GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE / GUIA DE ESTUDIOS - Faap

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27.08.2013 Views

Pode-se perceber que o comportamento do Irã levou a comunidade internacional a impor sanções cada vez mais pesadas para seguir o TNP; alguns líderes mundiais já se mostraram engajados em implantar maiores sanções ao país 63 , como, por exemplo, o governo francês, que, em 25 de fevereiro de 2010, declarou que almeja maiores sanções ao Irã, o mais rápido possível, como forma de responder às violações de Teerã e sua recusa em cooperar com o TNP, tratado de que são signatários. 64 Outro país que constantemente é acusado de desenvolver seu plano nuclear para fins armamentistas e não pacíficos é a Coreia do Norte. O país afirmou, em setembro de 2009, que atingiu a etapa final de enriquecimento de urânio, admitindo que tal tecnologia possua fins militares. Com isso, o governo norte-coreano se diz preparado para dialogar e até mesmo sofrer sanções do Conselho de Segurança – fato que já havia ocorrido em abril do mesmo ano após um teste de míssil de longo alcance, e também após outros testes com mísseis e um teste nuclear subterrâneo (ambos realizados após o alerta da ONU). 65 A Coreia do Norte é acusada de manter um programa nuclear secreto desde 1989, e desde então vem sofrendo repreensões e sanções do Conselho de Segurança, assim como da comunidade internacional, tanto que, em 2003, o país deixou de ser signatário do TNP. 66 Em abril de 2009, a Coreia do Norte realizou um teste nuclear subterrâneo, e tal fato causou uma enorme revolta na comunidade internacional, já que o teste contrariava não só a resolução número 1718 do Conselho de Segurança – a qual proíbe a Coreia do Norte de ”conduzir qualquer teste nuclear ou de míssil balístico”, como também o Tratado de Não Proliferação Nuclear e o Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares. 67 Devido ao temor internacional em torno de uma possível expansão nuclear irregular, o que poderia ameaçar a segurança internacional, foi estabelecido em 1997 o chamado Protocolo Adicional do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). O Protocolo Adicional é o grande instrumento internacional na questão de segurança e controle nuclear. Nele, os países se comprometem a passar informações ainda mais detalhadas à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). 68 Esse Protocolo proporciona maior poder à AIEA, possibilitando a ela a prática de outras funções, como, por 42 VIII Fórum FAAP de Discussão Estudantil – 2012 exemplo, o envio de técnicos especializados aos países (portanto, os países, ao assinarem o protocolo, são obrigados a dar livre circulação aos técnicos no prazo de um mês), inspecionar aleatoriamente as instalações nucleares de um país, controlar até mesmo lugares que não eram assuntos do TNP em si, como usinas nucleares desativadas e lixos radioativos (porque podem eventualmente serem usados como arma nuclear). Portanto, a AIEA passa a ter grande peso na questão da segurança internacional, pois ela fornecerá garantias a toda a comunidade internacional. Um dos problemas atuais é o fato de que diversos países ainda não aderiram ao protocolo adicional, sendo assim, a sensação de insegurança é muito presente na questão nuclear, pois a não ratificação do protocolo proporciona um clima de instabilidade e mistério por parte desses países. Atualmente, um dos objetivos da comunidade internacional – daqueles que já são signatários do Protocolo, é fazer com que a totalidade dos países assine o documento. Sendo assim, o objetivo é que países suspeitos de expansão nuclear irregular assinem o acordo, para assim serem transparentes e diminuírem o risco de um conflito militar. Deve-se ressaltar que esse empenho também proporciona um enfoque nos países que já são signatários do TNP, mas que não fornecem toda a ajuda e abertura possível ao Tratado. Devido a isso, a comunidade internacional deseja criar mecanismos e acordos para que esses países, já signatários, possam cumprir as exigências mencionadas pelo TNP. Os países-membros do Conselho de Segurança da ONU enfatizam que é extremamente importante que os países que não possuem ou dominam as técnicas nucleares sejam signatários do Protocolo, pois isso diminuiria o risco de terrorismo atômico (principalmente nos países pobres). 69 Atualmente, o número de signatários do Protocolo Adicional do TNP está em 102 membros, mas alguns países de extrema relevância ainda não o assinaram. Dentre eles, a República Federativa do Brasil, a qual alega que o TNP é uma invasão à soberania e que a constituição do País tem uma cláusula pétrea que não permite a utilização da tecnologia nuclear para fins militares. Cabe aos países insatisfeitos negociarem com as potências nucleares (Estados Unidos, República Popular da China, Reino Unido, França e Rússia) e garantirem a não violação do direito básico da soberania. Portanto, esse é de fato um

