Boas Práticas de Farmácia Hospitalar - Portal da Saúde
Boas Práticas de Farmácia Hospitalar - Portal da Saúde
Boas Práticas de Farmácia Hospitalar - Portal da Saúde
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
4<br />
Introdução<br />
Vinte e cinco anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se terem i<strong>de</strong>ntificado os primeiros casos <strong>de</strong> infecção por<br />
VIH/si<strong>da</strong>, ain<strong>da</strong> se <strong>de</strong>sconhece a cura para a infecção. Embora nos primeiros anos a<br />
epi<strong>de</strong>mia tenha sido consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma doença agu<strong>da</strong>, com implicações significativas<br />
na esperança <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, a introdução <strong>da</strong> terapêutica anti-retrovírica <strong>de</strong> alta eficácia no<br />
tratamento <strong>de</strong> doentes infectados <strong>de</strong>u a esta doença um curso crónico, diminuindo a<br />
morbili<strong>da</strong><strong>de</strong> e mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> e aumentando a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, possibilitando a muitos<br />
doentes a recuperação <strong>da</strong> autonomia e a integração no mundo produtivo.<br />
Em Portugal, ao contrário dos restantes países <strong>de</strong>senvolvidos, a mortali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
associa<strong>da</strong> à infecção VIH/si<strong>da</strong> permanece estável e, apesar do acesso generalizado<br />
aos esquemas terapêuticos <strong>de</strong> alta eficácia, não se <strong>de</strong>tectou qualquer <strong>de</strong>sci<strong>da</strong> óbvia<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 1996, nem na incidência <strong>de</strong> Si<strong>da</strong> nem nas mortes por infecção. Os indicadores<br />
epi<strong>de</strong>miológicos portugueses exigem respostas integra<strong>da</strong>s e mais eficazes.<br />
Em 1996, a introdução <strong>da</strong> terapêutica anti-retrovírica <strong>de</strong> alta eficácia, mais recentemente<br />
<strong>de</strong>signa<strong>da</strong> por terapêutica anti-retrovírica combina<strong>da</strong>, conduziu à mu<strong>da</strong>nça do<br />
paradigma na utilização dos recursos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, assistindo-se à passagem <strong>de</strong><br />
cui<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> centrados no internamento para cui<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> centrados no<br />
ambulatório.<br />
A intervenção farmacêutica, no que diz respeito à infecção VIH/si<strong>da</strong>, tem sido uma<br />
<strong>da</strong>s áreas primordiais dos Serviços Farmacêuticos <strong>Hospitalar</strong>es, <strong>da</strong><strong>da</strong> a gran<strong>de</strong><br />
repercussão <strong>da</strong> doença, não só pelo número <strong>de</strong> doentes infectados, mas, também,<br />
pela complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> que o tratamento requere.<br />
São vários os <strong>de</strong>safios que vêm sendo colocados a esta área <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
nomea<strong>da</strong>mente o contacto directo com o doente, o que representa uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
para a prestação <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>dos farmacêuticos com o objectivo <strong>de</strong> contribuir para a<br />
melhoria do seu tratamento, a integração do farmacêutico na equipa assistencial,<br />
fun<strong>da</strong>mental face à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção multidisciplinar, sendo, portanto,<br />
recomendável a colaboração farmacêutica para a optimização <strong>da</strong> terapêutica, e o<br />
gran<strong>de</strong> custo associado à terapêutica anti-retrovírica, que requer controlo e seguimento<br />
para se alcançar a efectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a eficiência dos tratamentos.<br />
A complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos esquemas <strong>de</strong> tratamento sublinham a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> inequívoca <strong>de</strong><br />
formação contínua e actualização <strong>de</strong> todos os profissionais envolvidos nesta área, com<br />
vista à obtenção do máximo benefício terapêutico – individual e social. O farmacêutico<br />
hospitalar <strong>de</strong>sempenha um papel prepon<strong>de</strong>rante na monitorização <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
e segurança na dispensa e utilização dos medicamentos anti-retrovíricos, quer