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GUIA DE ESTUDOS / STUDY GUIDE / GUIA DE ESTUDIOS - Faap

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Guia de Estudos / Study Guide / Guia de Estudios<br />

Introdução<br />

Movimentos revoltosos como os que vêm ocorrendo<br />

na Líbia são resultados de problemas internos que o<br />

país enfrenta, os quais, por não serem resolvidos, fazem<br />

com que a população não se satisfaça com a realidade<br />

local, fazendo surgir uma frente opositora que se<br />

revolta contra o governo, que não age em relação ao<br />

descontentamento de seu povo.<br />

Em fevereiro de 2011, após a eclosão dos movimentos<br />

decorridos na Tunísia e no Egito, o governo líbio sofreu<br />

brutal repressão e protestos populares em Trípoli, capital<br />

líbia, e Benghazi, segunda maior cidade do país. 1 Os<br />

protestos eram contra o líder Gaddafi e exigiam sua saída.<br />

Forças da oposição, que haviam formado um Conselho<br />

Nacional de Transição (CNT), tomaram o controle<br />

de Benghazi. As intenções do Conselho perpetuavam-<br />

-se na eliminação de Gaddafi do poder e a implantação<br />

de um sistema democrático, livre e que respeitasse dos<br />

direitos humanos universais no país. 2<br />

A obrigação de formação de uma unidade árabe, 3 já extinta<br />

havia alguns séculos, foi tomando forma a partir<br />

do fim da Segunda Guerra Mundial, período que abriu<br />

caminho para o crescimento dos movimentos nacionalistas<br />

e de resistência à presença colonial. Como reflexo,<br />

ocorreu um movimento denominado Primavera Árabe 4 ,<br />

o qual diz respeito a uma sequência de processos de independência<br />

entre os países árabes. A partir de tal movimento,<br />

ficou ainda mais necessário o estabelecimento<br />

de um equilíbrio das forças internas da região.<br />

No caso líbio, a Liga dos Estados Árabes deve dar a devida<br />

importância às consequências do confronto entre<br />

forças pró e anti- Gaddafi e estabelecer as possíveis soluções<br />

para os mesmos. A queda iminente de Gaddafi<br />

aparentava ser a solução para o fim da ditadura do<br />

país e da insatisfação de sua população; entretanto, tal<br />

fato encerra somente um ciclo na história da liderança<br />

do país, mas deixa para trás um país em transição, que<br />

deve se organizar e se reconstruir internamente para<br />

que possa então atingir estabilidade.<br />

A situação atual da Líbia envolve inúmeras questões<br />

de gestão interna e inserção internacional, devendo<br />

todas elas serem abordadas no comitê. Com o reconhecimento<br />

da Liga no envolvimento de questões<br />

políticas, econômicas e sociais e violação dos direitos<br />

humanos, o foco, com a morte de Gaddafi, passa a ser a<br />

reconstrução da sociedade líbia. O país deve olhar para<br />

o futuro e buscar a instauração da paz e de um governo<br />

plenipotenciário a fim de acabar com mais um dos<br />

tantos fatores que desestabilizam a região.<br />

Histórico do Comitê<br />

A Liga surge da vontade de independência, uma vez que<br />

os países da região ainda viviam sob o poder do colonialismo<br />

e da busca pela prevenção da criação de um Estado<br />

judaico independente a partir da Segunda Guerra<br />

Mundial. A partir do momento em que as ideias nacionalistas<br />

foram intensificadas, unir tais forças em busca<br />

de identidade comum e independência foi a resposta,<br />

destacando-se o papel do Egito, atrelado à ameaça de<br />

movimentos sionistas. Havia, ainda, um desentendimento<br />

cada vez maior com o Ocidente em contraposição<br />

ao intercâmbio comercial e à circulação de pessoas,<br />

principalmente entre países árabes do leste. 5<br />

Com os Estados Unidos focando suas relações nas áreas<br />

fronteiriças à União Soviética, na China e na Europa<br />

Oriental, a região árabe passou a ser interessante à Grã-<br />

-Bretanha, a qual deu total apoio à criação da Liga Árabe,<br />

acreditando que seria na existência de tal instituição<br />

que encontraria um meio de esses países servirem<br />

a seus interesses. Não obstante, a região se mostrava<br />

rica em reservas petrolíferas, com mais de 60% das reservas<br />

conhecidas na época, além de ser o curso de importantes<br />

rotas internacionais, como o Canal de Suez,<br />

que era a passagem entre Oriente e Ocidente. 6<br />

Frente ao intenso interesse externo e havendo a necessidade<br />

de proteger a região, o momento histórico<br />

pedia a cooperação dos Estados árabes, assim, o<br />

primeiro-ministro egípcio, Mustafa Nahas, convocou o<br />

primeiro-ministro da Síria, Jamil Mardam ,e o presidente<br />

do Bloco Nacional Libanês, Bishara Khoury, para que<br />

fosse discutida a ideia de criação de uma unidade árabe<br />

objetivando estreitar os laços entre os países que dele<br />

fariam parte. Durante as discussões, foram elencados<br />

princípios como a igualdade de condição entre os Estados,<br />

o respeito à independência e à soberania, com<br />

as relações entre os membros sendo para o benefício<br />

dos mesmos, além das obrigações de cada membro,<br />

como o respeito ao regime de cada país e à unidade<br />

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