br />

to<strong>do</strong>s os dias. Você po<strong>de</strong> orientar que ela faça caminha<strong>da</strong>s<br />

pelo bairro, evitan<strong>do</strong> ficar muitas horas para<strong>da</strong>, por exemplo,<br />

assistin<strong>do</strong> à televisão.<br />

Higiene e conforto na gestação:<br />

A melhor forma <strong>de</strong> tomar banho é com água corrente <strong>de</strong> chuveiro,<br />

bica ou caneca. Evitar tomar banho senta<strong>da</strong> em bacias e não fazer<br />

duchas <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> vagina, pois po<strong>de</strong>m levar micróbios <strong>da</strong> vagina até<br />

o útero, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> prejudicar a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> bebê.<br />

A gestante po<strong>de</strong> lavar a cabeça to<strong>da</strong>s as vezes em que sentir necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

pois isso não a prejudica e nem o bebê.<br />

É importante que ela use roupas limpas e confortáveis e, se possível,<br />

sutiã com alças largas e com boa sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, para que as mamas<br />

fiquem apoia<strong>da</strong>s.<br />

É recomen<strong>da</strong><strong>do</strong> evitar meias com elástico muito aperta<strong>do</strong>, que po<strong>de</strong>m<br />

causar varizes e sensação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto. Usar sapatos baixos e confortáveis.<br />

Caso tenha <strong>do</strong>r lombar, po<strong>de</strong>rá utilizar saltos baixos.<br />

Higiene bucal (gestante):<br />

Pelas alterações que ocorrem no corpo <strong>da</strong> mulher e pelas mu<strong>da</strong>nças<br />

na forma <strong>de</strong> se alimentar na gestação, isso po<strong>de</strong> comprometer sua<br />

saú<strong>de</strong> bucal. Por esse motivo, a gestante <strong>de</strong>ve ser orienta<strong>da</strong> a cui<strong>da</strong>r<br />

com mais atenção <strong>da</strong> higiene <strong>da</strong> boca.<br />

149


150<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

As alterações hormonais nessa fase reprodutiva <strong>da</strong> mulher<br />

po<strong>de</strong>m acarretar o aparecimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças gengivais<br />

e sua evolução po<strong>de</strong> ocasionar até o parto prematuro.<br />

É importante que seja realiza<strong>da</strong> a higiene <strong>de</strong>ntal diária,<br />

sempre após a alimentação e antes <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmir.<br />

Escovar ovar os <strong>de</strong>ntes e a língua, massagean<strong>do</strong> com a escova<br />

a gengiva, após ca<strong>da</strong> vez que se alimentar, inclusive<br />

quan<strong>do</strong> comer lanches;<br />

Passar assar fio <strong>de</strong>ntal <strong>de</strong>lica<strong>da</strong>mente, no mínimo, uma vez<br />

ao dia, <strong>de</strong> preferência à noite;<br />

Não usar palitos os <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes para não machucar a gengiva;<br />

Trocar rocar a escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte quan<strong>do</strong> ela já estiver <strong>de</strong>sgasta<strong>da</strong>;<br />

Fazer azer o acompanhamento o<strong>do</strong>ntológico durante o pré-natal.<br />

Alternativas para produzir o fio <strong>de</strong>ntal:<br />

Linha <strong>de</strong> carretel nº 10, passa<strong>da</strong> na parafina ou cera <strong>de</strong> abelha;<br />

Ráfia transparente <strong>de</strong> saco <strong>de</strong> batata, cebola ou laranja, sempre muito limpa;<br />

Tirinha <strong>de</strong> sacolas plásticas ou saco <strong>de</strong> leite.<br />

Sinais <strong>de</strong> alerta para encaminhamento para a UBS:<br />

Sangramento nas gengivas;<br />

Dor e sangramento na escovação;<br />

Feri<strong>da</strong>s na língua, bochecha e lábios;<br />

Dentes ou <strong>de</strong>ntaduras quebra<strong>da</strong>s ou mal a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s.<br />

Preparan<strong>do</strong> para o parto e puerpério<br />

Você <strong>de</strong>ve orientar a gestante para se preparar para o parto.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Caso ela tenha outros filhos, perguntar com quem eles ficarão e<br />

quem a levará ao hospital.<br />

Não se esquecer <strong>de</strong> orientar para levar o cartão <strong>da</strong> gestante e um <strong>do</strong>cumento<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, que po<strong>de</strong> ser: a carteira <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> ou<br />

<strong>de</strong> trabalho ou certidão <strong>de</strong> casamento ou nascimento.<br />

Arrumar previamente as roupas <strong>da</strong> gestante e <strong>do</strong> bebê para levar ao<br />

hospital.<br />

Sinais <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> parto:<br />

Per<strong>da</strong> pela vagina <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong> pareci<strong>do</strong> com “catarro” <strong>de</strong> cor clara, às vezes po<strong>de</strong> ter<br />

um pouco <strong>de</strong> sangue, po<strong>de</strong> acontecer mais ou menos com 15 dias antes <strong>do</strong> parto;<br />

Dor nas costas e que vai para a parte <strong>de</strong> baixo <strong>da</strong> barriga;<br />

Per<strong>da</strong> <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong> pela vagina, o que significa o rompimento <strong>da</strong> bolsa;<br />

Dores na barriga, que fica dura e <strong>de</strong>pois relaxa (contrações <strong>do</strong> útero).<br />

Quan<strong>do</strong> essas contrações acontecerem na frequência <strong>de</strong> mais <strong>de</strong><br />

uma vez a ca<strong>da</strong> 10 minutos, é momento <strong>de</strong> ir para o hospital.<br />

Se uma gestante <strong>de</strong> sua área tiver nenêm em casa, oriente a procurar<br />

o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> o mais breve possível, para avaliação geral <strong>da</strong><br />

criança, vacinas e outros procedimentos.<br />

É muito importante observar se em sua comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> os partos costumam<br />

ser realiza<strong>do</strong>s em casa e/ou por parteiras. Nesses casos é necessário<br />

reconhecer as parteiras tradicionais como parceiras, respeitan<strong>do</strong><br />

suas práticas e saberes. Nesses casos <strong>de</strong>ve-se ter atenção especial<br />

para algumas questões:<br />

Fazer o ca<strong>da</strong>stro <strong>da</strong> parteira para que a equipe saiba quem <strong>de</strong>senvolve partos na<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Informar Inf sobre o Registro Civil <strong>da</strong> parteira e combinar para que ela auxilie a<br />

incentivar o Registro Civil na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Utilizar medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> autocui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>da</strong> parteira, tais como vacinação, uso <strong>de</strong> equipamento<br />

individual <strong>de</strong> proteção e informar sobre os riscos <strong>de</strong> realizar parto em<br />

gestantes que não fizeram pré-natal;<br />

Verificar se a parteira já tem material para o parto (kit kit parteiras), verifican<strong>do</strong> se<br />

ele é esteriliza<strong>do</strong>. Em alguns casos, a própria UBS po<strong>de</strong> realizar a esterilização;<br />

Incentivar para a parteira participar <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> planejamento (previsão <strong>de</strong><br />

insumos e esterilização) e <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong> com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

A situação vacinal <strong>de</strong> antitetânica <strong>da</strong> gestante;<br />

Orientar sobre os serviços <strong>de</strong> referência e como acessá-los em situação <strong>de</strong> urgência;<br />

Ter T atenção para o atendimento higiênico ao parto, para o uso <strong>de</strong> material estéril<br />

para o corte e clampeamento (estancamento <strong>do</strong> sangue) <strong>do</strong> cordão umbilical e<br />

<strong>do</strong> curativo <strong>do</strong> coto umbilical com solução <strong>de</strong> álcool a 70%. Conhecer se na cultura<br />

<strong>de</strong> sua população são utiliza<strong>da</strong>s sustâncias ou utensílios que possam causar<br />

infecção no bebê, tais como tesouras ou facas enferruja<strong>da</strong>s.<br />

Puerpério:<br />

O puerpério é o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> nascimento <strong>do</strong> bebê até 45 dias após o<br />

parto.<br />

Você <strong>de</strong>ve fazer as seguintes orientações à puérpera:<br />

Ela <strong>de</strong>ve retornar ao hospital na ocorrência <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> infecção: febre, <strong>do</strong>r e<br />

sangramento;<br />

Deve realizar duas consultas até o 42º dia após o parto;<br />

Ser estimula<strong>da</strong> para amamentar o bebê, caso não haja contraindicação;<br />

Levar o recém-nasci<strong>do</strong> para iniciar a puericultura na UBS;<br />

Orientar para o início <strong>do</strong> esquema vacinal <strong>da</strong> criança (BCG, hepatite B) e, se for o<br />

caso, para completar o esquema vacinal <strong>da</strong> mãe (dT e rubéola);<br />

Orientar a realização <strong>do</strong> teste <strong>do</strong> pezinho, orelhinha e olhinho;<br />

Não colocar objetos no coto umbilical. Exs.: café, moe<strong>da</strong>, faixa, fumo.<br />

Para mais informações, veja o Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Criança.


Amamentação<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Amamentar é um ato <strong>de</strong> entrega e a mulher precisa estar disposta a<br />

se entregar.<br />

As orientações relaciona<strong>da</strong>s à amamentação <strong>de</strong>vem ser inicia<strong>da</strong>s durante<br />

o pré-natal. A amamentação <strong>de</strong>ve ser exclusiva até o sexto mês<br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Ou seja, a criança <strong>de</strong>ve receber somente o leite materno até<br />

o sexto mês <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. A partir <strong>do</strong>s seis meses, outros alimentos <strong>de</strong>vem<br />

ser ofereci<strong>do</strong>s e a criança po<strong>de</strong> receber o leite materno até <strong>do</strong>is<br />

anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> ou mais. O leite materno é um alimento completo que<br />

aten<strong>de</strong> a to<strong>da</strong>s as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> organismo <strong>da</strong> criança e a protege<br />

contra infecções.<br />

Vantagens <strong>da</strong> amamentação:<br />

O leite materno é o alimento mais completo que existe para o bebê. Possui<br />

substâncias nutritivas e <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. Por isso, não há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> completar com<br />

outros leites, mingaus, água, chás ou sucos até os seis meses <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

NÃO EXISTE LEITE MATERNO FRACO!;<br />

Evita mortes infantis;<br />

Protege o bebê contra muitas <strong>do</strong>enças, como a diarreia, alergias e infecção respiratória;<br />

Diminui o risco <strong>de</strong> hipertensão, colesterol alto e diabetes na infância, na a<strong>do</strong>lescência,<br />

na vi<strong>da</strong> adulta e na terceira i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Previne o excesso <strong>de</strong> peso;<br />

É <strong>de</strong> fácil digestão e não sobrecarrega o intestino e os rins <strong>do</strong> bebê;<br />

O leite materno é livre <strong>de</strong> micróbios, é prático (não precisa ferver, coar, dissolver<br />

ou esfriar) e ain<strong>da</strong> é <strong>de</strong> graça;<br />

Transmite amor e carinho, fortalecen<strong>do</strong> os laços afetivos <strong>de</strong> mãe e filho. Bebê que<br />

mama no peito se sente mais ama<strong>do</strong> e seguro;<br />

Evita problemas nos <strong>de</strong>ntes e na fala, diminui o surgimento <strong>da</strong> cárie;<br />

A amamentação diminui as chances <strong>de</strong> a mãe ter câncer <strong>de</strong> mama e <strong>de</strong> ovário.<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Informar a gestante que o tipo <strong>de</strong> bico <strong>do</strong> peito não impe<strong>de</strong><br />

a amamentação, pois para fazer uma boa pega o bebê tem<br />

que abocanhar uma parte maior <strong>da</strong> mama (aréola), e não<br />

somente o bico. Chupetas, bicos artificiais e mama<strong>de</strong>iras<br />

po<strong>de</strong>m prejudicar a pega <strong>do</strong> bebê ao seio <strong>da</strong> mãe, além <strong>de</strong><br />

causar problemas na formação oral <strong>do</strong> bebê (fala, <strong>de</strong>ntição,<br />

<strong>de</strong>glutição). As famílias (mãe, pai, avós e <strong>de</strong>mais pessoas<br />

influentes no cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>da</strong> criança) <strong>de</strong>vem ser orienta<strong>da</strong>s a<br />

respeito <strong>de</strong>sses aspectos.<br />

O primeiro leite produzi<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois que o bebê nasce é o colostro,<br />

que po<strong>de</strong> ser claro ou amarelo, grosso ou ralo, e <strong>de</strong>ve ser<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong> ao bebê logo após o nascimento, esse leite é rico em fatores<br />

<strong>de</strong> proteção.<br />

No início <strong>da</strong> mama<strong>da</strong>, o leite é mais ralo, pois tem mais água, açúcar<br />

e substâncias que protegem o bebê e, no final <strong>da</strong> mama<strong>da</strong>, fica mais<br />

amarelo, pois é mais rico em gordura. É importante que o bebê esvazie<br />

totalmente um peito para <strong>de</strong>pois <strong>da</strong>r o outro. A mama<strong>da</strong> seguinte<br />

<strong>de</strong>ve ser inicia<strong>da</strong> no peito que terminou a última mama<strong>da</strong>.<br />

A amamentação <strong>de</strong>ve ser em livre <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, ou seja, sem restringir o<br />

número <strong>de</strong> mama<strong>da</strong>s ou horários fixos para amamentar e sem <strong>de</strong>terminar<br />

o tempo em que o bebê suga em ca<strong>da</strong> mama.<br />

Os pontos-chave para saber se a posição e pega estão a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s são:<br />

Posição a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para a mama<strong>da</strong>:<br />

Rosto <strong>do</strong> bebê <strong>de</strong> frente para a mama;<br />

Corpo <strong>do</strong> bebê próximo ao <strong>da</strong> mãe;<br />

Bebê com cabeça e tronco alinha<strong>do</strong>s (pescoço não torci<strong>do</strong>) na posição “barriga<br />

com barriga” (barriga <strong>da</strong> criança em contato com a barriga <strong>da</strong> mãe”;<br />

Bebê bem apoia<strong>do</strong>.


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Para uma pega a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>:<br />

Mais aréola visível acima <strong>da</strong> boca <strong>do</strong> bebê;<br />

Boca bem aberta;<br />

Lábio inferior vira<strong>do</strong> para fora;<br />

Queixo tocan<strong>do</strong> a mama.<br />

O bebê chora não necessariamente por estar com fome, ele po<strong>de</strong> estar<br />

com frio, calor, molha<strong>do</strong> ou com cólica. É importante realizar seu<br />

acompanhamento, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> se ele está ganhan<strong>do</strong> peso.<br />

Orientações gerais:<br />

A mãe <strong>de</strong>ve tomar bastante líqui<strong>do</strong>;<br />

Consumir com mo<strong>de</strong>rações café e outros produtos com cafeína;<br />

Simpatias não alteram a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> leite;<br />

Quanto mais o bebê suga mais leite será produzi<strong>do</strong>;<br />

Não há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong>r água, chás ou leite entre as mama<strong>da</strong>s;<br />

Para evitar rachaduras nos peitos, posicionar bem o bebê na hora <strong>da</strong> pega. Usar o<br />

<strong>de</strong><strong>do</strong> mindinho na hora <strong>de</strong> tirar o bebê <strong>do</strong> peito. Manter os mamilos (bicos) secos;<br />

O bebê <strong>de</strong>ve mamar sempre que quiser, para evitar que o leite empedre. Por<br />

várias vezes, apalpe os peitos em vários lugares, se não sentir <strong>do</strong>r é sinal que está<br />

tu<strong>do</strong> bem, mas se sentir <strong>do</strong>r é sinal que o leite começou a ficar para<strong>do</strong> aí. A mãe<br />

<strong>de</strong>ve massagear as mamas e retirar um pouco <strong>de</strong> leite até ter conforto;<br />

Qualquer queixa mamária a mulher <strong>de</strong>ve ser orienta<strong>da</strong> a buscar atendimento na UBS.<br />

Só utilizar compressas caso receba orientações <strong>do</strong> profissional<br />

<strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s que a mãe <strong>de</strong>ve ter na hora <strong>de</strong> amamentar:<br />

Lavar bem as mãos;<br />

Dar <strong>de</strong> mamar em um lugar tranquilo e confortável;<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

O peito o não precisa <strong>de</strong> limpeza antes ou após as mama<strong>da</strong>s.<br />

O banho diário é suficiente;<br />

Depois epois que o bebê terminar <strong>de</strong> mamar, <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>do</strong><br />

para arrotar.<br />

ACS, mesmo se após as orientações a mãe informa<br />

que persistem as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s quanto<br />

à amamentação, ela <strong>de</strong>ve ser encaminha<strong>da</strong><br />

à UBS.<br />

Doação <strong>de</strong> leite humano<br />

Como <strong>do</strong>ar o leite materno?<br />

Algumas mulheres, quan<strong>do</strong> estão amamentan<strong>do</strong>,<br />

produzem um volume <strong>de</strong> leite<br />

além <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> bebê, o que possibilita<br />

que sejam <strong>do</strong>a<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> um Banco <strong>de</strong><br />

Leite Humano. O leite materno <strong>do</strong>a<strong>do</strong> passa<br />

por um processo <strong>de</strong> pasteurização, para eliminar os micro-organismos,<br />

sem alterar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> leite e, em segui<strong>da</strong>, ser distribuí<strong>do</strong><br />

com quali<strong>da</strong><strong>de</strong> certifica<strong>da</strong> aos bebês interna<strong>do</strong>s em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s neonatais.<br />

Ao retirar o leite, é importante que a mulher siga algumas<br />

recomen<strong>da</strong>ções que fazem parte <strong>da</strong> garantia <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> leite<br />

humano distribuí<strong>do</strong> aos bebês hospitaliza<strong>do</strong>s.<br />

O leite retira<strong>do</strong> em frasco esteriliza<strong>do</strong> ou fervi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser imediatamente<br />

armazena<strong>do</strong> no freezer ou congela<strong>do</strong>r.<br />

Existem situações em que o aleitamento materno é contraindica<strong>do</strong>,<br />

por exemplo, se a mãe for porta<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> vírus<br />

HIV/Aids. Há outras <strong>do</strong>enças que também contraindicam.<br />

Informe-se com os profissionais <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

quais são essas situações.


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Banco <strong>de</strong> Leite Humano<br />

Alguns bancos <strong>de</strong> leite trabalham com coleta <strong>do</strong>miciliar.<br />

Informe-se na sua Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> se há Banco <strong>de</strong> Leite<br />

Humano no seu município.<br />

ATENÇÃO AO IDOSO<br />

É aconselhavel fazer massagens circulares suavemente nas<br />

mamas;<br />

É i<strong>de</strong>al que o leite seja retira<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma manual.<br />

Coloque os <strong>de</strong><strong>do</strong>s polegar e indica<strong>do</strong>r no local on<strong>de</strong> começa a<br />

aréola;<br />

Comprima suavemente um <strong>de</strong><strong>do</strong> contra o outro e o leite<br />

começa a sair;<br />

Jogue fora o primeiro jato. E, então, <strong>de</strong>ixe o leite cair no frasco<br />

estereliza<strong>do</strong>.<br />

As pessoas estão viven<strong>do</strong> mais e o fenômeno <strong>do</strong> envelhecimento populacional,<br />

entre outros aspectos, está diretamente relaciona<strong>do</strong> aos<br />

avanços <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> pública. As vacinas, a melhoria <strong>de</strong> condições <strong>de</strong><br />

saneamento ambiental, o maior acesso <strong>da</strong> população aos serviços <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, a melhor cobertura <strong>da</strong> Atenção Primária à Saú<strong>de</strong> em Esta<strong>do</strong>s<br />

e municípios são algumas <strong>da</strong>s conquistas alcança<strong>da</strong>s ao longo <strong>do</strong>s<br />

últimos anos.<br />

Segun<strong>do</strong> Pesquisa Nacional por Amostra <strong>de</strong> Domicílios – PNAD/2007,<br />

atualmente existem, aproxima<strong>da</strong>mente, 19 milhões <strong>de</strong> pessoas i<strong>do</strong>sas<br />

(acima <strong>de</strong> 60 anos) viven<strong>do</strong> em nosso País; <strong>de</strong>sse total 11.465.861<br />

estão ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s na Estratégia Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família (ESF). Estima-se que<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

em 2050 existam cerca <strong>de</strong> <strong>do</strong>is bilhões <strong>de</strong> pessoas com 60 anos ou<br />

mais no mun<strong>do</strong>.<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> essa nova reali<strong>da</strong><strong>de</strong> social, em 1º <strong>de</strong> outubro<br />

<strong>de</strong> 2003, foi publica<strong>do</strong> o Estatuto <strong>do</strong> I<strong>do</strong>so, reafirman<strong>do</strong><br />

os direitos fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> pessoa i<strong>do</strong>sa no<br />

Brasil. Além disso, muitos avanços têm aconteci<strong>do</strong> na<br />

efetivação <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

para a população i<strong>do</strong>sa em nosso País. A<br />

promulgação <strong>da</strong> Política Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> Pessoa I<strong>do</strong>sa (Portaria nº 2528, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong><br />

outubro <strong>de</strong> 2006) e o Pacto pela Vi<strong>da</strong> (Portaria<br />

nº 399/GM, <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2006), componente<br />

<strong>do</strong> Pacto pela Saú<strong>de</strong>, trazen<strong>do</strong> a população<br />

i<strong>do</strong>sa para o centro <strong>da</strong>s priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> SUS.<br />

Essas políticas têm como finali<strong>da</strong><strong>de</strong> assegurar os<br />

direitos sociais <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so, crian<strong>do</strong> condições para<br />

promover sua autonomia, integração e participação<br />

na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Para que a longevi<strong>da</strong><strong>de</strong> (expectativa <strong>de</strong> uma população<br />

viver por muitos anos) seja conquista<strong>da</strong>, é funfun<strong>da</strong>mental que os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> estejam organiza<strong>do</strong>s a fim <strong>de</strong><br />

permitir às pessoas i<strong>do</strong>sas re<strong>de</strong>scobrirem possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> viver sua<br />

vi<strong>da</strong> com a máxima quali<strong>da</strong><strong>de</strong> possível, apesar <strong>da</strong>s progressivas limitações.<br />

A Atenção Primária/Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família <strong>de</strong>ve oferecer à pessoa i<strong>do</strong>sa,<br />

seus familiares e cui<strong>da</strong><strong>do</strong>res (se houver) uma atenção humaniza<strong>da</strong>,<br />

com orientação, acompanhamento e apoio, no <strong>do</strong>micílio e na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Os i<strong>do</strong>sos em Instituição <strong>de</strong> Longa Permanência<br />

(ILP) também <strong>de</strong>vem ser acompanha<strong>do</strong>s pelas equipes <strong>de</strong> Atenção<br />

Primária/Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família.<br />

Uma <strong>da</strong>s estratégias propostas pelo <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong> para i<strong>de</strong>n


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

tificar a população i<strong>do</strong>sa em risco <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças/agravos à saú<strong>de</strong> é o<br />

correto preenchimento <strong>da</strong> Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Pessoa I<strong>do</strong>sa e<br />

seu acompanhamento pelas equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Essa ação permitirá<br />

i<strong>de</strong>ntificar os i<strong>do</strong>sos mais frágeis ou em risco <strong>de</strong> fragilização e, então,<br />

efetivar ações <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> agravos mais sérios, <strong>de</strong> recuperação<br />

<strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> reabilitação.<br />

Ao visitar as famílias on<strong>de</strong> há pessoas i<strong>do</strong>sas, você <strong>de</strong>verá verificar:<br />

Como e com quem mora;<br />

O grau <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

O grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> diária e nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

instrumentais <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> diária;<br />

Se tem cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r e quem é esse cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r;<br />

Esquema <strong>de</strong> vacinação;<br />

Se há sinais <strong>de</strong> violência:<br />

Risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e que<strong>da</strong>s. Se a residência é um ambiente seguro;<br />

Uso contínuo <strong>de</strong> medicação;<br />

O i<strong>do</strong>so acama<strong>do</strong> e os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s necessários.<br />

Em 1º <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2003, foi publica<strong>da</strong> a Lei nº 10.741, conheci<strong>da</strong><br />

como o Estatuto <strong>do</strong> I<strong>do</strong>so, <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> a regular os direitos assegura<strong>do</strong>s<br />

às pessoas com i<strong>da</strong><strong>de</strong> igual ou superior a 60 anos. Você po<strong>de</strong><br />

conhecer melhor o Estatuto acessan<strong>do</strong>:<br />

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm<br />

Falan<strong>do</strong> um pouco mais sobre a Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> I<strong>do</strong>so<br />

A função primordial <strong>da</strong> Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Pessoa I<strong>do</strong>sa é propiciar<br />

um levantamento periódico <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s condições <strong>do</strong><br />

indivíduo i<strong>do</strong>so e <strong>de</strong> outros aspectos que possam interferir no seu<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

bem-estar. Antes <strong>do</strong> a<strong>do</strong>ecimento orgânico, a pessoa i<strong>do</strong>sa apresenta<br />

alguns sinais <strong>de</strong> risco e é função <strong>do</strong> profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, por meio<br />

<strong>do</strong> registro na ca<strong>de</strong>rneta, i<strong>de</strong>ntificá-los para que as ações possam ser<br />

realiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong> maneira precoce, contribuin<strong>do</strong> não apenas para a melhoria<br />

<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> individual, mas também para uma saú<strong>de</strong><br />

pública mais consciente e eficaz. Os registros na ca<strong>de</strong>rneta <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so<br />

<strong>de</strong>vem ser uma ferramenta para esse trabalho.<br />

A Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Pessoa I<strong>do</strong>sa é preenchi<strong>da</strong> no momento <strong>da</strong><br />

realização <strong>da</strong> visita <strong>do</strong>miciliar, on<strong>de</strong> haja um mora<strong>do</strong>r com 60 anos<br />

ou mais, ou na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, quan<strong>do</strong> a pessoa for consultar.<br />

Você é um <strong>do</strong>s principais responsáveis pelo preenchimento <strong>da</strong><br />

ca<strong>de</strong>rneta.<br />

O preenchimento <strong>da</strong> ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> se dá a partir <strong>da</strong> própria<br />

fala <strong>do</strong> indivíduo. É importante que seja resguar<strong>da</strong><strong>da</strong> sua privaci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Assim, <strong>de</strong>ve-se <strong>de</strong>ixar a pessoa que respon<strong>de</strong> à vonta<strong>de</strong> para citar<br />

o que lhe for conveniente. A ca<strong>de</strong>rneta é um <strong>do</strong>cumento que a pessoa<br />

i<strong>do</strong>sa <strong>de</strong>ve carregar sempre consigo e que po<strong>de</strong>, eventualmente,<br />

ser acessa<strong>da</strong> por outras pessoas. Você <strong>de</strong>ve reforçar que o i<strong>do</strong>so, ao<br />

comparecer à consulta na UBS, <strong>de</strong>ve levar sua ca<strong>de</strong>rneta.<br />

Questões importantes a serem observa<strong>da</strong>s por você em suas<br />

visitas <strong>do</strong>miciliares<br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so: quan<strong>do</strong> falamos em “i<strong>de</strong>ntificação”, como<br />

o próprio nome aponta, busca-se conhecer o i<strong>do</strong>so quanto a: relações<br />

familiares; ocupação; hábitos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>; situação <strong>da</strong> moradia;<br />

entre outros.<br />

Alguns aspectos na i<strong>de</strong>ntificação que merecem maior atenção serão<br />

apresenta<strong>do</strong>s a seguir:<br />

Relações familiares: o prejuízo emocional e outros transtornos familiares<br />

que o(a) i<strong>do</strong>so(a) po<strong>de</strong> apresentar perante a per<strong>da</strong> <strong>do</strong> seu


