GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE / GUIA DE ESTUDIOS - Faap
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abrirem seus mercados, de maneira gradual, sem saírem<br />
prejudicados nas negociações multilaterais, sem contar<br />
que foi quando começaram as atuações em grupos, seguindo<br />
o pioneirismo da Comunidade Europeia.<br />
Ao entrarmos no quarto período, ocorre o Acordo Sobre<br />
Aspectos do Direito da Propriedade Intelectual Relacionados<br />
ao Comércio (TRIPS), 20 que visa estabelecer<br />
regras e disciplinas relacionadas à propriedade intelectual,<br />
para que esta não se tornasse uma barreira comercial.<br />
Outro aspecto relevante foi o desenvolvimento<br />
dos acordos e negociações ocorridos anteriormente,<br />
marcados com o início da Rodada de Doha 21 e as atuais<br />
negociações, especialmente voltadas aos países em desenvolvimento,<br />
tal como a construção de capacidade<br />
de comercialização. 22 As ideias liberais e de um único<br />
mercado integrando todos os demais blocos econômicos<br />
começou a ganhar força no cenário mundial.<br />
Diversos países atingem um excelente crescimento<br />
econômico, como no caso do Brasil, Rússia, Índia e China<br />
(o chamado BRIC), por exemplo, criando-se novos<br />
mercados, com maiores oportunidades para investimentos<br />
externos. Grande parte do crescimento atual<br />
das economias pode ser explicada pelo aumento dos<br />
acordos multilaterais e bilaterais, fechados e regulamentados<br />
pela própria OMC, em que, em diversos deles,<br />
observa-se o envolvimento da China, seja exportando<br />
produtos manufaturados para o resto do mundo<br />
ou importando commodities, como é o caso, por exemplo,<br />
do Brasil.<br />
Essa tendência ao liberalismo prosseguiu até o começo<br />
da crise de 2008, quando os países anteviram a necessidade<br />
de fechar suas economias para evitar maiores<br />
perdas e danos, em vista da globalização do comércio<br />
mundial, que, em princípio, deixou o mundo mais suscetível<br />
às crises e problemas que podem originar-se<br />
num país e alastrar-se internacionalmente. Atualmente,<br />
ainda observamos os EUA com taxas históricas elevadas<br />
de desemprego e os países europeus enfrentando<br />
uma forte depressão, o que gerou crise até quanto<br />
à permanência de alguns países na zona do euro. Embora<br />
não pareça, os problemas oriundos da crise podem<br />
ser observados em países em desenvolvimento.<br />
Nos países do BRIC observamos uma preocupação relevante<br />
quanto aos rumos do comércio internacional,<br />
particularmente em vista do fechamento protecionista<br />
de algumas economias.<br />
128<br />
VIII Fórum FAAP de Discussão Estudantil – 2012<br />
Definição do Problema<br />
O paradoxo da liberalização do comércio internacional<br />
e do protecionismo tem sido um dos temas mais discutidos<br />
na agenda internacional. A competição entre<br />
mercados estimula fortemente os avanços tecnológicos<br />
e a redução de preços, beneficiando prioritariamente<br />
o consumidor. Do lado da produção, economistas<br />
renomados, como Adam Smith e David Ricardo,<br />
argumentavam que a livre circulação de bens permitiria<br />
que sua utilização fosse otimizada, podendo os países<br />
aperfeiçoar a tecnologia para evitar desperdícios e<br />
maior capacidade exportadora. 23 Em tempos de crise,<br />
no entanto, é comum ver os países adotando posturas<br />
mais protecionistas para favorecer o mercado e a indústria<br />
nacional.<br />
Em tese, o protecionismo é vantajoso para os países<br />
em desenvolvimento, para proteger e estimular a indústria<br />
nacional, considerando que, ao criarem limitações<br />
à entrada de produtos externos e subsidiarem<br />
a indústria nacional, estimulam o desenvolvimento<br />
doméstico. No cenário mundial, posturas protecionistas<br />
são aceitáveis, desde que utilizadas por um prazo<br />
predeterminado pela própria OMC, responsável pela<br />
regulamentação e investigação caso a caso.<br />
Todo país integrante da OMC tem o direito de fazer reclamações<br />
referentes a perdas e prejuízos causados por<br />
outro país-membro. Cabe à própria OMC montar uma<br />
comissão para investigar os pormenores do caso e chegar<br />
a uma conclusão. Assim, além de alegar ter sofrido<br />
algum dano, o país terá de prová-lo. Caso reconhecido,<br />
será utilizada uma das diversas medidas de caráter protecionista<br />
para ser restituído o dano ou risco. As principais<br />
medidas protecionistas são basicamente dividas<br />
entre salvaguardas, antidumping e compensatórias.<br />
Salvaguardas são as medidas que um governo adota<br />
para aliviar imediatamente a sua economia e têm um<br />
prazo estipulado para acabar. 24 O Acordo de Salvaguardas<br />
da OMC 25 e o Artigo XIX do GATT garantem que,<br />
caso algum produto estrangeiro ameace a competitividade<br />
de seu mercado interno, será permitida a elevação<br />
de tarifas ou imposições comerciais que lhe protejam e<br />
permitam fortificação. Não são, portanto, uma retaliação<br />
a medidas desleais adotadas por outros países, mas<br />
o preenchimento provisório de lacunas que, incidentalmente,<br />
causem danos a uma das partes. Nos casos em