GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE / GUIA DE ESTUDIOS - Faap
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Como medida para reduzir os problemas, o então primeiro-ministro, José Sócrates, tentou botar em prática um plano de austeridade que reduziria assim as vantagens no pagamento de pensões, aumentaria os impostos e as tarifas nos transportes públicos. A oposição, porém, não concordou em realizar esse plano, derrubando-o em março de 2011. Foi gerada uma crise política que derrubou o primeiro-ministro e as bolsas de valores em todas as áreas do globo, pois gerou certa dúvida em relação à possibilidade de melhora e salvação do país luso. Depois de muito relutar a uma potencial ajuda, Portugal não conseguiu seguir sem o suporte do restante da Europa, porém, alguns países, em especial a Finlândia, relutaram em aceitar em seus parlamentos que um o pacote fosse feito. Chegou-se ao ponto de se fazerem vídeos e lançá-los na internet para tentar convencer a população desses países a fazer um trato. Enfim, o novo pacote foi aprovado com um valor de 78 bilhões de euros, que serão divididos igualmente (26 bilhões de euros cada) entre o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF) e o FMI. 9 Foi necessário o comprometimento do país em alguns aspectos para que esse pacote pudesse ser recebido. A nação deverá, em três anos, fazer reformas estruturais para assegurar o aumento da economia, a criação de empregos e a melhoria da competitividade. É preciso também estabilizar suas contas públicas até 2013 em até 3% do PIB e investir no sistema bancário do país com um programa de apoio de 12 bilhões de euros. ESPANHA A Espanha é uma peça muito mais preocupante no tabuleiro europeu, pois sua economia é maior que a dos outros citados anteriormente. O endividamento público, em 2009, estava ainda abaixo da média europeia, mas seu crescimento vinha aumentando, o real problema era assim a somatória total das dívidas espanholas (incluindo bancos, empresas e famílias). Esse chegou a um valor que atinge quatro vezes o PIB, 56 VIII Fórum FAAP de Discussão Estudantil – 2012 metade desse valor está relacionado a dívidas externas cujos 60% correspondem a dívidas com bancos alemães e franceses. No fim do ano de 2009, a economia da nação encolheu 3,6% e o déficit público atingiu 11,4% do PIB. A dívida pública, que estava em 39,7% do PIB em 2008, subiu para 55,2% no fim de 2009 e alguns economistas previram que deverá alcançar o patamar de 74,3% em 2012. 10 A taxa de desemprego, em 2009, era de 18,8% da população economicamente ativa (sendo 40% dos jovens e 60% da mão de obra imigrante), já em 2010, girava em torno de 20%. A economia espanhola está apoiada em três grandes setores, sendo os três amplamente afetados pela crise: a construção, o turismo e o setor automobilístico. A construção absorvia 11% da economia e 13% do emprego do país, mas, após os últimos anos, ocorreu uma intensa desvalorização do valor e estagnação na venda dos imóveis. O turismo está amplamente prejudicado, pois, com economias em crise, a população deixa de procurar ou realizar atos mais supérfluos. O setor automobilístico, que é totalmente controlado por multinacionais estrangeiras, é o eixo da indústria local e se sustentou durante o ano de 2009 graças a uma ampla ajuda governamental. Os bancos espanhóis estão completamente atados ao setor imobiliário. O governo espanhol se manifestou dizendo que fará cortes, como cortar as despesas públicas em mais de 50%, reformar o sistema de pensões públicas, fazer uma reforma trabalhista e impulsionar as privatizações, mas deixa claro que isso será somente o princípio. O país vem enfrentando grave desaprovação popular e corre um grave risco de uma crise política tomar lugar, o que prejudicaria ainda mais sua recuperação econômica.
Guia de Estudos / Study Guide / Guia de Estudios ITÁLIA A Itália representa a quarta maior economia da atual União Europeia. A crise na nação não se restringe somente à economia; a crise política vem assolando o país antes do começo das reais preocupações com o mercado. O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi está envolvido em acusações e processos na justiça italiana há algum tempo. Os principais motivos são as festas organizadas e os casos de prostituição de menores. Seu governo já não é aprovado por muitos italianos e já esteve a ponto de cair diversas vezes. Sob o enfoque econômico, a Itália possuía, em 2009, um déficit público de 5,3% do PIB nacional, o que não era muito preocupante. Porém, a dívida pública tem encontrado uma situação cada vez mais caótica, chegando ao nível de 115,8% do PIB. 11 O governo se comprometeu a “apertar os cintos” e diminuir os gastos, congelando assim os salários públicos, reduzindo os orçamentos para os ministérios e reforçando a luta contra a evasão fiscal. Segundo alguns economistas, o medo e a pressão sobre Portugal e Espanha foram cruciais para que houvesse essa preocupação com relação à Itália. O país teve sua nota de risco rebaixada por agências conceituadas no setor, em muitas delas descendo do A+ para o A. REINO UNIDO Apesar de não pertencer à zona do euro, sua relação com os outros países da União Europeia é tão forte que não sairia a salvo da crise. Diferentemente dos outros países da Europa, o agravamento da crise no país não se deu por questão monetária, e sim por causa da depressão inglesa. A nação não consegue restabelecer o crescimento e vem somando números negativos ou muito próximos a zero há alguns trimestres. A crise bancária de 2008 assolou-o gravemente e não foi retomada sua forma original até o momento. Teve início, assim, como nos demais países, um complicado e extenso processo de corte de gastos governamentais. Várias cidades foram palco de diversos protestos estudantis contra tais reformas, e o apoio da população mais jovem não é muito explícito. Bancos também tiveram suas notas rebaixadas por dúvidas em relação à possibilidade de poderem cumprir com seus deveres. FRANçA Segunda maior economia da atual União Europeia, o país tem papel crucial nas negociações e nos preparativos para o futuro da região. A França, porém, tem recebido notícias não muito animadoras com relação a sua economia e seu crescimento. A nação está à beira de entrar em recessão. