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GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE / GUIA DE ESTUDIOS - Faap

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Árabe, sendo cada vez mais um símbolo no cenário das<br />

organizações internacionais regionais.<br />

Ainda como marco do processo de desenvolvimento<br />

das relações exteriores líbias, Gaddafi, após 40 anos no<br />

poder, viajou para os Estados Unidos em setembro de<br />

2009 para participar da convenção da Assembleia Geral<br />

das Nações Unidas (AGNU), onde discursou em nome<br />

de seu país e de seus cidadãos. Seu principal objetivo no<br />

evento era buscar a assimilação da Líbia como país ativo<br />

no cenário internacional, destacando sua importância<br />

regional, tanto no cenário árabe quanto no africano. 46<br />

Assim, em fevereiro de 2011, seguindo os movimentos<br />

decorridos na Tunísia e no Egito, o governo líbio sofreu<br />

brutal repressão e protestos populares em Trípoli, capital<br />

líbia, e Benghazi, segunda maior cidade do país, contra<br />

o líder Gaddafi, exigindo sua saída. Forças da oposição,<br />

que haviam formado um Conselho Nacional de Transição<br />

(CNT), tomaram controle de Benghazi, dizendo que<br />

o Conselho desejava a eliminação de Gaddafi do poder<br />

e a implantação de um sistema democrático, livre e que<br />

respeitasse os direitos humanos universais no país. 47<br />

O Conselho de Segurança da ONU aprovou, em 17 de<br />

março, a Resolução 1973, 48 a qual autorizou o uso da<br />

força no país. A Resolução consistia na proteção aos<br />

civis, numa zona aérea de exclusão, no reforço ao embargo<br />

de armas, na proibição de voos no país e no congelamento<br />

dos bens. 49<br />

Definição do Problema<br />

Sabe-se que Muammar Abu Minyar al-Gaddafi jamais<br />

evitou mostrar seus ideais ditatoriais militares, políticos<br />

e ideológicos, mas em um resumo que abordará,<br />

principalmente, os principais feitos do ditador mais<br />

sanguinário que a Líbia já teve, desde seu apogeu até o<br />

momento de sua morte, deve-se abrir um foco de abordagem<br />

que se inicia, impreterivelmente, a partir de sua<br />

aproximação do Ocidente, após os acontecimentos de<br />

11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, momento<br />

em que o mundo árabe e sua doutrina começaram<br />

a ser postos em xeque pelos ocidentais. Em dez anos,<br />

muita coisa mudou e, se 2011 foi o ano em que a década<br />

da queda das Torres Gêmeas ficou completa, foi<br />

também o ano do advento de exigências populares<br />

108<br />

VIII Fórum FAAP de Discussão Estudantil – 2012<br />

democráticas em países islâmicos – a Primavera Árabe,<br />

que parece ter deitado abaixo a demonização do Islã,<br />

cuja imagem ficou “degradada por tanta violência desde<br />

o 11 de setembro”. Contudo, uma breve introdução<br />

sobre o personagem foco é de fundamental pertinência<br />

para melhor entendimento do assunto em questão.<br />

No comando do governo líbio desde 1969, Gaddafi foi<br />

o líder que mais tempo sustentou-se no poder no mundo<br />

árabe e na África. No continente africano, Gaddafi<br />

cooperou para a formação da União Africana, após ter<br />

tido maior repercussão na região. Mas, no Ocidente, a<br />

imagem do líder da Líbia é de um “terrorista”, acusado<br />

de apoiar grupos armados, incluindo as FARCs, 50 na Colômbia,<br />

e o IRA, 51 na Irlanda do Norte.<br />

Recentemente, o jornal The wall Street revelou, após descobrir<br />

documentos confidenciais em um prédio líbio,<br />

que os serviços de inteligência de Qadhafi mantinham<br />

relações estreitas com a Agência de Inteligência Civil<br />

(CIA) do governo dos Estados Unidos, responsável por<br />

fornecer informações de segurança nacional. 52 O ponto<br />

de reflexão posto em evidência é o fato dessa conexão<br />

CIA-Gaddafi ocorreu durante o governo de George W.<br />

Bush (2001-2009), fortalecendo ainda mais a afirmação<br />

de aproximação iminente de Gaddafi ao Ocidente.<br />

Esse ponto marcante culminaria em uma sucessão de<br />

fatos que teriam influência em 15 de fevereiro de 2011<br />

e nas datas seguintes, quando a insurreição contra o<br />

regime de Gaddafi se iniciaria com maior força. Essa<br />

revolta iniciou-se após as revoltas populares de outros<br />

Estados árabes, que partiram, fundamentalmente, da<br />

Tunísia e rapidamente se espalharam por Egito, Síria e<br />

outros países árabes. A Tunísia desencadeou uma onda<br />

de protestos que espalharam por todo o norte de África<br />

e no Oriente Médio desde o início de 2011. Ele estabeleceu<br />

o movimento da Primavera Árabe e demonstrou<br />

com sucesso que a transformação social e política<br />

é possível sem recorrer à violência. Através de eleições<br />

justas e transparentes, que se realizaram em 23 de outubro<br />

de 2011, tunisianos elegeram uma Assembleia<br />

Constituinte que está encarregada de elaborar a nova<br />

Constituição da Tunísia. 53<br />

Nesse dia, em Benghazi, manifestantes se confrontaram<br />

em manifestações sangrentas com partidários e unidades<br />

da polícia do ditador. 54 Dez dias depois, nenhum sinal<br />

das tropas do governo foi encontrado na cidade.

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