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

cônjuge é um sinal <strong>de</strong> alerta. Geralmente, a viuvez traz fortes repercussões<br />

negativas na área psicológica, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> interferir também<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> marcante na área econômica, sen<strong>do</strong> inclusive uma <strong>da</strong>s causas<br />

<strong>do</strong> asilamento <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so. O esta<strong>do</strong> emocional po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com o tempo <strong>de</strong> viuvez.<br />

Escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>: a baixa escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> é outro fator que interfere para a<br />

interação na comunicação e, portanto, há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> a<strong>de</strong>quação<br />

<strong>do</strong> vocabulário pelo profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> na assistência ao i<strong>do</strong>so,<br />

uso <strong>de</strong> linguagem simples e acessível.<br />

Ocupação: é importante saber se há <strong>de</strong>fasagem entre a ocupação<br />

e situação financeira anterior e a atual, pois po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar<br />

um processo <strong>de</strong> insatisfação e inconformismo que repercute negativamente<br />

no indivíduo. Além disso, a aposenta<strong>do</strong>ria po<strong>de</strong> trazer<br />

algumas características marcantes nos i<strong>do</strong>sos em nosso País,<br />

como a inativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Hábitos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>: os hábitos prejudiciais à saú<strong>de</strong>, como o fumo, o<br />

álcool e o se<strong>de</strong>ntarismo, são alguns <strong>do</strong>s responsáveis por sintomas<br />

e <strong>do</strong>enças surgi<strong>do</strong>s na i<strong>da</strong><strong>de</strong> avança<strong>da</strong>.<br />

Entre as consequências mais comuns,<br />

estão: <strong>de</strong>pressão, aumento<br />

<strong>da</strong> ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>, distúrbios cerebrais<br />

predispon<strong>do</strong> às que<strong>da</strong>s, câncer<br />

<strong>de</strong> pulmão, bronquites, cardiopatias,<br />

problemas no fíga<strong>do</strong>,<br />

<strong>do</strong>res articulares e osteoporose,<br />

entre outras. Portanto, o<br />

<strong>de</strong>talhamento <strong>de</strong> tais hábitos é<br />

importante para orientar o i<strong>do</strong>so<br />

quanto aos fatores maléficos que<br />

acarretam à sua saú<strong>de</strong>. Lembran<strong>do</strong><br />

sempre que, mesmo em i<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

avança<strong>da</strong>s, a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> mo<strong>do</strong>s<br />

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162<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

saudáveis traz gran<strong>de</strong>s benefícios à saú<strong>de</strong>.<br />

Se o indivíduo possui 75 anos ou mais, já po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> frágil<br />

ou em processo <strong>de</strong> fragilização.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> diária e avaliação funcional<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> Diária (AVD):<br />

São as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>s ao autocui<strong>da</strong><strong>do</strong> e que são fun<strong>da</strong>mentais<br />

à sobrevivência <strong>de</strong> qualquer pessoa. Se o i<strong>do</strong>so não po<strong>de</strong> fazêlas,<br />

vai precisar <strong>de</strong> alguém para isso. São elas:<br />

Alimentar-se;<br />

Vestir-se;<br />

Tomar T banho;<br />

Fazer higiene pessoal;<br />

Ir ao banheiro, entre outras.<br />

Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s Instrumentais <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> Diária (AIVD):<br />

As AIVD são as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>s à participação no meio social e<br />

indicam a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> levar uma vi<strong>da</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

Utilizar meios <strong>de</strong> transporte;<br />

Manipular medicamentos;<br />

Utilizar telefone;<br />

Preparar refeição, entre outras.<br />

Deve ser observa<strong>do</strong> se existe limitação para as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s acima cita<strong>da</strong>s,<br />

assim como o tipo <strong>de</strong> auxílio <strong>de</strong> que o i<strong>do</strong>so necessita. Essas<br />

informações são elementos essenciais para se compor um diagnóstico<br />

<strong>de</strong> seu risco social e conhecer seu grau <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência para as<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> diária (AVD). Se o indivíduo i<strong>do</strong>so mora sozinho ou


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já recebe algum tipo <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>, já po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> como uma<br />

pessoa i<strong>do</strong>sa frágil ou em processo <strong>de</strong> fragilização.<br />

Caso observe dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so para realização <strong>de</strong> uma ou mais<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> diária e instrumental (AVD e AIVD), você <strong>de</strong>ve<br />

transmitir essa informação aos profissionais <strong>da</strong> sua equipe, assim<br />

como orientar os familiares e cui<strong>da</strong><strong>do</strong>res a não fazer tu<strong>do</strong> pela pessoa,<br />

mas sempre estimular sua autonomia.<br />

Algumas medi<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m reduzir a incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> ou diminuir a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

em conviver com ela e melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

pessoa i<strong>do</strong>sa, como o uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s medicamentos prescritos<br />

pelo médico, modificações no ambiente físico e social, mu<strong>da</strong>nças no<br />

comportamento e estilos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, além <strong>da</strong> utilização <strong>de</strong> equipamento<br />

especial – prótese, muleta, an<strong>da</strong><strong>do</strong>r.<br />

Os três conceitos importantes para a <strong>de</strong>finição <strong>da</strong>s incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

são: autonomia, in<strong>de</strong>pendência e <strong>de</strong>pendência.<br />

Autonomia: é a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> para agir e para tomar <strong>de</strong>cisões. Po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como se autogovernar.<br />

In<strong>de</strong>pendência: significa ser capaz <strong>de</strong> realizar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s sem aju<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> outra pessoa.<br />

Dependência: significa não ser capaz <strong>de</strong> realizar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong> dia<br />

a dia sem aju<strong>da</strong> <strong>de</strong> outra pessoa.<br />

Esquema <strong>de</strong> vacinação <strong>da</strong> pessoa i<strong>do</strong>sa<br />

Você <strong>de</strong>ve verificar em to<strong>da</strong>s as visitas se as vacinas estão em dia e<br />

orientar o i<strong>do</strong>so sobre a importância <strong>da</strong> vacinação para a prevenção<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>enças. A seguir calendário vacinal <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so:<br />

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164<br />

VACINA DOENÇAS<br />

EVITADAS<br />

Dupla<br />

bacteriana<br />

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Difteria e<br />

tétano<br />

DOSE<br />

APLICADA<br />

1ª DOSE<br />

2ª DOSE –<br />

Dois meses<br />

após a 1ª <strong>do</strong>se<br />

3ª DOSE –<br />

Quatro meses<br />

após a 1ª <strong>do</strong>se<br />

OBSERVAÇÕES<br />

I<strong>do</strong>sos que não tiverem comprovação <strong>de</strong> vacinação<br />

anterior, seguir o esquema <strong>de</strong> três <strong>do</strong>ses. Apresentan<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumentação com esquema incompleto,<br />

completar o esquema já inicia<strong>do</strong>. O intervalo mínimo<br />

entre as <strong>do</strong>ses é <strong>de</strong> 30 dias.<br />

São necessárias <strong>do</strong>ses <strong>de</strong> reforço a ca<strong>da</strong> 10 anos.<br />

Em caso <strong>de</strong> ferimentos graves em adultos, a <strong>do</strong>se <strong>de</strong><br />

reforço <strong>de</strong>verá ser antecipa<strong>da</strong> para cinco anos após a<br />

última <strong>do</strong>se.<br />

Contra febre Febre amarela Dose inicial Apenas para quem resi<strong>de</strong> ou viajará para os Esta<strong>do</strong>s:<br />

amarela<br />

AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF; e<br />

alguns municípios <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s: PI, BA, MG, SP, PR, SC,<br />

RS e ES. Vacinar 10 (<strong>de</strong>z) dias antes <strong>da</strong> viagem.<br />

Reforço a ca<strong>da</strong> 10 anos.<br />

Influenza Gripe Dose inicial Reforço a ca<strong>da</strong> ano por to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>.<br />

A vacina contra Influenza é ofereci<strong>da</strong> anualmente<br />

durante a Campanha Nacional <strong>de</strong> Vacinação <strong>do</strong> I<strong>do</strong>so.<br />

Pneumococo Pneumonia Dose inicial Depen<strong>de</strong> <strong>de</strong> indicação.<br />

causa<strong>da</strong> pelo<br />

pneumococo<br />

A vacina contra pneumococos normalmente é aplica<strong>da</strong><br />

durante a Campanha Nacional <strong>de</strong> Vacinação <strong>do</strong><br />

I<strong>do</strong>so, nos indivíduos que convivem em instituições<br />

fecha<strong>da</strong>s, tais como casas geriátricas, hospitais,<br />

asilos, casas <strong>de</strong> repouso, com apenas um reforço cinco<br />

anos após a <strong>do</strong>se inicial.<br />

Promoção a hábitos saudáveis<br />

Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com a alimentação:<br />

A promoção a hábitos saudáveis na alimentação é uma <strong>da</strong>s estratégias<br />

para prevenção <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças e promoção à saú<strong>de</strong>. Tem como um<br />

<strong>de</strong> seus objetivos proporcionar um envelhecimento mais saudável e<br />

ativo, melhoran<strong>do</strong> a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

A orientação <strong>da</strong> alimentação <strong>da</strong> pessoa i<strong>do</strong>sa que não precisa <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

alimentares específicos po<strong>de</strong> ser <strong>da</strong><strong>da</strong> por você com base nos<br />

Dez Passos para uma Alimentação Saudável. As orientações relaciona<strong>da</strong>s<br />

à alimentação <strong>da</strong> pessoa i<strong>do</strong>sa nas situações <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças<br />

crônicas como diabetes, hipertensão, obesi<strong>da</strong><strong>de</strong>, entre outras, <strong>de</strong>verão<br />

ser feitas pelos profissionais <strong>de</strong> nível superior <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong>vem ser conheci<strong>da</strong>s e acompanha<strong>da</strong>s por você.<br />

Dicas importantes para seu trabalho <strong>de</strong> orientação para as pessoas i<strong>do</strong>sas<br />

e familiares:<br />

Alimentar o i<strong>do</strong>so nem sempre é tarefa fácil. Horários regulares, respeito às preferências<br />

e hábitos culturais, ambiente tranquilo e muita calma e paciência, por<br />

parte <strong>do</strong>s familiares e cui<strong>da</strong><strong>do</strong>res, são fatores importantes para que a alimentação<br />

seja bem aceita;<br />

Outro ponto importante e que po<strong>de</strong> colaborar para uma alimentação saudável é a<br />

leitura <strong>do</strong>s rótulos <strong>do</strong>s alimentos. A informação nutricional que está nos rótulos é<br />

um meio fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong> apoio à escolha <strong>de</strong> produtos mais saudáveis na hora <strong>da</strong><br />

compra. Observar a <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> vali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos também é importante;<br />

Orientar a fazer to<strong>da</strong>s as refeições (café <strong>da</strong> manhã, lanche, almoço, lanche, jantar)<br />

e não pular nenhuma <strong>de</strong>las. Não trocar o almoço ou o jantar por lanches;<br />

Para abrir o apetite, po<strong>de</strong> ser prepara<strong>da</strong> uma refeição <strong>de</strong> encher os olhos: colori<strong>da</strong>,<br />

cheirosa, quentinha, gostosa, sempre fresquinha e varian<strong>do</strong> os alimentos,<br />

para estimular o pala<strong>da</strong>r, que, com o avanço <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong> diminuir, levan<strong>do</strong> à<br />

redução <strong>do</strong> apetite e <strong>do</strong> prazer <strong>de</strong> comer;<br />

O uso em exagero <strong>de</strong> sal, temperos industrializa<strong>do</strong>s, gorduras <strong>de</strong> origem animal<br />

(banha, sebo, toucinho), bem como frituras e alimentos com gorduras trans, <strong>de</strong>ve<br />

ser evita<strong>do</strong>. Os alimentos <strong>de</strong>vem ser prepara<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> temperos naturais,<br />

como alho, cebola, salsinha, manjericão, orégano etc. e óleos vegetais, como <strong>de</strong><br />

milho, soja e azeite <strong>de</strong> oliva;<br />

Beber <strong>de</strong> seis a oito copos <strong>de</strong> água por dia entre as refeições. Essa orientação é<br />

muito importante porque os i<strong>do</strong>sos, geralmente, não sentem se<strong>de</strong>;<br />

Caso o i<strong>do</strong>so possa mastigar, não há razão para modificações na consistência <strong>do</strong>s<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

alimentos e para a utilização <strong>de</strong> sopas e purês. Para que os alimentos sejam mais<br />

bem aproveita<strong>do</strong>s, precisam ser bem mastiga<strong>do</strong>s;<br />

No caso <strong>de</strong> ausência parcial ou total <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes e <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> próteses (<strong>de</strong>ntaduras),<br />

não <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> oferecer carnes, legumes, verduras e frutas. O i<strong>do</strong>so não po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> comer na<strong>da</strong> por não conseguir mastigar. Pique, moa, corte ou rale os<br />

alimentos mais duros;<br />

Você <strong>de</strong>ve estar atento ao controle <strong>do</strong> peso <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so. Um importante componente<br />

<strong>de</strong> risco para a fragili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pessoa i<strong>do</strong>sa é a per<strong>da</strong> expressiva <strong>de</strong> peso em um<br />

curto perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo. Uma per<strong>da</strong> <strong>de</strong> peso não intencional <strong>de</strong>, no mínimo, 4,5<br />

kg ou <strong>de</strong> 5% <strong>do</strong> peso corporal no último ano exige medi<strong>da</strong>s para estabilizar e/ou<br />

recuperar seu peso corporal, por meio <strong>da</strong> promoção a uma alimentação saudável<br />

e prática <strong>de</strong> exercícios físicos sob orientação. Por outro la<strong>do</strong>, o peso eleva<strong>do</strong><br />

também po<strong>de</strong> ser prejudicial à saú<strong>de</strong>. Portanto, o ACS <strong>de</strong>ve estar atento ao esta<strong>do</strong><br />

nutricional <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so e às variações <strong>de</strong> seu peso corporal;<br />

O i<strong>do</strong>so po<strong>de</strong> ter me<strong>do</strong> <strong>de</strong> se alimentar, pois po<strong>de</strong> tossir e engasgar com facili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

além <strong>de</strong> ter dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mastigar e engolir, ten<strong>do</strong> o risco <strong>de</strong> aspirar os alimentos<br />

(entra<strong>da</strong> <strong>do</strong>s alimentos pela via respiratória po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ir para os pulmões).<br />

Po<strong>de</strong>m ser ofereci<strong>do</strong>s alimentos cozi<strong>do</strong>s, com molho ou pastosos. O cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve<br />

ser paciente e tranquilizar o i<strong>do</strong>so na hora <strong>da</strong>s refeições, que <strong>de</strong>vem ser sempre<br />

momentos prazerosos;<br />

Em caso <strong>da</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para engolir, é importante informar a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

para avaliação;<br />

Para facilitar a digestão e evitar a prisão <strong>de</strong> ventre, orientar o consumo <strong>de</strong> alimentos<br />

ricos em fibras: frutas, verduras e legumes. As frutas <strong>de</strong>vem ser consumi<strong>da</strong>s<br />

pelo menos três vezes ao dia e, sempre que possível, cruas e com casca;<br />

O i<strong>do</strong>so que ain<strong>da</strong> conserva a in<strong>de</strong>pendência para alimentar-se sozinho <strong>de</strong>ve<br />

continuar a receber estímulos para fazê-lo, não importan<strong>do</strong> o tempo que leve;<br />

Recomen<strong>da</strong>-se o consumo simultâneo <strong>de</strong> leguminosas e carnes. Alimentos<br />

vegetais ricos em ferro são mais bem absorvi<strong>do</strong>s na presença <strong>de</strong> alimentos ricos<br />

em vitamina C, como laranja, limão, caju, goiaba, abacaxi e outros, na sua forma<br />

natural ou em sucos. Essa conduta po<strong>de</strong> prevenir o aparecimento <strong>de</strong> anemia,


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

problema frequente em i<strong>do</strong>sos, que po<strong>de</strong> ser agrava<strong>do</strong> por uma alimentação<br />

<strong>de</strong>ficiente em alimentos ricos em ferro;<br />

É fun<strong>da</strong>mental ingerir diariamente alimentos que contenham cálcio e vitamina<br />

D, sen<strong>do</strong> que essa última também po<strong>de</strong> ser produzi<strong>da</strong> pela pele após exposição<br />

ao sol, antes <strong>da</strong> 10 horas <strong>da</strong> manhã e <strong>de</strong>pois <strong>da</strong>s 16 horas. Com essas práticas,<br />

po<strong>de</strong>-se prevenir o aparecimento <strong>da</strong> osteoporose, <strong>do</strong>ença comum em i<strong>do</strong>sos,<br />

especialmente em mulheres;<br />

Dar preferência eferência à utilização <strong>de</strong> óleos vegetais (milho, soja, arroz,<br />

canola, azeite <strong>de</strong> oliva, girassol e outros) no preparo e cozimento<br />

<strong>do</strong>s alimentos, sempre em pequena quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Dessa maneira, po<strong>de</strong>-se prevenir<br />

a aterosclerose, <strong>do</strong>ença que é ca<strong>da</strong><br />

vez mais comum na população<br />

adulta e i<strong>do</strong>sa e está relaciona<strong>da</strong><br />

com o aumento <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong><br />

alimentos ricos em gorduras satura<strong>da</strong>s<br />

e colesterol, como: gorduras animais<br />

(carnes gor<strong>da</strong>s, leite integral, queijos gor<strong>do</strong>s,<br />

manteiga, banha, toucinho, bacon, creme <strong>de</strong><br />

leite, embuti<strong>do</strong>s etc.), gordura hidrogena<strong>da</strong>, óleo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ndê, óleo superaqueci<strong>do</strong> e reutiliza<strong>do</strong> muitas<br />

vezes (principalmente para frituras), pães rechea<strong>do</strong>s (com cremes, com cobertura<br />

<strong>de</strong> chocolate ou com coco) e biscoitos amanteiga<strong>do</strong>s;<br />

Sempre empre que possível, substituir frituras por cozimento. No preparo <strong>de</strong> carnes,<br />

<strong>de</strong>ve ser retira<strong>da</strong> to<strong>da</strong> a gordura visível, assim como a pele <strong>de</strong> aves e <strong>do</strong>s peixes;<br />

Água ou alimentos jamais <strong>de</strong>vem ser ofereci<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> a pessoa estiver <strong>de</strong>ita<strong>da</strong>.<br />

É importante estar senta<strong>da</strong> confortavelmente para receber a alimentação.<br />

Ambiente seguro e risco <strong>de</strong> que<strong>da</strong>s<br />

A que<strong>da</strong> em i<strong>do</strong>sos é um importante problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.<br />

Além <strong>de</strong> contribuir para a diminuição <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pes-<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

soas, a ocorrência <strong>da</strong> que<strong>da</strong> po<strong>de</strong> acarretar um gasto consi<strong>de</strong>rável<br />

tanto <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista financeiro quanto <strong>do</strong> familiar e social.<br />

A seguir estão <strong>de</strong>scritos os principais pontos a serem observa<strong>do</strong>s por<br />

você na casa on<strong>de</strong> resi<strong>de</strong> um i<strong>do</strong>so. Em caso <strong>de</strong> existência <strong>de</strong> problemas,<br />

<strong>de</strong>vem ser alerta<strong>do</strong>s ao i<strong>do</strong>so, familiares e cui<strong>da</strong><strong>do</strong>res, uma<br />

vez que esses fatores ambientais <strong>de</strong> risco são importantes causas <strong>de</strong><br />

que<strong>da</strong>s na população i<strong>do</strong>sa.<br />

PROBLEMA SOLUÇÃO<br />

Tapetes soltos Usar tapete anti<strong>de</strong>rrapante ou com ventosas a<strong>de</strong>rentes ou capachos.<br />

Pouca iluminação Usar luz indireta; evitar luz ofuscante. Em cômo<strong>do</strong>s ou esca<strong>da</strong>s com<br />

interruptor somente na entra<strong>da</strong>, usar lanternas ou luminária.<br />

Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para levantar-se <strong>de</strong><br />

vaso sanitário, ca<strong>de</strong>ira e sofá<br />

Provi<strong>de</strong>nciar ca<strong>de</strong>iras, sofás e vaso sanitário mais altos; usar barras <strong>de</strong><br />

apoio no banheiro.<br />

Armários altos Deixar os níveis mais altos <strong>do</strong>s armários para objetos pouco usa<strong>do</strong>s.<br />

Colocar roupas e outros objetos <strong>de</strong> uso mais frequente em prateleiras<br />

na altura <strong>do</strong> tórax.<br />

Fios soltos Evitar extensões. Caso seja realmente necessário, fixá-las ao chão<br />

usan<strong>do</strong> fita a<strong>de</strong>siva.<br />

Piso escorregadio Usar piso cerâmico anti<strong>de</strong>rrapante ou fitas anti<strong>de</strong>rrapantes. Manter o<br />

chão seco e limpo é uma medi<strong>da</strong> simples que também auxilia. Evitar<br />

encerar o chão.<br />

Caminhar por cômo<strong>do</strong>s escuros<br />

(ex. levantar-se à noite para ir<br />

ao banheiro)<br />

Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em visualizar os<br />

<strong>de</strong>graus <strong>da</strong> esca<strong>da</strong><br />

Deixar lanternas em lugares fáceis, usan<strong>do</strong>-as mesmo que tenha que<br />

caminhar pequenos trajetos.<br />

Pintar a ponta <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> <strong>de</strong>grau <strong>de</strong> cor diferente.<br />

Tropeços Não <strong>de</strong>ixar objetos, brinque<strong>do</strong>s, vasos <strong>de</strong> flores e roupas no chão.<br />

Reparar carpetes e pisos <strong>da</strong>nifica<strong>do</strong>s.<br />

Esca<strong>da</strong>s Usar fita anti<strong>de</strong>rrapante nos <strong>de</strong>graus.<br />

Além <strong>da</strong>s informações conti<strong>da</strong>s no quadro, também <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s<br />

como agravantes para o risco <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e que<strong>da</strong>s:<br />

Per<strong>da</strong> <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> visual – catarata, glaucoma, <strong>de</strong>generação <strong>de</strong> mácula, uso


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<strong>de</strong> lentes multifocais, <strong>de</strong>rrames ou isquemias que afetaram a visão etc.;<br />

Pessoas em uso <strong>de</strong> quatro ou mais medicamentos;<br />

Condições médicas específicas – <strong>do</strong>ença cardiovascular, <strong>de</strong>mências, <strong>do</strong>ença <strong>de</strong><br />

Parkinson e outros problemas neurológicos;<br />

Osteoporose, principalmente em mulheres pós-menopausa;<br />

Per<strong>da</strong> <strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> auditiva (dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para escutar);<br />

Se<strong>de</strong>ntarismo;<br />

Deficiências nutricionais;<br />

Condições psicológicas – <strong>de</strong>pressão, me<strong>do</strong> <strong>de</strong> cair (mais <strong>de</strong> 50% <strong>da</strong>s pessoas que<br />

relatam me<strong>do</strong> <strong>de</strong> cair restringem ou eliminam por completo o contato social e a<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> física);<br />

Diabetes;<br />

Problemas nos pés – malformações, úlceras (feri<strong>da</strong>s), <strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos<br />

<strong>de</strong><strong>do</strong>s etc.;<br />

Uso ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong> sapatos e <strong>de</strong> roupas;<br />

Uso ina<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong> aparelhos <strong>de</strong> auxílio à locomoção (bengala, an<strong>da</strong><strong>do</strong>res etc).<br />

Conhecen<strong>do</strong> os fatores que po<strong>de</strong>m causar uma que<strong>da</strong>, você po<strong>de</strong>rá,<br />

junto com a equipe, planejar estratégias para prevenir que esta acon-<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

teça. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> causa <strong>da</strong> que<strong>da</strong>, aquele indivíduo que<br />

referir ter caí<strong>do</strong> duas ou mais vezes no mesmo ano será consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong><br />

frágil ou em processo <strong>de</strong> fragilização.<br />

O que significa i<strong>do</strong>so frágil?<br />

O termo frágil, segun<strong>do</strong> o dicionário Aurélio, tem os seguintes senti<strong>do</strong>s:<br />

“quebradiço; pouco vigoroso”. Desses significa<strong>do</strong>s, aqueles que<br />

nos aju<strong>da</strong>m a <strong>de</strong>finir o indivíduo i<strong>do</strong>so frágil são os que apresentam<br />

o i<strong>do</strong>so com algum tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> ou alguma condição que lhe<br />

afeta o vigor físico e/ou mental. Ao buscar i<strong>de</strong>ntificar esses indivíduos,<br />

estamos nos comprometen<strong>do</strong> a organizar ações específicas que<br />

tenham como objetivo final reverter parcial ou totalmente o quadro<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>bili<strong>da</strong><strong>de</strong> e possibilitar a essa pessoa um maior grau <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência<br />

e autonomia ou, em casos mais severos, <strong>da</strong>r condições dignas<br />

para que elas continuem viven<strong>do</strong>, para isso <strong>de</strong>ve-se contar com o<br />

apoio <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Uso <strong>de</strong> medicamentos<br />

A utilização <strong>de</strong> medicamentos em pessoas com 60 anos ou mais <strong>de</strong>ve<br />

ser sempre uma preocupação <strong>do</strong> profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O próprio<br />

funcionamento <strong>do</strong> organismo <strong>da</strong> pessoa i<strong>do</strong>sa, que difere <strong>do</strong>s adultos<br />

jovens, bem como a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> interação medicamentosa<br />

(interferência <strong>de</strong> um medicamento usa<strong>do</strong> sobre o outro) in<strong>de</strong>seja<strong>da</strong><br />

fazem com que o uso <strong>de</strong> medicamentos seja um fator <strong>de</strong> risco. Devese<br />

ter maior atenção com aqueles que fazem uso <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um tipo<br />

<strong>de</strong> medicamento diferente ao dia, com horários diversos, pois é comum<br />

erro na administração <strong>de</strong>les pelo próprio i<strong>do</strong>so ou por terceiros.


