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GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE / GUIA DE ESTUDIOS - Faap

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Guia de Estudos / Study Guide / Guia de Estudios<br />

Da mesma forma, pós-bombardeios ao voo Pan Am 103<br />

sobre a Escócia, julgados de autoria líbia, a Organização<br />

das Nações Unidas (ONU), em 1992, impôs sanções ao<br />

país, as quais Gaddafi, a princípio, recusou-se a cumprir.<br />

36 Mediante tal atitude, foi realizado um isolamento<br />

político e econômico da Líbia, além do rompimento de<br />

laços diplomáticos com os países do Terceiro Mundo e<br />

a diminuição significativa de seus laços comerciais com<br />

a Europa e a Ásia Oriental. A crescente insatisfação do<br />

povo líbio com a escassez de recursos e retrocessos na<br />

guerra da Líbia com o Chade marcou a limitação do poder<br />

dos revolucionários por parte do líder líbio, o qual<br />

começou a programar reformas internas no país. 37<br />

De tal forma, ao final dos anos 1980, Gaddafi havia começado<br />

uma perseguição, a nível nacional, a uma política<br />

antifundamentalista islâmica realizando ataques,<br />

segundo ele, preventivos, prisões em massa e modificações<br />

no modelo de governo, as quais foram seguidas<br />

por acusações de tortura e execuções dos opositores<br />

ao regime frente à postura do líder. Em contrapartida,<br />

os militares que apoiavam o líder líbio passaram a ser<br />

vistos como ameaça por ele, uma vez que foram eles<br />

que realizaram uma tentativa de golpe em 1993. Por<br />

mais que não tivesse obtido sucesso, o golpe mobilizou<br />

Gaddafi a buscar a eliminação de potenciais rivais,<br />

através da chamada por ele “purificação dos militares”,<br />

colocando no lugar destes seguidores fiéis a ele. 38<br />

Tornou-se cada vez mais difícil, em meio a tantas reformas,<br />

compreender a política que Gaddafi exercia no<br />

comando da Líbia, tendo seus filhos papéis importantes<br />

em cargos relacionados ao governo. A exemplo do<br />

segundo filho, Saif al-Islam al-Gaddafi, o qual, apesar de<br />

no início ser relacionado à ideia de reformador, acabou<br />

mostrando-se, após o surto de violência local, como forte<br />

defensor tanto dos ideais de seu pai quanto do regime. 39<br />

Em uma resolução do Conselho de Segurança das Nações<br />

Unidas de 1999, foi requisitado que o governo<br />

líbio entregasse os dois suspeitos de estarem envolvidos<br />

no atentado contra o voo Pan Am 103. Apesar<br />

de cumprir tal requisito, somente em agosto de 2003<br />

é que o país concluiu todas as exigências da resolução,<br />

das quais fazia parte a aceitação da responsabilidade<br />

do país pelas ações de seus funcionários e o pagamento<br />

adequado de compensação às famílias das vítimas<br />

do atentado. Em setembro do mesmo ano, a ONU suspendeu<br />

todas as sanções que havia realizado ao país. 40<br />

Em dezembro do mesmo ano, a Líbia anunciou que<br />

teria intenção de acabar com armas de destruição em<br />

massa que havia adquirido e com o Regime de Controle<br />

de Tecnologia de Mísseis, o programa de mísseis do<br />

país. Colaborou com a Agência Internacional de Energia<br />

Atômica (AIEA) e a Organização para a Proibição de Armas<br />

Químicas, assinou o Protocolo Adicional da AIEA e<br />

passou a ser país-membro da Convenção sobre Armas<br />

Químicas. 41 Tais medidas foram de extrema importância<br />

para as relações diplomáticas entre o país e os Estados<br />

Unidos, as quais melhoraram ainda mais com a renúncia<br />

do país ao terrorismo, passando a cooperar não só com<br />

os Estados Unidos, como também com grandes potências,<br />

a exemplo da Inglaterra. A postura do governo líbio<br />

frente a esses temas estreitou as relações bilatérias com<br />

todo o Ocidente, com o país buscando um papel de liderança<br />

regional nas organizações internacionais. 42<br />

Como reconhecimento das ações líbias, o presidente<br />

George W. Bush assinou, em 20 de setembro de 2004,<br />

uma ordem executiva dando fim definitivo às sanções<br />

econômicas por parte dos Estados Unidos, encerrando<br />

assim a autoridade do Ato Internacional das Potências<br />

Econômicas Emergentes (IEEPA) que tinha por base<br />

tais sanções. 43 Os norte-americanos deixaram de ser<br />

proibidos de trabalhar na Líbia e muitas empresas de<br />

diversos setores começaram a buscar no país novas<br />

oportunidades de investimento. Em 2008, o governo<br />

dos Estados Unidos anunciou um projeto de investimento<br />

estrangeiro nos setores petrolífero e de gás, visando<br />

a aumentar a capacidade de produção líbia de<br />

1,2 milhões de barris/dia para 3 milhões até 2012. 44<br />

A relação entre a Líbia tanto com a União Europeia quanto<br />

com a comunidade internacional, que por muito tempo<br />

teve questões não resolvidas, estabilizou-se em julho<br />

de 2007 por meio da libertação líbia de um médico palestino<br />

e de cinco enfermeiras búlgaras. Todos os condenados<br />

à pena de morte, em 1999, pela infecção pelo vírus<br />

HIV de mais de 400 crianças que estavam internadas em<br />

um hospital em Benghazi, tiveram suas penas alteradas à<br />

prisão perpétua pelo Conselho Superior Judicial. 45<br />

Em meio a essa nova etapa de relacionamento com<br />

a comunidade internacional, a Líbia teve posse, entre<br />

2008 e 2009, de um dos assentos não permanentes no<br />

Conselho de Segurança da ONU, sendo o representante<br />

dos países africanos naquele mandato. Nesse último<br />

ano, o país presidiu a União Africana e. em 2010, a Liga<br />

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