GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE / GUIA DE ESTUDIOS - Faap

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27.08.2013 Views

Como visto anteriormente com o Tratado de Lisboa, o Conselho Europeu deixou de ser uma reunião extraoficial e passou a ser uma instituição da União Europeia, podendo até ser controlado pela Corte de Justiça. Antigamente, as reuniões eram assessoradas por ministros, hoje é apenas formada pelos chefes de Estado e governo, o presidente do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, e o alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança. Se os chefes de Estado e governo desejarem, os mesmos podem ser auxiliados por um ministro de seus governos. As reuniões se dão duas vezes por semestre, mas podem ocorrer reuniões extraordinárias. É bom lembrar que as decisões são tomadas por consenso, ou seja, unanimidade. Histórico do Tema ORIGENS DO CAPITALISMO O capitalismo pode ser definido como a formação histórica e única com instituições de núcleo e movimentos distintos. Envolve o crescimento de uma classe mercantilista, a separação da produção e do Estado, e a mentalidade do cálculo racional. Sua lógica gira em torno do acúmulo de capital, refletindo na onipresença da competição. Apresenta amplas tendências na criação de riqueza sem precedentes, grande distribuição de empresas, vasto setor público e ciclos de atividades. Enquanto pesquisadores do capitalismo tradicionalmente encaram o seu fim em algum período histórico, economistas modernos mostram pouco interesse em projeções históricas. 2 O capitalismo teve sua origem no declínio da sociedade feudal. A troca do trabalho por itens ou dinheiro, o desenvolvimento do trabalho livre e de pequenas propriedades de posse camponesa, a retomada do comércio, a reaparição da vida urbana, a formação de uma burguesia comerciante e etc. são características marcantes do antecessor do capitalismo, o mercantilismo. 52 CRISE DE 1929 VIII Fórum FAAP de Discussão Estudantil – 2012 Até o momento presente, classifica-se a “crise de 1929” como a maior recessão econômica pela qual o mundo já passou. Assim como a crise financeira atual, teve caráter ambicioso. Fazia mais de um século que a Revolução Industrial tinha ocorrido, o modo de produção vigente no século XX era o de grande escala, os empresários substituíram a mão de obra por máquinas modernas que realizavam o trabalho de forma mais rápida e barata. Os Estados Unidos já eram a maior economia e Nova York sediava o centro financeiro do mundo, os americanos estavam empolgados com seu crescimento, que parecia desenfreado. Entretanto, a realidade era outra, os empresários produziam cada vez mais bens, sem se dar conta de que os estoques aumentavam. Tal situação foi ocasionada principalmente por dois fatores: o desemprego da massa norte-americana, que havia sido substituída pelas máquinas e não tinha mais dinheiro para comprar produtos básicos, muito menos supérfluos, e a queda das exportações. Esse segundo fator se deve à dificuldade pela qual o a Europa, maior mercado consumidor, estava passando. A maioria dos países teve seus cofres esvaziados para pagar dívidas contraídas na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), além de sua economia ter sido arrasada, o capital se restringiu e a produção também por consequência; para se reestruturarem precisavam diminuir as importações a partir de metas protecionistas. Industriais estadunidenses não perceberam os sinais de alerta da conjuntura e, visando o constante aumento de lucros, produziam mais, acreditando que os preços baixos dos itens bastava para serem demandados. Na bolsa de valores, o mesmo acontecia, a especulação era altíssima e os proprietários de ações tinham rendas mensais altas. O cenário de prosperidade se inverteu no dia 24 de outubro de 1929, quando uma drástica queda nas ações da bolsa nova-iorquina começou. Rapidamente, todos os possuidores de créditos queriam vendê- -los, sem sucesso. Seis mil bancos quebraram e milhares de fábricas fecharam; em poucas semanas, 30 bilhões de dólares “desapareceram”.

