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Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...

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diferenciaram-se entre si <strong>de</strong> forma a constituír<strong>em</strong> subculturas nacionais ou<br />

variações nacionais da i<strong>de</strong>ologia mo<strong>de</strong>rna. A variação entre nações ocorreu<br />

porque as mudanças não ocorr<strong>em</strong> ao mesmo t<strong>em</strong>po, na mesma seqüência<br />

n<strong>em</strong> nos mesmos domínios <strong>em</strong> todos os países.<br />

Para BENDIX (1996), as experiências <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização dos países<br />

mais <strong>de</strong>senvolvidos serv<strong>em</strong> como mo<strong>de</strong>lo para os países menos <strong>de</strong>senvolvidos<br />

que realizam, assim, um “atalho à mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>”, evitando as dificulda<strong>de</strong>s dos<br />

países pioneiros. Ao se apropriar<strong>em</strong> ou evitar<strong>em</strong> tecnologias e processos <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>rnização das socieda<strong>de</strong>s pioneiras os países atrasados estruturam novos<br />

caminhos e os resultados <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Portanto, para analisar o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> qualquer<br />

socieda<strong>de</strong> é necessário compreen<strong>de</strong>r que “a estrutura interna, <strong>de</strong>senvolvida<br />

historicamente, <strong>de</strong> um país e a <strong>em</strong>ulação induzida por <strong>de</strong>senvolvimentos<br />

econômicos e políticos no exterior afetam o processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização <strong>de</strong> cada<br />

país” (BENDIX, 1996:371).<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se que a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotular as socieda<strong>de</strong>s atuais<br />

como completamente mo<strong>de</strong>rnas ou tradicionais <strong>de</strong>ve-se, também, ao fato <strong>de</strong><br />

haver aspectos subjetivos, ou seja, valores que orientam as escolhas, as<br />

recusas e as ações <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e que estão presentes <strong>em</strong> diferentes<br />

graus <strong>de</strong> variação nas socieda<strong>de</strong>s. Assim, <strong>em</strong> termos subjetivos, a “hierarquia”<br />

constitui valor central <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>s com fortes traços tradicionais ou holísticas<br />

e a “igualda<strong>de</strong>” constitui valor central <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>s com fortes traços<br />

mo<strong>de</strong>rnos ou individualistas. Estes aspectos serão analisados a seguir.<br />

3.1. Hierarquia versus igualda<strong>de</strong><br />

Ao estudar o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> castas na Índia, Louis Dumont, sociólogo<br />

francês, apresentou e analisou os valores centrais que orientam a socieda<strong>de</strong><br />

indiana e as diferenças fundamentais dos valores presentes nas socieda<strong>de</strong>s<br />

mo<strong>de</strong>rnas.<br />

DUMONT (1992) afirma que o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> castas Indiano e o nosso<br />

sist<strong>em</strong>a social (o mo<strong>de</strong>rno) são completamente opostos <strong>em</strong> sua i<strong>de</strong>ologia e<br />

que, <strong>de</strong> modo geral, não há gran<strong>de</strong> interesse <strong>em</strong> compreen<strong>de</strong>r aquele sist<strong>em</strong>a<br />

social, tão oposto ao nosso. Pessoas que não analisam o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> castas<br />

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