Guia de Estudos / Study Guide / Guia de Estudios grande debate, assinar ou não o Protocolo Adicional? Ele é de fato bem mais rigoroso que o TNP em si, mas o ponto positivo baseia-se no fato de que a segurança será mais “reforçada”. Cabe assim ao CSNU definir sanções a países com atividades irregulares, proporcionar uma alternativa de assinar o Protocolo Adicional – fornecendo maior transparência internacional e desenvolvendo práticas de controle aos países signatários do TNP. Todas as medidas e decisões fornecidas pelos países-membros da Organização das Nações Unidas devem estar pautadas na segurança internacional e na proteção do bem comum. PANORAMAS Ásia – República Popular da China, República da Índia, República Islâmica do Irã, República Islâmica do Paquistão, República Democrática Popular da Coreia e Estado de Israel Como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a República Popular da China ratificou o Protocolo Adicional e considera extremamente importante que todos os países façam o mesmo, pois isso traria muito mais segurança, estabilidade e clareza para a comunidade internacional. País observador, o Irã faz parte do TNP, porém há fortes indícios de que ele esteja desrespeitando o acordo, já que seu programa de energia nuclear é muito polêmico e gera dúvidas se o país está ou não fabricando armas nucleares. Índia, Paquistão e Israel possuem um caso um pouco diferente. É de conhecimento de todos que tais países não fazem parte do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e existe uma pressão internacional para que eles se tornem signatários do mesmo. É importante também destacar que esses países fazem parte do restrito grupo que possuem artefatos nucleares para fins militares. No caso de Israel (país observador), suspeita-se que possua armas nucleares não declaradas, ao contrário do Paquistão e da Índia, que possuem armamentos nucleares assumidamente. O caso da Coreia do Norte (também um país observador) é bem peculiar, pois o país aderiu ao TNP em 1985, mas em 1993 decidiu se retirar do Tratado devido aos novos poderes concedidos para a AIEA no mesmo ano. Desde então o país não faz mais parte do TNP, mas, assim como Paquistão e Índia, é conhecido que a Coreia do Norte possui armamento nuclear declaradamente. América – República da Colômbia, Brasil, Guatemala e Estados Unidos. Os Estados Unidos são os que mais pressionam os países suspeitos de possuírem artefatos nucleares a assinarem o TNP e até mesmo o Protocolo Adicional. O governo norte-americano considera o Protocolo Adicional um avanço na questão de segurança internacional. Os Estados Unidos possuem o maior arsenal nuclear do planeta e se consideram um membro importante para o tema da segurança internacional, visto que, por possuir o maior poderio militar, tornam-se ao mesmo tempo o maior alvo e o país mais temido no sistema internacional. Já em 2012, os países que representam a América Latina e o Caribe no Conselho de Segurança das Nações Unidas são a Colômbia e a Guatemala, ambos são a favor do TNP e já ratificaram o Protocolo Adicional. Pode- -se assim considerar que os países citados entendem que as questões envolvidas pelo Protocolo Adicional são plausíveis e importantes para as Relações Internacionais (ao contrário do antigo membro e atual observador, o Brasil, o qual alega que o Protocolo Adicional violava a sua soberania). Europa – República Federal da Alemanha, Portugal, Federação Russa, França, Reino Unido, Azerbaijão Nesse bloco europeu, todos os países que fazem parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas assinaram e ratificaram o Protocolo Adicional. A França, a Rússia e o Reino Unido são países considerados idealizadores do Protocolo Adicional (visto que possuem cadeiras permanentes dentro do Conselho de Segurança da ONU). 43

