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Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...

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agricultura mo<strong>de</strong>rna começaram nos anos 70, nos Estados Unidos da América,<br />

país pioneiro na impl<strong>em</strong>entação da agricultura mo<strong>de</strong>rna e, também, um dos<br />

primeiros a sentir seus efeitos negativos.<br />

Nas décadas <strong>de</strong> 50 e 60, grupos isolados <strong>de</strong> ecologistas e acadêmicos,<br />

preocupados com a questão ambiental e o <strong>de</strong>senvolvimento agrícola, já<br />

discutiam formas alternativas à mo<strong>de</strong>rnização da agricultura, mas suas<br />

opiniões não pesavam nas <strong>de</strong>cisões sobre o <strong>de</strong>senvolvimento e eram, segundo<br />

VEIGA (1998:128), consi<strong>de</strong>rados grupos “alternativos” e “folclóricos” e<br />

chegaram a ser perseguidos <strong>em</strong> instituições <strong>de</strong> pesquisa e ensino. Segundo<br />

EHLERS (1996), nesta época, os grupos alternativos eram consi<strong>de</strong>rados<br />

“retrógrados” e “s<strong>em</strong> valida<strong>de</strong> científica”. Os benefícios do crescimento da<br />

produção agrícola pareciam inquestionáveis para governos e para os cientistas.<br />

A partir do final da década <strong>de</strong> 60 os efeitos negativos da agricultura<br />

mo<strong>de</strong>rna começaram a ficar mais evi<strong>de</strong>ntes e os danos ambientais e<br />

energéticos já não podiam ser ignorados pelos países que a aplicavam. Um<br />

dos marcos na contestação à agricultura mo<strong>de</strong>rna foi, segundo EHLERS<br />

(1996), o livro “Primavera Silenciosa” da bióloga marinha Rachel Carson que<br />

questionava o uso abusivo <strong>de</strong> agrotóxicos e a crescente <strong>de</strong>pendência dos<br />

combustíveis fósseis.<br />

Segundo EHLERS (1996), no fim dos anos 60 e na década <strong>de</strong> 70, a<br />

contestação às formas <strong>de</strong> agricultura mo<strong>de</strong>rna associaram-se ao clima <strong>de</strong><br />

contestação contra outros aspetos da vida mo<strong>de</strong>rna aumentando,<br />

principalmente, na Europa e nos Estados Unidos, as discussões sobre a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diminuir o consumo e viver <strong>de</strong> forma mais natural.<br />

Na década <strong>de</strong> 70, a questão ambiental já não era restrita a discussões<br />

entre ecologistas radicais ou grupos alternativos da socieda<strong>de</strong> civil e passou a<br />

fazer parte das discussões oficiais <strong>de</strong> vários países e, segundo CUNHA<br />

(1996:34), trouxeram “à tona, <strong>de</strong> roupa nova, questões muito antigas que<br />

resultam das relações hom<strong>em</strong>-natureza”. Na Conferência das Nações Unidas<br />

sobre Meio Humano realizada <strong>em</strong> Estocolmo, <strong>em</strong> 1972, e na Conferência <strong>de</strong><br />

Roma, realizada <strong>em</strong> 1974, a preocupação ambiental, agravada pela crise <strong>de</strong><br />

petróleo, passou a ganhar novos contornos políticos e diplomáticos e os<br />

representantes <strong>de</strong> vários países começaram a discutir a <strong>de</strong>gradação ambiental<br />

não mais como efeito exclusivo do “sub<strong>de</strong>senvolvimento”, o qual seria<br />

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