Guia de Estudos / Study Guide / Guia de Estudios Todavia, as consequências para os anos seguintes foram muito maiores: o Produto Interno Bruto do país recuou pela metade, de 104 bilhões para 56 bilhões de dólares em quatro anos; um a cada quatro norte- -americanos ficou desempregado e o consumo caiu de 79 bilhões para 49 bilhões de dólares. O mundo todo foi impactado pelo crash da bolsa, e a Europa que estava se reerguendo se viu em uma péssima condição novamente. Os países agroexportadores, como Brasil e Argentina, também foram prejudicados, o preço das matérias- -primas declinou muito. Os mercados do mundo todos já estavam englobados, portanto, a Grande Depressão afetou quase todos, com algumas exceções como a União Soviética, que usufruía de uma economia fechada. Já na Inglaterra, o primeiro-ministro MacDonald foi obrigado a deixar a libra flutuar livremente no mercado, já que a balança comercial estava desfavorável. A especulação financeira e a inflação aumentaram, prejudicando mais os consumidores. A circunstância desastrosa foi gerada pela cobiça dos empresários, que não souberam enxergar até que ponto a economia suportaria suas pretensões, o que na prática foi ocasionado pelo excesso de oferta, que cessou imediatamente os preços, e pelo excesso de especulação, que estimou quantias que na realidade não existiam. Muitos especialistas da época questionaram o capitalismo liberal, outros consideravam que um sistema alternativo era impossível, mas os conceitos de não intervenção estatal e total liberdade econômica tiveram que ser repensados. Em 1932, Roosevelt criou os programas relacionados ao New Deal e sistemas políticos radicais nacionalistas, como o nazismo na Alemanha e o fascismo na Itália, instalaram-se, tendo por objetivo agregar riquezas aos seus países em crise. CRISE DO SUBPRIME (2008) A crise econômica atual é o resultado da “bolha” imobiliária norte-americana, que foi revelada em 2008 quando uma série de problemas financeiros originados principalmente nos EUA veio à tona. Após a crise das empresas “pontocom” em 2001, a economia do país se encontrava desestimulada, logo o Federal Reserve (Banco Central americano) decidiu reduzir a taxa de juros com o objetivo de fomentar os consumidores e as empresas a gastar e assim reaquecer o sistema. Inicialmente essa atitude foi bem-sucedida, a taxa de juros chegou a 1% ao ano (2003). O setor imobiliário ganhou muitos investimentos, assim os preços dos imóveis elevaram-se consideravelmente. A demanda pelas hipotecas cresceu, estas, em busca de lucros mais altos, concederam créditos facilmente, inclusive a indivíduos de alto risco, cujo histórico de pagamento não era bom e nem sempre tinham renda suficiente para repagar os credores posteriormente. Esses indivíduos, atraídos pelo momento favorável, compraram mais casas, esperando no futuro lucrar com sua venda, requisitando mais empréstimos, dando muitas vezes como garantia suas próprias casas. As companhias hipotecárias vendiam créditos aos bancos, pois assim recebiam capital adiantado e poderiam fazer mais empréstimos para seus clientes. Nota-se que a partir desse momento há uma fusão de setores da economia, o imobiliário e o financeiro. Em 2006, o mercado já apresentava sinais de saturação, o Federal Reserve aumentou os juros, o que freou a economia e fez com que os preços dos imóveis caíssem. Devido a essa redução de crescimento, o desempregou aumentou, o custo de vida subiu e muitas pessoas tornaram-se inadimplentes, já que não tinham mais condições de arcar com seus débitos. Com a piora da situação, o pânico geral se instaurou e a dificuldade de se calcular o tamanho real do problema foi grande, pois a especulação embaçava a realidade e o rombo era maior do que o imaginado. Grandes empresas, como a American Home Mortgage (AHM), que atua no setor imobiliário, tiveram que pedir concordata. A maior das empresas do setor, a Fannie Mae (Federal National Mortgage Association), que faturou cerca de 43,71 bilhões de dólares em 2007, teve uma queda de 88% das ações no ano da crise. O governo teve que socorrê-la com um pacote de mais de 100 bilhões de dólares e atualmente possui mais de 80% de suas ações disponíveis. 3 O efeito “dominó” foi inevitável, um ciclo vicioso havia se fixado. A falência do tradicional banco norte-americano, o Lehman Brothers, fez com que várias instituições tivessem o mesmo fim, e aqueles que consegui- 53

