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The Beginning
Brazilian furniture production began with artisanal manufacture, inherited
from the Portuguese artifacts dating from the colonial period and from
the immigrants that arrived in the last two decades of the 19th century.
A benchmark of the time was the Liceu de Artes e Ofícios (School of Arts
and Crafts) established in 1873, in the city of São Paulo, responsible for
instructing professionals who would work in the sector. It was within this
context that Brazilian furniture industrialization began.
National industry, especially the furniture industry, enjoyed expressive
development in the first decades of the 20th century. A number of
factors contributed to this transformation: the interruption of imports of
manufactured goods due to the First World War, the new social demands
boosted by changes in economic, scientific and technological sectors, along
with accelerated populational growth.
The majority of companies from the period were family-based, founded by
immigrants who started their businesses with small workshops, using artisanal
manufacturing methods along with models brought from Europe, though
somewhat simpler when aimed at a population with a lower purchasing power.
At the same time as the establishment of Indústria de Móveis Cimo, cities in
the northeastern region of Santa Catarina were being developed, among them
Rio Negrinho, São Bento do Sul and Campo Alegre. As from 1873, these areas
began welcoming German and other central European immigrants, based on a
policy related to the populational boom as a result of the Industrial Revolution.
Immigration was organized according to the interests of the Brazilian
government in populating the region, the European government in making
investments and opening markets, and the colonizers in search of more
promising opportunities than those found in their countries of origin. The first
families arrived from the region of Bohemia, in Austria. Among them was
Josef Zipperer who, in his book São Bento in the Past – Recollections of the
Time of the Foundation and Settlement of the City, describes life during the
early stages of colonization. True to its intent, the book provides a rich and
detailed image of the daily lives of these immigrants. It outlines the culture
of these people added to that of the natives, the difficulties in the fight for
survival and the realization of their dreams.
The climate and mountainous region set between two forests, the Atlantic and
Araucaria, made conditions for adaption favorable. On the other hand, they did
not facilitate the agricultural activities that characterized the subsistence economy
of the time. This situation eventually led to a shift from local development to the
The wealth from the Araucaria Forest was
fundamental to a new economic outlook. Among
the leading resources was yerba mate and
quality timber, such as Brazilian pine (Araucaria
angustifolia) and Brazilian walnut. “Brazilian
pine provided the majority of construction
materials for the first cabins and cottages (...) in
addition to being an excellent material for the
creation of innumerous ornamental art objects,
like sculptures, vases, etc.” (Korman) 1
The immigrants had a strong tradition of
working with wood. In Brazil, the material
became exceptionally popular for the
construction of tools and other daily objects.
Thus, domestic manufacture was gradually
replaced by service provision workshops. This
practice expanded even more with the new wave
of immigrants arriving as a result of the First
World War. In fact, many brought with them
ample experience in manufacturing.
In 1899, in a municipal management report
by Manuel Gomes Tavares2 , it was noted that a
significant number of professionals worked in
this field of activity, compared to other sectors.
The instruction of youths in carpentry offices, as
with other professions, was implemented through
a contract between the apprentice’s father,
following a cash deposit, and the owner of the
workshop, who took on the job of preparing the
young boy for a future job in the industry.
However, the culture and economy of the region
contributed to artisanal work gradually being
replaced by the manufacture of consumption
goods, fostering the formation of an industrial3 mentality. Railway lines also began to cut
across the country, with the Rio Negrinho
E.F.S.P.R.G railroad – São Paulo - Rio Grande
Primórdios
A produção do mobiliário brasileiro teve
sua origem na feitura artesanal, herdada dos
artífices portugueses do período colonial e dos
imigrantes que chegaram nas duas últimas
décadas do século 19. Era referência naquele
tempo o Liceu de Artes e Ofícios fundado em
1873, na cidade de São Paulo, responsável
pela formação de profissionais que iriam atuar
no setor. É nesse contexto que tem início a
industrialização do mobiliário brasileiro.