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Você <strong>de</strong>ve orientar o i<strong>do</strong>so, sua família e/ou cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r que, durante<br />

a consulta, é importante:<br />

Informar ao profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>:<br />

To<strong>do</strong>s T os medicamentos que o i<strong>do</strong>so está usan<strong>do</strong> e qual a <strong>do</strong>sagem;<br />

Sobre qualquer problema que o i<strong>do</strong>so já tenha ti<strong>do</strong> com medicamentos;<br />

Sobre a existência <strong>de</strong> alergias;<br />

Se o i<strong>do</strong>so ingere bebi<strong>da</strong>s alcoólicas, usa drogas ou fuma.<br />

Perguntar ao médico:<br />

Como vai ser usa<strong>do</strong> o medicamento e por quanto tempo;<br />

Se <strong>de</strong>ve evitar algum tipo <strong>de</strong> comi<strong>da</strong>, bebi<strong>da</strong> alcoólica, medicamentos, e se não<br />

po<strong>de</strong> fazer exercício físico enquanto estiver usan<strong>do</strong> o medicamento;<br />

Se o medicamento po<strong>de</strong> afetar o sono, o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> alerta e a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

dirigir veículos;<br />

O que fazer se esquecer <strong>de</strong> tomar alguma <strong>do</strong>se;<br />

Se po<strong>de</strong>m ocorrer efeitos adversos e o que fazer nessa situação;<br />

Se o medicamento po<strong>de</strong> ser parti<strong>do</strong>, dissolvi<strong>do</strong>, mistura<strong>do</strong> com bebi<strong>da</strong>s.<br />

Solicitar ao profissional que prescreve:<br />

Receita por escrito e que dê para enten<strong>de</strong>r o nome <strong>do</strong> medicamento, o intervalo<br />

entre as <strong>do</strong>ses e o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> usar.<br />

Orientações aos familiares, i<strong>do</strong>sos e/ou cui<strong>da</strong><strong>do</strong>res quanto a cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com o<br />

uso a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>da</strong> medicação:<br />

Colocar os medicamentos em uma caixa com tampa (plástica ou <strong>de</strong> papelão) ou<br />

vidro com tampa, toman<strong>do</strong> o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> usar caixas diferentes para medicamentos<br />

<strong>da</strong><strong>do</strong>s pela boca (via oral), para material <strong>de</strong> curativo e para material e medicamentos<br />

para inalação. Além <strong>de</strong> ser mais higiênico, diminui o risco <strong>de</strong> confundir e trocar<br />

os medicamentos. A caixa organiza<strong>do</strong>ra po<strong>de</strong> ser feita em casa, a<strong>da</strong>ptan<strong>do</strong>-se<br />

outras caixas ou também compra<strong>da</strong> em farmácias ou casas <strong>de</strong> produtos médicohospitalares.<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Existem em várias opções e formatos. Caso o i<strong>do</strong>so não saiba ler, oriente que peça<br />

aju<strong>da</strong> para dividir os medicamentos em envelopes ou saquinhos, com o <strong>de</strong>senho <strong>do</strong><br />

horário em que <strong>de</strong>ve ser toma<strong>do</strong>;<br />

Caixa improvisa<strong>da</strong> com<br />

divisórias<br />

Caixa organiza<strong>do</strong>ra<br />

Envelopes para medicação<br />

Caixa com material curativo<br />

Verificar com o médico a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>da</strong>r os medicamentos em horários<br />

padroniza<strong>do</strong>s, como: café <strong>da</strong> manhã, almoço e jantar. Faça uma lista <strong>do</strong> que<br />

po<strong>de</strong> e <strong>do</strong> que não po<strong>de</strong> ser <strong>da</strong><strong>do</strong> no mesmo horário. Evitar sempre que possível<br />

medicação durante a madruga<strong>da</strong>;<br />

Deixar somente a última receita médica na caixa <strong>de</strong> medicamentos, isso po<strong>de</strong><br />

evitar confusão quan<strong>do</strong> há troca <strong>de</strong> medicamentos ou <strong>de</strong> receitas e facilita a<br />

consulta em caso <strong>de</strong> dúvi<strong>da</strong>s;<br />

Guar<strong>da</strong>r os medicamentos longe <strong>do</strong> alcance <strong>da</strong>s crianças e animais <strong>do</strong>mésticos,<br />

em local seco, areja<strong>do</strong>, longe <strong>do</strong> sol, separa<strong>do</strong> <strong>de</strong> venenos ou <strong>de</strong> outras<br />

substâncias perigosas;


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Guar<strong>da</strong>r em suas embalagens originais e bem fecha<strong>da</strong>s para evitar misturas e<br />

realizar o controle <strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> vali<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Jogar fora f os medicamentos venci<strong>do</strong>s ou aqueles com aspecto ou<br />

coloração altera<strong>do</strong>;<br />

Ter sempre to<strong>do</strong>s os medicamentos usa<strong>do</strong>s com suas <strong>do</strong>sagens e horários anota<strong>do</strong>s<br />

na ca<strong>de</strong>rneta <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so ou fazer uma lista avulsa caso ele não tenha ca<strong>de</strong>rneta.<br />

Isso aju<strong>da</strong> no acompanhamento/controle <strong>do</strong>s medicamentos em uso e na hora<br />

<strong>de</strong> <strong>da</strong>r informações na consulta seguinte;<br />

Não acrescentar, substituir ou retirar medicamentos sem antes consultar o médico<br />

<strong>do</strong> i<strong>do</strong>so, bem como não usar medicamentos indica<strong>do</strong>s para outras pessoas;<br />

Se o i<strong>do</strong>so toma vários medicamentos por dia, usar um calendário ou ca<strong>de</strong>rno<br />

on<strong>de</strong> possa colocar <strong>da</strong>ta, horários e um visto na medicação já <strong>da</strong><strong>da</strong>, evitan<strong>do</strong><br />

assim <strong>do</strong>ses e medicações repeti<strong>da</strong>s;<br />

Recomen<strong>da</strong>r que não se dê medicamentos no escuro, para não ocorrerem<br />

trocas perigosas;<br />

Sempre conferir antes a <strong>do</strong>se, o nome <strong>do</strong> medicamento e o horário prescritos;<br />

Não ter como referência cor e tamanho <strong>do</strong> comprimi<strong>do</strong>, pois po<strong>de</strong>m mu<strong>da</strong>r <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com o laboratório <strong>do</strong> fabricante;<br />

Ter T sempre segurança quanto à quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> no caso <strong>de</strong> medicamentos líqui<strong>do</strong>s. Nunca<br />

substituir as colheres-medi<strong>da</strong> ou o conta-gotas que vieram junto com o medicamento;<br />

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174<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Verificar com o médico a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> partir ou dissolver os medicamentos<br />

em água ou suco. Se não for possível, peça para trocá-los, caso o i<strong>do</strong>so tenha<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para engolir comprimi<strong>do</strong>s;<br />

Informar Inf sempre ao médico se o i<strong>do</strong>so parar <strong>de</strong> tomar alguma medicação. E não<br />

parar com ela antes <strong>da</strong> orientação <strong>do</strong> médico quan<strong>do</strong> os sintomas<br />

<strong>de</strong>saparecerem;<br />

Não repetir as receitas antigas quan<strong>do</strong> achar que o i<strong>do</strong>so está com o mesmo<br />

problema. Não substituir medicamentos sem autorização <strong>do</strong> médico;<br />

Ao <strong>da</strong>r a medicação para o i<strong>do</strong>so, certificar-se <strong>de</strong> que ele engoliu;<br />

Conferir a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medicamentos antes <strong>de</strong> feria<strong>do</strong>s, fins <strong>de</strong> semana, para<br />

não correr o risco <strong>de</strong> faltar;<br />

Não acreditar em fórmulas secretas, em medicamentos perfeitos, mágicos que<br />

servem para tu<strong>do</strong>;<br />

Fazer com que os medicamentos fora <strong>de</strong> uso <strong>de</strong>ixem <strong>de</strong> ser guar<strong>da</strong><strong>do</strong>s juntos <strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>mais e, <strong>de</strong> preferência, que sejam <strong>de</strong>scarta<strong>do</strong>s.<br />

Esses cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s são importantes na tentativa <strong>de</strong> evitar problemas<br />

maiores e <strong>de</strong> promover o uso correto <strong>da</strong>s medicações, sen<strong>do</strong> fun<strong>da</strong>mental<br />

para o bom an<strong>da</strong>mento <strong>do</strong>s cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s presta<strong>do</strong>s ao i<strong>do</strong>so.<br />

Na ca<strong>de</strong>rneta há espaço para registro <strong>do</strong>s medicamentos em uso,<br />

mas, para os que não a têm, segue sugestão <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> fichas<br />

para auxiliar no controle <strong>do</strong>s medicamentos em uso e <strong>do</strong>s medicamentos<br />

administra<strong>do</strong>s.<br />

Mo<strong>de</strong>lo I: Ficha para Controle <strong>de</strong> Medicamentos em Uso<br />

Nome: Data:<br />

Nome <strong>do</strong> remédio Para que serve Dosagem Horário Efeito colateral – Orientações


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Mo<strong>de</strong>lo II: Ficha para Controle na Administração <strong>de</strong> Medicamentos<br />

Nome: Data:<br />

Nome <strong>do</strong> remédio Medicamento Dose<br />

Anotações importantes:<br />

Maior atenção e frequência <strong>de</strong> visitas <strong>do</strong>miciliares <strong>de</strong>vem ser feitas para<br />

os(as) i<strong>do</strong>sos(as) que apresentarem os seguintes <strong>da</strong><strong>do</strong>s:<br />

Que<strong>da</strong> ou internação nos últimos seis meses;<br />

Diabetes e/ou hipertensão sem acompanhamento;<br />

Paciente que não faz acompanhamento regular <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

I<strong>do</strong>so que fica sozinho e que tem várias <strong>do</strong>enças crônicas, referin<strong>do</strong>-se ao seu<br />

esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> como ruim ou muito ruim;<br />

Acama<strong>do</strong>s ou com dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se locomover até a UBS.<br />

Esses casos <strong>de</strong>vem ser prioriza<strong>do</strong>s pelo fato <strong>de</strong> implicarem maior risco<br />

<strong>de</strong> incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e mortali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Serviços e telefones úteis<br />

Você <strong>de</strong>ve orientar o i<strong>do</strong>so e familiares a manter alguns números <strong>de</strong><br />

telefone em local <strong>de</strong> fácil acesso – por exemplo, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> telefone<br />

ou gru<strong>da</strong><strong>do</strong> por ímãs à gela<strong>de</strong>ira.<br />

A seguir os telefones úteis:<br />

Disque-Saú<strong>de</strong> – 0800 61 1997 – serviço gratuito, funciona to<strong>do</strong>s os dias, <strong>da</strong>s 8h<br />

às 18h. Po<strong>de</strong> ser aciona<strong>do</strong> <strong>de</strong> qualquer telefone público;<br />

SAMU – Serviço <strong>de</strong> Atendimento Móvel <strong>de</strong> Urgência – 192;<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Corpo <strong>de</strong> Bombeiros – 193;<br />

Polícia – 190;<br />

Violência contra a Mulher – 180;<br />

PREVfone – 0800 78 0191;<br />

Secretarias Estaduais e Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> –<br />

<strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> atendimento no SUS;<br />

Delegacia <strong>de</strong> Polícia, ministérios públicos estaduais,<br />

conselhos estaduais e municipais <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so – <strong>de</strong>núncia<br />

<strong>de</strong> maus-tratos, pessoalmente, por carta ou telefone;<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> que você trabalha;<br />

Pessoa <strong>da</strong> família que tenha responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre o i<strong>do</strong>so.<br />

Ou ain<strong>da</strong> para aqueles que tiverem acesso à internet:<br />

Site <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>: www.sau<strong>de</strong>.gov.br<br />

Saú<strong>de</strong> Legis: www.sau<strong>de</strong>.gov.br/sau<strong>de</strong>legis<br />

Você <strong>de</strong>ve ressaltar a importância <strong>de</strong> a Ca<strong>de</strong>rneta <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ser apresenta<strong>da</strong><br />

sempre no momento <strong>da</strong> consulta ou em casos <strong>de</strong> emergência/urgência.<br />

O i<strong>de</strong>al é que a pessoa seja estimula<strong>da</strong> a portá-la sempre<br />

na(o) bolsa(o).<br />

Saú<strong>de</strong> bucal no i<strong>do</strong>so<br />

Mesmo que a saú<strong>de</strong> bucal <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so não tenha si<strong>do</strong> boa durante a<br />

vi<strong>da</strong>, existe a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s para melhorar a situação atual<br />

e prevenir futuros problemas. Assim, a gengiva, língua e parte interna<br />

<strong>da</strong> boca, <strong>de</strong>ntes e próteses <strong>de</strong>vem ser examina<strong>do</strong>s regularmente.<br />

Lembrar sempre aos i<strong>do</strong>sos e seus familiares que a consulta com o<br />

<strong>de</strong>ntista <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong> a ca<strong>da</strong> seis meses. Alertar que <strong>de</strong>ve procurar<br />

o <strong>de</strong>ntista mesmo que não esteja sentin<strong>do</strong> <strong>do</strong>r, já que muitos


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

têm histórias passa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> visitas ao <strong>de</strong>ntista só em casos <strong>de</strong> <strong>do</strong>r. Por<br />

isso, informações são importantes para aliviar o me<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pacientes,<br />

permitin<strong>do</strong> assim a realização <strong>do</strong> tratamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, seja este<br />

preventivo ou curativo.<br />

É importante que o ACS oriente a procura <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

para realização <strong>de</strong> tratamento curativo ou preventivo. É importante<br />

também estar atento aos problemas que po<strong>de</strong>m provocar <strong>do</strong>r ou<br />

complicações mais sérias.<br />

Muitos não se queixam tentan<strong>do</strong> evitar o tratamento por me<strong>do</strong> ou<br />

por não saber explicar o que estão sentin<strong>do</strong>. Por isso é muito importante<br />

que o ACS e familiares observem o aparecimento <strong>de</strong> alguns sinais,<br />

como: dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para comer, não sorrir, falar pouco, comer só<br />

alimentos muito moles. To<strong>da</strong>s essas situações po<strong>de</strong>m ter como causa<br />

a <strong>do</strong>r nos <strong>de</strong>ntes naturais provoca<strong>da</strong> por alimentos ou bebi<strong>da</strong>s frias<br />

ou quentes, por raízes expostas, feri<strong>da</strong>s na língua ou noutra região<br />

<strong>da</strong> boca e próteses que machucam ou estão frouxas. O câncer bucal<br />

é um problema frequente nessa faixa etária.<br />

Higiene bucal:<br />

Orienta-se escovação com creme <strong>de</strong>ntal e uso <strong>do</strong> fio <strong>de</strong>ntal. Nessa<br />

faixa etária, são frequentes os distúrbios <strong>de</strong> audição, visão, déficit <strong>da</strong><br />

memória e confusão mental. A coor<strong>de</strong>nação motora <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so <strong>de</strong>ve<br />

ser observa<strong>da</strong> pela família, pois po<strong>de</strong> interferir na correta remoção<br />

<strong>da</strong> placa bacteriana, portanto, se necessário, <strong>de</strong>ve-se orientar o cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r<br />

para realizá-la. É essencial <strong>da</strong>r atenção especial ao i<strong>do</strong>so porta<strong>do</strong>r<br />

<strong>de</strong> prótese <strong>de</strong>ntária. A higiene <strong>da</strong> prótese previne <strong>do</strong>enças bucais,<br />

como a cândi<strong>da</strong> bucal, e promove melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

Orientar para oferecer bastante água durante to<strong>do</strong> o dia é muito importante<br />

para evitar a <strong>de</strong>sidratação e manter a boca sempre úmi<strong>da</strong>,<br />

diminuin<strong>do</strong> assim o aumento na concentração <strong>de</strong> bactérias que se<br />

instalam nela.<br />

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178<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Alterações em saú<strong>de</strong> bucal mais frequentes nos i<strong>do</strong>sos:<br />

Alterações na parte interna <strong>da</strong> boca: se aparecer feri<strong>da</strong>s, machuca<strong>do</strong>s<br />

brancos etc., <strong>de</strong>verão ser orienta<strong>do</strong>s a procurar o serviço <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> bucal para serem examina<strong>do</strong>s pelo <strong>de</strong>ntista para diagnóstico<br />

e tratamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />

Gengivas que sangram: se o sangramento é em pequena quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

orientar a fazer uma boa escovação (<strong>de</strong>ntes, gengivas e língua),<br />

com pasta e fio <strong>de</strong>ntal; po<strong>de</strong> promover uma melhora. Se isso não<br />

ocorrer em duas ou três semanas, orientar que procurem o <strong>de</strong>ntista<br />

<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> básica.<br />

Doença perio<strong>do</strong>ntal: é uma <strong>do</strong>ença sem <strong>do</strong>r e o único sinal é o sangramento<br />

durante a escovação e, se a pessoa <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> escovar o local,<br />

po<strong>de</strong> piorar ain<strong>da</strong> mais a situação. Como consequência, o <strong>de</strong>nte<br />

fica mole e po<strong>de</strong>rá cair. A escovação correta e frequente evita esse<br />

tipo <strong>de</strong> problema. Orientar que procure o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal.<br />

Candidíase: é causa<strong>da</strong> por fungos e aparece na forma <strong>de</strong> placas<br />

brancas que po<strong>de</strong>m cobrir boa parte <strong>da</strong> boca. Po<strong>de</strong>m ser causa<strong>da</strong>s<br />

pela baixa resistência <strong>da</strong> pessoa ou pela higiene <strong>de</strong>ficiente <strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntaduras,<br />

que <strong>de</strong>vem estar sempre bem escova<strong>da</strong>s. Nesses casos é importante<br />

a boa higiene.<br />

Raízes <strong>de</strong>ntárias expostas: as raízes <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes para fora <strong>da</strong> gengiva<br />

po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar o local muito sensível ao frio e às substâncias<br />

aze<strong>da</strong>s – áci<strong>da</strong>s. Pastas <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte especiais para tirar a sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>m ser usa<strong>da</strong>s.<br />

Feri<strong>da</strong>s <strong>de</strong> longa duração: po<strong>de</strong>m ser causa<strong>da</strong>s por <strong>de</strong>ntes quebra<strong>do</strong>s,<br />

<strong>de</strong>ntaduras com la<strong>do</strong>s afia<strong>do</strong>s ou quebra<strong>do</strong>s. Oriente para procurar<br />

o <strong>de</strong>ntista <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Boca seca: geralmente é causa<strong>da</strong> por certos medicamentos e <strong>do</strong>enças<br />

(diabetes) que po<strong>de</strong>m diminuir a produção <strong>de</strong> saliva. O i<strong>do</strong>so


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

terá mais dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para mastigar e engolir e há dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fixar<br />

a <strong>de</strong>ntadura. Po<strong>de</strong>-se estimular a mastigação, por exemplo, mascar<br />

chicletes sem açúcar, pe<strong>da</strong>ços <strong>de</strong> borracha etc., além <strong>de</strong> beber água<br />

com frequência.<br />

Escorrimento <strong>de</strong> saliva: po<strong>de</strong> ser consequência <strong>de</strong> algumas <strong>do</strong>enças<br />

(Parkinson) ou por <strong>de</strong>ntaduras mal feitas. Nesses casos orientar<br />

que procure o <strong>de</strong>ntista <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para orientações.<br />

Déficit alimentar: nessa fase <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, a falta <strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntes po<strong>de</strong><br />

contribuir para uma alimentação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao consumo<br />

exagera<strong>do</strong> <strong>de</strong> alimentos pastosos ou líqui<strong>do</strong>s (geralmente ricos<br />

em carboidratos e pobres em vitaminas e fibras), prejudican<strong>do</strong><br />

sua saú<strong>de</strong>. Nesses casos é importante orientar a procurar a<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

O i<strong>do</strong>so po<strong>de</strong> manter os <strong>de</strong>ntes íntegros. Para tanto, é<br />

necessário que a prevenção seja traduzi<strong>da</strong> em atitu<strong>de</strong>s e<br />

práticas saudáveis durante to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>.<br />

ATENÇÃO: verificar na visita mu<strong>da</strong>nças no comportamento ao comer,<br />

falar, sorrir e <strong>da</strong>r atenção aos comentários <strong>de</strong> parentes e amigos,<br />

pois po<strong>de</strong>m trazer informações importantes sobre problemas <strong>de</strong>ntários.<br />

Nesse caso você <strong>de</strong>ve orientar o i<strong>do</strong>so ou quem cui<strong>da</strong> <strong>de</strong>le a<br />

buscar orientações <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>.<br />

Emergências no <strong>do</strong>micílio<br />

Em razão <strong>do</strong> processo natural <strong>de</strong> envelhecimento, as pessoas têm<br />

sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> funcional diminuí<strong>da</strong>, o que acarreta mu<strong>da</strong>nças no<br />

funcionamento <strong>do</strong>s órgãos <strong>do</strong> corpo (coração, pulmão, rins, cérebro,<br />

fíga<strong>do</strong> etc.). Isso faz com que fiquem sujeitas a agravos que requerem<br />

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180<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s especiais para evitar<br />

mais complicações.<br />

É importante saber que existem<br />

situações que po<strong>de</strong>m alterar<br />

a rotina diária <strong>da</strong> pessoa<br />

i<strong>do</strong>sa, como o aparecimento<br />

<strong>de</strong> um comportamento<br />

diferente ou uma piora<br />

repentina <strong>do</strong> seu esta<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou um aci<strong>de</strong>nte.<br />

Essas situações po<strong>de</strong>m ser<br />

emergências. Você <strong>de</strong>ve<br />

orientar a família a estar<br />

atenta a essas situações e<br />

buscar os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

com a maior brevi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

possível.<br />

Entre as alterações na rotina,<br />

estão: sonolência excessiva,<br />

apatia, confusão mental, agitação,<br />

agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Po<strong>de</strong>m ser um sinal <strong>de</strong> que<br />

algo novo, diferente, aconteceu e que há<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma avaliação imediata <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

É preciso re<strong>do</strong>brar a vigilância com o i<strong>do</strong>so febril, para não permitir<br />

que fique muito para<strong>do</strong> e para melhorar sua hidratação. O i<strong>do</strong>so<br />

febril <strong>de</strong>sidrata-se muito rapi<strong>da</strong>mente, assim, na presença <strong>de</strong> febre,<br />

<strong>de</strong>ve-se ampliar a oferta <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong>s.<br />

Quan<strong>do</strong> levar ao hospital:<br />

Em casos <strong>de</strong> confusão mental junto com a febre, pois indica infecção grave que<br />

necessita <strong>de</strong> intervenção precoce;


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Em casos em que o i<strong>do</strong>so apresentar sinais <strong>de</strong> pressão baixa (<strong>de</strong>smaio, tontura,<br />

calor repentino), pouca reação quan<strong>do</strong> conversamos com ele ou estiver com a<br />

pele mancha<strong>da</strong>, parecen<strong>do</strong> mármore;<br />

Quan<strong>do</strong> o i<strong>do</strong>so estiver com muita falta <strong>de</strong> ar, pois po<strong>de</strong> indicar infecção pulmonar<br />

ou problema cardíaco;<br />

Quan<strong>do</strong> o i<strong>do</strong>so parar <strong>de</strong> urinar, que po<strong>de</strong> ser só por <strong>de</strong>sidratação, mas po<strong>de</strong><br />

também indicar que os rins estão falhan<strong>do</strong>.<br />

Ter sempre o número <strong>do</strong>s telefones <strong>de</strong> aju<strong>da</strong> e socorro em lugar <strong>de</strong><br />

fácil acesso (SAMU 192). Oriente os familiares que, ao procurar um<br />

hospital, levem os <strong>do</strong>cumentos <strong>da</strong> pessoa i<strong>do</strong>sa (carteira <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ou profissional e, se tiver, <strong>do</strong> plano <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>), a carteira <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> i<strong>do</strong>so e os medicamentos que estão sen<strong>do</strong> usa<strong>do</strong>s, mesmo os<br />

compra<strong>do</strong>s sem receita médica.<br />

Lembretes à pessoa i<strong>do</strong>sa:<br />

Alguns lembretes importantes que po<strong>de</strong>m ser ressalta<strong>do</strong>s ao<br />

i<strong>do</strong>so por você:<br />

O i<strong>do</strong>so <strong>de</strong>ve sempre ser lembra<strong>do</strong> <strong>do</strong>s benefícios <strong>do</strong> envelhecimento<br />

ativo e bem sucedi<strong>do</strong>, com hábitos saudáveis <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>:<br />

cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com a alimentação, manutenção <strong>de</strong> uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> social<br />

e sexual ativa, sempre que possível, ten<strong>do</strong> como parceiros<br />

<strong>de</strong>sse envelhecimento bem sucedi<strong>do</strong> os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Políticas <strong>de</strong> assistência social disponíveis à pessoa i<strong>do</strong>sa<br />

A atenção <strong>da</strong> política <strong>de</strong> assistência social realiza-se por meio <strong>de</strong><br />

serviços, benefícios, programas e projetos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a pessoas e famílias<br />

que se encontram em situação <strong>de</strong> risco pessoal e/ou social.<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Benefício <strong>de</strong> Prestação Continua<strong>da</strong> (BCP)<br />

Esse benefício é integrante <strong>do</strong> Sistema Único <strong>de</strong> Assistência Social (SUAS)<br />

na Proteção Social Básica, assegura<strong>do</strong> por lei e pago pelo governo fe<strong>de</strong>ral<br />

que po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>do</strong> por i<strong>do</strong>sos e pessoas com <strong>de</strong>ficiência.<br />

O valor <strong>do</strong> Benefício <strong>de</strong> Prestação Continua<strong>da</strong> (BPC) é <strong>de</strong> um salário<br />

mínimo, pago por mês às pessoas i<strong>do</strong>sas e/ou com <strong>de</strong>ficiência que<br />

não po<strong>de</strong>m garantir a sua sobrevivência, por conta própria ou com o<br />

apoio <strong>da</strong> família.<br />

Po<strong>de</strong>m receber o BPC:<br />

Pessoas i<strong>do</strong>sas com 65 anos ou mais e pessoas com <strong>de</strong>ficiência;<br />

Quem não tem direito à previdência social;<br />

Pessoa com <strong>de</strong>ficiência que não po<strong>de</strong> trabalhar e levar uma vi<strong>da</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte;<br />

Ren<strong>da</strong> familiar inferior inf a ¼ <strong>do</strong> salário mínimo.<br />

Para fazer o requerimento <strong>do</strong> benefício, precisa comprovar:<br />

Que o i<strong>do</strong>so tem 65 anos ou mais;<br />

A i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> <strong>de</strong>ficiente, sua <strong>de</strong>ficiência e o nível <strong>de</strong> incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong> por meio<br />

<strong>da</strong> avaliação <strong>do</strong> Serviço <strong>de</strong> Perícia Médica <strong>do</strong> INSS;<br />

Que não recebe nenhum benefício previ<strong>de</strong>nciário;<br />

Que a ren<strong>da</strong> <strong>da</strong> sua família é inferior a ¼ <strong>do</strong> salário mínimo por pessoa.<br />

Se a pessoa tem direito a receber o BPC,<br />

não é necessário nenhum intermediário.<br />

Basta se dirigir à agência <strong>do</strong> INSS mais próxima<br />

<strong>de</strong> sua residência, levan<strong>do</strong> os <strong>do</strong>cumentos<br />

pessoais necessários.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Documentos necessários ao requerimento:<br />

Documentos <strong>do</strong> requerente:<br />

Certidão <strong>de</strong> nascimento ou casamento;<br />

Documento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, carteira <strong>de</strong> trabalho ou outro que possa i<strong>de</strong>ntificar o<br />

requerente;<br />

CPF, CPF se tiver;<br />

Comprovante <strong>de</strong> residência;<br />

Documento legal, no caso <strong>de</strong> procuração, guar<strong>da</strong>, tutela ou curatela.<br />

Documentos <strong>da</strong> família <strong>do</strong> requerente:<br />

Documento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Carteira <strong>de</strong> trabalho;<br />

CPF, CPF se houver;<br />

Certidão <strong>de</strong> nascimento ou casamento ou outros <strong>do</strong>cumentos que possam i<strong>de</strong>ntificar<br />

to<strong>da</strong>s as pessoas que fazem parte <strong>da</strong> família e suas ren<strong>da</strong>s.<br />

Deve também ser preenchi<strong>do</strong> o Formulário <strong>de</strong> Declaração <strong>da</strong> Composição<br />

e Ren<strong>da</strong> Familiar. Esse <strong>do</strong>cumento faz parte <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><br />

requerimento e será entregue no momento <strong>da</strong> inscrição.<br />

Após esse processo, o INSS enviará uma carta para a casa <strong>do</strong> requerente<br />

informan<strong>do</strong> se ele vai receber ou não o BPC. Essa carta também<br />

informará como e on<strong>de</strong> ele receberá o dinheiro <strong>do</strong> BPC. Se a pessoa<br />

tiver direito ao BPC, em 45 dias após a aprovação <strong>do</strong> requerimento o<br />

valor em dinheiro já estará libera<strong>do</strong> para saque.<br />

Quem tem direito ao BPC recebe <strong>do</strong> banco um cartão magnético<br />

para usar apenas para sacar o recurso referente a ele. Não é preciso<br />

pagar por isso nem é obrigatório compra <strong>de</strong> nenhum produto <strong>do</strong><br />

banco para receber o cartão.<br />

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184<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Benefícios previ<strong>de</strong>nciários<br />

Aposenta<strong>do</strong>ria por i<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

Exigências para requerer esse benefício:<br />

Ter T contribuí<strong>do</strong> para a Previdência Social por, pelo menos, 15 anos;<br />

Aos trabalha<strong>do</strong>res urbanos, é exigi<strong>da</strong> a i<strong>da</strong><strong>de</strong> mínima <strong>de</strong> 65 anos para os homens<br />

e 60 anos para as mulheres;<br />

Para trabalha<strong>do</strong>res rurais, a i<strong>da</strong><strong>de</strong> mínima é 60 anos para os homens e 55 anos<br />

para as mulheres.<br />

Aposenta<strong>do</strong>ria por invali<strong>de</strong>z:<br />

É um benefício concedi<strong>do</strong> aos trabalha<strong>do</strong>res que por <strong>do</strong>ença ou aci<strong>de</strong>nte<br />

<strong>do</strong> trabalho forem consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s incapacita<strong>do</strong>s para exercer as<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s profissionais.<br />

Exigências para requerer esse benefício:<br />

Ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pela perícia médica <strong>do</strong> INSS total e <strong>de</strong>finitivamente incapaz para<br />

o trabalho.<br />

Pensão por morte:<br />

É um benefício pago à família quan<strong>do</strong> o trabalha<strong>do</strong>r <strong>da</strong> ativa ou aposenta<strong>do</strong><br />

morre.<br />

Exigências para requerer esse benefício:<br />

Ter T contribuí<strong>do</strong> para o INSS.<br />

Quem po<strong>de</strong> requerer esse benefício:<br />

Esposa, mari<strong>do</strong>, companheiro(a), filhos menores <strong>de</strong> 21 anos ou filho inváli<strong>do</strong>, pai,<br />

mãe, irmão menor <strong>de</strong> 21 anos ou inváli<strong>do</strong>;<br />

Familiar ou aquele que cui<strong>da</strong> <strong>do</strong> i<strong>do</strong>so que por algum motivo não possa receber<br />

benefício a que o i<strong>do</strong>so tem direito <strong>de</strong>ve ir à agência <strong>da</strong> previdência social <strong>da</strong> sua<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para obter informações.


