GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE / GUIA DE ESTUDIOS - Faap
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O Tratado de Não Proliferação foi um ponto muito importante<br />
na busca da paz mundial, e atualmente 189<br />
países são signatários do mesmo. Para o TNP, um país<br />
nuclearmente armado é “aquele que tiver fabricado ou<br />
explodido uma arma nuclear ou outro artefato explosivo<br />
nuclear antes de 1º de janeiro de 1967”. 28<br />
O Tratado possui vários aspectos os quais visam a garantia<br />
de segurança em relação ao desenvolvimento de armas<br />
nucleares para fins militares. Ele veta qualquer país<br />
de desenvolver armas nucleares (com exceção de cinco<br />
países: França, Estados Unidos, Reino Unido, Rússia e<br />
China). Entretanto, o Tratado apoia o desenvolvimento<br />
nuclear pacifico; incentivando, por exemplo, a utilização<br />
da tecnologia como uma fonte de energia, e tendo em<br />
vista que a mesma tecnologia é utilizada tanto para fins<br />
militares quanto pacíficos, ela é chamada de tecnologia<br />
dual. Essas medidas visam, principalmente, proporcionar<br />
maior cooperação entre os países no que diz respeito<br />
ao uso pacífico da tecnologia nuclear. 29<br />
O TNP pode também ser analisado como a manutenção<br />
do status quo, afinal, o Tratado garantia aos Estados<br />
Unidos, França, União Soviética (atual Rússia), República<br />
Popular da China e Reino Unido o direito de manter<br />
seus artefatos nucleares. Note-se que esses países são<br />
os mesmos membros do Conselho de Segurança da<br />
ONU, portanto, o TNP é mais um instrumento que garante<br />
a esses países uma “hegemonia” perante o sistema<br />
internacional. Assim, percebe-se que o tratado sugere<br />
um eminente desequilíbrio de poder entre os membros<br />
do Conselho de Segurança e os demais atores do sistema<br />
internacional, portanto, o TNP é realmente de amplo<br />
interesse dentro da comunidade internacional. 30<br />
O trâmite para fiscalizar o desenvolvimento de energia<br />
nuclear caracteriza-se em duas fases: a primeira<br />
baseia-se na Agência Internacional de Energia Atômica<br />
(AIEA), a qual tem por função regular o desenvolvimento<br />
pacífico da energia nuclear; a segunda fase contempla<br />
a ação do Conselho de Segurança das Nações<br />
Unidas (CSNU), o qual tem por função aplicar sanções<br />
quando necessárias.<br />
Deve-se ressaltar que existem outros países os quais não<br />
são membros permanentes do CSNU que possuem armas<br />
nucleares, sendo: Índia, Paquistão, Coreia do Norte<br />
e Israel (que não nega nem afirma que as tem). Entretanto,<br />
tais países não são signatários do TNP (a Coreia era,<br />
38<br />
VIII Fórum FAAP de Discussão Estudantil – 2012<br />
mas decidiu não participar mais do Tratado em 2003,<br />
por entender que o TNP é um instrumento que poderia<br />
causar a Terceira Guerra Mundial).Deve-se fazer menção<br />
aos casos de Irã e Síria, os quais são suspeitos de tentar<br />
desenvolver armamentos nucleares. Tal fato gerou<br />
instabilidade no Sistema Internacional; afinal, ambos os<br />
países infringiram o TNP, causando um enorme clima de<br />
tensão e desconfiança na comunidade internacional.<br />
Analisando os anos de Guerra Fria, esse Tratado ajudou<br />
a frear a perigosa expansão de aliados da União<br />
Soviética e de aliados dos Estados Unidos. Durante<br />
essa época, observava-se uma intensa disputa entre<br />
as duas superpotências. Essa disputa era travada nas<br />
questões de inteligência, de alta tecnologia, espacial<br />
e principalmente bélica. Tudo isso em nome da hegemonia<br />
internacional. Ambos os países possuíam um arsenal<br />
nuclear assustadoramente alto, assim possuindo<br />
poder militar comparativamente maior que os outros<br />
Estados, desse modo, ambos viam o TNP como uma<br />
forma de se manterem superiores aos demais países e<br />
verem menos chances da ordem mundial da época ser<br />
rompida. E assim acabou sendo durante a Guerra Fria,<br />
um período de grande instrumento da manutenção de<br />
uma ordem mundial.<br />
O TNP também pode ser considerado um avanço muito<br />
benéfico no campo das Relações Internacionais, afinal,<br />
é um tratado muito bem elaborado, o qual versa sobre<br />
a adesão dos países-membros visando a paz internacional.<br />
O TNP apareceu em um momento extremamente<br />
oportuno e possivelmente evitou uma guerra nuclear.<br />
Assim, esse tratado acabou por ser um dos principais<br />
acordos estabelecidos no século passado.<br />
Após a Guerra Fria, o mundo deixa de ser bipolar e agora<br />
cada vez mais países começam a obter a tecnologia de<br />
energia atômica. É justamente nesse momento, quando<br />
se imaginava que o mundo entraria em uma era de paz,<br />
é que os governos passaram a ficar mais apreensivos<br />
com o que poderia acontecer caso essa tecnologia chegasse<br />
a países mais radicais.<br />
Mesmo com a validade alcançada pelo TNP, surgiu uma<br />
necessidade ainda maior de conter a ameaça atômica;<br />
então, em 1993, começa um programa para o fortalecimento<br />
dessa ideia, culminando no Protocolo Adicional,<br />
em 1997, sendo ele o maior instrumento internacional<br />
de controle nuclear.