31.08.2013 Views

Boas Práticas de Farmácia Hospitalar - Portal da Saúde

Boas Práticas de Farmácia Hospitalar - Portal da Saúde

Boas Práticas de Farmácia Hospitalar - Portal da Saúde

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

196<br />

5. Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />

O SFT é uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong> indiscutível e que tem como objectivo conseguir<br />

o maior benefício (efectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e segurança) <strong>da</strong> terapêutica.<br />

A função do farmacêutico é emitir um juízo relativamente à utilização clínica<br />

individualiza<strong>da</strong> dos medicamentos e recorrer ao médico sempre que exista algum<br />

aspecto susceptível <strong>de</strong> ser melhorado através <strong>da</strong> farmacoterapia. Esta prática<br />

fun<strong>da</strong>menta-se também no estabelecimento <strong>de</strong> uma relação doente-farmacêutico<br />

<strong>de</strong> forma continua<strong>da</strong> em que o doente colabora com responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> na toma<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisões relativas à sua terapêutica medicamentosa, <strong>de</strong> forma a alcançar objectivos<br />

favoráveis à sua saú<strong>de</strong> 12.<br />

O MD é um procedimento padronizado para realizar SFT, que é exequível em meio<br />

hospitalar com os correspon<strong>de</strong>ntes ajustes nos procedimentos e na forma <strong>de</strong> registo<br />

dos <strong>da</strong>dos. Contudo, para realizá-lo com os melhores resultados para o doente, é<br />

indispensável formação, não só a nível dos procedimentos específicos, como também<br />

a nível dos conhecimentos <strong>de</strong> farmacoterapia 12.<br />

O número <strong>de</strong> RNM aumenta à medi<strong>da</strong> que o doente toma um maior número <strong>de</strong><br />

medicamentos, concluindo-se que um doente polimedicado (doente que toma<br />

cinco ou mais medicamentos) tem um risco sete vezes superior <strong>de</strong> apresentar um<br />

RNM relativamente ao doente não polimedicado 19. Como tal, e numa fase inicial<br />

<strong>de</strong> implementação do MD num serviço clínico hospitalar, recomen<strong>da</strong>-se a sua aplicação<br />

em doentes com risco maior <strong>de</strong> apresentarem RNM 12.<br />

Sendo o RNM uma variável <strong>de</strong> resultado clínico po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>tecta<strong>da</strong> e classifica<strong>da</strong><br />

na prática <strong>de</strong> SFT <strong>de</strong> forma a calcular a sua incidência e prevalência 3, 5. Apesar<br />

<strong>da</strong> morosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação do método em hospital, Baena e<br />

colaboradores 19 concluíram ain<strong>da</strong> que para os doentes que receberam SFT, e para<br />

o universo dos RNM encontrados, 59,3% <strong>de</strong>sses RNM eram evitáveis. Estes resultados,<br />

bem como alguns outros publicados 17, levam a afirmar que o Farmacêutico po<strong>de</strong><br />

contribuir activamente para reduzir os tais resultados clínicos negativos causados<br />

pelos medicamentos, porque muitos <strong>de</strong>les po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>saparecer ou ser evitados após<br />

a sua intervenção.<br />

As particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> infecção por VIH e sua terapêutica (falta <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são à terapêutica,<br />

polimedicação, esquemas terapêuticos complexos, interacções fármaco-fármaco<br />

e fármaco-nutriente, reacções adversas, toxici<strong>da</strong><strong>de</strong>, fenómenos <strong>de</strong> resistência,<br />

co-morbili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, polipatologias, etc…) convertem os doentes VIH+ num grupo<br />

preferencial para a prática <strong>de</strong> SFT. O farmacêutico hospitalar <strong>de</strong>ve cooperar com<br />

todos os intervenientes no processo (doente, familiares e profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>), com<br />

o objectivo último do alcance <strong>da</strong> máxima efectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> sua terapêutica por parte<br />

do doente.<br />

Este capítulo teve a colaboração <strong>de</strong> Joana Amaral

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!