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Todavia, as consequências para os anos seguintes foram<br />

muito maiores: o Produto Interno Bruto do país<br />

recuou pela metade, de 104 bilhões para 56 bilhões<br />

de dólares em quatro anos; um a cada quatro norte-<br />

-americanos ficou desempregado e o consumo caiu<br />

de 79 bilhões para 49 bilhões de dólares. O mundo<br />

todo foi impactado pelo crash da bolsa, e a Europa<br />

que estava se reerguendo se viu em uma péssima<br />

condição novamente.<br />

Os países agroexportadores, como Brasil e Argentina,<br />

também foram prejudicados, o preço das matérias-<br />

-primas declinou muito. Os mercados do mundo todos<br />

já estavam englobados, portanto, a Grande Depressão<br />

afetou quase todos, com algumas exceções<br />

como a União Soviética, que usufruía de uma economia<br />

fechada. Já na Inglaterra, o primeiro-ministro<br />

MacDonald foi obrigado a deixar a libra flutuar livremente<br />

no mercado, já que a balança comercial estava<br />

desfavorável. A especulação financeira e a inflação<br />

aumentaram, prejudicando mais os consumidores.<br />

A circunstância desastrosa foi gerada pela cobiça dos<br />

empresários, que não souberam enxergar até que<br />

ponto a economia suportaria suas pretensões, o que<br />

na prática foi ocasionado pelo excesso de oferta, que<br />

cessou imediatamente os preços, e pelo excesso de<br />

especulação, que estimou quantias que na realidade<br />

não existiam. Muitos especialistas da época questionaram<br />

o capitalismo liberal, outros consideravam<br />

que um sistema alternativo era impossível, mas os<br />

conceitos de não intervenção estatal e total liberdade<br />

econômica tiveram que ser repensados. Em 1932,<br />

Roosevelt criou os programas relacionados ao New<br />

Deal e sistemas políticos radicais nacionalistas, como<br />

o nazismo na Alemanha e o fascismo na Itália, instalaram-se,<br />

tendo por objetivo agregar riquezas aos seus<br />

países em crise.<br />

CRISE DO SUBPRIME (2008)<br />

A crise econômica atual é o resultado da “bolha” imobiliária<br />

norte-americana, que foi revelada em 2008 quando<br />

uma série de problemas financeiros originados<br />

principalmente nos EUA veio à tona. Após a crise das<br />

empresas “pontocom” em 2001, a economia do país<br />

se encontrava desestimulada, logo o Federal Reserve<br />

(Banco Central americano) decidiu reduzir a taxa de juros<br />

com o objetivo de fomentar os consumidores e as<br />

empresas a gastar e assim reaquecer o sistema.<br />

Inicialmente essa atitude foi bem-sucedida, a taxa<br />

de juros chegou a 1% ao ano (2003). O setor imobiliário<br />

ganhou muitos investimentos, assim os preços<br />

dos imóveis elevaram-se consideravelmente. A demanda<br />

pelas hipotecas cresceu, estas, em busca de<br />

lucros mais altos, concederam créditos facilmente,<br />

inclusive a indivíduos de alto risco, cujo histórico de<br />

pagamento não era bom e nem sempre tinham renda<br />

suficiente para repagar os credores posteriormente.<br />

Esses indivíduos, atraídos pelo momento favorável,<br />

compraram mais casas, esperando no futuro lucrar<br />

com sua venda, requisitando mais empréstimos, dando<br />

muitas vezes como garantia suas próprias casas.<br />

As companhias hipotecárias vendiam créditos aos<br />

bancos, pois assim recebiam capital adiantado e poderiam<br />

fazer mais empréstimos para seus clientes.<br />

Nota-se que a partir desse momento há uma fusão de<br />

setores da economia, o imobiliário e o financeiro. Em<br />

2006, o mercado já apresentava sinais de saturação, o<br />

Federal Reserve aumentou os juros, o que freou a economia<br />

e fez com que os preços dos imóveis caíssem.<br />

Devido a essa redução de crescimento, o desempregou<br />

aumentou, o custo de vida subiu e muitas pessoas<br />

tornaram-se inadimplentes, já que não tinham<br />

mais condições de arcar com seus débitos.<br />

Com a piora da situação, o pânico geral se instaurou e<br />

a dificuldade de se calcular o tamanho real do problema<br />

foi grande, pois a especulação embaçava a realidade<br />

e o rombo era maior do que o imaginado. Grandes<br />

empresas, como a American Home Mortgage (AHM),<br />

que atua no setor imobiliário, tiveram que pedir concordata.<br />

A maior das empresas do setor, a Fannie Mae<br />

(Federal National Mortgage Association), que faturou<br />

cerca de 43,71 bilhões de dólares em 2007, teve uma<br />

queda de 88% das ações no ano da crise. O governo<br />

teve que socorrê-la com um pacote de mais de 100<br />

bilhões de dólares e atualmente possui mais de 80%<br />

de suas ações disponíveis. 3<br />

O efeito “dominó” foi inevitável, um ciclo vicioso havia<br />

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o Lehman Brothers, fez com que várias instituições<br />

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