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VOLUME 11 Número 2 - Faap

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Finalmente, no plano da legislação, foram encaminhadas ao Congresso 431 propostas<br />

de emendas legislativas 15 propondo alterações à MP do governo, sendo que<br />

apenas um deputado pelo Estado de São Paulo propôs 91 alterações.<br />

Estas emendas dos congressistas que, potencialmente, podem alterar alguns<br />

pontos da MP no Congresso levaram o Secretário Executivo do Ministério de Minas<br />

e Energia (MME) a antecipar problemas relacionados à assinatura dos contratos<br />

que, pelo cronograma do governo, irá acontecer antes da conclusão da tramitação<br />

legislativa. O secretário Zimmermann comentou (ELÉTRICAS..., 2012) que o governo<br />

precisará fazer malabarismos jurídicos para que os contratos tenham flexibilidade<br />

suficiente para se adaptarem às emendas que ocorrerão.<br />

No plano dos governos, a perplexidade se deu pela perda potencial da receita<br />

associada ao imposto sobre valor agregado, denominado ICMS de destinação aos<br />

Estados. Apenas o Estado de São Paulo avalia que perderá receita em tributos associados<br />

à energia elétrica da ordem de R$ 1 bilhão por ano, conforme estimativas do<br />

Secretario de Energia daquele Estado (COM LUZ..., 2012).<br />

Outro ponto polêmico relaciona-se à destinação exclusiva da energia dessas usinas<br />

para o mercado regulado. Grande parte das emendas apresentadas ao Congresso estabelece<br />

que deveria existir uma proporcionalidade da destinação da energia entre os<br />

mercados regulado (ACR) e o mercado competitivo (ACL). A Associação Brasileira das<br />

Empresas de Comercialização de Energia Elétrica (ABRACEEL) argumenta que, como os<br />

grandes consumidores (em especial os das classes tarifárias A3 e A2) já optaram, em<br />

sua absoluta maioria, pelo mercado livre, os benefícios apontados pelo governo seriam<br />

apenas virtuais. Outro argumento favorável a uma isonomia para o destino da energia<br />

barata seria que, os consumidores livres, de certa maneira como parte da sociedade,<br />

também teriam contribuído para a amortização das usinas com concessões vincendas.<br />

Os efeitos das medidas no mercado competitivo não se restringem, no entanto,<br />

ao fato da energia ser destinada exclusivamente a consumidores regulados. Nos dias<br />

que se seguiram ao anúncio das medidas, o governo alterou o prazo de permissão<br />

para retornar ao mercado cativo para clientes que adquiriam energia de fontes incentivadas<br />

(fontes de baixo impacto ambiental e de pequeno porte) de seis meses<br />

para cinco anos de aviso prévio, igualando o prazo requerido para fontes de grande<br />

porte e ou com maiores impactos ambientais.<br />

Ainda em relação ao mercado competitivo, muitas das usinas envolvidas no plano<br />

de medidas já tinham comercializado sua produção junto ao mercado livre, para<br />

os anos de 2012 até 2015. Como as medidas estabelecem que a totalidade da energia<br />

produzida será direcionada ao mercado regulado, a energia já comercializada deverá<br />

ser objeto de contratação junto a outros fornecedores, para substituição dos compromissos<br />

assumidos. Por um efeito perverso, as condições hidrológicas no Brasil,<br />

15. Como já discutido anteriormente o dispositivo das MPs precisa ser aprovado no Congresso, mas pode receber contribuições<br />

dos congressistas, que também precisam ser aprovadas pelos pares.<br />

108<br />

Estratégica, vol.<strong>11</strong>(02), dezembro.20<strong>11</strong>

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