VOLUME 11 Número 2 - Faap
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80 b. Preço inicial da ação: R$16,00; c. Valor de mercado da companhia na data: R$3 bilhões; d. Participação no varejo; e. Incentivo aos trabalhadores; f. Campanha histórica: foco na clareza, transparência e educação; g. Pedido para realização do IPO: final de fevereiro; h. Coordenadores da oferta: Itaú BBA (líder), BTG Pactual e BB Investimentos; i. Distribuição pública primária de 33.750.000 ações; j. Código da ação: MGLU3. A aprovação da oferta aconteceu no dia 21 de fevereiro de 2011, em Assembleia Geral Extraordinária da Companhia. O preço por ação foi fixado apenas após a conclusão do procedimento de Bookbuilding 9 . 2.4 Preparação e procedimentos da oferta Conforme Sousa (2011), companhias iniciantes, como o Magazine Luiza, devem ser preparadas por seus consultores e pelo coordenador da operação, para evitar erros ou enfrentar diversidades durante ou imediatamente depois da operação de abertura de capital. A abertura de capital da varejista Magazine Luiza ocorreu com três anos de atraso, visto que se pretendia realizar o IPO em 2008, mas a empresa foi atropelada pela crise econômica mundial. Luiza percebeu que seria necessário preparar o Magazine para capitalização em bolsa, após ter fracassado na negociação das Casas Bahia, perdendo para seu rival, o Pão de Açúcar. A empresa, até então familiar, começou a ser profissionalizada. O processo durou dois anos. Desde então, práticas de Governança Corporativa (GC) passaram a ser adotadas e foi feita a listagem no Novo Mercado. 2.5 Situação atual da companhia De acordo com publicação de 29/05/2011 do jornal O Estado de S. Paulo, os recursos adquiridos com o IPO foram usados para abertura de novas lojas, reformas e aquisições no setor de varejo e comércio eletrônico, além de reforçar o capital de giro. O primeiro destaque feito pela empresa em apresentação aos investidores foi o crescimento da marca em São Paulo e sua consolidação na região Nordeste. O Magazine Luiza segue os procedimentos da rígida governança corporativa (GC). A empresa emite apenas ações ordinárias, assegurando direito de voto aos 9. Bookbuilding - procedimento que reflete o valor pelo qual os investidores institucionais apresentaram suas intenções de investimento no contexto da oferta. Estratégica, vol.11(02), dezembro.2011
acionistas nas assembleias gerais, os relatórios são divulgados de maneira transparente e, além disso, os membros do Conselho de Administração têm acesso a qualquer dado da companhia, facilitando a tomada de decisão. A companhia trabalha com uma equipe de auditoria externa da Deloitte e no mínimo 20% dos conselheiros devem ser independentes, evitando que interesses familiares possam entrar em conflito com os profissionais. Qualquer conflito que possa surgir entre os acionistas é obrigatoriamente resolvido por meio de arbitragem que se caracteriza pela manifestação explícita da vontade das partes, que tentarão conciliação diante de um árbitro (pessoa de confiança nomeada pela empresa). Não havendo negociação, o árbitro quem decide pelo conflito. A oferta de compra de ações deve ser destinada a cada um dos sócios, resultando na transferência de controle societário a todos eles, e não apenas aos majoritários. A companhia adota ainda o conceito do Tag Along. O principal objetivo da varejista, segundo documento oficial de divulgação de resultados do primeiro trimestre de 2011, é adotar estratégias para crescer, porém que agreguem cada vez mais valor aos acionistas. Dentre elas: abrir novas lojas e expandir a cobertura geográfica por meio de crescimento orgânico e aquisições; aumentar a eficiência das operações, visando o aumento da receita, rentabilidade e redução de estoque; fortalecer e expandir a oferta de serviços e produtos financeiros; e, aperfeiçoar a experiência de compra por meio da multi-canalidade e aumentar as vendas dos canais virtuais. A abertura de capital trouxe vantagens para o Magazine como: maior possibilidade de investimentos e acesso a capital, liquidez patrimonial, capitalização da empresa a custos menores, gestão profissionalizada, mais transparente e responsável, permitiu crescimento em um país de juros tão altos, novo relacionamento com funcionários e prestígio pessoal e corporativo. Isso acontece, pois uma companhia de capital aberto é menos afetada pelas volatilidades da economia e, com a gestão profissionalizada, os executivos têm maior capacidade de planejar, sem que criatividade e energia sejam consumidas nas atividades diárias. Além disso, a empresa de capital aberto tem muito mais reconhecimento e projeção dos públicos com os quais se relaciona, passando a ser mencionada na mídia e acompanhada por entidades financeiras. O sucesso de se tornar uma empresa aberta dependeu também das ações tomadas após a oferta. O bom relacionamento com a CVM, BOVESPA e com o mercado foram fatores relevantes para o sucesso. Não se pode esquecer de indicar, porém, os desafios que surgiram posteriormente ao IPO. A pressão para crescimento e resultados em curto prazo aumentaram, mais informações tiveram que ser divulgadas ao público, fazendo com que a empresa ficasse mais exposta à concorrência, introdução do custo inicial de preparação, maiores restrições e perda de benefícios pessoais. Contudo, o desempenho mensal das ações do Magazine Luiza foi positivo. Governança corporativa nas empresas: estudo de caso do Magazine Luiza, Marcela L. Bonisen e Tharcisio B. de Souza Santos, p. 69-84 81
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f. Campanha histórica: foco na clareza, transparência e educação;<br />
g. Pedido para realização do IPO: final de fevereiro;<br />
h. Coordenadores da oferta: Itaú BBA (líder), BTG Pactual e BB Investimentos;<br />
i. Distribuição pública primária de 33.750.000 ações;<br />
j. Código da ação: MGLU3.<br />
A aprovação da oferta aconteceu no dia 21 de fevereiro de 20<strong>11</strong>, em Assembleia<br />
Geral Extraordinária da Companhia. O preço por ação foi fixado apenas após a conclusão<br />
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Conforme Sousa (20<strong>11</strong>), companhias iniciantes, como o Magazine Luiza, devem<br />
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erros ou enfrentar diversidades durante ou imediatamente depois da operação de<br />
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A abertura de capital da varejista Magazine Luiza ocorreu com três anos de atraso,<br />
visto que se pretendia realizar o IPO em 2008, mas a empresa foi atropelada<br />
pela crise econômica mundial. Luiza percebeu que seria necessário preparar o Magazine<br />
para capitalização em bolsa, após ter fracassado na negociação das Casas<br />
Bahia, perdendo para seu rival, o Pão de Açúcar.<br />
A empresa, até então familiar, começou a ser profissionalizada. O processo durou<br />
dois anos. Desde então, práticas de Governança Corporativa (GC) passaram a<br />
ser adotadas e foi feita a listagem no Novo Mercado.<br />
2.5 Situação atual da companhia<br />
De acordo com publicação de 29/05/20<strong>11</strong> do jornal O Estado de S. Paulo, os recursos<br />
adquiridos com o IPO foram usados para abertura de novas lojas, reformas<br />
e aquisições no setor de varejo e comércio eletrônico, além de reforçar o capital de<br />
giro. O primeiro destaque feito pela empresa em apresentação aos investidores foi<br />
o crescimento da marca em São Paulo e sua consolidação na região Nordeste.<br />
O Magazine Luiza segue os procedimentos da rígida governança corporativa<br />
(GC). A empresa emite apenas ações ordinárias, assegurando direito de voto aos<br />
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de investimento no contexto da oferta.<br />
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