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Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...

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(2000), essa hierarquia serviu durante muito t<strong>em</strong>po para alimentar a crença <strong>de</strong><br />

que “há um ponto que po<strong>de</strong> ser alcançado seguindo-se uma espécie <strong>de</strong> receita<br />

mantida, secretamente, ou não, pelos Estados-nações que li<strong>de</strong>ram a „corrida‟<br />

para um futuro melhor” (i<strong>de</strong>m, 2000:141). No entanto, a existência <strong>de</strong> dois<br />

blocos internamente uniformes é, cada vez mais, posta <strong>em</strong> dúvida pois apesar<br />

dos países <strong>de</strong>senvolvidos possuír<strong>em</strong> algumas características s<strong>em</strong>elhantes<br />

como a urbanização, o crescimento da produção agroindustrial, o<br />

melhoramento a bens básicos como saú<strong>de</strong> e educação, reconhec<strong>em</strong>-se,<br />

também, as diferenças internas e específicas dos países, sejam eles do bloco<br />

<strong>de</strong>senvolvido ou não. DUMONT (1994), consi<strong>de</strong>ra que isto acontece pela<br />

interação entre dois diferentes modos <strong>de</strong> ser: um, o novo modo se ser, que é<br />

universalista, que difun<strong>de</strong> e impõe idéias e tecnologias globalizadas; e outro,<br />

que é específico <strong>de</strong> cada lugar e que representa a tradição e a diversida<strong>de</strong>.<br />

Para DUMONT (1994), já não exist<strong>em</strong> socieda<strong>de</strong>s exclusivamente<br />

tradicionais, que não tenham tido influência das idéias, dos objetos, e da<br />

tecnologia da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e que as culturas são na verda<strong>de</strong> uma mistura<br />

entre o velho e o novo. No entanto, o contato entre culturas não se dá no seu<br />

todo e sim <strong>em</strong> pontos específicas como religião, forma <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>,<br />

tecnologia, <strong>de</strong>ntre outros. Este contato diferenciado irá refletir-se num modo<br />

específico <strong>de</strong> interação, que resultará <strong>em</strong> novos aspetos das culturas postas<br />

<strong>em</strong> contato. Sob o impacto do contato entre a civilização mo<strong>de</strong>rna e a<br />

tradicional po<strong>de</strong>m ocorrer três situações: a socieda<strong>de</strong> tradicional <strong>de</strong>saparece;<br />

a socieda<strong>de</strong> tradicional se recolhe e evita o contato; ou, o que é mais comum,<br />

existe uma interação à qual DUMONT (1994) chama <strong>de</strong> “aculturação”. Esta<br />

aculturação é <strong>de</strong>finida por alguns autores como unilateral, ou seja, a socieda<strong>de</strong><br />

dominante interfere e altera a socieda<strong>de</strong> tradicional, mas Dumont consi<strong>de</strong>ra<br />

que a aculturação ocorre nos dois sentidos e ambas socieda<strong>de</strong>s, a mo<strong>de</strong>rna e<br />

a tradicional, acabam sendo transformadas pela troca e <strong>em</strong>préstimos <strong>de</strong><br />

aspectos específicos <strong>de</strong> cada uma.<br />

DUMONT (1994) distingue alguns aspectos i<strong>de</strong>ológicos entre a<br />

socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna e a tradicional: o individualismo (mo<strong>de</strong>rno) é oposto ao<br />

holismo (tradicional). O individualismo separa valores <strong>de</strong> fatos e idéias<br />

enquanto no holismo há uma integração entre estes aspectos e a idéia-valor<br />

forma uma só unida<strong>de</strong>. O individualismo compartimenta o conhecimento <strong>em</strong><br />

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