Boas Práticas de Farmácia Hospitalar - Portal da Saúde
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3. Métodos para Avaliar a A<strong>de</strong>são, <strong>da</strong> Investigação à Prática<br />
Clínica<br />
Nas últimas duas déca<strong>da</strong>s, foram vários os trabalhos <strong>de</strong> investigação que<br />
estu<strong>da</strong>ram o problema <strong>da</strong> a<strong>de</strong>são na infecção VIH/si<strong>da</strong>. Estudos recentes<br />
mostraram que é necessário cumprir 90 a 95% <strong>da</strong> terapêutica para atingir<br />
o objectivo terapêutico 10.<br />
Não tem sido fácil <strong>de</strong>finir, claramente o método para avaliar a a<strong>de</strong>são e o limiar<br />
i<strong>de</strong>al a aplicar a esta patologia. De facto o método i<strong>de</strong>al para avaliar a a<strong>de</strong>são<br />
à terapêutica <strong>de</strong>veria ter uma sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e especifici<strong>da</strong><strong>de</strong> perfeitas 13.<br />
Tradicionalmente, estes métodos são agrupados em métodos directos<br />
e indirectos (quadro 1).<br />
3.1. Métodos directos: são aqueles que investigam as «provas» que<br />
o medicamento <strong>de</strong>ixa no organismo quando é tomado regularmente.<br />
3.1.1. Determinação <strong>da</strong>s concentrações plasmáticas: baseia-se<br />
na <strong>de</strong>terminação analítica do medicamento ou dos seus metabolitos<br />
no plasma 14, 15, 16, 17.<br />
Este método é objectivo, específico e permite inferir níveis <strong>de</strong> incumprimento<br />
superiores aos dos métodos indirectos 14. Tem as <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong> ser<br />
tecnicamente mais sofisticado, dispendioso e sensível ao chamado “efeito<br />
<strong>da</strong> bata branca” ou «efeito escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes», caracterizado por um aumento<br />
do cumprimento <strong>da</strong> terapêutica nos dias imediatamente anteriores ao dia <strong>da</strong><br />
consulta 13.<br />
Para a infecção VIH/si<strong>da</strong>, as recomen<strong>da</strong>ções internacionais emana<strong>da</strong>s pela<br />
DHHS (Office of AIDS Research Advisory Council) consi<strong>de</strong>ram a monitorização<br />
sérica <strong>de</strong> inibidores <strong>da</strong> protease e inibidores não nucleósidos <strong>da</strong> transcritase<br />
reversa como uma opção <strong>de</strong> interesse potencial, e <strong>de</strong> inibidores nucleósidos<br />
<strong>da</strong> transcritase reversa como sendo, ain<strong>da</strong>, objecto <strong>de</strong> mais estudos.<br />
Em relação à sua utilização na prática clínica, as situações indica<strong>da</strong>s por<br />
esses peritos não incluem a avaliação <strong>da</strong> a<strong>de</strong>são à terapêutica. De facto,<br />
a falta <strong>de</strong> estudos prospectivos, capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar que a monitorização<br />
sérica <strong>de</strong> ARV melhora a resposta à terapêutica, é a principal limitação<br />
à utilização <strong>de</strong>ste método 8.<br />
Por outro lado, as recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> grupos europeus consi<strong>de</strong>ram a<br />
monitorização sérica útil na prática clínica e passível <strong>de</strong> ser aplica<strong>da</strong><br />
na monitorização <strong>da</strong> a<strong>de</strong>são à terapêutica 19, 20.<br />
Aconselhamento<br />
ao Doente<br />
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