VOLUME 11 Número 2 - Faap
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2.1.3 Internacionalização de P&D<br />
Através das entrevistas realizadas, parece claro que o desenvolvimento da capacidade<br />
de inovação local destaca-se como um fator importante para a estratégia da empresa.<br />
Assim, o Instituto Nokia de Tecnologia (braço local de P&D da empresa) encontra-se<br />
bastante consolidado e possui parcerias com muitas universidades e empresas locais.<br />
Este instituto, fundado em 2001, contava com cerca de 350 colaboradores no início de<br />
2012, obtendo um número crescente de patentes para a Nokia Brasil (entre 15 e 30 patentes<br />
geradas anualmente).<br />
Por outro lado, segundo os gerentes do Instituto Nokia de Tecnologia, a empresa<br />
sempre buscou adaptar o processo de inovação de forma a integrá-lo às necessidades<br />
do mercado. Assim, a empresa conta no Brasil com seus próprios laboratórios de pesquisa<br />
e, eventualmente, pode também contratar pesquisa terceirizada, formada em geral<br />
por pequenas empresas que priorizam o desenvolvimento rápido de aplicativos móveis.<br />
A subsidiária local da Nokia desfrutaria assim de um razoável grau de independência<br />
na área de pesquisa e implementação de aplicações para o mercado brasileiro, embora<br />
o design do hardware e do sistema operacional sejam ainda centralizados na Finlândia.<br />
Por outro lado, segundo a gerente de Recursos Humanos do Instituto Nokia de Tecnologia,<br />
as pesquisas locais vêm ganhando mais importância dentro da estrutura global<br />
da empresa, devido à crescente importância do mercado brasileiro, embora o Instituto<br />
enfrente desafios relacionados ao alto turnover de pesquisadores e engenheiros jovens,<br />
frequentemente atraídos por ofertas atrativas no centro-sul do país e por empresas de<br />
tecnologia situadas nos EUA e Europa.<br />
Conforme a classificação de Gassman e Von Zedwitz (1999) para a internacionalização<br />
de P&D, haveria cinco modelos possíveis: o centralizado etnocêntrico, o geocêntrico<br />
centralizado, o policêntrico descentralizado, o modelo concentrador e a rede de pesquisa<br />
integrada. Nesta classificação, o Instituto Nokia de Tecnologia estaria próximo de<br />
rede de pesquisa integrada, já que, apesar de desfrutar de relativa independência, não<br />
atua autonomamente dos centros de demais P&D da Nokia.<br />
2.2 Desenvolvimento de capacidades dinâmicas<br />
Teece, Pisano e Shuen (1997) definem que a habilidade de adquirir novas formas de<br />
vantagem competitiva ou “capacidades dinâmicas” enfatizaria dois aspectos chave até<br />
então inexplorados pelas demais perspectivas sobre a relação entre a estratégia e as<br />
competências da empresa (tais como a visão baseada em recursos de Wernerfelt e as<br />
core competences de Hamel e Prahalad). Esses aspectos seriam:<br />
18<br />
• Capacidade da empresa para “renovar competências” para reagir aos desafios do<br />
ambiente;<br />
• O papel da gestão estratégica, responsável por “reconfigurar” dinamicamente os<br />
recursos, e competências funcionais da empresa.<br />
Estratégica, vol.<strong>11</strong>(02), dezembro.20<strong>11</strong>