Saú<strong>de</strong> mental<br />

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186<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

INTRODUÇÃO<br />

A saú<strong>de</strong> mental vem ganhan<strong>do</strong> espaço rapi<strong>da</strong>mente nos últimos<br />

tempos. Até pouco mais <strong>de</strong> 20 anos, o espaço <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> a essas questões<br />

era centra<strong>do</strong> nos hospitais psiquiátricos, e a <strong>do</strong>ença mental era<br />

vista como um transtorno bastante grave, <strong>do</strong> qual era difícil recuperar-se.<br />

Antes disso, pacientes que tinham transtornos mentais graves<br />

iam para os sanatórios ou hospitais colônia, que em alguns momentos<br />

abrigaram os <strong>do</strong>entes <strong>de</strong> tuberculose, hanseníase e assim muitos<br />

passaram o resto <strong>de</strong> seus dias.<br />

Esse mo<strong>de</strong>lo vem sen<strong>do</strong> modifica<strong>do</strong> em diferentes países, e assim<br />

o sofrimento mental vem sen<strong>do</strong> compreendi<strong>do</strong> como uma <strong>do</strong>ença<br />

como outras e que o acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mental <strong>de</strong>ve estar<br />

disponível à população como os outros serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, não<br />

haven<strong>do</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> afastamento ou isolamento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

No Brasil, temos vivi<strong>do</strong> o mesmo processo <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça. Num movimento<br />

contínuo, temos enfrenta<strong>do</strong> o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> superar o mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> tratamento <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença mental centra<strong>do</strong> nos gran<strong>de</strong>s hospitais<br />

psiquiátricos e caminha<strong>do</strong> em direção aos tratamentos <strong>de</strong> base comunitária.<br />

Nossa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços psicossociais – CAPS (I, II, III, AD, I<br />

e J) cresceu muito e agora é o momento <strong>de</strong> solidificar o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> na<br />

Estratégia Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família.<br />

Não há saú<strong>de</strong> sem saú<strong>de</strong> mental!!!<br />

A Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) <strong>de</strong>fine saú<strong>de</strong> mental como<br />

“um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> bem-estar no qual os indivíduos po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver<br />

o seu potencial <strong>de</strong> forma plena, po<strong>de</strong>m trabalhar e viver produtivamente<br />

e são capazes <strong>de</strong> contribuir para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> on<strong>de</strong> vivem.”


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Centenas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> pessoas em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> são<br />

afeta<strong>da</strong>s por distúrbios <strong>de</strong> origem mental, comportamental,<br />

neurológica e por uso <strong>de</strong> álcool e outras drogas. Um estu<strong>do</strong><br />

feito em 2002 mostrou que 154 milhões <strong>de</strong> pessoas em to<strong>do</strong><br />

o mun<strong>do</strong> sofrem <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão, 91 milhões são afeta<strong>da</strong>s por<br />

problemas <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> álcool e 15 milhões sofrem<br />

por distúrbios <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> outras drogas.<br />

É necessário compreen<strong>de</strong>r que saú<strong>de</strong> mental é fun<strong>da</strong>mental para o<br />

bem-estar pessoal, para os relacionamentos familiares, para o crescimento<br />

<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> como um to<strong>do</strong>. Ao contrário<br />

disso, a <strong>do</strong>ença mental interage com a pobreza e a falta <strong>de</strong> recursos<br />

<strong>de</strong> uma forma negativa: os transtornos dificultam ain<strong>da</strong> mais o<br />

aprendiza<strong>do</strong> <strong>do</strong>s sujeitos e seu envolvimento em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s produtivas<br />

sociais e econômicas. Para evitar essa associação <strong>de</strong> sofrimento<br />

psíquico com falta <strong>de</strong> acesso aos serviços, a Estratégia Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família,<br />

em especial a ação <strong>do</strong>s agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, tem<br />

um papel fun<strong>da</strong>mental.<br />

Na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, encontramos muitas pessoas com sofrimento mental<br />

grave que não conseguem chegar até o posto ou até o CAPS. Muitas<br />

famílias ain<strong>da</strong> continuam buscan<strong>do</strong> somente o tratamento hospitalar<br />

porque <strong>de</strong>sconhecem e/ou não conseguem ain<strong>da</strong> acessar a<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços especializa<strong>do</strong>s e enten<strong>de</strong>r os diferentes papéis <strong>do</strong>s<br />

serviços que compõem a re<strong>de</strong>.<br />

E continuamos encontran<strong>do</strong> muitas pessoas que passam os seus dias<br />

tranca<strong>da</strong>s em casa ou fora <strong>de</strong>la enquanto os familiares vão e voltam<br />

<strong>do</strong> trabalho. Ain<strong>da</strong> há aquelas que não acessam o tratamento medicamentoso<br />

e repetem episódios <strong>de</strong> muito me<strong>do</strong>, agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

violência. Também aparecem as crises epilépticas sem tratamento, os<br />

usuários <strong>de</strong> droga que querem e não encontram facilmente acesso<br />

aos serviços.<br />

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188<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Os números <strong>de</strong>scritos anteriormente revelam a importância <strong>de</strong> a<br />

saú<strong>de</strong> mental ser uma <strong>da</strong>s priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s na organização <strong>de</strong> qualquer<br />

serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. A proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família com<br />

a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> facilita a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> pessoas com sintomas <strong>de</strong><br />

sofrimento mental (ver quadro <strong>da</strong> próxima página). Nesses casos, é<br />

importante que a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> seja informa<strong>da</strong> para que o tratamento<br />

comece o mais ce<strong>do</strong> possível, evitan<strong>do</strong>-se assim mais sofrimento<br />

por parte <strong>de</strong>ssas pessoas e <strong>de</strong> suas famílias.<br />

ANSIEDADE<br />

No Brasil, o transtorno <strong>de</strong> ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> encontra-se<br />

no 1º lugar em prevalência entre os transtornos<br />

psiquiátricos. A ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma experiência vivencia<strong>da</strong><br />

por to<strong>do</strong>s os seres humanos, constituin-<br />

<strong>do</strong>-se em uma resposta quanto a situações <strong>de</strong> pe-<br />

rigo ou ameaças reais, como ao estresse e <strong>de</strong>safios<br />

<strong>do</strong> dia a dia – a<strong>do</strong>ecer, hospitalizar-se, ter <strong>de</strong> se<br />

submeter a uma cirurgia ou ir ao <strong>de</strong>ntista.<br />

É uma emoção semelhante ao me<strong>do</strong>: ela repre-<br />

senta um sinal <strong>de</strong> alarme para situações <strong>de</strong> ameaça à<br />

integri<strong>da</strong><strong>de</strong> física ou moral <strong>de</strong> uma pessoa. É comum<br />

também que ela ocorra em situações que representem<br />

frustração <strong>de</strong> planos e <strong>de</strong> projetos pessoais, per<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> posição social, <strong>de</strong> entes queri<strong>do</strong>s, em situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>samparo,<br />

aban<strong>do</strong>no ou punição. Essas circunstâncias constituem sinal <strong>de</strong> alerta<br />

que auxilia a pessoa a tomar medi<strong>da</strong>s necessárias para li<strong>da</strong>r com o<br />

“perigo”.<br />

Muitas pessoas que sofrem <strong>de</strong> transtorno <strong>de</strong> ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> sentem<br />

mal-estar acentua<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> saem <strong>de</strong> casa, an<strong>da</strong>m <strong>de</strong> ônibus, vão<br />

a lugares mais cheios. Esses sintomas muitas vezes provocam um


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

“autoisolamento” <strong>da</strong> pessoa, que progressivamente vai diminuin<strong>do</strong><br />

a autonomia e intensifican<strong>do</strong> os me<strong>do</strong>s. Essas pessoas, com frequência,<br />

evitam até mesmo ir ao posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Sintomas observa<strong>do</strong>s nos transtornos <strong>de</strong> ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

Crises <strong>de</strong> <strong>do</strong>r no peito, coração baten<strong>do</strong> forte e acelera<strong>do</strong>;<br />

Falta <strong>de</strong> ar;<br />

Dor e <strong>de</strong>sconforto ab<strong>do</strong>minal;<br />

Dor <strong>de</strong> cabeça, tonturas;<br />

Tensão T muscular – musculatura “endureci<strong>da</strong>”;<br />

Tremores;<br />

Suor em excesso;<br />

Boca seca;<br />

Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>do</strong>rmir;<br />

Calorões ou calafrios.<br />

Sintomas <strong>de</strong> ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong>m acontecer ain<strong>da</strong> como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

uso <strong>de</strong> drogas, em situações <strong>de</strong> abstinência <strong>de</strong> substâncias e também<br />

em transtornos mentais – <strong>de</strong>pressão, psicoses e transtornos <strong>do</strong> humor.<br />

A ansie<strong>da</strong><strong>de</strong> também po<strong>de</strong> ser causa <strong>de</strong> abuso e <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong><br />

substâncias como álcool, medicamentos chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Benzodiazepínicos<br />

(Diazepan, Clonazepan, também conheci<strong>do</strong>s como Rivotril,<br />

Lexotan, Lorax) e outras. Com muita frequência encontramos pessoas,<br />

principalmente mulheres, que usam os Benzodiazepínicos <strong>de</strong> forma<br />

crônica e acabam por <strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong>pendência e sintomas que<br />

não se relacionam ao uso, como per<strong>da</strong> <strong>de</strong> memória e <strong>de</strong>satenção e<br />

sintomas <strong>de</strong>pressivos. Indivíduos que apresentem essas características<br />

<strong>de</strong>vem ser orienta<strong>do</strong>s a procurar atendimento e buscar o correto<br />

diagnóstico e tratamento.<br />

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190<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

DEPRESSÃO<br />

Assim como na ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>, é necessário diferenciar a <strong>de</strong>pressão “normal”<br />

ou tristeza (sentimento experimenta<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s na vi<strong>da</strong>) <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>pressão como <strong>do</strong>ença, que necessita <strong>de</strong> tratamento específico. A<br />

<strong>de</strong>finição <strong>da</strong> <strong>de</strong>pressão (<strong>do</strong>ença) leva em consi<strong>de</strong>ração a presença <strong>de</strong><br />

alguns sintomas e sua duração. Como se trata <strong>de</strong> condição complexa,<br />

ao apresentar sinais ou sintomas que indiquem <strong>de</strong>pressão, a pessoa<br />

necessitará <strong>de</strong> avaliação feita por profissional.<br />

Sintomas principais:<br />

Humor <strong>de</strong>primi<strong>do</strong>;<br />

Per<strong>da</strong> <strong>de</strong> interesse pela vi<strong>da</strong>;<br />

Fadiga.<br />

Sintomas acessórios:<br />

Concentração e atenção reduzi<strong>da</strong>s;<br />

Autoestima e autoconfiança reduzi<strong>da</strong>s;<br />

I<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> culpa e inutili<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Pessimismo em relação ao futuro;<br />

I<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> suicídio;<br />

Sono perturba<strong>do</strong>;<br />

Apetite diminuí<strong>do</strong>.<br />

Obs.: a presença <strong>de</strong>sses sintomas <strong>de</strong> forma isola<strong>da</strong> não indica<br />

necessariamente <strong>de</strong>pressão. Se houver suspeita, a pessoa <strong>de</strong>ve<br />

ser encaminha<strong>da</strong> para avaliação <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Depressão pós-parto<br />

Nos últimos 20 anos, houve o reconhecimento <strong>de</strong> que no perío<strong>do</strong>


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

<strong>da</strong> gravi<strong>de</strong>z a mulher po<strong>de</strong> apresentar transtornos<br />

<strong>de</strong> humor, em particular a <strong>de</strong>pressão. Essa afirmativa<br />

contraria um pensamento comum <strong>de</strong> que a<br />

gravi<strong>de</strong>z é uma época somente <strong>de</strong> alegrias para<br />

a mulher. Hoje sabemos que transtornos <strong>de</strong> humor<br />

manifesta<strong>do</strong>s durante a gestação po<strong>de</strong>m<br />

indicar que essa gestante terá risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

<strong>de</strong>pressão pós-parto. Estima-se que 25 a 35%<br />

<strong>da</strong>s gestantes têm sintomas <strong>de</strong>pressivos durante<br />

a gravi<strong>de</strong>z, e mais <strong>de</strong> 20% têm critérios para o diagnóstico<br />

<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença.<br />

Os sintomas <strong>de</strong>pressivos acontecem principalmente no terceiro trimestre<br />

<strong>de</strong> gestação e nos seis meses após o parto. Não é por coincidência<br />

que nessa fase você <strong>de</strong>ve visitar mais regularmente a gestante<br />

e a puérpera. Pela gran<strong>de</strong> frequência e graves consequências que po<strong>de</strong>m<br />

trazer, os sintomas que indicam a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão pósparto<br />

<strong>de</strong>vem ser sempre valoriza<strong>do</strong>s e nunca menospreza<strong>do</strong>s. Com o<br />

nascimento <strong>de</strong> um novo filho, nasce também uma nova família, que<br />

precisará se a<strong>da</strong>ptar a essas mu<strong>da</strong>nças em sua estrutura. O reconhecimento<br />

<strong>de</strong> qualquer sintoma que indique sofrimento por parte <strong>da</strong><br />

gestante ou puérpera <strong>de</strong>ve ser leva<strong>do</strong> à equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>verá<br />

se organizar para prestar o atendimento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> a ela, a seu bebê<br />

e ao restante <strong>da</strong> família.<br />

Depressão na pessoa i<strong>do</strong>sa<br />

É um <strong>do</strong>s transtornos psiquiátricos mais comuns entre as pessoas<br />

i<strong>do</strong>sas e, se suspeita<strong>da</strong>, necessita sempre <strong>de</strong> avaliação pela equipe <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>. As mulheres são mais acometi<strong>da</strong>s que os homens (proporção<br />

<strong>de</strong> duas mulheres para ca<strong>da</strong> homem). Pessoas i<strong>do</strong>sas <strong>do</strong>entes ou institucionaliza<strong>da</strong>s<br />

também apresentam um risco maior para a <strong>do</strong>ença.<br />

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192<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Na presença <strong>de</strong> sintomas <strong>de</strong>pressivos leves, o i<strong>do</strong>so <strong>de</strong>ve sempre ser<br />

encaminha<strong>do</strong> para a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, pois o não tratamento<br />

<strong>de</strong>ssa condição está associa<strong>do</strong> ao alto risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

uma forma mais grave <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença. Na população i<strong>do</strong>sa, a <strong>de</strong>pressão<br />

po<strong>de</strong> estar associa<strong>da</strong> a sintomas físicos, geran<strong>do</strong> maior procura pelas<br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Também há risco <strong>de</strong> maior consumo <strong>de</strong><br />

medicamentos, o que po<strong>de</strong> ser bastante prejudicial para as pessoas<br />

<strong>de</strong>ssa faixa etária.<br />

É essencial que seja feita a diferenciação entre tristeza e <strong>de</strong>pressão,<br />

uma vez que os sintomas <strong>de</strong>pressivos po<strong>de</strong>m ser mais comuns nessa<br />

faixa etária, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong>s, principalmente, por a<strong>do</strong>ecimento ou<br />

fatores estressantes em sua vi<strong>da</strong>. Nessa diferenciação, é preciso que<br />

o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não subestime as queixas apresenta<strong>da</strong>s pelo<br />

i<strong>do</strong>so, uma vez que ain<strong>da</strong> é comum ouvirmos<br />

afirmações <strong>do</strong>s próprios profissionais que<br />

reforçam a falsa associação entre velhice e<br />

<strong>do</strong>ença ou transtornos <strong>de</strong> humor. Portanto,<br />

os sinais apresenta<strong>do</strong>s por esses indivíduos<br />

necessitam <strong>de</strong> acompanhamento<br />

e intervenção, para que não comprometam<br />

ain<strong>da</strong> mais suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diárias,<br />

muitas vezes já restritas pelo próprio<br />

processo <strong>de</strong> envelhecimento, afetan<strong>do</strong><br />

sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.<br />

USO ABUSIVO DE ÁLCOOL E<br />

OUTRAS DROGAS<br />

Muitas pessoas ficam apreensivas<br />

<strong>de</strong> falar sobre essa temática na<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Muitas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

têm a droga como uma importante<br />

presença e “fonte <strong>de</strong> ren<strong>da</strong>”, mas, in<strong>de</strong>-


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

pen<strong>de</strong>ntemente disso, há muitos que estão sofren<strong>do</strong> e que precisam<br />

ser aju<strong>da</strong><strong>do</strong>s. O entendimento que a <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> álcool e outras<br />

drogas é um transtorno mental é relativamente recente e ain<strong>da</strong> encontramos<br />

muitas pessoas que não conseguem enten<strong>de</strong>r essa nova<br />

abor<strong>da</strong>gem e ligam o uso <strong>de</strong> álcool e drogas à “falta <strong>de</strong> caráter”, falta<br />

<strong>de</strong> “força <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>” e até mesmo “sem-vergonhice”!<br />

O primeiro passo a <strong>da</strong>r, se queremos aju<strong>da</strong>r alguém em sofrimento<br />

por uso <strong>de</strong> álcool e/ou drogas, é enten<strong>de</strong>r esse indivíduo como alguém<br />

que, antes <strong>de</strong> mais na<strong>da</strong>, está causan<strong>do</strong> a si mesmo um <strong>da</strong>no,<br />

mesmo que não tenha a menor consciência disso.<br />

O uso abusivo e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> álcool e outras drogas <strong>de</strong>ve ser entendi<strong>do</strong><br />

como um fenômeno complexo, que envolve várias dimensões<br />

a serem avalia<strong>da</strong>s. Três dimensões principais po<strong>de</strong>m ser resumi<strong>da</strong>s<br />

como: o “indivíduo”, o “contexto” em que esse indivíduo está<br />

inseri<strong>do</strong> e a “substância” (ou substâncias) com a qual<br />

(quais) o indivíduo está se envolven<strong>do</strong>.<br />

Ou seja: po<strong>de</strong>mos dizer que a história <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, os “recursos<br />

internos” que ca<strong>da</strong> um tem para li<strong>da</strong>r com<br />

os problemas, a existência ou não <strong>de</strong> “apoio<br />

externo”, seja ele proveniente <strong>da</strong> família,<br />

amigos, seja <strong>de</strong> terapeutas, po<strong>de</strong>m mu<strong>da</strong>r<br />

muito a evolução e superação <strong>do</strong> problema.<br />

Por fim, a substância que está em jogo<br />

po<strong>de</strong> acarretar, por si, maior ou menor<br />

grau <strong>de</strong> <strong>da</strong>nos, como po<strong>de</strong>ríamos comparar o<br />

uso <strong>de</strong> crack e o uso <strong>de</strong> maconha, por exemplo.<br />

Ain<strong>da</strong> nos nossos dias, os usuários <strong>de</strong> álcool e outras<br />

drogas sofrem muitos problemas com o estigma associa<strong>do</strong> ao uso.<br />

Dessa forma, por temerem falta <strong>de</strong> compreensão ou julgamentos,<br />

muitas pessoas <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> pedir aju<strong>da</strong>.<br />

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194<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Nos últimos anos temos aprendi<strong>do</strong> muito com novas ações propostas<br />

pela “redução <strong>de</strong> <strong>da</strong>nos”, que é uma forma <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>r o uso abusivo<br />

e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> álcool e drogas como um fenômeno que vem<br />

acompanhan<strong>do</strong> a evolução <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong> e que seu uso é um comportamento<br />

presente em uma significativa parcela <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Essa abor<strong>da</strong>gem apresenta a vantagem <strong>de</strong> tentar enten<strong>de</strong>r que, se<br />

a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que se expõe é o gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> usuários abusivos<br />

e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> álcool e drogas, não bastam os profissionais <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidirem que essas substâncias fazem mal aos usuários, para<br />

que eles se conscientizem e <strong>de</strong>ci<strong>da</strong>m aban<strong>do</strong>ná-las.<br />

Se esse hábito está colocan<strong>do</strong> o indivíduo em risco ou se já tem apresenta<strong>do</strong><br />

per<strong>da</strong>s por isso, ele precisa tomar consciência e ser estimula<strong>do</strong><br />

a modificar. Mas, se não estiver motiva<strong>do</strong> a mu<strong>da</strong>r nem consciente<br />

<strong>do</strong>s riscos que está corren<strong>do</strong>, não será suficiente a “prescrição” <strong>do</strong>s<br />

profissionais para que pare.<br />

Muito po<strong>de</strong> ser feito em relação a essa problemática na<br />

Estratégia Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família.<br />

Pontos importantes<br />

É necessário enfatizar que as diferenças entre gêneros <strong>de</strong>vem também<br />

ser observa<strong>da</strong>s quan<strong>do</strong> tratamos <strong>de</strong>ssa temática: as mulheres,<br />

em geral, por sua constituição biológica, têm maior sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ao uso <strong>de</strong> álcool que os homens. Por isso, elas precisam <strong>de</strong> menores<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s para se alcoolizarem e <strong>de</strong>senvolverem problemas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

ao uso crônico. Mulheres com <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> álcool costumam<br />

sofrer maior estigmatização que os homens e seu uso geralmente se<br />

dá no ambiente <strong>do</strong>méstico, assim, o papel <strong>do</strong>s agentes no diagnóstico<br />

po<strong>de</strong> ser ain<strong>da</strong> mais importante.


Outro problema importante a ser enfrenta<strong>do</strong> é o uso <strong>de</strong> álcool por<br />

gestantes, que <strong>de</strong>ve ser evita<strong>do</strong> ao máximo. Não existem quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s seguras para a gestação. O uso <strong>de</strong> álcool nesse perío<strong>do</strong><br />

po<strong>de</strong> acarretar a síndrome alcoólico-fetal, que tem diferentes<br />

formas <strong>de</strong> apresentação, incluin<strong>do</strong> alterações físicas e mentais, alterações<br />

<strong>de</strong> comportamento e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem na criança<br />

exposta ao álcool durante a gestação.<br />

Fazer diagnóstico precoce<br />

Um elemento fun<strong>da</strong>mental no enfrentamento <strong>de</strong> problemas relaciona<strong>do</strong>s<br />

ao uso abusivo e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> álcool e drogas é a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> realização <strong>de</strong> diagnóstico precoce. Quanto mais ce<strong>do</strong> o<br />

indivíduo perceber que tem perdi<strong>do</strong> o controle sobre o uso <strong>de</strong> qualquer<br />

substância, mais chance ele tem <strong>de</strong> evitar aprofun<strong>da</strong>r-se nesse<br />

processo. Esse diagnóstico precoce po<strong>de</strong> ser feito por meio <strong>de</strong> entrevistas,<br />

aplicação <strong>de</strong> questionários pelos membros <strong>da</strong> ESF.<br />

Álcool:<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

O alcoolismo, também conheci<strong>do</strong> como “síndrome <strong>da</strong> <strong>de</strong>pendência <strong>do</strong><br />

álcool”, é uma <strong>do</strong>ença caracteriza<strong>da</strong> pelos seguintes elementos:<br />

Compulsão: uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> forte ou <strong>de</strong>sejo incontrolável <strong>de</strong> beber;<br />

Per<strong>da</strong> <strong>de</strong> controle: a inabili<strong>da</strong><strong>de</strong> frequente <strong>de</strong> parar <strong>de</strong> beber uma vez<br />

que a pessoa já começou;<br />

Dependência física: a ocorrência <strong>de</strong> sintomas <strong>de</strong> abstinência, como<br />

náuseas, suor, tremores, e ansie<strong>da</strong><strong>de</strong>, quan<strong>do</strong> se para <strong>de</strong> beber após um<br />

perío<strong>do</strong> beben<strong>do</strong>-se muito. Tais sintomas são alivia<strong>do</strong>s beben<strong>do</strong>-se álcool<br />

ou toman<strong>do</strong>-se outra droga se<strong>da</strong>tiva;<br />

Tolerância:<br />

T a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aumentar a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> álcool<br />

para sentir-se “alto”.<br />

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196<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Nem to<strong>do</strong>s esses problemas precisam ocorrer<br />

juntos. É uma <strong>do</strong>ença que traz enormes <strong>da</strong>nos<br />

físicos, sociais e pessoais. É necessário um<br />

tratamento específico. É muito importante<br />

que os membros <strong>da</strong>s equipes <strong>de</strong> Atenção Primária<br />

tenham acesso às informações sobre<br />

o alcoolismo, que ain<strong>da</strong> é trata<strong>do</strong> com<br />

exclusão, estigma e preconceito. Essa<br />

imagem <strong>de</strong> preconceito afasta muitas<br />

vezes o <strong>do</strong>ente <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Desse mo<strong>do</strong> o vínculo entre<br />

profissional e <strong>do</strong>ente não<br />

se estabelece, impedin<strong>do</strong><br />

a concretização <strong>de</strong> um tratamento<br />

que possibilite a<br />

recuperação <strong>do</strong> alcoolista e <strong>de</strong> sua família, que geralmente<br />

se encontra tão a<strong>do</strong>eci<strong>da</strong> quanto ele próprio.<br />

De acor<strong>do</strong> com as orientações <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

a assistência aos usuários <strong>de</strong> álcool <strong>de</strong>ve ser ofereci<strong>da</strong> nos serviços <strong>de</strong><br />

Atenção Primária e <strong>de</strong>mais níveis <strong>de</strong> atenção, privilegian<strong>do</strong> os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

em dispositivos extra-hospitalares, como os Centros <strong>de</strong> Atenção<br />

Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPS ad). Você po<strong>de</strong> estimular o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> prevenção nas escolas, locais <strong>de</strong> trabalho,<br />

sindicatos e outras associações locais. As ações incentiva<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>vem ter caráter permanente, sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> la<strong>do</strong> as ações volta<strong>da</strong>s<br />

para a prevenção e promoção <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Outras drogas:<br />

A maconha é uma substância perturba<strong>do</strong>ra que leva a pessoa a ter<br />

leve esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> euforia, relaxamento, risos sem motivo, olhos avermelha<strong>do</strong>s,<br />

boca seca e coração dispara<strong>do</strong>.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

