Revista Estratégica vol.10 - Faap
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Durante a década de 1920, surge nos Estados Unidos as associações de empregados<br />
patrocinadas pelas empresas e outras políticas relacionadas à educação, treinamento<br />
e programas de bem-estar, como parte de uma campanha da indústria<br />
americana contra os sindicatos. Ao longo do período da depressão estas ações atingiram<br />
seus objetivos e após o fim desta fase, diante da necessidade de lidar com os<br />
sindicatos, as empresas americanas criaram o cargo de vice-presidente ou diretor de<br />
relações trabalhistas ou industriais.<br />
1.1.3 A administração científica<br />
Este movimento atingiu seu pico em 1930, tornando bem clara a divisão entre o<br />
trabalho intelectual e o trabalho manual. Planejar e executar ações que dividiam claramente<br />
as categorias de gerência e trabalhadores, simultaneamente interferindo nos<br />
sistemas de remuneração e recompensas e utilizando sistemas de controle para garantir<br />
os resultados.<br />
O relacionamento entre os gerentes e os trabalhadores poderia ser otimizado pela<br />
especificação do método, seleção e alocação do melhor trabalhador para a tarefa e uma<br />
recompensa justa. Isto ampliaria a produtividade tendo como consequência maiores<br />
lucros e salários, resultando em harmonia entre patrões, gerentes e trabalhadores, reduzindo<br />
a importância do papel sindical nas relações.<br />
Paralelo ao sistema taylorista, surgia a burocracia, desenvolvida pelo sociólogo<br />
alemão Max Weber. Esta caracterizava-se pela pirâmide hierárquica desenvolvida,<br />
divisão do trabalho, regulamentação escrita onipresente, controles sofisticados,<br />
grande importância dos especialistas e técnicos, todos os itens significando práticas<br />
que garantiam a impessoalidade.<br />
Naturalmente os resultados preconizados pela adoção da administração científica<br />
não foram alcançados, em função da natureza humana, abrindo, assim, espaço para<br />
outros trabalhos focados nas relações humanas.<br />
1.1.4 A era paternalista<br />
John Commons, Richard Ely e Thorstein Veblen são citados por Nóbrega (2003),<br />
como economistas institucionalistas que discordavam da visão clássica de regulação<br />
do trabalho pelas forças de mercado. Esta visão forneceu o fundamento teórico para a<br />
legislação trabalhista americana, criada até os anos 1930. Desta época também são os<br />
primeiros estudos que correlacionam carga horária e condições de trabalho com produtividade<br />
e saúde do trabalhador.<br />
Os institucionalistas acreditavam que o conflito entre trabalhadores e empregadores<br />
era inerente às organizações independentemente do contexto ambiental, defendendo<br />
a negociação e o compromisso periódico entre os interesses divergentes<br />
Universidade corporativa: uma metáfora contemporânea, Cristina Vallukenas e Elisabete Adami Pereira dos Santos, p. 51-73<br />
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