a grande crise econômica do século xxi ea defasage - Faap
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sozinho, n„o teria como levar o merca<strong>do</strong> a recess„o, pois, para os autores, os problemas eram<br />
mais varia<strong>do</strong>s e dispersos.<br />
1.3 O desenrolar da Crise Financeira de 2008<br />
A bolha se expandia pelo merca<strong>do</strong> imobili·rio, mas n„o se limitava a ele, tornan<strong>do</strong>-<br />
se uma bolha de crÈdito difusa, com bancos de investimento e comerciais financian<strong>do</strong> valores<br />
exorbitantes de compras alavancadas de diversas empresas, com condiÁıes de emprÈstimos<br />
cada vez mais frouxas. Paulson (2010) relata que atÈ mesmo os lÌderes <strong>do</strong>s maiores bancos<br />
norte-americanos estavam preocupa<strong>do</strong>s com a intensa assunÁ„o de riscos nos merca<strong>do</strong>s e com<br />
a eros„o <strong>do</strong>s padrıes de subscriÁ„o [underwriting] mas tambÈm explicavam a inevit·vel<br />
concess„o destes emprÈstimos guia<strong>do</strong>s pela imensa concorrÍncia (PAULSON, 2010).<br />
Com os bancos confiantes na economia norte-americana, as hipotecas subprime<br />
dispararam. Quan<strong>do</strong> o merca<strong>do</strong> comeÁou a dar sinais de quebra e a compra de tÌtulos de<br />
hipotecas de toma<strong>do</strong>res insolventes retraiu-se, as instituiÁıes financeiras passaram a disfarÁ·-<br />
las atravÈs de um processo complexo conheci<strong>do</strong> como securitizaÁ„o. Carvalho (2008) versa<br />
sobre este processo de maneira relativamente f·cil de ser entendida:<br />
Toma-se um certo n˙mero de contratos de hipotecas, que prometem pagar<br />
uma determinada taxa de juros, para usar como base, ou lastro, de um tÌtulo financeiro<br />
(cuja remuneraÁ„o È bas<strong>ea</strong>da nos juros pagos pelo toma<strong>do</strong>r da hipoteca). Esse tÌtulo È,<br />
ent„o, vendi<strong>do</strong> para fun<strong>do</strong>s de investimento, famÌlias ricas, empresas com dinheiro<br />
para aplicar, bancos etc. Uma das vantagens desse processo È que o compra<strong>do</strong>r desse<br />
papel em geral n„o tem muita noÁ„o <strong>do</strong> risco que est· compran<strong>do</strong>, porque ele n„o vÍ<br />
as hipotecas que lhe servem de lastro. (CARVALHO, 2008: 19).<br />
Este processo de securitizaÁ„o possuÌa prÛs e contras: a <strong>grande</strong> vantagem para as<br />
instituiÁıes era a distribuiÁ„o <strong>do</strong>s riscos ñ que n„o ficava exclusivamente concentra<strong>do</strong> nas<br />
instituiÁıes banc·rias ñ porÈm isso aumentou a opacidade <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Esta pr·tica foi<br />
amplamente difundida na dÈcada de 1980, e aplicada para outros tipos de ativos, como<br />
recebÌveis de cart„o de crÈdito e financiamento de automÛveis (PAULSON, 2010).<br />
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