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Boas Práticas de Farmácia Hospitalar - Portal da Saúde

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Além <strong>da</strong> dor, as náuseas e os vómitos, bem como as alterações do olfacto e do pala<strong>da</strong>r<br />

provoca<strong>da</strong>s por alguns medicamentos, são factores que vão condicionar a ingestão<br />

<strong>de</strong> alimentos 1, 3, 7. A claritromicina, o ritonavir e o fluconazol são medicamentos que<br />

provocam alterações no pala<strong>da</strong>r. As náuseas e os vómitos po<strong>de</strong>m ocorrer como um<br />

efeito adverso <strong>de</strong> antivíricos, antifúngicos e antituberculosos, bem como <strong>de</strong> outros<br />

fármacos como a atovaquona, os anti<strong>de</strong>pressivos inibidores selectivos <strong>da</strong> recaptação<br />

<strong>da</strong> serotonina, macrólidos, a pirimetamina e as sulfonami<strong>da</strong>s 7.<br />

Outros factores, <strong>de</strong>terminantes na etiologia <strong>da</strong> alteração do trofismo intestinal, são<br />

as infecções oportunistas por microrganismos patogénicos (parasitas, bactérias,<br />

vírus e fungos), a hipoalbuminémia, com a qual cursa a <strong>de</strong>snutrição e a hipocloridria<br />

encontra<strong>da</strong> nos doentes em fases <strong>de</strong> jejum, que permite o crescimento bacteriano,<br />

sendo responsáveis pelas alterações <strong>de</strong>scritas e condicionando quadros <strong>de</strong> diarreia<br />

e esteatorreia e <strong>de</strong>ficiências na absorção <strong>de</strong> micronutrientes, <strong>de</strong>vido a alterações<br />

estruturais e funcionais <strong>da</strong> mucosa intestinal 3, 14.<br />

A diarreia é uma <strong>da</strong>s manifestações clínicas comum nos doentes com infecção pelo<br />

VIH. Po<strong>de</strong> estar associa<strong>da</strong> à má absorção, por anormali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s vilosi<strong>da</strong><strong>de</strong>s intestinais<br />

e alteração na barreira <strong>da</strong> mucosa, o que favorece a translocação <strong>de</strong> bactérias<br />

e fungos, possibilitando infecções sistémicas 7, 14, 15.<br />

Uma <strong>da</strong>s consequências <strong>da</strong> síndroma <strong>da</strong> má absorção <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>da</strong> nestes doentes<br />

inclui uma diminuição do apetite, que parece estar relacionado com modificações<br />

nos níveis <strong>de</strong> alguns peptí<strong>de</strong>os e hormonas envolvi<strong>da</strong>s no controlo do apetite. Vários<br />

efeitos directos estão relacionados com esta síndroma sendo <strong>de</strong> referir a xerostomia<br />

que proporciona <strong>de</strong>sconforto, diminuição <strong>da</strong> secreção áci<strong>da</strong> gástrica e diminuição<br />

e atraso do esvaziamento gástrico e do trânsito intestinal 14.<br />

2.2. Alterações do balanço energético<br />

Antes <strong>da</strong> introdução <strong>da</strong> terapêutica anti-retrovírica <strong>de</strong> alta eficiência (HAART), o gasto<br />

energético basal (GEB) e total (GET) foram bastante estu<strong>da</strong>dos por diversos autores,<br />

tendo-se utilizado grupos <strong>de</strong> doentes VIH+ em diferentes estadios <strong>de</strong> evolução <strong>da</strong><br />

síndroma <strong>de</strong> imuno<strong>de</strong>ficiência adquiri<strong>da</strong>. Os resultados apresentaram-se contraditórios,<br />

estando <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>da</strong> selecção dos doentes e <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

dos próprios grupos 14, 15.<br />

O doente com infecção por VIH apresenta frequentemente um metabolismo alterado<br />

<strong>de</strong>vido aos efeitos do próprio vírus: infecções oportunistas, alterações na função<br />

adrenal, endócrina (elevação do cortisol no soro), hepática, renal e pancreática 1.

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