O uso regular, por perío<strong>do</strong>s muito longos, po<strong>de</strong> associar-se a pânico,<br />

<strong>de</strong>pressão, prejuízo <strong>da</strong> memória, pressão arterial alta, bronquite, entre<br />

outros problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. No caso <strong>de</strong> usuários <strong>de</strong> altas <strong>do</strong>ses<br />

e em perío<strong>do</strong>s prolonga<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong> ocorrer síndrome <strong>de</strong> abstinência.<br />

Já a cocaína e o crack são substâncias excitantes que causam, entre<br />

outros sintomas, euforia, agitação, suores, calafrios, alucinações visuais<br />

e táteis, convulsões, arritmias cardíacas, prejuízo <strong>do</strong> julgamento,<br />

i<strong>de</strong>ias paranoi<strong>de</strong>s, a exemplo <strong>da</strong> mania <strong>de</strong> perseguição. Os sintomas<br />

mais graves acontecem quan<strong>do</strong> a pessoa faz uso prolonga<strong>do</strong> e em<br />

gran<strong>de</strong>s quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s, o que também provocará síndrome <strong>de</strong> abstinência<br />

caso tente diminuir ou parar <strong>de</strong> fazer uso.<br />

A rapi<strong>de</strong>z e a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seus efeitos são os fatores que favorecem<br />

a <strong>de</strong>pendência a essa droga. As substâncias inalantes, como a<br />

cola <strong>de</strong> sapateiro, por exemplo, são usa<strong>da</strong>s principalmente por crianças<br />

e a<strong>do</strong>lescentes mora<strong>do</strong>res <strong>de</strong> rua <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a seus efeitos relaciona<strong>do</strong>s<br />

à redução <strong>da</strong> sensação <strong>de</strong> fome, <strong>do</strong>r e frio e produção <strong>de</strong> sensações<br />

agradáveis.<br />

Pesquisas <strong>de</strong>monstram que no máximo 10% <strong>da</strong>s pessoas com problemas<br />

relaciona<strong>do</strong>s ao uso <strong>de</strong> drogas ilícitas e álcool procuram espontaneamente<br />

tratamento e que aproxima<strong>da</strong>mente 20% <strong>do</strong>s usuários<br />

<strong>da</strong> Atenção Primária têm problemas com drogas e álcool e, na<br />

maioria <strong>da</strong>s vezes, não revelam durante uma consulta. Isso nos faz<br />

refletir sobre a importância <strong>do</strong> vínculo <strong>do</strong>s usuários com o serviço <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> e principalmente com o ACS.<br />

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198<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Você, ACS, tem um papel fun<strong>da</strong>mental na i<strong>de</strong>ntificação e orientação<br />

<strong>do</strong>s usuários <strong>de</strong> drogas lícitas e ilícitas, pois mora na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Porém, é importante lembrar que o processo <strong>de</strong> abuso e evolução<br />

para a <strong>de</strong>pendência não ocorre repentinamente e muitas vezes não<br />

é evi<strong>de</strong>nte.<br />

Assim, alguns sinais indiretos po<strong>de</strong>m servir <strong>de</strong> alerta, tais como:<br />

Redução no <strong>de</strong>sempenho escolar;<br />

Alterações no comportamento (a pessoa fica mais isola<strong>da</strong>, ou agressiva, ou<br />

displicente, por exemplo);<br />

Faltas constantes ao trabalho;<br />

Problemas no relacionamento com as pessoas <strong>da</strong> família, o que motiva<br />

muitas vezes a procura por auxílio.<br />

Nesses casos, você <strong>de</strong>ve oferecer aju<strong>da</strong> acolhen<strong>do</strong> o usuário e sua<br />

família. Deve também discutir com a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para que haja<br />

maior atenção para a situação e sejam construí<strong>da</strong>s estratégias para a<br />

abor<strong>da</strong>gem <strong>da</strong> pessoa e sua família, possibilitan<strong>do</strong> o a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong><br />

ao caso.<br />

A disseminação <strong>de</strong> informações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, tanto nas visitas <strong>do</strong>miciliares,<br />

quanto nos grupos educativos, é muito importante<br />

para a promoção <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e prevenção <strong>de</strong> agravos relaciona<strong>do</strong>s<br />

ao uso <strong>de</strong> álcool e<br />

outras drogas.


Atenção à pessoa<br />

com <strong>de</strong>ficiência<br />

199


200<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Pessoas com <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong>vem ter oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s iguais <strong>de</strong> participação<br />

em to<strong>do</strong>s os atendimentos e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas são comuns, como: vacinação, consultas,<br />

pré-natal, planejamento familiar, puericultura e saú<strong>de</strong> bucal.<br />

É importante que você, na sua área <strong>de</strong> atuação, i<strong>de</strong>ntifique as pessoas<br />

com <strong>de</strong>ficiência e as suas características <strong>de</strong> maneira que possibilite à<br />

equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> realizar um planejamento e direcionamento <strong>da</strong>s ações.<br />

Na visita às famílias:<br />

I<strong>de</strong>ntificar situações <strong>de</strong> risco para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências como<br />

condições <strong>de</strong> trabalho, violência, aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito, <strong>do</strong>enças crônicas<br />

(hipertensão, diabetes, hanseníase, entre outras);<br />

I<strong>de</strong>ntificar e <strong>de</strong>screver os tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência encontra<strong>do</strong>s: física, mental,<br />

auditiva, visual, múltipla;<br />

Conhecer as condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas com <strong>de</strong>ficiência: como é a família,<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> diária, moradia, benefícios sociais, transporte, escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong>, esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> geral, ocupação, se usa bengala, ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>s,<br />

lentes etc.;<br />

I<strong>de</strong>ntificar se é totalmente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Se precisa <strong>de</strong> auxílio;<br />

I<strong>de</strong>ntificar formas <strong>de</strong> participação <strong>da</strong>s pessoas com <strong>de</strong>ficiência na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

I<strong>de</strong>ntificar na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> movimentos organiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pessoas com <strong>de</strong>ficiência<br />

e li<strong>de</strong>ranças comunitárias, suas reivindicações, propostas e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s;<br />

Perceber e orientar para procurar os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, prestan<strong>do</strong> atenção se<br />

estão ten<strong>do</strong> o acesso à Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e se têm oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s iguais<br />

aos outros usuários em to<strong>do</strong>s os atendimentos e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s (vacinação, consultas,<br />

pré-natal, planejamento familiar, puericultura, saú<strong>de</strong> bucal e outros);<br />

Promover a inclusão social começan<strong>do</strong> pela família, estimulan<strong>do</strong> sua participação<br />

nas diferentes ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, valorizan<strong>do</strong> os conhecimentos <strong>da</strong> família adquiri<strong>do</strong>s<br />

pela convivência diária pelas orientações <strong>de</strong> outros profissionais, permitin<strong>do</strong> sua<br />

participação e colaboração na comunicação nas relações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

É importante que você estimule a participação <strong>da</strong>s pessoas com <strong>de</strong>ficiência<br />

nas ações educativas e <strong>de</strong> orientação para a inclusão social<br />

<strong>de</strong>las. A pessoa com <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>ve ser atendi<strong>da</strong> na uni<strong>da</strong><strong>de</strong> básica<br />

em suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, vacinação, consultas, pré-natal,<br />

e não somente nas suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relaciona<strong>da</strong>s à reabilitação.<br />

Quan<strong>do</strong> não for possível o atendimento na uni<strong>da</strong><strong>de</strong>, você <strong>de</strong>ve facilitar<br />

a visita <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> à casa <strong>da</strong> pessoa e <strong>da</strong> família.<br />

Para mais informações sobre os benefícios <strong>de</strong> assistência<br />

social disponíveis para as pessoas com <strong>de</strong>ficiência, leia<br />

sobre o Benefício <strong>de</strong> Prestação Continua<strong>da</strong>.<br />

Quem são as pessoas com <strong>de</strong>ficiência<br />

Pessoas com <strong>de</strong>ficiência são aquelas que têm impedimentos <strong>de</strong> longo<br />

prazo <strong>de</strong> natureza física, mental, intelectual ou sensorial que, ao<br />

encontrarem com diversas barreiras, po<strong>de</strong>m ter dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em sua<br />

participação plena e efetiva na socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> condições<br />

com as <strong>de</strong>mais pessoas.<br />

É importante <strong>de</strong>stacar que uma condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência (per<strong>da</strong> ou<br />

limitação visual, auditiva, intelectual ou física), embora imponha limites,<br />

não impe<strong>de</strong> a participação e inclusão <strong>da</strong> pessoa no meio em<br />

que vive. As condições <strong>de</strong> interação com o meio (o ambiente físico<br />

e as pessoas) é que po<strong>de</strong>m facilitar ou dificultar a sua participação e<br />

convivência social, na escola, no trabalho, nos locais <strong>de</strong> lazer etc.<br />

O seu foco <strong>da</strong> atuação <strong>de</strong>ve ser para que a pessoa com <strong>de</strong>ficiência<br />

<strong>de</strong>senvolva suas capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s para ser autônoma e participativa, com<br />

respeito às suas escolhas, <strong>de</strong>cisões e <strong>de</strong>terminações sobre sua própria<br />

vi<strong>da</strong>.<br />

201


202<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e inclusão social<br />

Os espaços públicos e priva<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem – por lei – ser acessíveis a to<strong>da</strong>s<br />

as pessoas, portanto, to<strong>do</strong>s, socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e gestores<br />

públicos, são responsáveis por tornar acessíveis os ambientes para as<br />

pessoas com <strong>de</strong>ficiência.<br />

Para tornar um ambiente acessível, é preciso<br />

i<strong>de</strong>ntificar o que é barreira para a participação<br />

<strong>da</strong> pessoa com <strong>de</strong>ficiência. Po<strong>de</strong> ser uma característica<br />

<strong>do</strong> meio físico, como uma esca<strong>da</strong><br />

no caminho <strong>de</strong> um <strong>de</strong>ficiente físico que usa<br />

ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>s, ou barreiras na comunicação,<br />

como conversar com uma pessoa que tem <strong>de</strong>ficiência<br />

auditiva sem olhar para seu rosto, ou mesmo barreiras<br />

<strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>, como impedir ou <strong>de</strong>sestimular que<br />

uma criança com <strong>de</strong>ficiência seja<br />

matricula<strong>da</strong> na escola regular.<br />

Para <strong>de</strong>scobrir quais são as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça e permitir que uma<br />

pessoa com <strong>de</strong>ficiência participe <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e propiciar a sua inclusão social, você<br />

também <strong>de</strong>ve valorizar as informações trazi<strong>da</strong>s pela família e pela própria<br />

pessoa. Quan<strong>do</strong> houver dúvi<strong>da</strong> quanto à forma <strong>de</strong> agir com uma<br />

pessoa com <strong>de</strong>ficiência para facilitar a sua participação, é importante<br />

perguntar para a própria pessoa ou familiares o que po<strong>de</strong> ser feito.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Você, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os vários tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência (visual, auditiva, física,<br />

intelectual), ao visitar as famílias nas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ve estar<br />

atento para:<br />

Condições <strong>de</strong> acesso ao ambiente/local (se o caminho é plano ou possui rampas,<br />

o tipo <strong>de</strong> calçamento, se tem transporte a<strong>da</strong>pta<strong>do</strong>, se há sinalização para cegos);<br />

Disposição <strong>do</strong>s móveis (se há espaço suficiente que permita a locomoção <strong>da</strong><br />

pessoa com <strong>de</strong>ficiência, especialmente no caso <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>s);<br />

Altura e disposição <strong>do</strong>s objetos, se estão ao alcance <strong>da</strong> pessoa com <strong>de</strong>ficiência,<br />

principalmente objetos <strong>de</strong> higiene pessoal (escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte, pasta <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte,<br />

sabonete, escova <strong>de</strong> cabelo) e <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> diária (copos, talheres, o<br />

controle <strong>da</strong> televisão e outros);<br />

Frequência <strong>de</strong> pessoas com <strong>de</strong>ficiência nas reuniões <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, na escola,<br />

na igreja, na rua, nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> esporte e lazer;<br />

Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pessoa com <strong>de</strong>ficiência usar equipamentos para facilitar a<br />

comunicação e/ou mobili<strong>da</strong><strong>de</strong> e a sua aquisição. Os equipamentos mais frequentes<br />

são: óculos, lupa, muleta, ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>s, ca<strong>de</strong>ira para banho, bolsas <strong>de</strong><br />

colostomia (ver página 218), aparelho auditivo, entre outros.<br />

A pessoa com <strong>de</strong>ficiência e o SUS<br />

A pessoa com <strong>de</strong>ficiência, assim como to<strong>do</strong> ci<strong>da</strong>dão, tem direito a<br />

ser atendi<strong>da</strong> no SUS nas suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s básicas e específicas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, por meio <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s, <strong>de</strong> assistência médica ou o<strong>do</strong>ntológica,<br />

<strong>de</strong> ações <strong>de</strong> promoção e <strong>de</strong> prevenção (vacinação, pré-natal,<br />

planejamento familiar, puericultura, educação em saú<strong>de</strong>) e ações<br />

<strong>de</strong> reabilitação, incluin<strong>do</strong> a aquisição <strong>de</strong> equipamentos necessários<br />

para a sua autonomia e reabilitação, como ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>s,<br />

an<strong>da</strong><strong>do</strong>r, muletas, aparelhos auditivos, óculos, bolsas <strong>de</strong> colostomia,<br />

lupas, chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> órteses e próteses e meios auxiliares<br />

<strong>de</strong> locomoção.<br />

Os postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e as Uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família po<strong>de</strong>m<br />

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204<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

e <strong>de</strong>vem aten<strong>de</strong>r a muitas <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> assistência à saú<strong>de</strong> e<br />

reabilitação <strong>de</strong>ssas pessoas. Devem realizar o diagnóstico, avaliar as<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e orientar as ações para a reabilitação, para acompanhamento,<br />

para a concessão <strong>de</strong> órteses e próteses e meios auxiliares <strong>de</strong><br />

locomoção. Se forem necessários equipamentos ou tecnologia avança<strong>da</strong><br />

que a UBS não disponha, <strong>de</strong>verá ser encaminha<strong>do</strong> para o serviço<br />

<strong>de</strong> referência. Lembrar que, mesmo se essa pessoa esteja sen<strong>do</strong><br />

trata<strong>da</strong> em um serviço <strong>de</strong> referência, ela é mora<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong><br />

atuação e <strong>de</strong>ve continuar sen<strong>do</strong> acompanha<strong>da</strong> por sua equipe.<br />

O seu trabalho é também bastante importante para o acesso <strong>de</strong><br />

pessoas com <strong>de</strong>ficiência às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s comunitárias e espaços públicos,<br />

para que tenham as mesmas oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> participação.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, o conhecimento sobre os direitos <strong>da</strong>s pessoas<br />

com <strong>de</strong>ficiência e a sua proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> com a família são imprescindíveis,<br />

tanto para a orientação quanto para o apoio na realização<br />

<strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Os serviços <strong>de</strong> reabilitação<br />

Reabilitação é um processo <strong>de</strong> duração limita<strong>da</strong> e com objetivo <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>:<br />

permitir que uma pessoa com <strong>de</strong>ficiência alcance um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

nível <strong>de</strong> funcionali<strong>da</strong><strong>de</strong> (físico, mental, social) que lhe permita<br />

modificar a sua própria vi<strong>da</strong>. Compreen<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> medi<strong>da</strong>s para compensar<br />

a per<strong>da</strong> ou limitação <strong>de</strong> uma função (an<strong>da</strong>r, falar, alimentarse,<br />

enxergar, ouvir), como o uso <strong>de</strong> equipamentos como ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong><br />

ro<strong>da</strong>s, muleta, aparelho auditivo, óculos, bolsas para ostomia e medi<strong>da</strong>s<br />

para facilitar ajustes ou reajustes sociais.<br />

Além <strong>da</strong>s equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família e <strong>do</strong>s Núcleos <strong>de</strong> Apoio à Saú<strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> Família (NASF), o SUS conta com os seguintes tipos <strong>de</strong> serviços<br />

especializa<strong>do</strong>s para diagnóstico, avaliação, fornecimento <strong>de</strong> órteses<br />

e próteses e meios auxiliares <strong>de</strong> locomoção, acompanhamento e re-


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

abilitação <strong>de</strong> pessoas com <strong>de</strong>ficiência:<br />

Serviços <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> Auditiva;<br />

Serviços <strong>de</strong> Assistência às Pessoas<br />

com Deficiência Física;<br />

Serviços <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Pessoa com Deficiência<br />

Intelectual e Autismo;<br />

Serviços <strong>de</strong> Assistência<br />

Ventilatória para<br />

pacientes com <strong>do</strong>enças<br />

neuromusculares;<br />

Serviços <strong>de</strong> Oftalmologia<br />

que oferecem<br />

reabilitação visual;<br />

Serviços que aten<strong>de</strong>m pessoas<br />

com estomia/ostomia.<br />

AS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA<br />

Crianças com <strong>de</strong>ficiência têm necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s semelhantes às <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s<br />

as crianças. Desenvolvem-se exploran<strong>do</strong> o ambiente, brincan<strong>do</strong> com<br />

outras crianças, observan<strong>do</strong> e imitan<strong>do</strong> comportamentos.<br />

As crianças com <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>vem ser incluí<strong>da</strong>s nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diárias<br />

<strong>da</strong> família, <strong>de</strong>vem ser estimula<strong>da</strong>s a estar com outras crianças,<br />

frequentar a escola, praticar esportes e participar <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com suas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Você <strong>de</strong>ve orientar as famílias a serem pacientes e evitar comparações<br />

entre as crianças, valorizan<strong>do</strong> as características <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uma. A<br />

família <strong>de</strong>ve incentivá-la também para que adquira ca<strong>da</strong> vez mais autonomia<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, em relação às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong><br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

vi<strong>da</strong> diária: vestir-se, comer, escovar os <strong>de</strong>ntes etc.<br />

A criança com <strong>de</strong>ficiência, como to<strong>da</strong>s as outras,<br />

tem direito e <strong>de</strong>ve ir à escola.<br />

As principais causas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências em crianças<br />

Pré-natais: problemas durante a gestação (remédios toma<strong>do</strong>s pela<br />

mãe, tentativas <strong>de</strong> aborto mal sucedi<strong>da</strong>s, per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> sangue durante<br />

a gestação, crises maternas <strong>de</strong> hipertensão, problemas genéticos e<br />

outros).<br />

Perinatais: problema respiratório na hora <strong>do</strong> nascimento (diminuição<br />

ou falta <strong>de</strong> oxigênio no cérebro), que po<strong>de</strong> ser causa<strong>do</strong> por ter<br />

o cordão umbilical enrola<strong>do</strong> no pescoço; prematuri<strong>da</strong><strong>de</strong>; bebê que<br />

entra em sofrimento por ter passa<strong>do</strong> <strong>da</strong> hora <strong>de</strong> nascer.<br />

Pós-natais: para<strong>da</strong> cardíaca, infecção hospitalar, traumas, meningite,<br />

<strong>do</strong>enças infectocontagiosas e outras.<br />

É importante realizar o pré-natal respeitan<strong>do</strong>-se o mínimo <strong>de</strong> seis<br />

consultas, assim como o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong> usar somente medicamentos<br />

orienta<strong>do</strong>s pelo médico ou enfermeiro <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Sinais <strong>de</strong> alerta:<br />

O acompanhamento ao <strong>de</strong>senvolvimento infantil permite que alguns<br />

sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência sejam <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s. Em caso <strong>de</strong> suspeita <strong>de</strong><br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento, você <strong>de</strong>ve alertar a família e encaminhá-la<br />

à UBS para acompanhamento <strong>do</strong> caso.


Deficiência auditiva<br />

É importante observar no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> criança se:<br />

Leva susto com sons fortes;<br />

Produz sons após <strong>do</strong>is meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Procura sons após quatro meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Aten<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> é chama<strong>da</strong> pelo nome, após seis meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Vira a cabeça para procurar <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem o som, após seis meses <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Apresenta comportamento “<strong>de</strong>sliga<strong>do</strong>” diante <strong>de</strong> estímulos;<br />

Apresenta atraso no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> fala;<br />

Apresenta baixo rendimento escolar;<br />

Assiste à TV em volume alto;<br />

Solicita a repetição <strong>de</strong> palavras;<br />

Ouve, mas não enten<strong>de</strong> bem as palavras.<br />

Você <strong>de</strong>ve orientar para que diante <strong>de</strong> qualquer suspeita <strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

na fala ou <strong>de</strong> audição a família leve a criança para avaliação na UBS.<br />

IMPORTANTE:<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Não pingar gotas <strong>de</strong> remédio no ouvi<strong>do</strong> <strong>de</strong> crianças sem orientação médica;<br />

Nunca pingar outras coisas no ouvi<strong>do</strong>, tais como: azeite, óleo, leite, água;<br />

Tratar a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente as viroses, pois po<strong>de</strong>m causar <strong>da</strong>nos à audição;<br />

Não limpar ou coçar o ouvi<strong>do</strong> <strong>da</strong> criança com cotonete, unha, grampos, palitos.<br />

Apenas secar a orelha, levemente, com a ponta <strong>da</strong> toalha;<br />

Observar a criança para que ela não coloque objetos pequenos no ouvi<strong>do</strong>, tais<br />

como grãos em geral; se isso acontecer, a criança <strong>de</strong>ve ser leva<strong>da</strong> imediatamente<br />

ao médico.<br />

Dicas para as famílias:<br />

Mostrar interesse sempre que a criança fizer um som, balbuciar, falar uma palavra;<br />

Sorrir, cantar e brincar com a criança;<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Escutar o que a criança tem para dizer.<br />

Aparelhos auditivos:<br />

O aparelho auditivo, também conheci<strong>do</strong> como AASI, é um equipamento<br />

pequeno, utiliza<strong>do</strong> junto ao ouvi<strong>do</strong>, que amplia a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s sons e os coloca em um nível confortável, melhoran<strong>do</strong> a audição.<br />

Existem vários tipos <strong>de</strong> aparelhos e que são indica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com<br />

o tipo <strong>de</strong> per<strong>da</strong> auditiva <strong>da</strong> pessoa. Alguns são maiores e ficam mais<br />

expostos, outros são menores e ficam mais internos ao ouvi<strong>do</strong>.<br />

Alguns cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s são importantes para o uso <strong>do</strong><br />

aparelho auditivo:<br />

Quan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>ficiente auditivo é uma criança:<br />

A criança não <strong>de</strong>ve ficar tiran<strong>do</strong> o aparelho <strong>do</strong> ouvi<strong>do</strong> to<strong>da</strong> hora para brincar;<br />

Os pais <strong>de</strong>vem ser orienta<strong>do</strong>s para o manuseio <strong>do</strong> aparelho e troca <strong>de</strong> baterias (pilhas);<br />

As baterias <strong>do</strong> aparelho <strong>de</strong>vem ser troca<strong>da</strong>s com frequência (a durabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> aparelho);<br />

O aparelho <strong>de</strong>ve ser retira<strong>do</strong> antes <strong>do</strong> banho <strong>da</strong> criança;<br />

O aparelho não <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> no sol, perto <strong>de</strong> fogões ou equipamentos<br />

<strong>de</strong> alta temperatura;<br />

A criança <strong>de</strong>ve fazer acompanhamento e terapias regulares em serviço especializa<strong>do</strong>.<br />

Quan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>ficiente auditivo for um adulto:<br />

Tirá-lo antes <strong>de</strong> tomar banho;<br />

Não empurrar muito para <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> orelha para que não fique <strong>de</strong>sconfortável,<br />

causan<strong>do</strong> <strong>do</strong>r;<br />

Não tirar e colocar to<strong>da</strong> hora;<br />

Ao tirar, guar<strong>da</strong>r em local a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, não <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> exposto ao sol ou em<br />

lugares empoeira<strong>do</strong>s;<br />

Trocar a pilha no tempo indica<strong>do</strong> pelo médico ou fonoaudiólogo.