A indústria nacional, especialmente a
moveleira, teve desenvolvimento significativo
a partir das primeiras décadas do século
20. Alguns fatores contribuíram para essa
transformação: a interrupção das importações
de manufaturados em decorrência da Primeira
Guerra Mundial, as novas demandas sociais
impulsionadas pelas mudanças nos setores
econômico, científico e tecnológico, além do
acelerado crescimento populacional.
As primeiras empresas desse período eram,
em sua grande maioria, de estrutura familiar,
fundadas por imigrantes que iniciaram seus
negócios com pequenas oficinas, utilizando
métodos e técnicas de fabricação artesanal
e modelos importados da Europa, porém
mais simplificados quando destinados a uma
população com menor poder de compra.
Como pano de fundo do surgimento
da Indústria de Móveis Cimo estava o
desenvolvimento de cidades na região nordeste
de Santa Catarina, entre elas Rio Negrinho,
São Bento do Sul e Campo Alegre. A partir de
1873, essas localidades passaram a receber
imigrantes da Alemanha e da Europa Central,
em função de uma política relacionada aos
excedentes populacionais em decorrência da
A imigração formatou-se a partir dos interesses do governo brasileiro em povoar a
região, do governo europeu em fazer investimentos e abrir mercados, e dos colonos
em buscar oportunidades mais promissoras que aquelas encontradas em seus países
de origem. As primeiras famílias vieram da região da Boêmia, na Áustria. Entre elas,
estava Josef Zipperer que, em seu livro São Bento no Passado – Reminiscências da
Época da Fundação e Povoação do Município, relata a vida nos primeiros tempos da
colonização. A propósito, o livro é uma rica e detalhada imagem do cotidiano desses
imigrantes. Mostra a cultura desses povos somando-se à dos nativos, as dificuldades
na luta pela sobrevivência e a realização de seus anseios.
O clima e a região de relevo montanhoso situada entre duas florestas, da
Mata Atlântica e da Araucária, foram favoráveis à adaptação dos imigrantes.
Por outro lado, não facilitaram as atividades agrárias que caracterizavam
a economia de subsistência vigente. Essa situação acabou proporcionando
o deslocamento do desenvolvimento local para o setor de serviços e
posteriormente para a produção de bens de consumo.
As riquezas advindas da Floresta Araucária foram fundamentais para a nova
perspectiva econômica. Entre os principais recursos estavam a erva mate e as
madeiras de qualidade, como a do pinheiro (Araucaria angustifolia) e a imbuia.
“Foi o pinheiro que forneceu a maior parte do material de construção dos primeiros
casebres e choupanas (...) além de se prestar otimamente para a confecção de
inúmeros objetos de arte ornamental como esculturas, vasos e etc.” (Korman) 1
Os imigrantes tinham como tradição o trabalho com a madeira. No Brasil, o
material tornou-se de grande valia na construção de ferramentas e objetos do
cotidiano. Assim, a manufatura doméstica foi paulatinamente substituída por
oficinas de prestação de serviços. Essa prática ampliou-se ainda mais com a
nova leva de imigrantes em decorrência da Primeira Guerra Mundial. Muitos
deles, aliás, com larga experiência no trabalho fabril.
Em 1899, no relatório da gestão municipal de Manuel Gomes Tavares, 2
verifica-se número significativo de profissionais que trabalhavam nesse ramo
de atividade, em comparação a outros setores. O aprendizado dos jovens no
ofício de marceneiro, assim como de outras profissões, era feito a partir de um
contrato entre o pai do aprendiz, mediante depósito em dinheiro, e o mestre de
ofício que se comprometia em preparar o rapaz para exercer a futura profissão.
Entretanto, a cultura e a economia da região contribuíram para que o trabalho
artesanal fosse gradativamente substituído pela fabricação de bens de
consumo, propiciando a formação de uma mentalidade industrial. 3 As malhas
ferroviárias também começavam a rasgar o país, como a estrada de ferro Rio
services sector and later on to the production of consumption goods.
Railroad (1911-1913).
Revolução Industrial.
Negrinho E.F.S.P.R.G – Estrada de Ferro São Paulo - Rio Grande (1911-1913).
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