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GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE / GUIA DE ESTUDIOS - Faap

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Guia de Estudos / Study Guide / Guia de Estudios<br />

quais não ultrapassam 15 mil artefatos no mundo, 49<br />

estão distribuídas por vários países. Mesmo com essa<br />

redução de ogivas, o tema ainda é muito preocupante<br />

e exige maior atenção por parte dos Estados; afinal,<br />

um ataque com armas nucleares seria devastador em<br />

vários aspectos.<br />

Segundo o professor José Goldemberg 50 , especialista<br />

no assunto, se ocorresse uma guerra com artefatos nucleares,<br />

em poucos minutos, cerca de 300 milhões de<br />

pessoas morreriam. 51 O poderio das armas nucleares se<br />

deve a quatro fatores: o primeiro é uma onde de choque<br />

que, por causa da sua pressão atmosférica, devasta<br />

quase todas as construções; o segundo e o terceiro<br />

fator são interligados, pois eles são consequências de<br />

uma radiação térmica intensa – queimando as construções<br />

restantes, provocando uma série de incêndios e<br />

todos os seres humanos presentes no raio da radiação.<br />

O último fator é a radiação nuclear residual, a qual se<br />

permeia na região afetada, emitindo radioatividade. 52<br />

Para exemplificar o poderio de uma bomba nuclear,<br />

Goldemberg utiliza os exemplos dos ataques em<br />

Hiroshima e Nagasaki, em que foram utilizadas duas<br />

bombas de pequeno porte em cada cidade. No caso de<br />

Hiroshima, no dia 6 de agosto de 1945, a cidade possuía<br />

uma população de 350 mil habitantes. Até o dia<br />

31 de dezembro de 1945, 140 mil pessoas haviam falecido<br />

por causa da bomba atômica e cerca de treze quilômetros<br />

quadrados foram destruídos. Em Nagasaki,<br />

a destruição foi um pouco menor devido à geografia<br />

montanhosa do local. De 9 de agosto de 1945 até 31<br />

de dezembro de 1945, 74 mil pessoas morreram, 76%<br />

da população, e sete quilômetros quadrados foram totalmente<br />

destruídos. 53<br />

Para as pessoas que sobrevivem a algum ataque nuclear,<br />

ainda resta a enorme possibilidade de desenvolver<br />

qualquer tipo de câncer devido à grande radiação à qual<br />

foram expostos. 54 Além dos problemas de saúde, existem<br />

os problemas ambientais, os quais são inevitáveis<br />

em um ataque desse tipo. Segundo pesquisas, por causa<br />

de uma nuvem de poeira radioativa proporcionada pela<br />

bomba, as temperaturas globais entrariam em colapso<br />

em enormes áreas da América, Europa e Ásia e nenhuma<br />

plantação sobreviveria nos cincos anos seguintes ao<br />

conflito e, como resultado disso, 10 milhões de pessoas<br />

faleceriam pela falta de comida e pelo congelamento.<br />

Outra vítima também seria a camada de ozônio, que<br />

nos protege dos raios ultravioletas – ela seria destruída<br />

aproximadamente em 70% nos polos do planeta e 40%<br />

nas áreas habitadas. 55<br />

Ao longo dos anos, a AIEA e o Conselho de Segurança<br />

das Nações Unidas vêm aplicando sanções para, dessa<br />

forma, prevenir uma possível instabilidade no cenário<br />

mundial no que se refere à energia nuclear. Os países<br />

mais afetados por esses mecanismos de controle são o<br />

Irã e a Coreia do Norte, devido à posição, de certa forma<br />

agressiva, de ambos os países, os quais dificultam a<br />

inspeção da AIEA em suas instalações nucleares, além<br />

do desenvolvimento cada vez maior de sua tecnologia<br />

nuclear não só para fins pacíficos, como suspeitam os<br />

EUA e a AIEA. 56<br />

O Irã por cinco vezes violou resoluções do Conselho de<br />

Segurança das Nações Unidas – mais especificamente as<br />

resoluções 1835, 1803, 1747, 1737 e 1696, e continuou<br />

com seu programa de enriquecimento de urânio acima<br />

do nível de 20%, contrariando assim o que foi acordado<br />

pela AIEA no TNP, do qual o Irã é signatário. 57,58<br />

Tais atitudes iranianas são mal vistas pela comunidade<br />

internacional, por isso diversas sanções foram e ainda<br />

são discutidas para serem aplicadas ao país. Porém, todas<br />

as medidas previstas convergem no âmbito econômico,<br />

principalmente na questão do petróleo iraniano,<br />

base do regime econômico do país. 59 Uma das sanções<br />

aplicadas em 2010 contra o Irã, devido ao seu programa<br />

de desenvolvimento nuclear, por exemplo, foi a<br />

resolução número 1929 – na qual o Conselho de Segurança<br />

das Nações Unidas criou uma lista de 40 firmas<br />

iranianas e três transportadoras que entraram numa<br />

chamada “lista negra”, em que os países membros da<br />

ONU eram proibidos de fazer negócios com tais empresas,<br />

devido a suspeitas de que algumas delas eram<br />

controladas pela Guarda Revolucionaria Islâmica. 60<br />

O desenvolvimento de energia nuclear no Irã está sobre<br />

forte suspeita. Em 18 de fevereiro de 2010, a AIEA<br />

afirmou em um relatório que o programa nuclear iraniano<br />

pode ter “possíveis dimensões militares”. Além<br />

disso, é evidente que o Irã tem reduzido sua vontade<br />

de cooperar com a AIEA. 61 Segundo a própria AIEA, o<br />

Irã está construindo mísseis balísticos sofisticados, os<br />

quais podem atingir alguns países europeus, além de<br />

bases americanas no Oriente Médio. 62<br />

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