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GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE / GUIA DE ESTUDIOS - Faap

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Guia de Estudos / Study Guide / Guia de Estudios<br />

be adotados na cultura local. No século XVI, o Império<br />

Otomano tomou posse do território e a Líbia passou a<br />

fazer parte do mesmo, tendo certa autonomia. Entretanto,<br />

em 1991, após invasão italiana, a Líbia perdeu<br />

sua autonomia, tornando-se colônia. 17<br />

O nome Líbia, que era utilizado ao Norte da África como<br />

um todo pelos gregos, tornou-se o nome oficial da colônia<br />

italiana, da qual faziam parte as províncias de Cirenaica,<br />

Tripolitânia e Fezã. O emir 18 Sayyid Idris al-Sanusi,<br />

de Cirenaica, liderou a resistência entre as duas guerras<br />

mundiais, sendo retirados os poderes do Eixo em<br />

fevereiro de 1943. Tripolitânia e Cirenaica ficaram sob<br />

responsabilidade do Reino Unido e Fezã, da França, as<br />

quais permaneceram até 1º de janeiro de 1952, quando<br />

a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) aprovou<br />

a resolução sobre a independência da Líbia, abrangendo<br />

as três províncias em um estado único, cujo nome<br />

oficial passou a ser Reino Unido da Líbia. Idris foi coroado<br />

rei e seu mandato se caracterizou pelo autoritarismo<br />

e pela falta de representatividade popular. 19<br />

Nos anos 1950, foram descobertas reservas de petróleo,<br />

as quais proporcionaram a um dos países mais<br />

pobres do mundo o status de riqueza com a venda do<br />

produto. Tal riqueza, entretanto, causou ressentimento<br />

na população, visto que o capital estava monopolizado<br />

nas mãos de uma pequena elite do país. 20<br />

Em 1969, liderado pelo oficial do exército Muammar<br />

Abu Minyar al-Gaddafi, um pequeno grupo militar deu<br />

um golpe de estado contra o rei Idris, o qual foi exilado<br />

no Egito. O novo regime tinha como base o Conselho<br />

de Comando da Revolução (CCR), o qual aboliu a monarquia<br />

e estabeleceu a República Árabe da Líbia, tendo<br />

como líder Gaddafi. Legitimamente, Gaddafi não<br />

ocupava uma posição oficial no país, apesar de ser visto<br />

como “Irmão Líder e Guia da Revolução”. O CCR possuía<br />

o lema de “liberdade, socialismo e unidade” e se<br />

comprometeu a atuar ativamente na causa palestina,<br />

a promover a unidade árabe e a estabelecer políticas<br />

internas baseadas na justiça social, na não exploração<br />

e na distribuição justa da riqueza. 21<br />

Assim, o governo Gaddafi visava retirar todas as tropas estrangeiras<br />

do país, fechou as bases militares norte-americanas<br />

e britânicas, dentre elas, em Tobruk e El Adem, e em<br />

Wheelus, próximo a Trípoli, respectivamente. O governo<br />

passou a controlar de maneira agressiva a atividade das<br />

empresas transnacionais de petróleo que haviam se instalado<br />

na década de 1960 na Líbia. Ordenou, ainda, que<br />

milhares de italianos e judeus residentes no país fossem<br />

expulsos e que bibliotecas e espaços culturais vinculados<br />

a governos estrangeiros fossem desativados. 22<br />

Desde o golpe de estado em 1969, Wheelus controlava<br />

a política interna líbia com base na força de sua<br />

personalidade e no seu poder de liderança, buscando<br />

nas oportunidades meios de promover sua ideologia<br />

revolucionária. Destinou boa parte da riqueza advinda<br />

do setor petrolífero para a construção de escolas, hospitais<br />

e estradas no país, além de levar eletricidade às<br />

aldeias e irrigação ao deserto. Assim como os demais<br />

líderes árabes, mostrou pouca preocupação em que as<br />

mulheres tivessem sua independência e que a população<br />

de fato participasse das decisões no governo. 23<br />

Em 11 de dezembro, a proclamação da Constituição de<br />

1969 reconheceu o CCR como autoridade legislativa e<br />

executiva suprema do país, este se tratando de um órgão<br />

responsável por debater questões políticas e as necessidades<br />

nacionais. Gaddafi, presidindo a CCR, mostrou-se<br />

ator principal no governo revolucionário, apesar de não<br />

ter autoridade legítima para impor sua vontade sobre os<br />

cidadãos, sendo visto como o líder mais importante e o<br />

porta-voz do movimento. 24 Essa imagem proporcionou<br />

ao líder o controle tanto das funções legislativas quanto<br />

das executivas do país, tendo postura direcionada, em<br />

partes, às políticas socialistas empregadas pelo presidente<br />

egípcio, Gamal Abdel Nasser, o qual esteve no poder<br />

do país desde 1954 até a sua morte. 25<br />

O Conselho de Ministros, órgão da CCR, teve seus<br />

membros nomeados com o objetivo de se responsabilizarem<br />

de modo coletivo pelo mesmo, podendo depor<br />

o primeiro-ministro ou aceitar a demissão de qualquer<br />

ministro que dele fizesse parte. A renúncia do primeiro-ministro<br />

culminaria na renúncia automática de todo<br />

o Conselho de Ministros, sendo este ainda acusado de<br />

praticar políticas sem que novas leis fossem estabelecidas<br />

em consonância com o novo regime. 26<br />

Alguns meses depois de sua criação, o Conselho de<br />

Ministros apresentou divergências internas entre seus<br />

membros civis e militares e ameaças contra o CCR<br />

eram constantes, na tentativa de que mudanças ocorressem<br />

e e que o equilíbrio fosse enfim instaurado no<br />

gabinete. Como primeiro-ministro de 1970 a 1972, Ga-<br />

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