Revista Estratégica vol.10 - Faap
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objetivos. Neste instante é possível identificar o quão difícil deve ser a gestão de<br />
algo intermediário, que não responde com a mesma precisão de uma máquina e<br />
ainda carece de alimentação constante.<br />
Considerando que as atividades de desenvolvimento organizacional, treinamento<br />
e desenvolvimento, além de traduzirem a capacidade de administração da aprendizagem<br />
de uma organização, estão incluídas no escopo da gestão de pessoas, é prudente<br />
uma rápida visita na evolução desta área.<br />
Segundo Nóbrega (2003), a origem da função administração de recursos humanos<br />
pode ser atribuída aos métodos de organização do trabalho introduzidos com a revolução<br />
industrial na Inglaterra e Estados Unidos. Porém, não foi senão nos anos 1920 que a<br />
função começou a adquirir uma face mais estruturada, sistêmica e científica.<br />
Dutra (2002, p. 31), sintetizando outros autores nacionais, apresenta o processo evolutivo<br />
da gestão de pessoas a partir das fases históricas brasileiras. Sendo:<br />
• Até 1930 (Primeira República): princípio da atividade industrial com o deslocamento<br />
de parte dos trabalhadores do setor agrícola para a indústria. Os setores<br />
em destaque são o ferroviário, portuário e têxtil.<br />
• De 1930 a 1945 (Estado Novo): caracterizado pelo surgimento da legislação<br />
trabalhista, a formação dos sindicatos dos trabalhadores e de empresas e a<br />
formação de uma estrutura jurídica para mediar estas relações. Em função da<br />
guerra, o país tinha dificuldade em importar, o que favoreceu a instalação das<br />
indústrias. As empresas se estruturaram para atender os preceitos legais.<br />
• De 1945 a 1964 (Segunda República): redemocratização do país, intensificação<br />
da substituição das importações e investimentos na indústria de base, com o<br />
estímulo para empresas estrangeiras se instalarem no país. As multinacionais<br />
traziam práticas de gestão de pessoas baseadas no paradigma taylorista / fordista.<br />
Este é um marco na formação dos dirigentes empresariais brasileiros e da<br />
profissionalização da gestão de pessoas.<br />
• Após 1964: até o final dos anos 1990 reforçou-se os paradigmas tayloristas /<br />
fordistas no Brasil, embora neste período já houvesse na Europa e Estados Unidos<br />
novas propostas para gestão de pessoas nas organizações. No final deste<br />
período acontece a valorização das novas competências individuais como consequência<br />
da evolução no contexto econômico, social e político.<br />
Resumindo, o processo de gestão de pessoas no Brasil é marcado por características<br />
legais e pelo taylorismo. Já a formação dos trabalhadores, por meio de dois caminhos diferenciados:<br />
dirigentes de dois níveis, médio e superior; e trabalhadores para o processo<br />
produtivo, por meio da transferência de responsabilidade do Estado para os empresários,<br />
cujo principal ícone é o Serviço Nacional de Aprendizagem (SENAI), organizado pela<br />
Confederação Nacional das Indústrias (CNI), conforme Garcia (2004) tão bem discorre.<br />
Universidade corporativa: uma metáfora contemporânea, Cristina Vallukenas e Elisabete Adami Pereira dos Santos, p. 51-73<br />
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