Boas Práticas de Farmácia Hospitalar - Portal da Saúde
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tomar medicamentos prescritos por outra pessoa;<br />
tomar medicamentos com alimentos ou outros medicamentos, quando contra<br />
indicados;<br />
guar<strong>da</strong>r os medicamentos ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente;<br />
usar incorrectamente dispositivos <strong>de</strong> administração <strong>de</strong> medicação.<br />
2. A<strong>de</strong>são à Terapêutica na Infecção VIH/si<strong>da</strong><br />
A eficácia <strong>da</strong> terapêutica anti-retrovírica <strong>de</strong> alta potência é hoje indiscutível 7, no<br />
entanto, a efectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> é reconheci<strong>da</strong>mente menor. Na prática clínica, encontram-se<br />
doentes com características muito diferentes <strong>da</strong>queles que são incluídos em ensaios<br />
clínicos: com outras patologias, com reacções adversas graves menos frequentes,<br />
com má a<strong>de</strong>são à terapêutica, medicados com regimes terapêuticos para os quais<br />
já tenham <strong>de</strong>senvolvido resistências ou com regimes terapêuticos sub-óptimos, entre<br />
outros 8. To<strong>da</strong>s estas circunstâncias po<strong>de</strong>m contribuir para a ocorrência <strong>de</strong> falências<br />
terapêuticas.<br />
A diminuição <strong>da</strong> carga vírica encontra-se directamente relaciona<strong>da</strong> com a a<strong>de</strong>são<br />
à terapêutica 9 e a probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> obter cargas víricas in<strong>de</strong>tectáveis aumenta com<br />
a mesma 10.<br />
A efectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> terapêutica anti-retrovírica é, muitas vezes, limita<strong>da</strong> pela baixa<br />
a<strong>de</strong>são <strong>da</strong> qual resultam fracas respostas virológica, imunológica e clínica, mas<br />
também estirpes resistentes que po<strong>de</strong>m comprometer a utilização <strong>de</strong> futuros<br />
tratamentos. Simultaneamente, a baixa a<strong>de</strong>são à terapêutica po<strong>de</strong> conduzir a uma<br />
interpretação incorrecta <strong>da</strong> efectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos medicamentos com a consequente<br />
alteração, inapropria<strong>da</strong>, do regime terapêutico. A toma ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>de</strong> medicamentos<br />
anti-retrovíricos leva a níveis subterapêuticos <strong>de</strong> fármacos, propiciando uma pressão<br />
farmacológica selectiva que favorece o aparecimento <strong>de</strong> resistências 11. Este aspecto<br />
reveste-se <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância uma vez que o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estirpes<br />
resistentes condiciona não só a falência <strong>da</strong> terapêutica, como favorece a transmissão<br />
<strong>de</strong> estirpes resistentes e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> resistências cruza<strong>da</strong>s entre fármacos<br />
<strong>da</strong> mesma classe, o que limita a sua utilização em futuros regimes terapêuticos.<br />
Outro aspecto a consi<strong>de</strong>rar na terapêutica anti-retrovírica é o seu efeito na diminuição<br />
<strong>da</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> morbili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Des<strong>de</strong> o aparecimento <strong>da</strong> terapêutica anti-retrovírica<br />
potente, tem diminuído o número <strong>de</strong> doentes com Si<strong>da</strong>, o número <strong>de</strong> infecções<br />
oportunistas e o número <strong>de</strong> internamentos hospitalares 7.<br />
Por último, a importância <strong>da</strong> a<strong>de</strong>são vê-se, igualmente nos encargos financeiros<br />
associados ao tratamento <strong>da</strong> infecção VIH/si<strong>da</strong>. De facto, e apesar do elevado preço<br />
dos medicamentos ARV, a diminuição <strong>da</strong> morbili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> associa<strong>da</strong>s ao<br />
VIH possibilitou uma menor utilização <strong>de</strong> outros recursos médicos e farmacológicos 12.