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, tem tido vários encontros com a chanceler alemã, Angela Merkel, e os dois países são a esperança para o futuro do euro. ALEMANHA Maior e mais sólida economia europeia. É o país no qual mais se teme uma infecção da economia. É, em conjunto com a França, quem tem liderado a cobrança aos países mais afetados para cumprir sua parte nos acordos, e é influente no preparo de tais pacotes. Um grave medo de um cansaço do país em ajudar o restante da Europa é preocupante, já que vêm sendo levantadas propostas de deixar a zona do euro pelos mais radicais do país. A criação de um Fundo Monetário Europeu (FME) 12 pode ser um remédio para que o problema que vem ocorrendo de erros de informações dos países mediterrâneos e erros de divulgação de cálculos não aconteçam novamente. Para que tal fundo possa vir a existir, os países deveriam abdicar de suas políticas econômicas diversas, construindo assim uma maior união entre os Estados. 57
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Como medida para reduzir os problemas, o então primeiro-ministro,<br />
José Sócrates, tentou botar em prática<br />
um plano de austeridade que reduziria assim as<br />
vantagens no pagamento de pensões, aumentaria os<br />
impostos e as tarifas nos transportes públicos. A oposição,<br />
porém, não concordou em realizar esse plano,<br />
derrubando-o em março de 2011.<br />
Foi gerada uma crise política que derrubou o primeiro-ministro<br />
e as bolsas de valores em todas as áreas<br />
do globo, pois gerou certa dúvida em relação à possibilidade<br />
de melhora e salvação do país luso.<br />
Depois de muito relutar a uma potencial ajuda, Portugal<br />
não conseguiu seguir sem o suporte do restante<br />
da Europa, porém, alguns países, em especial a Finlândia,<br />
relutaram em aceitar em seus parlamentos<br />
que um o pacote fosse feito. Chegou-se ao ponto de<br />
se fazerem vídeos e lançá-los na internet para tentar<br />
convencer a população desses países a fazer um trato.<br />
Enfim, o novo pacote foi aprovado com um valor de<br />
78 bilhões de euros, que serão divididos igualmente<br />
(26 bilhões de euros cada) entre o Fundo Europeu de<br />
Estabilização Financeira (FEEF), o Mecanismo Europeu<br />
de Estabilização Financeira (MEEF) e o FMI. 9<br />
Foi necessário o comprometimento do país em alguns<br />
aspectos para que esse pacote pudesse ser recebido.<br />
A nação deverá, em três anos, fazer reformas estruturais<br />
para assegurar o aumento da economia, a criação<br />
de empregos e a melhoria da competitividade.<br />
É preciso também estabilizar suas contas públicas até<br />
2013 em até 3% do PIB e investir no sistema bancário do<br />
país com um programa de apoio de 12 bilhões de euros.<br />
ESPANHA<br />
A Espanha é uma peça muito mais preocupante no<br />
tabuleiro europeu, pois sua economia é maior que a<br />
dos outros citados anteriormente. O endividamento<br />
público, em 2009, estava ainda abaixo da média europeia,<br />
mas seu crescimento vinha aumentando, o<br />
real problema era assim a somatória total das dívidas<br />
espanholas (incluindo bancos, empresas e famílias).<br />
Esse chegou a um valor que atinge quatro vezes o PIB,<br />
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VIII Fórum FAAP de Discussão Estudantil – 2012<br />
metade desse valor está relacionado a dívidas externas<br />
cujos 60% correspondem a dívidas com bancos<br />
alemães e franceses.<br />
No fim do ano de 2009, a economia da nação encolheu<br />
3,6% e o déficit público atingiu 11,4% do PIB. A dívida<br />
pública, que estava em 39,7% do PIB em 2008, subiu<br />
para 55,2% no fim de 2009 e alguns economistas previram<br />
que deverá alcançar o patamar de 74,3% em 2012. 10<br />
A taxa de desemprego, em 2009, era de 18,8% da população<br />
economicamente ativa (sendo 40% dos jovens<br />
e 60% da mão de obra imigrante), já em 2010,<br />
girava em torno de 20%.<br />
A economia espanhola está apoiada em três grandes<br />
setores, sendo os três amplamente afetados pela crise:<br />
a construção, o turismo e o setor automobilístico.<br />
A construção absorvia 11% da economia e 13% do<br />
emprego do país, mas, após os últimos anos, ocorreu<br />
uma intensa desvalorização do valor e estagnação na<br />
venda dos imóveis. O turismo está amplamente prejudicado,<br />
pois, com economias em crise, a população<br />
deixa de procurar ou realizar atos mais supérfluos. O<br />
setor automobilístico, que é totalmente controlado<br />
por multinacionais estrangeiras, é o eixo da indústria<br />
local e se sustentou durante o ano de 2009 graças a<br />
uma ampla ajuda governamental.<br />
Os bancos espanhóis estão completamente atados ao<br />
setor imobiliário.<br />
O governo espanhol se manifestou dizendo que fará<br />
cortes, como cortar as despesas públicas em mais de<br />
50%, reformar o sistema de pensões públicas, fazer<br />
uma reforma trabalhista e impulsionar as privatizações,<br />
mas deixa claro que isso será somente o princípio.<br />
O país vem enfrentando grave desaprovação popular e<br />
corre um grave risco de uma crise política tomar lugar, o<br />
que prejudicaria ainda mais sua recuperação econômica.