Alguns tipos <strong>de</strong> aparelhos auditivos:<br />

Deficiência física<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Retroauriculares Intra-auricular<br />

Intracanal Microcanal<br />

É importante estar atento para crianças que:<br />

São muito molinhas ou muito rígi<strong>da</strong>s;<br />

Têm T dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em segurar objetos;<br />

Apresentem movimentos sem coor<strong>de</strong>nação ou atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sajeita<strong>da</strong>s <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o<br />

corpo ou parte <strong>de</strong>le;<br />

An<strong>da</strong>m na ponta <strong>do</strong>s pés ou mancam.<br />

Você <strong>de</strong>ve observar a criança com os pais ou com quem cui<strong>da</strong> <strong>de</strong>la:<br />

Perguntar se a criança nasceu prematura ou houve problemas no parto. Caso a<br />

suspeita <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência física seja confirma<strong>da</strong> após avaliação médica, a criança<br />

<strong>de</strong>verá ter os atendimentos especializa<strong>do</strong>s para auxiliar no seu <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Você <strong>de</strong>ve ain<strong>da</strong> orientar as famílias quanto a algumas ações importantes:<br />

Estimular o bebê com brinque<strong>do</strong>s, conversas, canções e outros que chamem a atenção;<br />

Observar se a criança está bem posiciona<strong>da</strong>, com o auxílio <strong>de</strong> almofa<strong>da</strong>s, rolos, <strong>de</strong><br />

forma que facilite sua movimentação;<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Mu<strong>da</strong>r com frequência a criança <strong>de</strong> posição;<br />

Permitir que ela explore e <strong>de</strong>scubra o ambiente em que vive.<br />

DEFICIÊNCIA VISUAL<br />

A <strong>de</strong>ficiência visual abor<strong>da</strong> <strong>do</strong>is grupos distintos <strong>de</strong><br />

pessoas: as cegas e aquelas que têm baixa visão<br />

(mesmo com o uso <strong>de</strong> óculos ou outros equipamentos,<br />

têm dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> para enxergar).<br />

Algumas ações básicas importantes em relação à<br />

<strong>de</strong>ficiência visual são:<br />

Ações educativas para prevenção e<br />

promoção à saú<strong>de</strong> ocular;<br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> crianças, adultos e<br />

i<strong>do</strong>sos que necessitam <strong>de</strong> avaliação<br />

oftalmológica e tratamento;<br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong> gestante e <strong>da</strong><br />

criança <strong>de</strong> alto risco. Algumas<br />

situações <strong>de</strong> alerta para elas:<br />

crianças prematuras, casos <strong>de</strong><br />

glaucoma (<strong>do</strong>ença caracteriza<strong>da</strong><br />

pela dureza <strong>do</strong> olho em consequência <strong>do</strong> aumento <strong>da</strong> tensão <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le) e/<br />

ou outros tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência visual <strong>de</strong> caráter hereditário, não imunização <strong>da</strong><br />

mulher contra rubéola em i<strong>da</strong><strong>de</strong> reprodutiva;<br />

I<strong>de</strong>ntificação e encaminhamento para a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> as crianças com risco<br />

para <strong>de</strong>ficiência visual;<br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s recursos comunitários que favoreçam o processo <strong>de</strong> inclusão<br />

social plena <strong>da</strong> pessoa com <strong>de</strong>ficiência visual;<br />

Orientações básicas na área <strong>de</strong> habilitação/reabilitação <strong>da</strong> pessoa com <strong>de</strong>ficiência<br />

visual.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

É importante que você informe, em suas visitas, alguns cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s importantes<br />

que as pessoas <strong>de</strong>vem ter para evitar a <strong>de</strong>ficiência visual:<br />

Ir ao serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sempre que necessário e para revisão <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> na periodici<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

indica<strong>da</strong> para sua i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Evitar raio X, radioterapia e produtos tóxicos na gravi<strong>de</strong>z;<br />

Não <strong>de</strong>ixar a criança perto <strong>de</strong> objetos pontiagu<strong>do</strong>s e cortantes. Ser cui<strong>da</strong><strong>do</strong>so ao<br />

comprar brinque<strong>do</strong>s: muitos <strong>de</strong>les po<strong>de</strong>m machucá-la;<br />

Atentar para materiais <strong>de</strong> limpeza não caírem nos olhos;<br />

Não utilizar nenhum tipo <strong>de</strong> colírio ou poma<strong>da</strong> sem orientação médica.<br />

Você <strong>de</strong>ve estar atento e orientar as famílias a levarem seus filhos na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para avaliação <strong>da</strong> visão quan<strong>do</strong> a criança:<br />

Lacrimejar muito ou tiver sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à luz;<br />

Apresentar tremor nos olhos constantemente;<br />

Apresentar olhos vermelhos constantemente;<br />

Relatar dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> enxergar e embaçamento na<br />

visão;<br />

Aproximar ou afastar muito <strong>do</strong>s olhos objetos, tais<br />

como livros, ca<strong>de</strong>rnos e brinque<strong>do</strong>s;<br />

Apresentar estrabismo (“vesguice”);<br />

Queixar-se <strong>de</strong> <strong>do</strong>r <strong>de</strong> cabeça ou<br />

cansaço nos olhos.<br />

Uma ação importante que você<br />

po<strong>de</strong> realizar, ao visitar uma família<br />

com uma criança <strong>de</strong>ficiente visual, é<br />

orientá-la a estimular o tato <strong>de</strong>ssa criança, bem como <strong>de</strong>screver o<br />

ambiente, os objetos e os acontecimentos ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong>la. É importante<br />

ain<strong>da</strong> manter os móveis e os objetos nos mesmos lugares para que<br />

ela possa se <strong>de</strong>slocar e procurá-los com maior sucesso.<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Você <strong>de</strong>ve <strong>da</strong>r algumas orientações <strong>de</strong> como agir com uma pessoa porta<strong>do</strong>ra<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência visual:<br />

As pessoas <strong>de</strong>vem oferecer aju<strong>da</strong> à pessoa com <strong>de</strong>ficiência visual, mas sem insistência;<br />

Quan<strong>do</strong> houver dúvi<strong>da</strong> <strong>de</strong> como aju<strong>da</strong>r, pergunte para a pessoa como fazê-lo;<br />

Sempre pergunte se a pessoa quer aju<strong>da</strong> antes <strong>de</strong> auxiliá-la;<br />

Sempre que se encontrar com uma pessoa com <strong>de</strong>ficiência visual, i<strong>de</strong>ntifique-se<br />

pelo nome para que ela possa reconhecê-lo;<br />

Ao conversar, <strong>de</strong>ve-se ser o mais claro possível e sempre <strong>de</strong>screver as situações.<br />

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL<br />

Crianças com déficit intelectual apresentam alguns comportamentos característicos<br />

e que <strong>de</strong>vem ser atentamente observa<strong>do</strong>s:<br />

Pouco interesse em explorar ou explorações repetitivas <strong>do</strong> ambiente e/ou objetos;<br />

Atrasos na aquisição motora e <strong>de</strong> linguagem (não conseguem construir frases<br />

lógicas, apresentam falas infantiliza<strong>da</strong>s <strong>de</strong>mais, repetem movimentos <strong>do</strong> corpo);<br />

Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em memorizar;<br />

Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em se integrar em ambientes com outras crianças.<br />

Você <strong>de</strong>ve orientar as famílias a ficarem atentas a esses sinais e, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong><br />

esses comportamentos, com frequência, levar a criança para<br />

avaliação médica. No caso <strong>de</strong> uma família que já tenha uma criança<br />

com <strong>de</strong>ficiência intelectual, você <strong>de</strong>ve fazer algumas orientações:<br />

É importante que os pais, irmãos e pessoas que convivam com a criança estejam<br />

sempre oferecen<strong>do</strong> objetos diferentes a ela, mostrem como são utiliza<strong>do</strong>s para que<br />

<strong>de</strong>pois a criança possa fazer igual;<br />

Nomear to<strong>do</strong>s os objetos;<br />

Dividir as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em ações simples para que a criança possa memorizar e<br />

apren<strong>de</strong>r;<br />

Ser paciente e tolerante aos erros.


Deficiência física<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

AS DEFICIÊNCIAS NOS<br />

ADOLESCENTES E ADULTOS<br />

As principais causas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência nessa<br />

faixa etária estão na maioria <strong>do</strong>s casos<br />

relaciona<strong>da</strong>s a causas evitáveis. Há,<br />

portanto, uma gran<strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ações preventivas. Sen<strong>do</strong> assim, você<br />

é um importante ator no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

orientar as comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Crianças com ou sem <strong>de</strong>ficiência precisam<br />

<strong>de</strong> tempo para assimilar novos aprendiza<strong>do</strong>s.<br />

Alguns fatores <strong>de</strong> risco são importantes <strong>de</strong> serem alerta<strong>do</strong>s às comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

no intuito <strong>de</strong> reforçar comportamentos preventivos:<br />

Violência urbana: o aumento <strong>da</strong> violência urbana, assaltos, brigas em bares e<br />

boates têm si<strong>do</strong> um fator <strong>de</strong> agravamento <strong>da</strong>s <strong>de</strong>ficiências físicas;<br />

Aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trabalho: é importante orientar as pessoas para que cobrem e utilizem<br />

equipamentos <strong>de</strong> segurança durante a realização <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> profissional;<br />

Maus hábitos alimentares: têm si<strong>do</strong> uma <strong>da</strong>s principais causas <strong>da</strong>s amputações,<br />

principamente por causa <strong>de</strong> hipertensões e diabetes <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>les;<br />

Aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito: a combinação álcool e direção bem como o não uso <strong>do</strong><br />

cinto <strong>de</strong> segurança e a direção não <strong>de</strong>fensiva são fatores que estão diretamente<br />

relaciona<strong>do</strong>s aos aci<strong>de</strong>ntes que acabam por causar amputações, traumatismos<br />

cranianos, lesão medular e outros.<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

É também uma ação importante sua observar e orientar as famílias e pessoas<br />

<strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s a observarem alguns sinais que po<strong>de</strong>m ser indício <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ficiência física:<br />

Atenção para per<strong>da</strong> ou alterações <strong>do</strong>s movimentos, <strong>da</strong> força muscular ou <strong>da</strong><br />

sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para membros superiores ou membros inferiores.<br />

Ao observar um <strong>de</strong>sses sinais ou ouvir queixas relaciona<strong>da</strong>s a eles,<br />

é importante que você encaminhe a pessoa para avaliação médica.<br />

Uma <strong>da</strong>s maiores dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s pessoas com <strong>de</strong>ficiência física se<br />

refere à limitação na locomoção. Isso se relaciona tanto com a sua<br />

condição <strong>de</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, quanto às limitações externas: falta <strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Nesses casos, você <strong>de</strong>ve ouvir essas pessoas,<br />

suas queixas, suas angústias, acolhen<strong>do</strong> a situação e incentivan<strong>do</strong><br />

que elas busquem seus direitos por meio <strong>de</strong> conselhos locais, associações<br />

para <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> direito e a promotoria pública.<br />

Dicas para a família:<br />

É alta a incidência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte vascular encefálico (AVC) e <strong>de</strong> paralisia<br />

cerebral na população, essas ocorrências po<strong>de</strong>m levar a quadros <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ficiência.<br />

Aci<strong>de</strong>nte vascular encefálico (AVC):<br />

A pessoa acama<strong>da</strong> não <strong>de</strong>ve ficar muito tempo numa mesma posição, pois isso<br />

po<strong>de</strong> levar a <strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong>s;<br />

Mu<strong>da</strong>r a pessoa acama<strong>da</strong> <strong>de</strong> posição a ca<strong>da</strong> duas horas, caso ela não consiga se<br />

mover, para evitar a úlcera <strong>de</strong> pressão;<br />

Manusear a pessoa com cui<strong>da</strong><strong>do</strong> para não provocar <strong>do</strong>r ou lesões;<br />

Lesões <strong>de</strong> pele po<strong>de</strong>m ser comuns. Haven<strong>do</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em realizar higiene na<br />

axila, no cotovelo e na palma <strong>da</strong> mão, uma solução é colocar pe<strong>da</strong>ços <strong>de</strong> algodões<br />

nas regiões que permanecem em flexões para que o teci<strong>do</strong> absorva o suor;


Alterações <strong>de</strong> sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> compreensão, <strong>de</strong> fala e linguagem também po<strong>de</strong>m<br />

estar presentes. É importante que a família tenha noção <strong>da</strong>s reais condições<br />

<strong>da</strong> pessoa, para que não expresse comportamento <strong>de</strong> punição;<br />

É importante utilizar formas <strong>de</strong> comunicação alternativas, a exemplo <strong>de</strong> mímicas,<br />

escrita, fala bem articula<strong>da</strong>, <strong>de</strong> forma que possibilite o entendimento;<br />

Na alimentação, <strong>de</strong>ve-se verificar se a cabeça está numa posição eleva<strong>da</strong> o<br />

suficiente para que o alimento seja ingeri<strong>do</strong>, para não ocasionar aspiração, o que<br />

leva ao risco <strong>de</strong> infecção respiratória.<br />

Paralisia cerebral (PC)<br />

Paralisia cerebral não é sinônimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência intelectual. Uma<br />

pessoa com PC não, necessariamente, terá algum tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência<br />

com o raciocínio e linguagem.<br />

São importantes algumas orientações para favorecer e permitir que a<br />

pessoa com paralisia cerebral se <strong>de</strong>senvolva com saú<strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong>:<br />

Se a pessoa for acama<strong>da</strong>, sua posição <strong>de</strong>ve ser modifica<strong>da</strong>, no mínimo, a ca<strong>da</strong><br />

duas horas. Isso é muito importante para evitar <strong>de</strong>formi<strong>da</strong><strong>de</strong>s;<br />

Evitar que a pessoa passe por situações estressantes para que não tenha tensão<br />

muscular aumenta<strong>da</strong> e movimentos involuntários.<br />

Deficiência auditiva<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

As <strong>de</strong>ficiências auditivas em adultos, geralmente, são por causas adquiri<strong>da</strong>s:<br />

predisposição genética (familiares com a <strong>de</strong>ficiência), infecções,<br />

ingestão <strong>de</strong> certos tipos <strong>de</strong> remédios, exposição a sons em<br />

intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> muito alta por muito tempo e outras.<br />

As orientações que <strong>de</strong>vem ser <strong>da</strong><strong>da</strong>s às famílias são:<br />

Não se expor a volume <strong>de</strong> sons intensos;<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Não limpar os ouvi<strong>do</strong>s com cotonetes, grampos ou semelhantes, fazê-lo com a<br />

ponta <strong>de</strong> uma toalha;<br />

Não utilizar remédios sem orientação médica;<br />

Usar proteção individual se trabalhar em ambiente rui<strong>do</strong>so.<br />

Quan<strong>do</strong> for visitar uma família que já possui um <strong>de</strong>ficiente auditivo,<br />

você <strong>de</strong>ve observar a forma <strong>de</strong> comunicação entre os membros <strong>da</strong><br />

família, se essa pessoa consegue se comunicar com as outras e se faz<br />

o uso correto <strong>do</strong> aparelho auditivo. Caso seja percebi<strong>do</strong> que não há<br />

comunicação entre o <strong>de</strong>ficiente auditivo e as outras pessoas, <strong>de</strong>ve<br />

orientar a família a procurar a UBS, pois a família po<strong>de</strong>rá ter necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ser acompanha<strong>da</strong> por serviço especializa<strong>do</strong>.<br />

Existem formas alternativas <strong>de</strong> comunicação: por meio <strong>de</strong> gestos, escritas,<br />

brinca<strong>de</strong>iras etc. Deve-se sempre conversar com uma pessoa<br />

<strong>de</strong>ficiente auditiva olhan<strong>do</strong> para ela e articulan<strong>do</strong> bem o movimento<br />

<strong>da</strong> boca para que facilite seu entendimento.<br />

É importante observar, no caso <strong>de</strong> i<strong>do</strong>sos, que a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ouvir<br />

po<strong>de</strong> levar ao isolamento e falta <strong>de</strong> interação com a família e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Essa situação <strong>de</strong>ve ser avalia<strong>da</strong> por um profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Por vezes a utilização <strong>de</strong> aparelho auditivo, se necessária, associa<strong>da</strong><br />

às orientações e acompanhamento reabilitativo<br />

melhoram significativamente a sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.


Deficiência intelectual<br />

A maioria <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência intelectual, também <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>ficiência mental, é i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> na infância. No entanto, muitos casos<br />

ain<strong>da</strong> são i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s na fase adulta, por falta <strong>de</strong> acesso às informações<br />

e a serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Caso você suspeite <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>ficiência<br />

em adultos, <strong>de</strong>ve encaminhar para a UBS.<br />

Ostomia ou estomia<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

A ostomia é uma intervenção cirúrgica necessária em certos casos,<br />

on<strong>de</strong> o trânsito intestinal tem <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>svia<strong>do</strong>, que permite criar uma<br />

comunicação entre o órgão interno e o exterior <strong>do</strong> corpo, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> eliminar os <strong>de</strong>jetos (fezes e urina) <strong>do</strong> organismo. A nova<br />

abertura que se cria com o exterior chama-se estoma, também conheci<strong>da</strong><br />

como ostoma.<br />

Pessoas ostomiza<strong>da</strong>s ou estomiza<strong>da</strong>s são aquelas que utilizam um<br />

dispositivo, geralmente uma bolsa, que permite recolher o conteú<strong>do</strong><br />

a ser elimina<strong>do</strong> por meio <strong>do</strong> estoma/ostoma.<br />

O seu papel com pacientes ostomiza<strong>do</strong>s é, essencialmente, o <strong>de</strong> incentivo.<br />

Conversar sobre as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> rea<strong>da</strong>ptação ao ambiente<br />

em que vive, voltar a realizar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho, lazer e<br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diárias e, primordialmente, reforçar para o ostomiza<strong>do</strong>/<br />

estomiza<strong>do</strong> a importância <strong>de</strong> estar realizan<strong>do</strong> os procedimentos <strong>de</strong><br />

autocui<strong>da</strong><strong>do</strong> orienta<strong>do</strong>s pelo médico ou enfermeira. Caso observe<br />

condições <strong>de</strong> higiene precárias, infecções, sinais <strong>de</strong> inflamação no local<br />

<strong>da</strong> bolsa <strong>de</strong> ostomia, encaminhe a pessoa para a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> imediatamente.<br />

As pessoas estomiza<strong>da</strong>s/ostomiza<strong>da</strong>s têm que se a<strong>da</strong>ptar<br />

a uma nova situação, porém, uma vez supera<strong>da</strong> a etapa inicial,<br />

po<strong>de</strong>-se levar uma vi<strong>da</strong> normal no seu trabalho, junto<br />

aos amigos e familiares.<br />

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218<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Bolsa <strong>de</strong> ostomia:<br />

Orientações gerais:<br />

Para melhor subsidiar o seu trabalho, é importante que você, ao realizar as<br />

visitas, não se esqueça <strong>de</strong>:<br />

Registrar o tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência encontra<strong>da</strong> e acrescentar informações <strong>de</strong><br />

sexo e i<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Registrar as condições <strong>de</strong> acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> (se existem rampas, se o local é plano, se<br />

é <strong>de</strong> barro ou <strong>de</strong> asfalto, se crianças com <strong>de</strong>ficiência frequentam o ensino regular,<br />

entre outras);<br />

Registrar se a pessoa recebe algum benefício: Benefício <strong>de</strong> Prestação Continua<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> Assistência Social/BPC, Bolsa-Família;<br />

Registrar se a pessoa faz uso <strong>de</strong> algum equipamento assistivo: órtese, prótese ou<br />

meio auxiliar <strong>de</strong> locomoção;<br />

Registrar as dúvi<strong>da</strong>s mais frequentes e buscar informações antes mesmo <strong>de</strong><br />

encaminhar a pessoa a uma Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Muitas situações po<strong>de</strong>m<br />

ser resolvi<strong>da</strong>s com a sua aju<strong>da</strong>;<br />

I<strong>de</strong>ntificar se há movimentos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança, formação <strong>de</strong> associação <strong>de</strong> pessoas<br />

com <strong>de</strong>ficiência na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> ou mesmo Conselho <strong>de</strong> Direitos <strong>da</strong> Pessoa com<br />

Deficiência no município;<br />

Incentivar para que as pessoas com <strong>de</strong>ficiência participem <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.


Orientações para famílias<br />

com pessoas acama<strong>da</strong>s<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Para diminuir o <strong>de</strong>sconforto e a vergonha que as pessoas acama<strong>da</strong>s<br />

muitas vezes sentem, você po<strong>de</strong> orientar a família sobre alguns cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

em relação a posicionamentos, à alimentação, à higiene e à<br />

saú<strong>de</strong>, para que o acama<strong>do</strong> possa sentir-se sempre confortável e seguro.<br />

É importante que a cama esteja sempre limpa e confortável. Troque<br />

as roupas <strong>de</strong> cama com frequência ou mantenha bem estica<strong>da</strong>s, sem<br />

migalhas <strong>de</strong> comi<strong>da</strong>.<br />

A pessoa acama<strong>da</strong>, quan<strong>do</strong> possível, <strong>de</strong>ve sair <strong>da</strong> cama para que possa<br />

ser mu<strong>da</strong><strong>da</strong>, o que permite também realizar<br />

algum exercício e distrair-se.<br />

Para a pessoa acama<strong>da</strong> po<strong>de</strong>r comer,<br />

ver televisão, ler ou receber visitas, será<br />

necessário sentá-la na cama, o que<br />

po<strong>de</strong> ser feito por uma ou duas<br />

pessoas. Se o fizer sozinho, peça,<br />

quan<strong>do</strong> possível, à pessoa para<br />

<strong>do</strong>brar as pernas, agarran<strong>do</strong>-a<br />

com um braço por baixo <strong>de</strong>las e<br />

outro por baixo <strong>da</strong>s axilas.<br />

Aju<strong>da</strong>r a pessoa a mu<strong>da</strong>r <strong>de</strong> posição.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Mu<strong>da</strong>r frequentemente a pessoa acama<strong>da</strong> <strong>de</strong> posição é necessário<br />

para evitar, entre outras complicações, as feri<strong>da</strong>s.<br />

Dar banho em uma pessoa acama<strong>da</strong> é muito importante: dá sensação<br />

<strong>de</strong> bem-estar e <strong>de</strong> relaxamento. Permite avaliar o esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> pele<br />

<strong>da</strong> pessoa, aplicar um creme hidratante e ministrar pequenas massagens<br />

que ativam a circulação.<br />

Realizar higiene <strong>da</strong> boca, lavar o cabelo, fazer a barba e o tratamento<br />

<strong>da</strong>s unhas (mãos e pés).<br />

As feri<strong>da</strong>s são comuns nos acama<strong>do</strong>s, por isso, quan<strong>do</strong> surgem, é necessário<br />

tratá-las imediatamente para prevenir infecções. Se a pele<br />

estiver sensível, vermelha ou incha<strong>da</strong> ou se a pessoa se queixar <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>res, orientar a família a procurar a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ou solicitar<br />

a visita <strong>do</strong>miciliar <strong>da</strong> eSF.<br />

Organizar e <strong>da</strong>r corretamente os medicamentos à pessoa. Para que não<br />

haja enganos em <strong>do</strong>sagem e horários, manter uma lista atualiza<strong>da</strong>.<br />

Servir as refeições a uma pessoa acama<strong>da</strong> também exige cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

próprios: posicione-a <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, aju<strong>de</strong>-a a lavar as mãos e<br />

esten<strong>da</strong> uma toalha no seu peito; utilize colher, que é mais segura,<br />

e canudinhos para que ela possa beber mais facilmente; alterne os<br />

alimentos sóli<strong>do</strong>s com os líqui<strong>do</strong>s e mantenha a sua boca sempre<br />

limpa. No final, lave as mãos, o rosto e os <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>la.<br />

Lavar as mãos antes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> li<strong>da</strong>r com pessoas acama<strong>da</strong>s.<br />

É importante falar sempre com a pessoa, explican<strong>do</strong> o que está fazen<strong>do</strong>.<br />

Isso tranquiliza e faz com que ela colabore, o que facilita to<strong>do</strong>s os<br />

movimentos. Nunca apresse uma pessoa acama<strong>da</strong>, respeite o seu próprio<br />

ritmo. Tente motivá-la para fazer o máximo que pu<strong>de</strong>r sozinha.<br />

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Violência familiar<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

A violência familiar é um problema social <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões<br />

que afeta to<strong>da</strong>s as classes sociais e to<strong>da</strong>s as pessoas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

<strong>da</strong> cultura, <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> religião, <strong>da</strong> profissão e<br />

<strong>da</strong> posição política.<br />

Atinge especialmente mulheres, crianças, a<strong>do</strong>lescentes, i<strong>do</strong>sos, porta<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências e homossexuais.<br />

O que é violência familiar?<br />

É to<strong>da</strong> ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integri<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

física e psicológica, a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e o direito ao pleno <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> um <strong>do</strong>s membros <strong>da</strong> família.<br />

On<strong>de</strong> po<strong>de</strong> acontecer?<br />

Po<strong>de</strong> acontecer <strong>de</strong>ntro e fora <strong>de</strong> casa por algum membro <strong>da</strong> família.<br />

Inclui também as pessoas que estão exercen<strong>do</strong> a função <strong>de</strong> pai ou<br />

mãe, mesmo sem laços <strong>de</strong> sangue.<br />

Quais são os tipos <strong>de</strong> violência?<br />

A violência familiar po<strong>de</strong> se manifestar<br />

<strong>de</strong> várias formas e com diferentes graus<br />

<strong>de</strong> severi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Essas formas <strong>de</strong> violência<br />

não se produzem isola<strong>da</strong>mente, mas fa-


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

zem parte <strong>de</strong> uma sequência crescente <strong>de</strong> episódios, <strong>do</strong> qual o homicídio<br />

é a manifestação mais extrema.<br />

Po<strong>de</strong> ocorrer na forma <strong>de</strong>: violência física, sexual, psicológica e<br />

econômica ou patrimonial.<br />

LEMBRE-SE!<br />

O seu papel é estar atento às várias manifestações que possam<br />

indicar suspeita <strong>de</strong> violência familiar. Deve conversar imediatamente<br />

com sua equipe sobre suas suspeitas para juntos pensarem<br />

em quais as ações que <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>da</strong>s.<br />

Os sinais <strong>de</strong> alerta mostram que uma pessoa po<strong>de</strong> estar sofren<strong>do</strong><br />

violência ou agredin<strong>do</strong> alguém. Eles po<strong>de</strong>m levar a uma suspeita<br />

ou até mesmo a confirmar a violência.<br />

Mas ATENÇÃO: os sinais <strong>de</strong> alerta não <strong>de</strong>vem ser vistos <strong>de</strong> maneira<br />

isola<strong>da</strong>. Alguns são claramente indicativos <strong>de</strong> agressões, como<br />

marcas <strong>de</strong> cintos, <strong>de</strong> cor<strong>da</strong> etc. Mas outros po<strong>de</strong>m ser ou não,<br />

como problemas <strong>de</strong> sono ou <strong>de</strong> pele.<br />

Como i<strong>de</strong>ntificar situações <strong>de</strong> violência familiar?<br />

A violência po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong> em diferentes momentos ou lugares.<br />

Durante o trabalho, nas visitas <strong>do</strong>miciliares, reuniões comunitárias<br />

ou qualquer outra situação.<br />

Falar sobre violência é difícil e complexo, pois envolve me<strong>do</strong>, dúvi<strong>da</strong>s<br />

e sentimentos <strong>de</strong> que o problema é muito gran<strong>de</strong> para ser enfrenta<strong>do</strong>.<br />

Tu<strong>do</strong> isso é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas o silêncio ou a omissão po<strong>de</strong> ser o alimento<br />

que a violência precisa, pois é sempre progressiva, isto é, uma vez<br />

que começa, é difícil parar. É por isso que você e os outros profissio-<br />

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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

nais <strong>da</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>da</strong> educação e mesmo as pessoas <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> precisam,<br />

logo no começo, buscar alternativas para enfrentar a violência.<br />

Existem sinais que po<strong>de</strong>m chamar a atenção e levar você a suspeitar<br />

<strong>de</strong> que existe algo erra<strong>do</strong> acontecen<strong>do</strong> com aquela pessoa ou sua<br />

família. São os sinais <strong>de</strong> alerta.<br />

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER<br />

A meta<strong>de</strong> <strong>da</strong>s queixas <strong>de</strong> violência familiar apresenta<strong>da</strong>s pelas mulheres<br />

é <strong>de</strong> agressão física, segui<strong>da</strong>s <strong>de</strong> agressões verbais, violência<br />

sexual. Há ain<strong>da</strong> situações em que a mulher sofre vários tipos <strong>de</strong><br />

agressão ao mesmo tempo.<br />

A maior parte <strong>da</strong>s agressões acontece <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa e, na gran<strong>de</strong><br />

maioria <strong>da</strong>s vezes, o agressor é uma pessoa que convive com a vítima.<br />

Não há na<strong>da</strong> que justifique a violência.<br />

É preciso então ser cui<strong>da</strong><strong>do</strong>so quan<strong>do</strong> se fala em causa <strong>de</strong> violência,<br />

pois na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> o que existe são situações <strong>de</strong> risco para violência,<br />

por exemplo, o homem que acha que a mulher lhe pertence e que<br />

a violência é natural e aceitável (machismo); o alcoolismo e outras<br />

drogas; problemas mentais; a falta <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> dinheiro; reprodução<br />

<strong>da</strong> violência, ou seja, o agressor quan<strong>do</strong> criança vivenciou a<br />

violência e age <strong>da</strong> mesma maneira quan<strong>do</strong> adulto.<br />

Hoje, as mulheres têm o amparo <strong>da</strong> Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 11.340, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong><br />

agosto <strong>de</strong> 2006, também conheci<strong>da</strong> como Lei Maria <strong>da</strong> Penha, disponível<br />

em http://www.planalto.gov.br.<br />

Ela caracteriza a violência <strong>do</strong>méstica como uma <strong>da</strong>s formas <strong>de</strong> violação<br />

<strong>do</strong>s direitos humanos e isso representa um avanço muito gran<strong>de</strong><br />

na legislação brasileira. Essa lei possibilita que agressores sejam presos<br />

em flagrante ou tenham sua prisão preventiva <strong>de</strong>creta<strong>da</strong> quan<strong>do</strong><br />

ameaçarem a integri<strong>da</strong><strong>de</strong> física <strong>da</strong> mulher. Prevê ain<strong>da</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong>


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

proteção à mulher que corre risco <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, como o afastamento <strong>do</strong><br />

agressor <strong>do</strong> <strong>do</strong>micílio e a proibição <strong>de</strong> sua aproximação física <strong>da</strong> mulher<br />

agredi<strong>da</strong> e <strong>do</strong>s filhos. Cria mecanismos para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os direitos<br />

e também prevenir a violência familiar contra ela.<br />

A mulher vítima <strong>de</strong> violência não costuma contar sobre os episódios<br />

<strong>de</strong> maus-tratos sofri<strong>do</strong>s, pois temem tanto a represália/vingança <strong>do</strong><br />

agressor quanto o preconceito <strong>do</strong>s profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que as julgam<br />

como corresponsáveis pelas agressões sofri<strong>da</strong>s, cobran<strong>do</strong> atitu<strong>de</strong>s<br />

que muitas vezes não são possíveis <strong>de</strong> serem toma<strong>da</strong>s.<br />

Alguns indicativos que po<strong>de</strong>m ser uma suspeita <strong>de</strong><br />

violência em mulheres (nenhum sinal po<strong>de</strong> ser<br />

analisa<strong>do</strong> isola<strong>da</strong>mente):<br />

Manchas ou marcas no corpo;<br />

Fraturas raturas e feri<strong>da</strong>s em diferentes momentos <strong>de</strong> cicatrização;<br />

