GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE / GUIA DE ESTUDIOS - Faap
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Guia de Estudos / Study Guide / Guia de Estudios<br />
presidente Eisenhower sugeriu a criação de um organismo<br />
regulador para as questões nucleares. 20<br />
A solução proposta por Eisenhower – a criação de um<br />
órgão para regular as tecnologias desenvolvidas em diversos<br />
países sobre a energia nuclear, juntamente com<br />
sua ideia central de átomos para fins pacíficos (Atoms<br />
for peace), em conjunto com o medo generalizado de<br />
uma possível guerra nuclear – fez com que 81 países<br />
o apoiassem anonimamente, possibilitando assim que<br />
fosse criado o Estatuto da Agência Internacional de<br />
Energia Atômica (AIEA) em outubro de 1956. 21<br />
Em 29 de julho de 1957, com o término da criação do seu<br />
estatuto, a AIEA foi oficialmente fundada e se tornou uma<br />
organização autônoma das Nações Unidas com sede em<br />
Viena, na Áustria, devido à neutralidade de tal país. 22<br />
O objetivo da AIEA na época, segundo o artigo 3.5 de<br />
seu estatuto, era o seguinte:<br />
Instituir e aplicar disposições com vista a garantir que<br />
os produtos cindíveis especiais e outros produtos, os<br />
serviços, equipamento, instalações e informações fornecidos<br />
pela Agência ou a seu pedido ou sob a sua direção<br />
ou sob fiscalização sua não sejam utilizados de<br />
maneira a servir para fins militares, e tornar extensiva<br />
a aplicação dessas garantias, a pedido das Partes, a<br />
todo o acordo bilateral ou multilateral ou, a pedido de<br />
um Estado, a determinadas atividades desse Estado<br />
no domínio da energia atômica. 23<br />
Além disso, a AIEA tinha como grande objetivo a cooperação<br />
internacional, buscando o compartilhamento<br />
das técnicas e estudos da tecnologia nuclear para<br />
todo o sistema internacional, objetivando assim o fim<br />
da exclusividade para as grandes potências detentoras<br />
da tecnologia. Entretanto, em todas as suas medidas,<br />
a AIEA buscou sempre respeitar o ideal de energia nuclear<br />
para fins pacíficos, ponto explicitado no artigo 3.1<br />
do Estatuto da AIEA:<br />
Fomentar e facilitar em todo o Mundo o desenvolvimento<br />
e utilização prática da energia atômica para fins<br />
pacíficos, assim como a investigação neste domínio;<br />
se for para isso convidada, Atuar como intermediária<br />
para conseguir que um dos seus membros forneça a<br />
outros serviços, produtos, equipamento ou instalações,<br />
e efetuar todas as operações ou prestar todos os servi-<br />
ços capazes de contribuir para o desenvolvimento ou<br />
utilização prática da energia atômica para fins pacíficos<br />
ou para investigação neste domínio. 24<br />
Dessa forma, Eisenhower teve uma grande participação e<br />
importância na conquista da transparência sob políticas<br />
nucleares, fazendo com que os países deixassem de lado<br />
a política clássica de negações e segredos, cedendo lugar<br />
a uma política de maior abertura e transparência, facilitando<br />
assim a cooperação internacional no desenvolvimento<br />
e na aplicação de tecnologia nuclear para fins pacíficos –<br />
principal objetivo da AIEA, remetendo mais uma vez ao<br />
slogan criado por Eisenhower, Atoms for peace. 25<br />
A criação da AIEA foi também muito interessante para o<br />
Conselho de Segurança das Nações Unidas, pois a proliferação<br />
de energia nuclear é um assunto que preocupava<br />
e ainda preocupa todos os países-membros. Assim, através<br />
da AIEA, o Conselho de Segurança passou a receber<br />
relatórios sobre todos os países que desenvolvem a tecnologia<br />
nuclear para fins pacíficos ou militares, cabendo ao<br />
próprio Conselho a aplicação de sanções quando necessárias,<br />
já que a AIEA não possui autoridade para tal aplicação.<br />
Apesar de toda a importância que a criação da AIEA<br />
gerou no cenário internacional, a Agência não foi eficaz<br />
na contenção da energia nuclear destinada para<br />
fins militares – devido, principalmente, ao fato de que<br />
não era possível a utilização de sanções e salvaguardas<br />
diretas. Assim, a AEIA não pôde impedir que dois novos<br />
países desenvolvessem a tecnologia da bomba nuclear<br />
(a França em 1960 e a República Popular da China em<br />
1964). 26 Devido a isso, tornou-se necessária a criação<br />
de um acordo mais incisivo, que desse maior poder à<br />
AIEA, proporcionando à Agência uma legitimidade legal,<br />
ou seja, ações que teriam o mesmo poder de leis.<br />
Ilustrando esse novo patamar da AIEA, criou-se assim o<br />
Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). 27<br />
Devido às grandes tensões existentes no mundo após a<br />
Segunda Guerra Mundial e no auge da Guerra Fria (principalmente<br />
no que diz respeito à questão da segurança<br />
mundial), os países se uniram em 1968 e assinaram o Tratado<br />
de Não Proliferação Nuclear.<br />
A grande razão da existência do TNP era garantir que os<br />
países que não possuíssem armas nucleares antes de 1968<br />
não desenvolvessem esse tipo de armamento, proporcionando<br />
assim segurança ao sistema internacional.<br />
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