Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...
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1996:113), passou a ocupar lugar na visão sistêmica do <strong>de</strong>senvolvimento tanto<br />
urbano quanto rural, abarcando aspectos sociais, econômicos, culturais,<br />
tecnológicos e ecológicos no presente e no futuro.<br />
A sustentabilida<strong>de</strong> requer uma visão holística do <strong>de</strong>senvolvimento e<br />
uma inversão na hierarquia do <strong>de</strong>senvolvimento. Se antes, a esfera econômica<br />
dominava sobre as esferas social e ecológica, agora esta dominação começa<br />
a ser questionada e revista. Segundo BUARQUE (1996:7)<br />
“do ponto <strong>de</strong> vista teórico, o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável se baseia numa visão<br />
holística da realida<strong>de</strong> complexa e numa abordag<strong>em</strong> sistêmica da totalida<strong>de</strong><br />
complexa. Assim, o <strong>de</strong>senvolvimento é a resultante <strong>de</strong> uma transformação da<br />
totalida<strong>de</strong> complexa como uma unida<strong>de</strong> formada <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos que compõe<br />
subsist<strong>em</strong>as integrados com relações <strong>de</strong> regulação e controle: economia,<br />
socieda<strong>de</strong> e ecologia são subsist<strong>em</strong>as da totalida<strong>de</strong> complexa, constituindo<br />
uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> integrada e organizada, cada um <strong>de</strong>finindo as restrições e<br />
constrangimentos sobre os outros”.<br />
Neste processo <strong>de</strong> transformação do <strong>de</strong>senvolvimento e busca <strong>de</strong><br />
sustentabilida<strong>de</strong>, as Organizações Não Governamentais e outros setores da<br />
socieda<strong>de</strong> civil passaram, nos últimos 20 anos, a ter um peso fundamental<br />
mas, n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre foi assim. Ao analisar o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />
países mo<strong>de</strong>rnos nos últimos 50 anos, KISIL (1997) mostra que durante muitos<br />
anos, os governos estavam sozinhos à frente no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobre o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento. Em sua análise, KISIL (1997:135-136), classificou o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento, segundo os participantes chave, <strong>em</strong> quatro fases:<br />
Primeira fase - Iniciada na década <strong>de</strong> 50 até meados dos anos 60, é<br />
consi<strong>de</strong>rado o período <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento progressivo on<strong>de</strong> o Estado era o<br />
participante-chave. Cabia ao Estado tomar <strong>de</strong>cisões sobre as políticas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento e eleger as regiões e áreas-t<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento a<br />
ser<strong>em</strong> privilegiadas e para as quais haveria disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos<br />
financeiros. O Estado era, igualmente, o gran<strong>de</strong> responsável pelo processo <strong>de</strong><br />
distribuição dos resultados.<br />
Segunda fase - Desenvolvida a partir dos meados dos anos 60 até a<br />
primeira crise do petróleo <strong>em</strong> 1973, foi a chamada era do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
integrado. O Estado ainda era o participante-chave, mas nesta época começou<br />
a se discutir que o crescimento não po<strong>de</strong>ria ser apenas econômico e que<br />
<strong>de</strong>veria haver uma eqüida<strong>de</strong> na distribuição dos resultados do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
pois um crescimento s<strong>em</strong> eqüida<strong>de</strong> era um crescimento s<strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Os governos e as agências <strong>de</strong> cooperação internacional iniciaram a aplicação<br />
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