Queixas <strong>de</strong> hemorragias vaginal ou retal, <strong>do</strong>r ao urinar,<br />

corrimentos;<br />

Doenças sexualmente transmissíveis;<br />

Uso so <strong>de</strong> roupas ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s para o clima, para escon<strong>de</strong>r as<br />

marcas;<br />

Problemas alimentares: comer <strong>de</strong>mais ou <strong>de</strong> menos;<br />

Tristeza risteza constante, choro frequente, pensamentos suici<strong>da</strong>s;<br />

Dores crônicas;<br />

Que tal fazer uma discussão sobre a Lei Maria<br />

<strong>da</strong> Penha na sua comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

Falta alta <strong>de</strong> ânimo para os cui<strong>da</strong><strong>do</strong>s com a casa, com os filhos e<br />

com ela própria.<br />

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228<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

VIOLÊNCIA CONTRA A CRIANÇA E O ADOLESCENTE<br />

A violência contra a criança e o a<strong>do</strong>lescente é um fenômeno ca<strong>da</strong> vez<br />

mais frequente. É uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>lorosa, sen<strong>do</strong> responsável por muitas<br />

<strong>do</strong>enças e mortes nessa faixa etária. Nessa i<strong>da</strong><strong>de</strong> as crianças e a<strong>do</strong>lescentes<br />

são incapazes ou têm dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r, principalmente<br />

quan<strong>do</strong> o agressor é alguém que <strong>de</strong>veria zelar pela sua saú<strong>de</strong>.<br />

Dica importante:<br />

Compare a <strong>da</strong>ta <strong>do</strong> comparecimento na UBS com a <strong>da</strong>ta informa<strong>da</strong><br />

<strong>do</strong> fato/aci<strong>de</strong>nte. Fique atento quan<strong>do</strong> os pais ou responsáveis <strong>de</strong>moram<br />

a procurar atendimento ou <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> vacinar as crianças.<br />

Alguns indicativos que po<strong>de</strong>m ser uma suspeita <strong>de</strong> violência<br />

contra crianças e a<strong>do</strong>lescentes:<br />

Manchas roxas pelo corpo, antigas ou recentes, e em lugares varia<strong>do</strong>s;<br />

Queimaduras <strong>de</strong> cigarro, água ou óleo quente;<br />

Fraturas muito frequentes;<br />

Feri<strong>da</strong>s na boca, lábios, olhos;<br />

Arranhões pelo corpo;<br />

Criança que falta muito às consultas <strong>de</strong><br />

acompanhamento na Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>;<br />

Criança que não ganha peso e está com as vacinas<br />

atrasa<strong>da</strong>s;<br />

Criança medrosa, que se agri<strong>de</strong> sozinha, que tem<br />

dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s na escola, que vive assusta<strong>da</strong> e faz muito<br />

xixi na cama;<br />

Criança com me<strong>do</strong> <strong>de</strong> ficar só ou em companhia <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />

pessoa;


Fugas <strong>de</strong> casa;<br />

Uso e abuso <strong>de</strong> drogas;<br />

Prática <strong>de</strong> pequenos roubos;<br />

Sangramentos e corrimentos;<br />

Tentativa T <strong>de</strong> suicídio;<br />

Baixa autoestima;<br />

Gravi<strong>de</strong>z precoce po<strong>de</strong> ser indicativa.<br />

Trabalho infantil<br />

É aquele realiza<strong>do</strong> por crianças e a<strong>do</strong>lescentes. Há situações em que<br />

eles são obriga<strong>do</strong>s a trabalhar, ten<strong>do</strong> como principal motivo aju<strong>da</strong>r<br />

na ren<strong>da</strong> <strong>da</strong> família. Realizam ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que põem em risco sua saú<strong>de</strong><br />

física e mental, são explora<strong>do</strong>s pelos pais e patrões e muitas vezes<br />

são maltrata<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> levar dinheiro para casa.<br />

To<strong>do</strong>s os tipos <strong>de</strong> trabalho infantil trazem risco, pois as crianças e<br />

a<strong>do</strong>lescentes ficam expostos aos mais diversos tipos <strong>de</strong> agressão:<br />

<strong>de</strong>scascar mandioca, quebrar coco, trabalhar em ma<strong>de</strong>ireiras, em canaviais,<br />

lavoura <strong>de</strong> fumo, com produtos explosivos ou tóxicos, pedir<br />

esmolas nas ruas, entre outros.<br />

O que diz a lei<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

O trabalho infantil é uma forma <strong>de</strong> violência contra a criança e precisa<br />

ser combati<strong>do</strong>.<br />

É proibi<strong>do</strong> o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores<br />

<strong>de</strong> 18 anos e qualquer trabalho a menores <strong>de</strong> 16 anos, salvo na<br />

condição <strong>de</strong> aprendiz, a partir <strong>do</strong>s 14 anos (emen<strong>da</strong> constitucional<br />

<strong>de</strong> 15/12/98, item 33).<br />

229


230<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

OS SINAIS DE ALERTA EM RELAÇÃO AO AGRESSOR<br />

Pouca atenção em relação à vítima;<br />

Afirma que a vítima é má, culpa<strong>da</strong> por<br />

problemas que ocorrem na família;<br />

Deixa crianças pequenas sozinhas ou<br />

fora <strong>de</strong> casa;<br />

Não leva os filhos à escola;<br />

Não acompanha as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

escolares <strong>do</strong>s filhos;<br />

Defen<strong>de</strong> comportamento<br />

severo ou não coloca limites;<br />

Extremamente protetor ou<br />

extremamente distante;<br />

Como forma <strong>de</strong> obrigar a<br />

vítima a não falar sobre a violência, trata com privilégios e presentes;<br />

Faz ameaças, chantagens, impe<strong>de</strong> que a vítima saia <strong>de</strong> casa ou tenha amigos;<br />

Dá explicações não convincentes sobre as marcas e machuca<strong>do</strong>s que a vítima<br />

apresenta;<br />

Abusa <strong>de</strong> álcool e outras drogas;<br />

Po<strong>de</strong> possuir antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> maus-tratos, violência física ou sexual na infância.<br />

O Estatuto <strong>da</strong> Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente fala <strong>do</strong> direito <strong>da</strong><br />

criança <strong>de</strong> estu<strong>da</strong>r e <strong>de</strong> brincar. No artigo 4º, diz:<br />

“É <strong>de</strong>ver <strong>da</strong> família, <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em geral<br />

e <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público assegurar, com absoluta priori<strong>da</strong><strong>de</strong>, a<br />

efetivação <strong>do</strong>s direitos referentes à vi<strong>da</strong>, à saú<strong>de</strong>, à alimentação,<br />

ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à<br />

digni<strong>da</strong><strong>de</strong>, ao respeito, à liber<strong>da</strong><strong>de</strong> e à convivência familiar e<br />

comunitária.” (BRASIL, 1990).


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Que tal fazer uma discussão sobre o<br />

Estatuto <strong>da</strong> Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente<br />

na sua comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO<br />

Os i<strong>do</strong>sos são vítimas <strong>do</strong>s mais diversos tipos <strong>de</strong><br />

violência. Variam <strong>de</strong> insultos a agressões físicas realiza<strong>da</strong>s<br />

por familiares e cui<strong>da</strong><strong>do</strong>res (violência<br />

<strong>do</strong>méstica), maus-tratos em transportes ou instituições<br />

públicas e priva<strong>da</strong>s e as <strong>de</strong>correntes<br />

<strong>de</strong> políticas socioeconômicas, que reforçam<br />

as <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s presentes na socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

(violência social).<br />

O uso abusivo <strong>do</strong> dinheiro <strong>da</strong> aposenta<strong>do</strong>ria<br />

ou <strong>da</strong> pensão <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos pela família revela a<br />

violência social a que está submeti<strong>da</strong> gran<strong>de</strong><br />

parcela <strong>de</strong>ssa população brasileira, relaciona<strong>da</strong><br />

ao quadro <strong>de</strong> pobreza e exclusão social.<br />

Com a criação <strong>do</strong> Estatuto <strong>do</strong> I<strong>do</strong>so, , a<br />

questão <strong>do</strong>s maus-tratos passou a contar<br />

com um instrumento legal que “regula os direitos às pessoas com<br />

i<strong>da</strong><strong>de</strong> igual ou superior a 60 anos”, com previsão <strong>de</strong> pena pelo seu<br />

<strong>de</strong>scumprimento. De acor<strong>do</strong> com o Estatuto, prevenir a ameaça ou<br />

violação <strong>do</strong>s direitos <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos passa a ser um <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

brasileira, bem como torna obrigatória a sua <strong>de</strong>núncia aos<br />

órgãos competentes (autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s policiais, ministérios públicos,<br />

Conselhos <strong>do</strong> I<strong>do</strong>so etc.).<br />

Com frequência, os i<strong>do</strong>sos nem se dão conta <strong>da</strong> violência que estão<br />

viven<strong>do</strong> ou, então, ficam cala<strong>do</strong>s para proteger a família.<br />

231


232<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Alguns indicativos que po<strong>de</strong>m ser uma suspeita <strong>de</strong> violência contra o i<strong>do</strong>so:<br />

São isola<strong>do</strong>s por parentes, impedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sair <strong>de</strong> casa, <strong>de</strong> ter acesso ao dinheiro<br />

<strong>da</strong> aposenta<strong>do</strong>ria ou pensão, quan<strong>do</strong> os filhos ou parentes utilizam seus bens,<br />

patrimônio pessoal;<br />

São ão impedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> procurar os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;<br />

Marcas, cas, fraturas, feri<strong>da</strong>s pelo corpo,<br />

sem uma explicação<br />

correta <strong>do</strong> aci<strong>de</strong>nte;<br />

Humilhações; ões;<br />

Tristeza e<br />

<strong>de</strong>pressão;<br />

Isolamento;<br />

solamento;<br />

Não quer cconversar;<br />

Higiene buc bucal e corporal<br />

precárias;<br />

Magreza<br />

excessiva.<br />

Que tal fazer uma discussão sobre o Estatuto <strong>do</strong><br />

I<strong>do</strong>so na sua comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

VIOLÊNCIA CONTRA PESSOAS PORTADORAS DE<br />

DEFICIÊNCIA FÍSICA E MENTAL<br />

No caso <strong>de</strong> pessoas porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência, a violência se manifesta<br />

<strong>de</strong> várias formas, como discriminação <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> família, isolamento<br />

<strong>do</strong> convívio familiar e social, a família <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> buscar os seus<br />

direitos à educação, saú<strong>de</strong> e assistência social, impedin<strong>do</strong>-os <strong>de</strong> viver<br />

com digni<strong>da</strong><strong>de</strong> por consi<strong>de</strong>rá-los diferentes.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Alguns indicativos que po<strong>de</strong>m ser uma suspeita <strong>de</strong> violência contra os porta<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência física e mental:<br />

Não permitir que a pessoa saia <strong>de</strong> casa;<br />

Marcas <strong>de</strong> cor<strong>da</strong>s, fio <strong>de</strong> luz ou outro material nos braços, pulsos, pés, tornozelos<br />

que sugiram que a pessoa estava amarra<strong>da</strong>;<br />

Higiene bucal e corporal precárias;<br />

Magreza excessiva;<br />

Agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

Falta <strong>de</strong> assistência <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, psicológica e assistência social;<br />

Fraturas.<br />

PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA FAMILIAR<br />

A prevenção <strong>da</strong> violência também se faz estimulan<strong>do</strong> a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> a pleitear<br />

junto ao prefeito que:<br />

Melhore a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio social <strong>da</strong>s pessoas, principalmente as mais carentes;<br />

Invista em programas sociais que busquem a inclusão social, a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, maior e melhor acesso à alimentação, à escola, à moradia e ao lazer;<br />

Garanta atendimento às pessoas vítimas <strong>do</strong> alcoolismo, usuários <strong>de</strong> drogas,<br />

pessoas porta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> transtorno mental;<br />

Garanta um pré-natal a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, aju<strong>da</strong>n<strong>do</strong> principalmente as futuras mães mais<br />

carentes e as mais jovens;<br />

Garanta o acesso pleno e informa<strong>do</strong> aos méto<strong>do</strong>s anticoncepcionais;<br />

Oportunize o acesso ao trabalho e ren<strong>da</strong> às famílias.<br />

Seu papel na prevenção <strong>da</strong> violência:<br />

Estimular o diálogo na família;<br />

Estimular a prática <strong>de</strong> esportes, <strong>da</strong>nça, teatro, trabalhos manuais;<br />

Discutir a importância <strong>de</strong> ter uma profissão para conseguir trabalho e ren<strong>da</strong>;<br />

233


234<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Discutir a importância <strong>de</strong> ter amigos, fazer parte <strong>de</strong> grupos ou associações que<br />

promovam a melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>;<br />

Informar Inf que o silêncio só protege os agressores, e não as vítimas.<br />

Portanto, <strong>de</strong>ve-se romper com o silêncio <strong>da</strong> violência.<br />

As crianças precisam se sentir protegi<strong>da</strong>s, não precisam<br />

sofrer aquilo que os pais sofreram.<br />

ATRIBUIÇÕES FRENTE À VIOLÊNCIA FAMILIAR<br />

Estar atento aos sinais <strong>de</strong> violência, durante a realização <strong>da</strong>s visitas <strong>do</strong>miciliares<br />

<strong>de</strong> rotina, não se esquecen<strong>do</strong> <strong>de</strong> que a família é um espaço íntimo e que é preciso<br />

ter cui<strong>da</strong><strong>do</strong> na forma <strong>de</strong> fazer as perguntas, <strong>de</strong> abor<strong>da</strong>r as pessoas e <strong>de</strong> fazer as<br />

anotações;<br />

Procurar verificar se há situações que po<strong>de</strong>m levar a casos <strong>de</strong> violência;<br />

Orientar que os pais ou responsáveis <strong>de</strong>vem manter a calma, não ser agressivos e<br />

enten<strong>de</strong>r que o choro <strong>do</strong> bebê é a forma <strong>de</strong>le se comunicar;<br />

Ouvir com atenção o que as pessoas comentam sobre seus problemas;<br />

Dar apoio para aquelas que querem falar, mas não têm coragem;<br />

Observar mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> hábitos, se alguém está agin<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma diferente,<br />

aproximar-se para enten<strong>de</strong>r suas reações;<br />

Evitar censurar comportamentos que lhe pareçam estranhos ou comentar com<br />

terceiros o que você está perceben<strong>do</strong>;<br />

Evitar conclusões precipita<strong>da</strong>s ou distorci<strong>da</strong>s. É necessário consi<strong>de</strong>rar um conjunto<br />

<strong>de</strong> sinais, e não sinais isola<strong>do</strong>s;<br />

Realizar o mapeamento <strong>de</strong> famílias <strong>de</strong> risco com relação à violência, na área <strong>de</strong><br />

abrangência <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> à qual está vincula<strong>do</strong>;<br />

Apoiar, quan<strong>do</strong> necessário, o Conselho Tutelar, as escolas e as creches, na avaliação<br />

<strong>de</strong> situações que indiquem violência a partir <strong>da</strong> pactuação com a equipe;


Registrar o acompanhamento familiar <strong>de</strong> casos notifica<strong>do</strong>s pela UBS, observan<strong>do</strong><br />

se a violência continua, prestan<strong>do</strong> orientações às famílias ou responsáveis;<br />

Encaminhar os casos com fortes suspeitas <strong>de</strong> violência à Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

para, em conjunto com o supervisor e a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>finir qual a conduta<br />

mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> à situação. O que po<strong>de</strong> envolver a participação <strong>de</strong> outros profissionais<br />

e instituições;<br />

Planejar e organizar com a aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que permitam<br />

à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> refletir e <strong>de</strong>bater sobre comportamentos violentos: reuniões com<br />

homens e mulheres, com crianças e a<strong>do</strong>lescentes, com professores, oficinas,<br />

teatro, palestras com especialistas, entre outras ações;<br />

Envolver um maior número possível <strong>de</strong> grupos e instituições <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>: escolas,<br />

igrejas, associação <strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res, <strong>de</strong> futebol, grupos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong>s direitos<br />

humanos. Discutin<strong>do</strong> que to<strong>da</strong>s as pessoas têm direito a viver como ci<strong>da</strong>dãos e<br />

que é possível li<strong>da</strong>r com os conflitos <strong>de</strong> maneira equilibra<strong>da</strong>.<br />

É importante conhecer algumas instituições públicas essenciais<br />

para garantir os direitos fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> população<br />

1. <strong>Ministério</strong> Público<br />

Instituição <strong>de</strong>stina<strong>da</strong> à preservação <strong>do</strong>s direitos fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> população.<br />

É a <strong>de</strong>fesa <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m jurídica.<br />

Anote aqui o en<strong>de</strong>reço e telefones <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> Público na<br />

sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

2. Defensoria Pública<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Órgão responsável pela assistência jurídica gratuita aos que<br />

necessitarem.<br />

235


236<br />

Anote aqui o en<strong>de</strong>reço e telefones <strong>da</strong> Defensoria Pública<br />

na sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

3. Varas e Juiza<strong>do</strong>s Especializa<strong>do</strong>s<br />

Responsáveis pelo acompanhamento e julgamento <strong>de</strong> casos<br />

<strong>de</strong> violência.<br />

As mais importantes para tratar <strong>da</strong> violência familiar são as Varas <strong>de</strong><br />

Família, as Varas <strong>da</strong> Infância e Juventu<strong>de</strong> e as Varas Criminais.<br />

O Juiza<strong>do</strong> ou autori<strong>da</strong><strong>de</strong> semelhante po<strong>de</strong> colocar a vítima em abrigos<br />

ou famílias substitutas. No caso <strong>de</strong> violência contra a criança ou<br />

a<strong>do</strong>lescente, o afastamento <strong>da</strong> vítima <strong>do</strong> lar po<strong>de</strong> ser traumático e<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como uma segun<strong>da</strong> violência, por inúmeras razões: a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> rea<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong> vítima à família, a má recepção <strong>da</strong> vítima<br />

pelas famílias, o me<strong>do</strong> <strong>da</strong> vítima <strong>de</strong> que uma nova violência ocorra.<br />

Anote aqui o en<strong>de</strong>reço e telefones <strong>da</strong>s Varas e Juiza<strong>do</strong>s<br />

especializa<strong>do</strong>s na sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

4. Delegacias<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Executam ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> proteção, prevenção e vigilância às vítimas<br />

<strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong> violência e responsabilização <strong>do</strong>s agressores. A<br />

investigação <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> violência familiar é função <strong>da</strong>s <strong>de</strong>legacias.<br />

Existem <strong>de</strong>legacias especializa<strong>da</strong>s na proteção à criança e ao a<strong>do</strong>lescente,<br />

e as <strong>de</strong> proteção à mulher. No entanto, elas ain<strong>da</strong> não foram<br />

cria<strong>da</strong>s em to<strong>do</strong>s os municípios.


Conselhos<br />

GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Anote aqui o en<strong>de</strong>reço <strong>da</strong>s <strong>de</strong>legacias na sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

Conselhos <strong>do</strong>s Direitos <strong>da</strong> Mulher:<br />

Elaboram propostas e promovem políticas para eliminar discriminações,<br />

constrangimentos à mulher e superar as <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s entre<br />

homens e mulheres.<br />

Casas <strong>de</strong> Apoio para Mulheres em Situações <strong>de</strong> Risco:<br />

São locais on<strong>de</strong> mulheres vítimas <strong>de</strong> violência <strong>do</strong>méstica e sexual,<br />

com seus filhos menores, são acolhi<strong>da</strong>s. O local é sigiloso e as vítimas<br />

recebem assistência médica, psicológica e capacitação profissional,<br />

por um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong>.<br />

Conselhos <strong>de</strong> Defesa <strong>do</strong>s Direitos <strong>da</strong> Criança e<br />

<strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente:<br />

São responsáveis em acompanhar e interferir na política <strong>de</strong> enfrentamento<br />

<strong>da</strong> violência pratica<strong>da</strong> contra crianças e a<strong>do</strong>lescentes.<br />

Conselhos Tutelares:<br />

Recebem <strong>de</strong>núncias, verificam, encaminham e orientam os casos <strong>de</strong><br />

violação <strong>do</strong>s direitos <strong>da</strong> criança e <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente. Age diante <strong>da</strong> ameaça,<br />

risco ou quan<strong>do</strong> a violência já aconteceu.<br />

237


Doenças transmiti<strong>da</strong>s por<br />

vetores: mosquitos, insetos,<br />

moluscos e outros<br />

239


240<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Os diferentes profissionais <strong>da</strong>s<br />

equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Atenção<br />

Primária/Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família têm<br />

um papel importante no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> vigilância<br />

em saú<strong>de</strong>, com algumas funções<br />

comuns e outras específicas<br />

a ca<strong>da</strong> um.<br />

O agente comunitário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

e o agente <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mias<br />

são profissionais com<br />

papéis fun<strong>da</strong>mentais, pois são a<br />

ligação entre a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e os<br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Devem atuar <strong>de</strong> maneira integra<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> forma a potencializar o<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho, evitan<strong>do</strong><br />

duplici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ações. Juntos, enfrentam<br />

os principais problemas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>-<strong>do</strong>ença <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Durante uma visita <strong>do</strong>miciliar,<br />

você, ao i<strong>de</strong>ntificar uma caixa<br />

d’água <strong>de</strong> difícil acesso ou um<br />

cria<strong>do</strong>uro que não consiga <strong>de</strong>struir<br />

e que precisa <strong>da</strong> utilização<br />

<strong>do</strong> larvici<strong>da</strong>, <strong>de</strong>verá contatar o<br />

agente <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mias<br />

(ACE) para planejamento <strong>da</strong>s<br />

ações. Para o sucesso <strong>do</strong> trabalho,<br />

é fun<strong>da</strong>mental a integração<br />

<strong>de</strong>sses profissionais.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Atuação geral no controle <strong>de</strong> vetores aos agravos abor<strong>da</strong><strong>do</strong>s neste guia:<br />

I<strong>de</strong>ntificar sinais e sintomas <strong>do</strong>s agravos/<strong>do</strong>enças e orientar os casos suspeitos<br />

para procurarem a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para diagnóstico e tratamento <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com as orientações <strong>da</strong> Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>;<br />

Orientar a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> quanto ao uso <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> proteção individual, familiar<br />

e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para a prevenção <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças;<br />

Planejar e programar as ações <strong>de</strong> controle <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças em conjunto com o agente<br />

comunitário <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mias e a equipe <strong>de</strong> Atenção Primária/Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Família;<br />

Promover reuniões com a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> com o objetivo <strong>de</strong> incentivar a realização<br />

<strong>da</strong>s ações <strong>de</strong> prevenção e controle <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, malária, esquistossomose e tracoma,<br />

bem como conscientizar quanto à importância <strong>de</strong> que to<strong>da</strong>s as residências <strong>de</strong><br />

uma área infesta<strong>da</strong> por vetores sejam trabalha<strong>da</strong>s (trabalhar em cooperação com<br />

o ACE);<br />

Incentivar e mobilizar a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>de</strong>senvolver ações simples <strong>de</strong> manejo<br />

ambiental para controle <strong>de</strong> vetores (insetos, roe<strong>do</strong>res, moscas, entre outros);<br />

Atuar nas residências, informan<strong>do</strong> os seus mora<strong>do</strong>res sobre as <strong>do</strong>enças – seus<br />

sintomas e riscos –, os agentes transmissores e as medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> prevenção;<br />

Realizar ações <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> mobilização social.<br />

Malária: orientar o uso <strong>de</strong> repelentes, uso <strong>de</strong> roupas e acessórios<br />

para diminuir o contato com o mosquito, uso <strong>de</strong> mosquiteiros e cortinas<br />

embebi<strong>do</strong>s ou não em insetici<strong>da</strong>s, colocação <strong>de</strong> telas em portas<br />

e janelas.<br />

Dengue: a principal medi<strong>da</strong> é evitar a existência <strong>de</strong> cria<strong>do</strong>uros – locais<br />

que acumulam água on<strong>de</strong> os mosquitos possam se reproduzir.<br />

Esquistossomose: <strong>de</strong>senvolver medi<strong>da</strong>s simples <strong>de</strong> cui<strong>da</strong><strong>do</strong> ambiental<br />

para o controle <strong>de</strong> caramujos.<br />

Tracoma: orientar especialmente a lavagem frequente <strong>do</strong> rosto <strong>da</strong>s<br />

crianças e <strong>de</strong> melhorias <strong>de</strong> hábitos no cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com o corpo e <strong>da</strong>s<br />

condições sanitárias e ambientais.<br />

241


242<br />

Como comenta<strong>do</strong> anteriormente, o agente <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mias<br />

tem, entre outras atribuições, algumas que são específicas,<br />

como:<br />

DENGUE<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

Realizar, Realizar quan<strong>do</strong> indica<strong>da</strong>, a aplicação <strong>de</strong> larvici<strong>da</strong>s/moluscoci<strong>da</strong>s químicos e<br />

biológicos; a borrifação intra<strong>do</strong>miciliar <strong>de</strong> efeito residual; e a aplicação espacial<br />

<strong>de</strong> insetici<strong>da</strong>s por meio <strong>de</strong> nebulizações;<br />

Realizar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e mapeamento <strong>de</strong> coleções hídricas <strong>de</strong><br />

importância epi<strong>de</strong>miológica, ou seja, locais on<strong>de</strong> a água possa ser cria<strong>do</strong>uro <strong>de</strong><br />

vetores <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças.<br />

É uma <strong>do</strong>ença infecciosa febril agu<strong>da</strong> causa<strong>da</strong> pelo mosquito<br />

Ae<strong>de</strong>s aegypti.<br />

É hoje uma <strong>da</strong>s <strong>do</strong>enças mais frequentes no Brasil, atingin<strong>do</strong> a população<br />

<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os Esta<strong>do</strong>s, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> classe social.<br />

No seu ciclo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, o mosquito<br />

apresenta quatro fases: ovo,<br />

larva, pupa e adulto. O mosquito<br />

adulto vive em média <strong>de</strong><br />

30 a 35 dias. A sua fêmea põe<br />

ovos <strong>de</strong> quatro a seis vezes durante<br />

sua vi<strong>da</strong> e, em ca<strong>da</strong> vez,<br />

cerca <strong>de</strong> 100 ovos, em locais<br />

com água limpa e para<strong>da</strong>.<br />

Um ovo <strong>de</strong> Ae<strong>de</strong>s aegypti po<strong>de</strong> sobreviver por até 450 dias (aproxima<strong>da</strong>mente<br />

um ano e <strong>do</strong>is meses), mesmo que o local on<strong>de</strong> ele foi<br />

<strong>de</strong>posita<strong>do</strong> fique seco. Se esse recipiente receber água novamente,<br />

o ovo volta a ficar ativo (vivo), po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> se transformar em larva e<br />

atingir a fase adulta <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>, aproxima<strong>da</strong>mente, <strong>do</strong>is ou três dias.<br />

Quan<strong>do</strong> não encontra recipientes apropria<strong>do</strong>s (cria<strong>do</strong>uros), a fêmea


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

<strong>do</strong> Ae<strong>de</strong>s aegypti, em casos raros, po<strong>de</strong> voar a gran<strong>de</strong>s distâncias em<br />

busca <strong>de</strong> outros locais para <strong>de</strong>positar seus ovos.<br />

Nas casas, o Ae<strong>de</strong>s aegypti é encontra<strong>do</strong> normalmente em pare<strong>de</strong>s,<br />

móveis, peças <strong>de</strong> roupas pendura<strong>da</strong>s e mosquiteiros.<br />

A fêmea <strong>do</strong> Ae<strong>de</strong>s aegypti costuma picar as pessoas durante o dia.<br />

