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GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE / GUIA DE ESTUDIOS - Faap

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Guia de Estudos / Study Guide / Guia de Estudios<br />

que há incidência de práticas ilegais de comércio, as<br />

medidas cabíveis são antidumping e as compensatórias.<br />

Os casos chamados de dumping abrangem aqueles<br />

nos quais um determinado produto é vendido no exterior<br />

por um preço abaixo do custo de produção no<br />

mercado doméstico interno. Para que seja verificado,<br />

o produto é comparado aos seus equivalentes ou similares<br />

no mercado importador. 26 Se for verificado e<br />

comprovado que a prática está prejudicando a indústria<br />

local, é conferido o direito de adoção de taxas antidumping<br />

a determinado produto e fabricante, havendo<br />

a verificação de sua regularidade e efetividade pela<br />

OMC. 27 Esse processo difere das medidas compensatórias<br />

aplicadas quando uma indústria estrangeira recebe<br />

subsídios governamentais que causem danos à<br />

indústria doméstica.<br />

Por subsídio se entende o ato de o governo, através de<br />

qualquer de suas agências ou autoridades, financiar<br />

determinado setor ou companhia, de modo a conceder<br />

benefícios. Sendo comprovados casos de empresas<br />

subsidiadas prejudicando a indústria local, o governo<br />

pode impor sobretaxas especiais que compensem<br />

seus danos. 28 Os subsídios são classificados em: 29<br />

i) Proibidos (ou Vermelho): quando o subsídio for<br />

concedido, ainda que não vinculado diretamente<br />

ao exportador em questão e sim ao ganho com exportações,<br />

reais ou previstas.<br />

ii) Acionáveis (ou Amarelo): são específicos e não<br />

proibidos, a serem calculados por unidade do produto<br />

subsidiado.<br />

iii) Não acionáveis (ou Verde): por não serem considerados<br />

específicos, não correm o risco de sofrer<br />

medidas compensatórias.<br />

A interferência da OMC na legitimidade das ações retaliatórias<br />

se deve ao impacto que estas ocasionam no<br />

âmbito internacional, como, por exemplo, dificultar o recebimento<br />

ou envio de Investimentos Estrangeiros Diretos<br />

(IED). 30 Como os julgamentos se baseiam em análises<br />

individuais, há duas sugestões amplamente citadas para<br />

evitar controvérsias e impasses no cenário comercial. 31<br />

Com relação às tarifas alfandegárias, a rodada mais importante<br />

para esse tópico foi, sem dúvida, a Rodada<br />

Uruguai. Mesmo que tenha ficado aquém do esperado,<br />

principalmente pelos países em desenvolvimento, foi<br />

importante para criar uma ampla definição de como<br />

funcionaria o sistema de impostos sobre produtos importados.<br />

Nessa Rodada houve um corte médio de 37%<br />

das tarifas de importação internacionais. Os países desenvolvidos<br />

assumiram a meta de reduzir as tarifas em<br />

49%. 32 Desde 1974, com o Acordo Multifibras, impunha-<br />

-se que os países-membros do GATT e, posteriormente,<br />

da OMC fixassem cotas para importação. Desse modo,<br />

cada cota abrangia um determinado produto, podendo<br />

ser negociada em acordos de comércio bilaterais.<br />

Essa consolidação nas tarifas ofereceu maior segurança<br />

ao cenário mundial, pois, depois de registrada, uma<br />

tarifa não pode ser aumentada ou neutralizada por<br />

outras medidas não tarifárias sem uma negociação de<br />

compensações com os principais exportadores do produto.<br />

Atualmente, é comum notarmos países aumentando<br />

as tarifas alfandegárias sem o devido registro.<br />

Para citarmos alguns exemplos recentes, o Brasil, no<br />

começo do segundo semestre de 2011, aumentou impostos<br />

em relação à importação de veículos automotores,<br />

visando incentivar a abertura de novas fábricas<br />

no país. O mesmo pôde ser observado na França com o<br />

aumento de impostos na importação de commodities,<br />

o que por sinal não agradou aos países que têm a sua<br />

base econômica voltada à produção e exportação de<br />

commodities, como é o caso do próprio Brasil.<br />

Essa é uma discussão que requer a análise de séculos<br />

de comércio oscilante e cuja conclusão será delicada<br />

e extensa, mas que facilitará o comércio sistêmica e<br />

definitivamente. Em tese, todos os países ou blocos<br />

econômicos são a favor do liberalismo econômico,<br />

abaixando, assim, suas tarifas alfandegárias, pois, além<br />

de aumentar seus mercados, gera-se o aumento da<br />

competitividade, o que aumenta a necessidade de ser<br />

melhor e de se buscarem novas ferramentas e tecnologias,<br />

desenvolvendo-se de modo mais rápido e gerando<br />

produtos cada vez melhores, com preços mais<br />

baixos, agradando, assim, a população em geral, que<br />

percebe a melhoria na qualidade e no custo-benefício.<br />

Essa abertura econômica, no entanto, deve sempre ser<br />

feita progressiva e controladamente, fortalecendo a<br />

economia nacional, dando-lhe mais força para competir<br />

na economia mundial.<br />

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