a grande crise econômica do século xxi ea defasage - Faap
a grande crise econômica do século xxi ea defasage - Faap a grande crise econômica do século xxi ea defasage - Faap
foram socorridos atravÈs de mecanismos do Fed 2 e do Tesouro dos EUA, fato que dividiu as opiniıes dos economistas norte-americanos. Em sua descriÁ„o da crise, Henry Paulson (2010) explicita que existiam duas visıes divergentes sobre o socorro ‡s instituiÁıes privadas: alguns consideravam a aÁ„o ìbrilhante e ousadaî, enquanto outros a interpretavam como ìinfame, inequÌvoco de risco moralî. O Bear Stearns, apesar de ser um banco de investimento, foi socorrido atravÈs do Fed. O seu colapso ressaltou diversas falhas regulatÛrias do sistema financeiro norte-americano, assertivamente apontadas pelo ent„o secret·rio do Tesouro: Ao longo dos anos, os bancos comerciais, os bancos de investimentos, as instituiÁıes de poupanÁa e emprÈstimo e as empresas seguradoras, para citar apenas algumas das muitas espÈcies de instituiÁıes financeiras ativas em nossos mercados, passaram a atuar nas ·reas de negÛcios das outras. Os produtos que desenvolviam e vendiam se tornaram infinitamente mais complexos e as grandes instituiÁıes financeiras passaram a entrelaÁar-sede maneira indestrinÁ·vel, enleadas por complexos esquemas de crÈditos. (PAULSON, 2010: 112) PorÈm, uma importantÌssima instituiÁ„o financeira norte-americana n„o foi socorrida pelo governo: o banco Lehman Brothers. Bresser-Pereira (2009) classifica esta atitude como um erro grave cometido pelo Tesouro norte-americano, uma vez que, na vis„o do autor e da maioria dos estudiosos das crises, instituiÁıes grandes n„o podem ir ‡ falÍncia pois isso gera uma enorme probabilidade de crise sistÍmica. Setembro de 2008 foi um mÍs de largo agravamento da crise, segundo Henry Paulson (2010) o socorro para as securitizadoras Fannie Mae e Freddie Mac foi aprovado, no dia 15 de setembro, o Lehman Brothers quebrou, principalmente por falta de liquidez e capital, e entrou com um pedido de recuperaÁ„o judicial. O Merrill Lynch foi comprado pelo Bank of America, em seguida, e nesse mesmo dia, o mercado de aÁıes do mundo todo caiu, fazendo com que os Bancos Centrais tivessem que injetar capital na economia e as aÁıes dos bancos norte-americanos sofressem quedas substanciais. Para David Wessel (2009), discutiu-se muito sobre a import‚ncia do crÈdito para a economia, porÈm a quest„o da liquidez ñ que È t„o importante quanto ñ foi deixada de lado. Apesar de muitos bancos comerciais estarem capitalizados, as taxas de emprÈstimos 2 Federal Reserve, ou Sistema do Federal Reserve, È o Sistema de Banco Central dos Estados Unidos. Criado em 1913, tem como principal funÁ„o conduzir a polÌtica monet·ria da naÁ„o, regular e supervisionar o sistema banc·rio e garantir a estabilidade financeira norte americana. (FEDERAL RESERVE WEBSITE, www.federalreserve.gov, 2011) 9
interbanc·rios cresciam, ilustrando uma sÈria crise de liquidez. O mercado, para Paulson (2010), precisava de mais liquidez. Para conter o problema da venda de ativos dos grandes bancos a preÁos de liquidaÁ„o, ent„o surgiram propostas de planos para que o governo auxiliasse nessa tarefa. reduzir a taxa pela qual o Fed emprestava diretamente aos bancos em meio ponto percentual e deixar que os bancos fizessem emprÈstimos de 30 dias em vez de um dia para o outro... A idÈia era lubrificar a economia [dar liquidez], e