Boas Práticas de Farmácia Hospitalar - Portal da Saúde
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arsenal terapêutico, surgiu em 1995, com o aparecimento do primeiro inibidor<br />
<strong>da</strong> protease (saquinavir) e em 1996 com a <strong>de</strong>scoberta do primeiro inibidor<br />
não nucleósido <strong>da</strong> transcriptase reversa (nevirapina), que à semelhança do<br />
AZT e dos outros INTR interfere com a transcriptase reversa.<br />
Simultaneamente, e face aos avanços clínicos apresentados no Congresso<br />
<strong>de</strong> Vancouver <strong>de</strong> 1996, passa a ser preconiza<strong>da</strong> a associação <strong>de</strong>, pelo<br />
menos, três fármacos com diferentes mecanismos <strong>de</strong> acção, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong><br />
por terapêutica tripla (HAART – Highly active antiretroviral therapy). Estas<br />
associações terapêuticas vieram <strong>de</strong>monstrar uma redução significativa na<br />
morbili<strong>da</strong><strong>de</strong> e mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> associa<strong>da</strong> à infecção VIH/si<strong>da</strong>, por supressão<br />
<strong>da</strong> replicação vírica durante longos períodos <strong>de</strong> tempo, acompanha<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong> uma recuperação lenta do sistema imunológico.<br />
Assim, surgiu uma nova era acompanha<strong>da</strong> <strong>de</strong> um optimismo latente até<br />
à <strong>da</strong>ta. De acordo com este conceito terapêutico, os ensaios clínicos em<br />
curso preconizaram a utilização <strong>de</strong> regimes terapêuticos mais eficazes, mais<br />
potentes e simplificados, com menos efeitos secundários, o que contribuiu<br />
para o aumento <strong>da</strong> a<strong>de</strong>são dos doentes à terapêutica e para a diminuição<br />
<strong>da</strong>s suas resistências. Neste contexto, surgiram as associações <strong>de</strong> fármacos,<br />
como por exemplo: zidovudina/lamivudina; lopinavir/ritonavir; abacavir/<br />
zidovudina/lamivudina; emtricitabina/tenofovir.<br />
Face ao aparecimento <strong>de</strong> resistências em doentes com terapêuticas em<br />
curso, tornou-se imperioso o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos fármacos com<br />
novos mecanismos <strong>de</strong> acção. Assim, em 2003, surge o primeiro inibidor<br />
<strong>da</strong> fusão (enfurviti<strong>da</strong> – T-20) e nos finais <strong>de</strong> 2007 surge o primeiro inibidor<br />
<strong>da</strong> integrase (ratelgravir) e o primeiro antagonista dos co-receptores CCR5<br />
(maraviroc). Encontram-se ain<strong>da</strong> em estudo outros inibidores <strong>da</strong> integrase,<br />
antagonistas dos co-receptores CCR5 e CXCR4 e os inibidores endógenos<br />
(β-quimocinas).<br />
Quase simultaneamente, surgem no mercado os primeiros medicamentos<br />
genéricos anti-retrovíricos, como, por exemplo, a zidovudina. Este facto vem<br />
contribuir para uma tentativa <strong>de</strong> controlo <strong>da</strong> doença a nível mundial, que<br />
passa necessariamente pelo maior acesso dos doentes aos tratamentos.<br />
Nos últimos vinte anos, assistiu-se ao <strong>de</strong>senvolvimento acelerado <strong>de</strong> novas<br />
terapêuticas para o tratamento <strong>da</strong> infecção VIH/si<strong>da</strong>, mas lamentavelmente,<br />
ain<strong>da</strong> não foi <strong>de</strong>scoberto nenhum fármaco curativo, o que faz com que, hoje<br />
em dia, se consi<strong>de</strong>re esta infecção <strong>de</strong> curso crónico, tendo, por isso, um<br />
reflexo no aumento <strong>da</strong> esperança e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas infecta<strong>da</strong>s.<br />
O futuro po<strong>de</strong>rá passar pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma vacina, com gran<strong>de</strong><br />
impacto em termos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública; os esforços na sua i<strong>de</strong>ntificação<br />
remontam à época <strong>da</strong> <strong>de</strong>scoberta do VIH, sem sucesso até à <strong>da</strong>ta.<br />
Terapêutica<br />
Farmacológica<br />
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