Não se pega <strong>de</strong>ngue no contato <strong>de</strong> pessoa a pessoa e nem por meio<br />

<strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> alimentos.<br />

Alguns sintomas: você <strong>de</strong>ve estar atento às pessoas com febre há, no<br />

máximo, sete dias acompanha<strong>da</strong>s <strong>de</strong> pelo menos <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s seguintes<br />

sintomas: <strong>do</strong>r <strong>de</strong> cabeça, <strong>do</strong>r por trás <strong>do</strong>s olhos, <strong>do</strong>res musculares e<br />

articulações, prostação ou manchas pequenas e vermelhas pelo corpo<br />

com ou sem hemorragia. Você <strong>de</strong>ve orientar essas pessoas a procurar<br />

a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> o mais rápi<strong>do</strong> possível.<br />

Roteiro <strong>de</strong> orientação preventiva<br />

OBSERVAR ORIENTAÇÃO À FAMÍLIA E À COMUNIDADE<br />

Pratos <strong>de</strong> plantas Escorrer a água <strong>do</strong>s pratinhos <strong>do</strong>s vasos<br />

<strong>de</strong> plantas, lavar com uma escova e<br />

colocar areia grossa até a bor<strong>da</strong>.<br />

Vasos <strong>de</strong> flores com água Lavar a pare<strong>de</strong> interna <strong>do</strong>s vasos e<br />

trocar a água uma vez por semana.<br />

Flores tipo bromélias Regar com solução <strong>de</strong> água sanitária,<br />

uma vez por semana (uma colher <strong>de</strong> sopa<br />

<strong>de</strong> água sanitária para ca<strong>da</strong> litro <strong>de</strong> água).<br />

Caixa d’água e poço Manter sempre limpos e ve<strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

Calhas <strong>de</strong> água <strong>de</strong> chuva Verificar se não estão entupi<strong>da</strong>s. Remover as folhas<br />

que possam impedir o escoamento <strong>da</strong> água.<br />

Continua...<br />

243


244<br />

Continuação<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

OBSERVAR ORIENTAÇÃO À FAMÍLIA E À COMUNIDADE<br />

Vasilhas <strong>de</strong> água<br />

para animais<br />

Tampinhas <strong>de</strong> garrafas,<br />

casca <strong>de</strong> ovo, saquinhos<br />

plásticos e <strong>de</strong> vidro, copos<br />

<strong>de</strong>scartáveis ou qualquer<br />

outro objeto que possa<br />

acumular água<br />

Lavar com água corrente pelo menos<br />

uma vez por semana.<br />

Destruir, se possível, e colocar tu<strong>do</strong> em saco plástico, fechar bem e jogar<br />

no lixo.<br />

Vasos sanitários em <strong>de</strong>suso Deixar a tampa sempre fecha<strong>da</strong>. Em banheiros pouco usa<strong>do</strong>s, <strong>da</strong>r a<br />

<strong>de</strong>scarga uma vez por semana.<br />

Ralos <strong>de</strong> cozinha, <strong>de</strong> banheiros,<br />

<strong>de</strong> sauna e duchas<br />

Lagos, cascatas e espelhos<br />

d’água <strong>de</strong>corativos<br />

Verificar se há entupimento. Se houver, provi<strong>de</strong>nciar o imediato <strong>de</strong>sentupimento<br />

e, se não estiver usan<strong>do</strong>, mantê-los fecha<strong>do</strong>s.<br />

Manter esses locais sempre limpos. Criar peixes, pois eles se alimentam <strong>de</strong><br />

larvas. Se não quiser criar peixes, mantenha a água trata<strong>da</strong> com cloro ou<br />

encha <strong>de</strong> areia.<br />

Pneus velhos aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s Entregá-los ao serviço <strong>de</strong> limpeza urbana. Caso realmente seja necessário<br />

mantê-los, guar<strong>da</strong>r em local coberto e abriga<strong>do</strong> <strong>da</strong> chuva.<br />

Piscinas em <strong>de</strong>suso ou não<br />

trata<strong>da</strong>s<br />

Garrafas <strong>de</strong> plástico e <strong>de</strong><br />

vidro<br />

Tratar a água com cloro. Limpar uma vez por semana. Devem estar cobertas<br />

se não estiverem sen<strong>do</strong> usa<strong>da</strong>s. Se estiverem vazias, colocar 1 kg <strong>de</strong> sal<br />

no ponto mais raso.<br />

Se possível, <strong>de</strong>struir ou tampar e jogar no lixo to<strong>da</strong>s que não for usar. Caso<br />

precise, guar<strong>da</strong>r em local protegi<strong>do</strong> <strong>da</strong> chuva, tampa<strong>da</strong>s ou com a boca<br />

para baixo.<br />

Lajes Retirar sempre a água acumula<strong>da</strong>.<br />

Cacos <strong>de</strong> vidro nos muros Colocar areia em to<strong>do</strong>s aqueles que possam acumular água.<br />

Bal<strong>de</strong>s e outros materiais<br />

em uso que possam<br />

acumular água<br />

Guar<strong>da</strong>r <strong>de</strong> boca para baixo. Secar tu<strong>do</strong> e guar<strong>da</strong>r em local coberto.<br />

Entulho e lixo Evitar que se acumulem. Manter o local sempre limpo.<br />

Outras situações<br />

_________________<br />

_________________<br />

Avaliá-las. Se você tem conhecimento, oriente conforme a situação encontra<strong>da</strong>.<br />

Se não souber como proce<strong>de</strong>r, leve a situação encontra<strong>da</strong> à equipe<br />

<strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Além <strong>da</strong>s atribuições gerais, há algumas específicas por agravo.<br />

Ações relaciona<strong>da</strong>s ao controle <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue:<br />

Vistoriar a casa e o quintal, acompanha<strong>do</strong> pelo mora<strong>do</strong>r, para i<strong>de</strong>ntificar locais<br />

<strong>de</strong> existência <strong>de</strong> objetos que sejam ou possam se transformar em cria<strong>do</strong>uros <strong>de</strong><br />

mosquito transmissor <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, conforme o roteiro anterior;<br />

Orientar e acompanhar o mora<strong>do</strong>r na retira<strong>da</strong>, <strong>de</strong>struição ou ve<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> objetos<br />

que possam se transformar em cria<strong>do</strong>uros <strong>de</strong> mosquitos;<br />

Caso seja necessário, retirar os ovos e larvas <strong>do</strong> mosquito;<br />

Encaminhar ao ACE os casos <strong>de</strong> verificação <strong>de</strong> cria<strong>do</strong>uros <strong>de</strong> difícil acesso ou que<br />

necessitem <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> larvici<strong>da</strong>s/biolarvici<strong>da</strong>s;<br />

Comunicar à Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e ao ACE a existência <strong>de</strong> cria<strong>do</strong>uros <strong>de</strong><br />

larvas e/ou <strong>do</strong> mosquito transmissor <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue que <strong>de</strong>pen<strong>da</strong>m <strong>de</strong> tratamento<br />

químico/biológico, <strong>da</strong> interferência <strong>da</strong> vigilância sanitária ou <strong>de</strong> outras intervenções<br />

<strong>do</strong> po<strong>de</strong>r público;<br />

Comunicar à Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e ao ACE os imóveis fecha<strong>do</strong>s, a existência<br />

<strong>de</strong> mora<strong>do</strong>res que não autorizaram ações <strong>de</strong> vigilância ou são resistentes às<br />

orientações <strong>de</strong> prevenção;<br />

Conhecer sinais e sintomas <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue, i<strong>de</strong>ntificar as pessoas que os apresentarem<br />

e orientar para que procurem a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, e que comecem a<br />

tomar muito líqui<strong>do</strong> imediatamente;<br />

Reunir semanalmente com o agente <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mias e equipe <strong>da</strong><br />

Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para planejar ações conjuntas, trocar informações sobre<br />

suspeitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ngue que apresentam febre, evolução <strong>do</strong>s números <strong>de</strong> infestação<br />

por Ae<strong>de</strong>s aegypti <strong>da</strong> área <strong>de</strong> abrangência, cria<strong>do</strong>uros preferenciais e medi<strong>da</strong>s que<br />

estão sen<strong>do</strong> ou <strong>de</strong>verão ser a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong>s para melhorar a situação.<br />

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246<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

ESQUISTOSSOMOSE (XISTOSOMOSE, XISTOSE,<br />

XISTOSA, DOENÇA DOS CARAMUJOS, BARRIGA<br />

D´ÁGUA E DOENÇA DE MANSON-PIRAJÁ DA SILVA)<br />

É uma <strong>do</strong>ença <strong>de</strong> veiculação hídrica causa<strong>da</strong> por um verme. No início,<br />

é assintomática, mas po<strong>de</strong> evoluir até formas muito graves.<br />

Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>da</strong> região, é também conheci<strong>da</strong> como: xistose, xistosa,<br />

xistosomose, <strong>do</strong>ença <strong>do</strong>s caramujos, barriga d’água e <strong>do</strong>ença <strong>de</strong><br />

Manson-Pirajá <strong>da</strong> Silva.<br />

Como se pega: o homem infecta<strong>do</strong> elimina ovos viáveis <strong>de</strong> S. mansoni<br />

(verme) por meio <strong>da</strong>s fezes. Esses ovos, ao entrarem em contato<br />

com a água, rompem-se e permitem a saí<strong>da</strong> <strong>de</strong> larvas cilia<strong>da</strong>s. Essas<br />

larvas penetram no caramujo, multiplicam-se e, entre quatro e seis<br />

semanas, começam a ser elimina<strong>da</strong>s na forma <strong>de</strong> larvas infectantes<br />

chama<strong>da</strong>s <strong>de</strong> cercárias. Elas penetram no ser humano pela pele, mais<br />

frequentemente pelos pés e pernas, por serem áreas <strong>do</strong> corpo que<br />

ficam em maior contato com águas contamina<strong>da</strong>s <strong>de</strong> rios e lagos.<br />

As cercárias são vistas em maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> no horário entre 10h e<br />

16h, quan<strong>do</strong> a luz solar e o calor são mais intensos.<br />

Alguns sintomas: após contato com água contamina<strong>da</strong>, inicia com<br />

uma coceira e aparecimento <strong>de</strong> pontos vermelhos na pele como se<br />

fossem pica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> insetos (em um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24 a 72 horas, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

chegar até 15 dias). Cerca <strong>de</strong> um a <strong>do</strong>is meses após, aparecem<br />

sintomas como febre, <strong>do</strong>r <strong>de</strong> cabeça, falta <strong>de</strong> apetite, náuseas, tosse,<br />

diarreia.<br />

Quan<strong>do</strong> encontrar casos com os sinais cita<strong>do</strong>s, você <strong>de</strong>ve orientar a<br />

família para procurar a UBS.<br />

É importante i<strong>de</strong>ntificar as condições que favorecem a ocorrência<br />

<strong>de</strong> casos e a presença <strong>de</strong> focos <strong>de</strong> transmissão <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença (falta <strong>de</strong>


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

saneamento <strong>do</strong>miciliar e ambiental). O trabalho em conjunto com a<br />

equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e instituições locais tem maiores resulta<strong>do</strong>s na i<strong>de</strong>ntificação<br />

permanente <strong>de</strong> casos.<br />

Ações relaciona<strong>da</strong>s ao controle <strong>da</strong> esquistossomose:<br />

Supervisionar a toma<strong>da</strong> em <strong>do</strong>se única <strong>da</strong> medicação para esquistossomose,<br />

quan<strong>do</strong> indica<strong>da</strong>;<br />

Agen<strong>da</strong>r o controle <strong>de</strong> cura, que consiste na realização <strong>de</strong> três exames <strong>de</strong> fezes<br />

em dias segui<strong>do</strong>s, após o quarto mês <strong>de</strong> tratamento;<br />

Investigar a existência <strong>de</strong> casos na família e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, a partir <strong>do</strong> caso confirma<strong>do</strong><br />

por meio <strong>do</strong> exame parasitológico <strong>de</strong> fezes, conforme planejamento e<br />

programação <strong>da</strong> Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>;<br />

Distribuir recipientes <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> material para exame parasitológico <strong>de</strong> fezes;<br />

Orientar a população sobre a forma <strong>de</strong> evitar locais que possam oferecer risco<br />

para a formação <strong>de</strong> cria<strong>do</strong>uros <strong>de</strong> caramujos;<br />

Comunicar à Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> a existência <strong>de</strong> cria<strong>do</strong>uros <strong>de</strong> caramujos;<br />

Encaminhar ao ACE os casos em que haja necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> uso <strong>de</strong> equipamentos e<br />

produtos específicos, como moluscoci<strong>da</strong>s.<br />

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248<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

MALÁRIA<br />

É uma <strong>do</strong>ença infecciosa causa<strong>da</strong> por protozoário (Plasmodium).<br />

Também é conheci<strong>da</strong> como paludismo, impaludismo, febre palustre,<br />

febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além<br />

<strong>do</strong>s nomes populares: maleita, sezão, treme<strong>de</strong>ira, bate<strong>de</strong>ira ou febre.<br />

Alguns sintomas: mal-estar, <strong>do</strong>r <strong>de</strong> cabeça, cansaço, <strong>do</strong>r muscular,<br />

náuseas e vômitos, que acontecem antes <strong>da</strong> febre <strong>da</strong> malária – febre<br />

alta po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> atingir 41° C.<br />

Como se pega: por meio <strong>da</strong> pica<strong>da</strong> <strong>da</strong> fêmea <strong>do</strong> mosquito infecta<strong>da</strong><br />

com o Plasmodium. Como o mosquito tem hábito alimentar ao entar<strong>de</strong>cer<br />

e ao amanhecer e em algumas regiões <strong>da</strong> Amazônia tem hábitos<br />

noturnos, pica as pessoas durante to<strong>da</strong>s as horas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o entar<strong>de</strong>cer<br />

até o amanhecer. A <strong>do</strong>ença não passa <strong>de</strong> pessoa para pessoa.<br />

Casos suspeitos: em área on<strong>de</strong> é comum acontecer muitos casos<br />

(mais comum na região Amazônica), to<strong>da</strong> pessoa que apresentar febre,<br />

que seja resi<strong>de</strong>nte ou que tenha se <strong>de</strong>sloca<strong>do</strong> por lugares on<strong>de</strong><br />

têm malária no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 8 a 30 dias anteriores a ter os primeiros sintomas.<br />

Em áreas on<strong>de</strong> não é comum<br />

acontecer casos, to<strong>da</strong> pessoa<br />

que apresentar febre com os<br />

sintomas: calafrios, tremores,<br />

cansaço, <strong>do</strong>r muscular<br />

e que tenha vin<strong>do</strong> <strong>de</strong> um<br />

lugar on<strong>de</strong> tem malária no<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 8 a 30 dias anteriores<br />

ao aparecimento <strong>do</strong>s<br />

primeiros sintomas.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Você <strong>de</strong>ve orientar os casos suspeitos a procurarem a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, para diagnóstico e tratamento.<br />

Ações relaciona<strong>da</strong>s ao controle <strong>da</strong> malária:<br />

Em zona urbana – na ci<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

Promover o acompanhamento <strong>do</strong>s pacientes em tratamento, reforçan<strong>do</strong> a importância<br />

<strong>de</strong> concluí-lo;<br />

Investigar a existência <strong>de</strong> casos na comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, a partir <strong>da</strong>s pessoas que apresentem<br />

algum sintoma <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença;<br />

Preencher e encaminhar para a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> a ficha <strong>de</strong> notificação<br />

<strong>do</strong>s casos ocorri<strong>do</strong>s.<br />

Em área rural – no campo:<br />

Além <strong>da</strong>s ações cita<strong>da</strong>s anteriormente:<br />

Proce<strong>de</strong>r à aplicação <strong>de</strong> imunotestes, conforme orientação <strong>da</strong> Coor<strong>de</strong>nação<br />

Municipal <strong>da</strong> Atenção Básica;<br />

Receber o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s exames e provi<strong>de</strong>nciar o acesso ao tratamento imediato<br />

e a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as orientações <strong>da</strong> Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e <strong>do</strong><br />

Programa Nacional <strong>de</strong> Malária;<br />

Coletar lâmina:<br />

• De pessoas que apresentem sinais e sintomas e enviá-la ao profissional responsável<br />

para leitura (microscopista). Quan<strong>do</strong> não for possível essa coleta, encaminhar<br />

as pessoas para a UBS ou para o microscopista;<br />

• Para verificação <strong>de</strong> cura (L VC) após o término <strong>do</strong> tratamento e encaminhá-la<br />

para leitura <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com estratégia local.<br />

Você po<strong>de</strong> saber mais sobre suas atribuições em relação à prevenção<br />

e controle <strong>da</strong> <strong>de</strong>ngue e malária na portaria n° 44, <strong>de</strong> 3<br />

<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2002. Você po<strong>de</strong> ter acesso a ela por meio <strong>do</strong> site<br />

www.sau<strong>de</strong>.gov.br/<strong>da</strong>b<br />

249


250<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

TRACOMA<br />

É uma inflamação nos olhos causa<strong>da</strong> por uma bactéria. É consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />

a principal causa <strong>de</strong> cegueira evitável no mun<strong>do</strong>.<br />

Tem duas fases:<br />

Fase inflamatória (que é transmissível).<br />

Fase sequelar (que não é transmissível).<br />

Como se pega: por meio <strong>do</strong> contato <strong>do</strong>s olhos com objetos<br />

contamina<strong>do</strong>s (lenços, toalhas, lençóis, fronhas) ou olho a olho<br />

<strong>de</strong> pessoas <strong>do</strong>entes que estejam na fase inflamatória <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença.<br />

A mosca <strong>do</strong>méstica ou a lambe-olhos po<strong>de</strong> atuar na transmissão<br />

<strong>de</strong>la. A falta <strong>de</strong> água, a eliminação ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos, em<br />

conjunto com as condições sanitárias <strong>de</strong>ficientes e falta <strong>de</strong> higiene,<br />

facilitam o avanço <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença.<br />

Alguns sintomas: lacrimejamento, sensação <strong>de</strong> cisco no olho, sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

à luz, coceira, sinais <strong>de</strong> secreção com pus em pequena quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

olho seco e diminuição <strong>da</strong> visão.<br />

São consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s casos suspeitos pessoas que apresentarem história<br />

<strong>de</strong> conjuntivite dura<strong>do</strong>ura, coceira e sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à luz.<br />

Ações relaciona<strong>da</strong>s ao controle <strong>do</strong> tracoma:<br />

I<strong>de</strong>ntificar pessoas com queixa <strong>de</strong> cílios tocan<strong>do</strong> o globo ocular, lacrimejamento,<br />

sensação <strong>de</strong> cisco <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> olho, coceira, sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> à luz e secreção com pus<br />

e orientar que procure a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>;<br />

Acompanhar as pessoas em tratamento e orientá-las quanto à importância <strong>da</strong><br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> terminá-lo;


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Orientar quanto à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> lavar a face várias vezes ao dia, evitar <strong>do</strong>rmir<br />

em camas com várias pessoas e dividir lençóis e toalhas, para prevenir tracoma;<br />

Realizar busca <strong>de</strong> casos, em <strong>do</strong>micílio, escolas, creches, orfanatos, entre outros,<br />

após a notificação <strong>de</strong> um caso na sua área;<br />

Registrar os casos confirma<strong>do</strong>s, em ficha específica – e no Sinan NET, informan<strong>do</strong><br />

a Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>;<br />

Acompanhar os <strong>de</strong>mais profissionais <strong>da</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nas visitas <strong>de</strong> controle<br />

<strong>de</strong> casos positivos após o tratamento, para avaliação <strong>da</strong> sua evolução;<br />

1ª visita <strong>de</strong> controle <strong>do</strong> caso – <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong> 6 (seis) meses após início <strong>do</strong><br />

tratamento;<br />

2ª visita <strong>de</strong> controle <strong>do</strong> caso – <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>da</strong> 12 (<strong>do</strong>ze) meses após o início <strong>do</strong><br />

tratamento;<br />

Desenvolver ações educativas e <strong>de</strong> mobilização <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> relativas à promoção<br />

à saú<strong>de</strong>, prevenção e ao controle <strong>do</strong> tracoma em sua área <strong>de</strong> abrangência;<br />

Mobilizar a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> para <strong>de</strong>senvolver medi<strong>da</strong>s simples <strong>de</strong> higiene, especialmente<br />

orientar a lavagem frequente <strong>do</strong> rosto <strong>da</strong>s crianças e <strong>de</strong> melhorias <strong>de</strong><br />

hábitos no cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com o corpo e <strong>da</strong>s condições sanitárias e ambientais.<br />

251


252<br />

ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES<br />

En<strong>de</strong>mia<br />

En<strong>de</strong>mia é qualquer <strong>do</strong>ença que ocorre apenas em um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

local ou região <strong>de</strong> forma persistente e permanente, não atingin<strong>do</strong><br />

nem se espalhan<strong>do</strong> para outras comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Enquanto a epi<strong>de</strong>mia significa o aumento <strong>do</strong> número <strong>de</strong> casos e que<br />

se espalha por outras locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a en<strong>de</strong>mia tem duração contínua,<br />

mas somente em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> área. No Brasil, existem áreas endêmicas.<br />

Por exemplo, a febre amarela é comum na Amazônia. No perío<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> infestação <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença, as pessoas que viajam para essa região precisam<br />

ser vacina<strong>da</strong>s.<br />

Epi<strong>de</strong>mia<br />

É uma <strong>do</strong>ença infecciosa e transmissível que ocorre numa comuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ou região e po<strong>de</strong> se espalhar rapi<strong>da</strong>mente entre as pessoas <strong>de</strong><br />

outras regiões, originan<strong>do</strong> um surto epidêmico.<br />

Pan<strong>de</strong>mia<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

A pan<strong>de</strong>mia é uma epi<strong>de</strong>mia que atinge gran<strong>de</strong>s proporções, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

se espalhar por um ou mais continentes ou por to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>,<br />

causan<strong>do</strong> inúmeras mortes ou <strong>de</strong>struin<strong>do</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e regiões inteiras.<br />

Para enten<strong>de</strong>r melhor: quan<strong>do</strong> uma <strong>do</strong>ença existe apenas em uma<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> região, é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma en<strong>de</strong>mia (que não acontece<br />

em outras locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s). Quan<strong>do</strong> a <strong>do</strong>ença é transmiti<strong>da</strong> para outras<br />

populações, atinge mais <strong>de</strong> uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> ou região, é uma epi<strong>de</strong>mia.<br />

Porém, quan<strong>do</strong> uma epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sequilibra<strong>da</strong> se espalha<br />

pelos continentes ou pelo mun<strong>do</strong>, ela é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma pan<strong>de</strong>mia.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

Para saber mais: o câncer (responsável por numerosas mortes) não<br />

é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> uma pan<strong>de</strong>mia porque não uma é <strong>do</strong>ença infecciosa,<br />

ou seja, não é transmissível.<br />

Exemplos <strong>de</strong> pan<strong>de</strong>mias: Aids, tuberculose, peste, gripe asiática,<br />

gripe espanhola, tifo etc.<br />

253


Referências<br />

255


256<br />

MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

BRASIL. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. [200-?]a. Portal <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Disponível em: .<br />

______. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Atenção básica: saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> família.<br />

[200-?]b. Disponível em: .<br />

_____. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. <strong>Guia</strong> Alimentar. Saiba como ter uma<br />

alimentação saudável. Brasília, [200-?]c.<br />

_____. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. <strong>Guia</strong> Básico para o <strong>Agente</strong> <strong>Comunitário</strong><br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: Pessoas com Deficiência. Brasília, [200-?]d.<br />

______. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Inca: Instituto Nacional <strong>de</strong> Câncer.<br />

c1996. Disponível em: .<br />

_____. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Projeto <strong>de</strong> Profissionalização <strong>do</strong>s<br />

Trabalha<strong>do</strong>res <strong>da</strong> Área <strong>de</strong> Enfermagem. Profissionalização <strong>do</strong>s<br />

auxiliares <strong>de</strong> enfermagem: Ca<strong>de</strong>rnos <strong>do</strong> Aluno: Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Adulto.<br />

Brasília: <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, Rio <strong>de</strong> Janeiro; Fiocruz, 2001a.<br />

______. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> Trabalho e<br />

<strong>da</strong> Educação em Saú<strong>de</strong>. Coor<strong>de</strong>nação Geral <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> I<strong>do</strong>so;<br />

<strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Proposta<br />

<strong>do</strong> Perfil <strong>de</strong> Competências Profissionais <strong>do</strong> Cui<strong>da</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong> Pessoas I<strong>do</strong>sas<br />

com Dependência. Brasília, 2007.<br />

_____. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Políticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica; INSTITUTO MATERNO ATERNO A INFANTIL<br />

DE PERNAMBUCO (IMIP). Atenção Básica à Saú<strong>de</strong> <strong>da</strong> Criança: texto<br />

<strong>de</strong> apoio para o <strong>Agente</strong> <strong>Comunitário</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: Atenção integra<strong>da</strong><br />

às <strong>do</strong>enças prevalentes na infância: AIDPI. Brasília: <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong><br />

Saú<strong>de</strong>, 2001b.<br />

_____. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Políticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Direitos<br />

humanos e violência intrafamiliar: informações e orientações para<br />

agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Brasília: <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, 2001c.


GUIA PRÁTICO PARA O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE<br />

_____. <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Políticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Violência Intrafamiliar: orientações para prática em serviço. Brasília:<br />

<strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>, 2001d.<br />

______. Presidên<strong>da</strong> <strong>da</strong> República. Casa Civil. Lei nº 8.069, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong><br />

julho <strong>de</strong> 1990. Dispõe sobre o Estatuto <strong>da</strong> Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente<br />

e dá outras providências. Diário Oficial <strong>da</strong> União, Po<strong>de</strong>r Executivo,<br />

Brasília, DF, 13 jul. 1990. Disponível em: .<br />

______. Presidência <strong>da</strong> República. Coor<strong>de</strong>nação <strong>da</strong> Secretaria<br />

Especial <strong>do</strong>s Direitos Humanos <strong>da</strong> Presidência <strong>da</strong> República.<br />

Cartilha registro <strong>de</strong> nascimento é um direito que dá direitos. In.:<br />

MOBILIzAçãO nacional para o registro civil <strong>de</strong> nascimento e<br />

<strong>do</strong>cumentação básica. Brasília: SEDH: PR, 2009.<br />

_____.Secretaria Especial <strong>do</strong>s Direitos Humanos. Sem Certidão <strong>de</strong><br />

Nascimento Na<strong>da</strong> Feito. Brasília, [200-?]e.<br />

CURITIBA. Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Pré-natal, parto, puerpério<br />

e atenção ao recém-nasci<strong>do</strong>. Curitiba: Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

2005.<br />

_____. Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Protocolo <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente. 2. ed. Curitiba: Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, 2006.<br />

NOVO Aurélio Século XXI: o dicionário <strong>da</strong> língua portuguesa. 3. ed.<br />

totalmente revisa<strong>da</strong> e amplia<strong>da</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Nova Fronteira,<br />

1999.<br />

PARANÁ. Secretaria <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong>; INSTITUTO DE SAÚDE DO<br />

PARANÁ. Centro Forma<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Recursos Humanos Caetano Munhoz<br />

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257


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MINISTÉRIO DA SAÚDE / Secretaria <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong> / Departamento <strong>de</strong> Atenção Básica<br />

PASTORAL DA CRIANçA. A paz começa em casa: como trabalhar<br />

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Espaço para as informações <strong>da</strong> Gráfica<br />

(Colofão)


ISBN 978-85-334-1645-1<br />

9 7 8 8 5 3 3 4 1 6 4 5 1<br />

Disque Saú<strong>de</strong><br />

0800 61 1997<br />

Biblioteca Virtual em Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> <strong>da</strong> Saú<strong>de</strong><br />

www.sau<strong>de</strong>.gov.br/bvs

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