n„o injetar mais combustÌvel [crÈdito]. (WESSEL, 2009: 118). A crise de confianÁa tomou conta do cen·rio financeiro internacional e era pautada, segundo Luiz Carlos Bresser-Pereira (2009), na procura dos investidores por liquidez e liquidaÁ„o de seus crÈditos, que estavam aplicados em uma cadeia de hipotecas imobili·rias baseada em devedores insolventes. A descrenÁa no pagamento destes devedores levou a esta corrida por liquidez, que, em conseq¸Íncia, levou diversas empresas financeiras a falirem, mesmo aquelas que eram solventes. A crise de confianÁa foi agravada pela descrenÁa na economia norte-americana como um todo, que estava enfraquecida pela falta de regulaÁ„o das instituiÁıes financeiras e polÌticas irrespons·veis. … unanimidade entre os autores que tratam da crise financeira de 2008, que a falta de regulamentaÁ„o adequada contribuiu para a geraÁ„o e agravamento da crise. Henrique Meirelles (in PAULSON, 2010) retrata a expans„o de crÈdito e a falta de regulamentaÁ„o como problemas centrais da crise. David Wessel (2010) defende que as restriÁıes do sistema n„o foram suficientes para conter os ìexcessos e gan‚nciaî das empresas financeiras ou mudar a otimista cegueira dos investidores. Mihm e Roubini (2010) defendem que os envolvidos na crise n„o deram atenÁ„o aos alertas que soavam, pois acreditavam que os mercados se autorregulavam e portanto eram confi·veis, sÛlidos e est·veis. Paulson (2010) divide a mesma opini„o dos outros autores, e versa sobre a contribuiÁ„o da regulaÁ„o defasada como elemento crucial para a quebra do sistema financeiro, lembrando ainda que,- as agÍncias reguladoras e as normas de regulaÁ„o n„o acompanharam as mudanÁas dos mercados. As regras de retenÁ„o de capital poderiam ter sido freios na lucratividade dos bancos, assim as grandes instituiÁıes banc·rias passaram a controlar empresas externas aos bancos principais. 10
- Page 1 and 2: FUNDA« O ARMANDO ALVARES PENTEADO
- Page 3 and 4: DEDICAT”RIA Dedico este trabalho
- Page 5 and 6: Ao querido Henrique Viana, que este
- Page 7 and 8: ABSTRACT The following research has
- Page 9 and 10: AIG ñ American International Group
- Page 11 and 12: levaram os Estados Unidos a abandon
- Page 13 and 14: 1.1 Crash de 1929 Em 1929, a Bolsa
- Page 15 and 16: crÈdito na praÁa e suas perspecti
- Page 17: Quando os emprÈstimos imobili·rio
- Page 21 and 22: plano de resgate que compreendia a
- Page 23 and 24: as demais instituiÁıes financeira
- Page 25 and 26: 2. EST¡GIO DA REGULA« O DAS INSTI
- Page 27 and 28: (2009) relata que os cidad„os ame
- Page 29 and 30: Comission [Comiss„o de TÌtulos e
- Page 31 and 32: levaram o paÌs a abandonar o padr
- Page 33 and 34: pelos bancos, cobrava um monitorame
- Page 35 and 36: norte americanos, e n„o apenas o
- Page 37 and 38: A regulaÁ„o vigente n„o conseg
- Page 39 and 40: anc·rias. Com o seu novo formato,
- Page 41 and 42: Dessa forma, ela pode ser um modo m
- Page 43 and 44: Apesar da inatividade do governo em
- Page 45 and 46: Mas, para Mihm e Roubini (2010), a
- Page 47 and 48: CONSIDERA«’ES FINAIS As fases da
- Page 49 and 50: REFER NCIAS BIBLIOGR¡FICAS BANCO C
- Page 51: PEREIRA, JosÈ Matias. Gest„o do
foram socorri<strong>do</strong>s atravÈs de mecanismos <strong>do</strong> Fed 2 e <strong>do</strong> Tesouro <strong>do</strong>s EUA, fato que dividiu as<br />
opiniıes <strong>do</strong>s economistas norte-americanos. Em sua descriÁ„o da <strong>crise</strong>, Henry Paulson (2010)<br />
