Boas Práticas de Farmácia Hospitalar - Portal da Saúde
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3.3 Seguimento Farmacoterapêutico em Doentes VIH+<br />
1. Introdução<br />
Os medicamentos constituem uma importante causa <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> e morbili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
evitável em alguns casos, na medi<strong>da</strong> em que o tratamento farmacológico implica<br />
riscos que por vezes não são <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente controlados. Por outro lado, o custo <strong>de</strong>ssa<br />
morbili<strong>da</strong><strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser substancialmente maior que o custo do tratamento farmacológico<br />
por si mesmo 1. Esta morbili<strong>da</strong><strong>de</strong> resulta <strong>de</strong> problemas relacionados com medicamentos,<br />
<strong>de</strong> origens diversas, e que persistem muitas vezes por falta <strong>de</strong> seguimento ou por<br />
seguimento ina<strong>de</strong>quado do doente. Os farmacêuticos po<strong>de</strong>m melhorar as falhas <strong>da</strong><br />
farmacoterapia, procurando, i<strong>de</strong>ntificando, prevenindo e resolvendo os resultados<br />
negativos associados à medicação (RNM) 2, através do aumento <strong>da</strong> eficácia <strong>da</strong><br />
terapêutica farmacológica ou <strong>da</strong> prevenção dos efeitos adversos, reduzindo assim<br />
a mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> e morbili<strong>da</strong><strong>de</strong> associa<strong>da</strong>s aos medicamentos 1.<br />
A literatura sobre morbili<strong>da</strong><strong>de</strong> evitável relaciona<strong>da</strong> com medicamentos justifica<br />
a imperativi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos farmacêuticos cumprirem a obrigação formal <strong>de</strong> aju<strong>da</strong>r o doente<br />
a obter a melhor terapêutica medicamentosa possível. Aceitar esta premissa aumentará,<br />
em gran<strong>de</strong> medi<strong>da</strong>, o nível <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do farmacêutico face aos doentes,<br />
embora envolva também alterações filosóficas, organizacionais e funcionais na sua<br />
prática 1.<br />
2. Definições e Conceitos<br />
2.1. Introdução ao conceito <strong>de</strong> Cui<strong>da</strong>dos Farmacêuticos<br />
Nos últimos anos, a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> profissional do farmacêutico evoluiu <strong>de</strong> uma dispensa<br />
activa, centra<strong>da</strong> no medicamento, para uma filosofia <strong>de</strong> trabalho, centra<strong>da</strong> no doente.<br />
Assim, a missão <strong>da</strong> prática farmacêutica não po<strong>de</strong> englobar apenas o conceito <strong>de</strong><br />
farmácia clínica. A literatura publica<strong>da</strong> nas últimas déca<strong>da</strong>s sugere que a informação<br />
gera<strong>da</strong> a partir <strong>da</strong> revisão do perfil farmacoterapêutico do doente ou <strong>da</strong> monitorização<br />
<strong>da</strong>s prescrições não é suficiente para valorizar globalmente a indicação, a efectivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
e a segurança dos medicamentos, bem como a a<strong>de</strong>são à terapêutica, mesmo que<br />
seja efectua<strong>da</strong> por profissionais com bons conhecimentos e competências clínicas.<br />
Assim, a maximização <strong>da</strong> efectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos medicamentos por parte do farmacêutico,<br />
só po<strong>de</strong>rá ser atingi<strong>da</strong> aplicando o conceito <strong>de</strong> Cui<strong>da</strong>dos Farmacêuticos <strong>de</strong>finidos<br />
por Hepler e Strand ao doente 1. Segundo estes autores, os Cui<strong>da</strong>dos Farmacêuticos<br />
são a «provisão responsável <strong>de</strong> tratamento farmacológico com o intuito <strong>de</strong> alcançar<br />
resultados concretos que melhorem a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> do doente».