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Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...

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atributos e condições específicas, não encontradas <strong>em</strong> outras socieda<strong>de</strong>s e<br />

que vinham sendo construídos antes da era mo<strong>de</strong>rna, portanto, não seria<br />

correto utilizá-los para, <strong>de</strong> forma at<strong>em</strong>poral e generalizada, classificar a<br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> para todas as outras socieda<strong>de</strong>s.<br />

Em seus estudos, TILLY (1984) também critica a teoria dos estágios<br />

evolutivos e afirma que os cientistas têm abandonado esta teoria face às<br />

dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> enquadrar, nas últimas décadas, a realida<strong>de</strong> dos novos<br />

Estados, principalmente da África e Ásia, <strong>em</strong> estágios preestabelecidos e que,<br />

mesmo experiências européias, têm tido dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se a<strong>de</strong>quar<strong>em</strong> a<br />

estágios estandardizados. Para ALMEIDA (1998), quanto mais a idéia <strong>de</strong><br />

progresso é extrapolada para todos os países, quanto mais se consi<strong>de</strong>ra que o<br />

progresso po<strong>de</strong> ser alcançado <strong>de</strong> forma similar <strong>em</strong> todas as partes do mundo,<br />

“mais se trata <strong>de</strong> uma crença, <strong>de</strong> uma representação a priori, enfim, uma<br />

i<strong>de</strong>ologia” (i<strong>de</strong>m, 1998:34). Para este autor, não se po<strong>de</strong> negar que a idéia <strong>de</strong><br />

progresso evocava avanço, melhorias, crescimento, evolução mas, cada vez<br />

mais, questiona-se se esse progresso é automático e aplicável para todos os<br />

países.<br />

Embora haja aspetos comuns nas socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas como por<br />

ex<strong>em</strong>plo a urbanização, a difusão do conhecimento e a especialização do<br />

trabalho, isto não significa, na opinião <strong>de</strong> BENDIX (1996) e TILLY (1984), que<br />

todos os probl<strong>em</strong>as e sucessos do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento possam ser<br />

encaixados <strong>em</strong> mo<strong>de</strong>los abstratos <strong>de</strong> análise do <strong>de</strong>senvolvimento. O processo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolhas e resultados que, feitos pelos países<br />

num <strong>de</strong>terminado período da história, irão afetar outras escolhas e resultados<br />

no futuro.<br />

Uma socieda<strong>de</strong> inteiramente mo<strong>de</strong>rna, s<strong>em</strong> nenhum vestígio <strong>de</strong><br />

tradição não existe na realida<strong>de</strong> e mesmo que haja processos s<strong>em</strong>elhantes<br />

no caminho para a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, como por ex<strong>em</strong>plo a industrialização, a alta<br />

produtivida<strong>de</strong> promovida pela tecnologia, alta freqüência da população à escola<br />

e a urbanização, as socieda<strong>de</strong>s “inglesa, francesa, al<strong>em</strong>ã, russa ou japonesa,<br />

são tão diferentes entre si atualmente quanto s<strong>em</strong>pre foram” (BENDIX,<br />

1996:44). Sobre este ponto, DUMONT (1994), consi<strong>de</strong>ra que as nações<br />

mo<strong>de</strong>rnas do oeste europeu, no século XIX, compartilharam a i<strong>de</strong>ologia<br />

mo<strong>de</strong>rna durante o seu <strong>de</strong>senvolvimento mas, ao mesmo t<strong>em</strong>po,<br />

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