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Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...

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BENDIX (1996:361) <strong>de</strong>finiu como sendo “a idéia <strong>de</strong> que a socieda<strong>de</strong> tradicional<br />

e a socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna constitu<strong>em</strong> dois sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> variáveis<br />

inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes” concebendo “a transição como a tradição <strong>em</strong> <strong>de</strong>clínio e a<br />

ascensão da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>”.<br />

Segundo BENDIX (1996) a imag<strong>em</strong> que Marx faz no livro “O Capital”<br />

consi<strong>de</strong>rando o país <strong>de</strong>senvolvido industrialmente como representando a<br />

imag<strong>em</strong> do futuro dos países mais atrasados é errônea, pois consi<strong>de</strong>ra as<br />

socieda<strong>de</strong>s como sist<strong>em</strong>as fechados on<strong>de</strong> as transformações, uma vez iniciado<br />

o mesmo processo <strong>de</strong> produção, irão, inevitavelmente, seguir o mesmo rumo<br />

<strong>em</strong> todos os países. Pensando as socieda<strong>de</strong>s como sist<strong>em</strong>as fechados e<br />

autônomos não se dá a <strong>de</strong>vida importância à influência que “a imulação<br />

internacional e a iniciativa governamental, o nacionalismo e a difusão <strong>de</strong> idéias<br />

tinham <strong>em</strong> países que seguiam na esteira da industrialização inglesa” (i<strong>de</strong>m,<br />

1996:348). Para TILLY (1984), é muito difícil <strong>de</strong>limitar as fronteiras <strong>de</strong> uma<br />

socieda<strong>de</strong> pois a vida social, através dos fluxos <strong>de</strong> comunicação, <strong>de</strong> mercado,<br />

<strong>de</strong> interesses pessoais, <strong>de</strong> valores morais e religiosos entre outros critérios,<br />

ultrapassa qualquer fronteira política estando, assim, sob múltiplas influências<br />

externas.<br />

Admitindo a existência <strong>de</strong>sta fluência <strong>de</strong> fronteiras e informações,<br />

TILLY (1984) consi<strong>de</strong>ra que os países <strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvimento po<strong>de</strong>m escolher,<br />

adotar e, se necessário, adaptar inovações técnicas evitando ou minimizando<br />

alguns probl<strong>em</strong>as já conhecidos no país pioneiro, ou outros países mais<br />

avançados. Países <strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvimento po<strong>de</strong>m, ainda, selecionar as<br />

tecnologias que mais lhe convêm, modificando assim as etapas que o país<br />

pioneiro seguiu.<br />

Esta tendência intelectual que contrapõe a tradição à mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e<br />

que prevê, através <strong>de</strong> fases, um <strong>de</strong>terminismo no <strong>de</strong>senvolvimento das nações<br />

foi, segundo Bendix, construída sob impulsos morais ou reformadores que,<br />

utilizando a experiência histórica européia, construiu tipos i<strong>de</strong>ais para<br />

contrastar tradição e mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e, posteriormente, fazer generalizações<br />

sobre o período <strong>de</strong> transição. Para BENDIX (1996), o que ocorreu na Europa<br />

do final do século XVII foi, na verda<strong>de</strong>, o culminar <strong>de</strong> uma continuida<strong>de</strong> que<br />

r<strong>em</strong>ontava à Grécia clássica e que promoveu uma ruptura histórica num t<strong>em</strong>po<br />

e lugar com atributos específicos, a Inglaterra. A socieda<strong>de</strong> inglesa teve<br />

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