Pode-se perceber que o comportamento do Irã levou<br />

a comunidade internacional a impor sanções cada vez<br />

mais pesadas para seguir o TNP; alguns líderes mundiais<br />

já se mostraram engajados em implantar maiores sanções<br />

ao país 63 , como, por exemplo, o governo francês,<br />

que, em 25 de fevereiro de 2010, declarou que almeja<br />

maiores sanções ao Irã, o mais rápido possível, como forma<br />

de responder às violações de Teerã e sua recusa em<br />

cooperar com o TNP, tratado de que são signatários. 64<br />

Outro país que constantemente é acusado de desenvolver<br />

seu plano nuclear para fins armamentistas e não pacíficos<br />

é a Coreia do Norte. O país afirmou, em setembro<br />

de 2009, que atingiu a etapa final de enriquecimento de<br />

urânio, admitindo que tal tecnologia possua fins militares.<br />

Com isso, o governo norte-coreano se diz preparado<br />

para dialogar e até mesmo sofrer sanções do Conselho de<br />

Segurança – fato que já havia ocorrido em abril do mesmo<br />

ano após um teste de míssil de longo alcance, e também<br />

após outros testes com mísseis e um teste nuclear<br />

subterrâneo (ambos realizados após o alerta da ONU). 65<br />

A Coreia do Norte é acusada de manter um programa<br />

nuclear secreto desde 1989, e desde então vem sofrendo<br />

repreensões e sanções do Conselho de Segurança,<br />

assim como da comunidade internacional, tanto que,<br />

em 2003, o país deixou de ser signatário do TNP. 66<br />

Em abril de 2009, a Coreia do Norte realizou um teste<br />

nuclear subterrâneo, e tal fato causou uma enorme revolta<br />

na comunidade internacional, já que o teste contrariava<br />

não só a resolução número 1718 do Conselho<br />

de Segurança – a qual proíbe a Coreia do Norte de ”conduzir<br />

qualquer teste nuclear ou de míssil balístico”, como<br />

também o Tratado de Não Proliferação Nuclear e o Tratado<br />

de Proibição Total de Testes Nucleares. 67<br />

Devido ao temor internacional em torno de uma possível<br />

expansão nuclear irregular, o que poderia ameaçar<br />

a segurança internacional, foi estabelecido em 1997 o<br />

chamado Protocolo Adicional do Tratado de Não Proliferação<br />

Nuclear (TNP). O Protocolo Adicional é o grande<br />

instrumento internacional na questão de segurança<br />

e controle nuclear. Nele, os países se comprometem a<br />

passar informações ainda mais detalhadas à Agência Internacional<br />

de Energia Atômica (AIEA). 68<br />

Esse Protocolo proporciona maior poder à AIEA, possibilitando<br />

a ela a prática de outras funções, como, por<br />

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VIII Fórum FAAP de Discussão Estudantil – 2012<br />

exemplo, o envio de técnicos especializados aos países<br />

(portanto, os países, ao assinarem o protocolo, são<br />

obrigados a dar livre circulação aos técnicos no prazo<br />

de um mês), inspecionar aleatoriamente as instalações<br />

nucleares de um país, controlar até mesmo lugares que<br />

não eram assuntos do TNP em si, como usinas nucleares<br />

desativadas e lixos radioativos (porque podem eventualmente<br />

serem usados como arma nuclear). Portanto, a<br />

AIEA passa a ter grande peso na questão da segurança<br />

internacional, pois ela fornecerá garantias a toda a comunidade<br />

internacional.<br />

Um dos problemas atuais é o fato de que diversos países<br />

ainda não aderiram ao protocolo adicional, sendo<br />

assim, a sensação de insegurança é muito presente na<br />

questão nuclear, pois a não ratificação do protocolo<br />

proporciona um clima de instabilidade e mistério por<br />

parte desses países.<br />

Atualmente, um dos objetivos da comunidade internacional<br />

– daqueles que já são signatários do Protocolo,<br />

é fazer com que a totalidade dos países assine o documento.<br />

Sendo assim, o objetivo é que países suspeitos<br />

de expansão nuclear irregular assinem o acordo, para<br />

assim serem transparentes e diminuírem o risco de um<br />

conflito militar. Deve-se ressaltar que esse empenho<br />

também proporciona um enfoque nos países que já são<br />

signatários do TNP, mas que não fornecem toda a ajuda<br />

e abertura possível ao Tratado. Devido a isso, a comunidade<br />

internacional deseja criar mecanismos e acordos<br />

para que esses países, já signatários, possam cumprir as<br />

exigências mencionadas pelo TNP. Os países-membros<br />

do Conselho de Segurança da ONU enfatizam que é<br />

extremamente importante que os países que não possuem<br />

ou dominam as técnicas nucleares sejam signatários<br />

do Protocolo, pois isso diminuiria o risco de terrorismo<br />

atômico (principalmente nos países pobres). 69<br />

Atualmente, o número de signatários do Protocolo Adicional<br />

do TNP está em 102 membros, mas alguns países<br />

de extrema relevância ainda não o assinaram. Dentre<br />

eles, a República Federativa do Brasil, a qual alega que o<br />

TNP é uma invasão à soberania e que a constituição do<br />

País tem uma cláusula pétrea que não permite a utilização<br />

da tecnologia nuclear para fins militares. Cabe aos<br />

países insatisfeitos negociarem com as potências nucleares<br />

(Estados Unidos, República Popular da China, Reino<br />

Unido, França e Rússia) e garantirem a não violação do<br />

direito básico da soberania. Portanto, esse é de fato um

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