VOLUME 11 Número 2 - Faap
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2.1 Processo de internacionalização<br />
2.1.1 A criação e consolidação da subsidiária<br />
A empresa encontra-se em um estágio avançado de internacionalização de suas atividades<br />
produtivas no Brasil, com a fabricação local da maioria dos telefones comercializados<br />
aqui.<br />
A logística é um aspecto muito importante, pois a empresa integra peças de fornecedores<br />
de hardware locais e remotos (outros países) na produção de praticamente<br />
todos os aparelhos.<br />
Os processos de produção e logísticos empregados na Europa se mostraram inadaptados<br />
às restrições locais de infraestrutura de transportes, e, uma vez que a fábrica se<br />
situa em Manaus, distante dos principais mercados no Brasil, criou-se uma grande operação<br />
logística na subsidiária brasileira, de forma a garantir o recebimento das peças<br />
vindas de outros países e a distribuição local dos produtos.<br />
2.1.2 Integração da gestão local com as diretivas da matriz<br />
Para desenvolvimento deste trabalho foram entrevistados quatro profissionais da<br />
Nokia Brasil, todos em nível gerencial: Gerente de Recursos Humanos (Nokia e Instituto<br />
Nokia de Tecnologia), Gerente de Projetos (Escritório de Projetos – PMO), Gerente de<br />
Integração de Sistemas e Gerente de Inovação. As entrevistas foram realizadas no transcorrer<br />
do segundo semestre de 2012.<br />
Segundo os gerentes entrevistados, a empresa possui uma forte cultura interna baseada<br />
nos valores escandinavos, como igualdade, meritocracia e honestidade no relacionamento<br />
com clientes. A Finlândia, país de origem da empresa, é considerada no<br />
ranking da ONU o país menos corrupto do mundo e também um dos países europeus<br />
com menor nível de desigualdade social, conforme Martti (2002). Ainda segundo este<br />
autor, a empresa prioriza estruturas matriciais com poucos níveis hierárquicos, permitindo<br />
que os funcionários tenham acesso aos gerentes de forma informal - o feedback<br />
direto do funcionário sobre o gerente é, em geral, tolerado e até incentivado.<br />
Estas observações são confirmadas nas entrevistas realizadas, onde verificou-se que<br />
a matriz finlandesa tem adotado uma abordagem pragmática, em que as capacidades<br />
locais são relativamente valorizadas, apesar das grandes diferenças culturais, pois se entende<br />
que estas capacidades locais seriam uma forma de atingir o mercado brasileiro.<br />
Existiria assim um grau mediano de descentralização gerencial da subsidiária em relação<br />
à matriz. Esta descentralização seria maior nas áreas de Marketing e Vendas (que<br />
devem traçar suas próprias estratégias locais, adaptadas ao mercado brasileiro) embora<br />
áreas diretamente ligadas à Produção possuam um menor grau de autonomia e estão<br />
sujeitas a controles rígidos e globais.<br />
Um estudo da evolução estratégica em subsidiárias: analisando a estratégia de internacionalização..., Rodrigo Bahia Viana, p. <strong>11</strong>-26<br />
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