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Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...

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que “a i<strong>de</strong>ologia t<strong>em</strong>, apenas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> certos limites, o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> transformar<br />

socieda<strong>de</strong>s, e que o <strong>de</strong>sconhecimento <strong>de</strong>stes limites produz o contrário da<br />

intenção original” (DUMONT, 2000:23). O totalitarismo é outro efeito<br />

involuntário da i<strong>de</strong>ologia mo<strong>de</strong>rna e apesar <strong>de</strong> ser, por vezes, confundida com<br />

holismo, “não representa uma concepção tradicional, ingênua da socieda<strong>de</strong><br />

como um todo e, portanto, não é um holismo” (i<strong>de</strong>m, 2000:24). Nesta<br />

concepção, totalitarismo é uma tentativa <strong>de</strong> submeter o indivíduo das<br />

socieda<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas, por meio da força, ao primado da socieda<strong>de</strong> como<br />

totalida<strong>de</strong>.<br />

DUMONT (2000) consi<strong>de</strong>ra que existe uma relação constante entre as<br />

representações e os fatos, o i<strong>de</strong>ológico e o não i<strong>de</strong>ológico, que formam uma<br />

dualida<strong>de</strong> necessária e compl<strong>em</strong>entar para evitar o i<strong>de</strong>alismo ou o materialismo<br />

puro. Po<strong>de</strong>-se apreen<strong>de</strong>r a i<strong>de</strong>ologia <strong>de</strong> um país ao analisar a produção<br />

intelectual, reconhecendo o social e o não social e as relações que exist<strong>em</strong><br />

entre eles. No mundo mo<strong>de</strong>rno a economia ocupa um lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na<br />

i<strong>de</strong>ologia do hom<strong>em</strong> mo<strong>de</strong>rno. O <strong>de</strong>senvolvimento procurado pelos países<br />

mo<strong>de</strong>rnos t<strong>em</strong> representado, ao longo dos últimos dois séculos, progresso<br />

econômico, <strong>de</strong>ixando para segundo plano os aspectos ambientais e sociais.<br />

“A economia repousa sobre um julgamento <strong>de</strong> valor, uma hierarquia implícita; a<br />

categoria supõe a exclusão ou a subordinação <strong>de</strong> qualquer coisa” (DUMONT,<br />

2000:40).<br />

No sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento mo<strong>de</strong>rno, o econômico teve<br />

supr<strong>em</strong>acia sobre outros aspetos do contexto social e guiou as ações dos<br />

homens na busca incessante por progresso econômico e b<strong>em</strong> estar material.<br />

Ao se discutir o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, como ver<strong>em</strong>os adiante, a<br />

hierarquia <strong>de</strong> valores que, até hoje, guiaram o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

passa a ser repensada e o aspeto econômico passa a ser um el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong><br />

avaliação na busca do <strong>de</strong>senvolvimento, mas não o único.<br />

3.2. Individualismo, mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

Quando se discute o <strong>de</strong>senvolvimento, é comum pensar numa divisão<br />

do mundo <strong>em</strong> dois pólos: países <strong>de</strong>senvolvidos ou primeiro mundo e países<br />

não <strong>de</strong>senvolvidos, <strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvimento ou terceiro mundo. Segundo RIBEIRO<br />

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