explicita que existiam duas visıes divergentes sobre o socorro ‡s instituiÁıes privadas: alguns<br />
consideravam a aÁ„o ìbrilhante e ousadaî, enquanto outros a interpretavam como ìinfame,<br />
inequÌvoco de risco moralî.<br />
O B<strong>ea</strong>r St<strong>ea</strong>rns, apesar de ser um banco de investimento, foi socorri<strong>do</strong> atravÈs <strong>do</strong> Fed.<br />
O seu colapso ressaltou diversas falhas regulatÛrias <strong>do</strong> sistema financeiro norte-americano,<br />
assertivamente apontadas pelo ent„o secret·rio <strong>do</strong> Tesouro:<br />
Ao longo <strong>do</strong>s anos, os bancos comerciais, os bancos de investimentos, as<br />
instituiÁıes de poupanÁa e emprÈstimo e as empresas segura<strong>do</strong>ras, para citar apenas<br />
algumas das muitas espÈcies de instituiÁıes financeiras ativas em nossos merca<strong>do</strong>s,<br />
passaram a atuar nas ·r<strong>ea</strong>s de negÛcios das outras. Os produtos que desenvolviam e<br />
vendiam se tornaram infinitamente mais complexos e as <strong>grande</strong>s instituiÁıes<br />
financeiras passaram a entrelaÁar-sede maneira indestrinÁ·vel, enl<strong>ea</strong>das por<br />
complexos esquemas de crÈditos. (PAULSON, 2010: 112)<br />
PorÈm, uma importantÌssima instituiÁ„o financeira norte-americana n„o foi socorrida<br />
pelo governo: o banco Lehman Brothers. Bresser-Pereira (2009) classifica esta atitude como<br />
um erro grave cometi<strong>do</strong> pelo Tesouro norte-americano, uma vez que, na vis„o <strong>do</strong> autor e da<br />
maioria <strong>do</strong>s estudiosos das <strong>crise</strong>s, instituiÁıes <strong>grande</strong>s n„o podem ir ‡ falÍncia pois isso gera<br />
uma enorme probabilidade de <strong>crise</strong> sistÍmica.<br />
Setembro de 2008 foi um mÍs de largo agravamento da <strong>crise</strong>, segun<strong>do</strong> Henry Paulson<br />
(2010) o socorro para as securitiza<strong>do</strong>ras Fannie Mae e Freddie Mac foi aprova<strong>do</strong>, no dia 15 de<br />
setembro, o Lehman Brothers quebrou, principalmente por falta de liquidez e capital, e entrou<br />
com um pedi<strong>do</strong> de recuperaÁ„o judicial. O Merrill Lynch foi compra<strong>do</strong> pelo Bank of<br />
America, em seguida, e nesse mesmo dia, o merca<strong>do</strong> de aÁıes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong> caiu, fazen<strong>do</strong><br />
com que os Bancos Centrais tivessem que injetar capital na economia e as aÁıes <strong>do</strong>s bancos<br />
norte-americanos sofressem quedas substanciais.<br />
Para David Wessel (2009), discutiu-se muito sobre a import‚ncia <strong>do</strong> crÈdito para a<br />
economia, porÈm a quest„o da liquidez ñ que È t„o importante quanto ñ foi deixada de la<strong>do</strong>.<br />
Apesar de muitos bancos comerciais estarem capitaliza<strong>do</strong>s, as taxas de emprÈstimos<br />
2 Federal Reserve, ou Sistema <strong>do</strong> Federal Reserve, È o Sistema de Banco Central <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Cria<strong>do</strong> em<br />
1913, tem como principal funÁ„o conduzir a polÌtica monet·ria da naÁ„o, regular e supervisionar o sistema<br />
banc·rio e garantir a estabilidade financeira norte americana. (FEDERAL RESERVE WEBSITE,<br />
www.federalreserve.gov, 2011)<br />
9