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GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE / GUIA DE ESTUDIOS - Faap

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-membros e a aceleração do processo de reconstrução<br />

das economias europeias. 6 A tentativa frustrada<br />

da criação da Organização Internacional do Comércio<br />

(OIC) encontrou no GATT o instrumento para a regulamentação<br />

do comércio internacional. Visando, particularmente,<br />

a facilitação do comércio entre as partes<br />

contratantes, com a intenção de reerguer todos os países<br />

destruídos pela guerra. 7<br />

“Segundo o Art. XXVIII do GATT, os Membros podem<br />

decidir se engajar em rodadas de negociação visando<br />

a diminuição das tarifas de importação e a abertura<br />

dos mercados. No âmbito do GATT, foram realizadas 8<br />

Rodadas de Negociação e, sob a OMC, foi lançada a Rodada<br />

Doha, com o objetivo de ser a Rodada do Desenvolvimento,<br />

beneficiando principalmente os interesses<br />

dos países em desenvolvimento.” 8<br />

O mentor principal de todos os participantes foi, sem<br />

dúvida, os EUA, já que eram a principal potência, ocupando<br />

a posição de influenciador político econômico<br />

sobre os demais países, recaindo-lhes, no entanto, a responsabilidade<br />

de combater o protecionismo mundial.<br />

Da primeira rodada de negociações, ocorrida em Genebra,<br />

saíram 23 acordos aumentando em 40% o comércio<br />

mundial e, pela primeira vez no comércio mundial,<br />

foi aplicado o princípio da não discriminação e a cláusula<br />

de nação mais favorecida. Esses dois termos almejavam,<br />

sobretudo, impor a igualdade de tratamento<br />

nas relações comerciais, já que era impossível fazer<br />

tratados entre países de diferentes forças políticas e<br />

econômicas sem que o mais forte saísse ganhando na<br />

negociação. Como os países europeus necessitavam<br />

de estímulo e auxílio para crescer, foram, portanto, os<br />

maiores beneficiários de tais cláusulas.<br />

Também nesse primeiro período, mais precisamente<br />

em 1948, surgiu a OE<strong>DE</strong> (antiga sigla para a atual Organização<br />

para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos<br />

– OC<strong>DE</strong>). 9 Os países-membros dessa organização<br />

eram os mais desenvolvidos da época, uma elite<br />

econômica mundial, que firmaram diversos acordos<br />

para eliminar as barreiras alfandegárias, aumentando<br />

a integração comercial, o que constituiu um passo<br />

importante na criação de um único mercado comum<br />

a todos. Nas Rodadas que se sucederam, particularmente<br />

as de Annecy 10 e a de Torquay, 11 houve fortes<br />

reduções de tarifas alfandegárias e prolongamento<br />

126<br />

VIII Fórum FAAP de Discussão Estudantil – 2012<br />

nos prazos de vencimento, além da entrada de novos<br />

membros, como a República Federal da Alemanha e<br />

outros dezessete países em ascensão. Ainda na Rodada<br />

Torquay, as partes contratantes passaram a discutir<br />

a manutenção do acordo ou da criação de um novo,<br />

mais amplo e regulamentado.<br />

Na Rodada Dillon, 12 o objetivo era a discussão quanto<br />

às tarifas relacionadas à questão agrícola, amplamente<br />

discutidas no seio da Comunidade Econômica Europeia<br />

(CEE). A princípio, os EUA foram fortes opositores,<br />

mas mudaram de opinião, posto que a agricultura facilitaria<br />

o desenvolvimento do continente e os EUA dela<br />

poderiam beneficiar-se.<br />

O segundo período, de 1963 a 1986, pode ser considerado<br />

como a época da consolidação do GATT. Na Rodada<br />

Kennedy, 13 os EUA e a CEE trabalharam juntos, difundindo<br />

ideias liberais e agindo contra o comunismo.<br />

Alemanha, França e EUA foram os principais líderes e<br />

já falavam na integração da Europa Ocidental. Durante<br />

as negociações, os países entraram em comunhão, alegando<br />

que qualquer país comunista ou que estivesse<br />

sob influência daquele regime deveria ser excluído das<br />

concessões tarifárias. Foram também colocados novos<br />

tópicos em discussão como a liberalização de commodities<br />

agrícolas, além de melhor abordagem das medidas<br />

não tarifárias e um tratamento especial a países em<br />

desenvolvimento. A CEE passou a atuar mais efetivamente<br />

como um bloco econômico.<br />

A importância dessa rodada foi muito além dos acordos<br />

e concessões tarifárias. Nela surgiu uma das principais<br />

medidas compensatórias, chamadas de antidumping, 14<br />

que visam proteger o comércio doméstico, adicionando<br />

impostos a produtos importados. Para que um país<br />

use a medida de antidumping, primeiro deve provar<br />

que tem sofrido o dumping, uma prática desleal do comércio.<br />

Em suma, um país, para ganhar mais mercado<br />

noutro, abaixa o preço de seu produto exportado abaixo<br />

do seu custo doméstico de produção, tornando-o<br />

muito mais competitivo do que o similar produzido no<br />

país alvo. Com o passar do tempo, as indústrias no país<br />

alvo tendem a parar de produzir o referido produto, a<br />

menos que o governo interfira iniciando uma investigação,<br />

que, se comprovado o dumping, eventualmente<br />

levará ao aumento do imposto de importação incidente<br />

sobre o produto, com o propósito de incrementar a<br />

competitividade da indústria afetada.

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