Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...
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Posteriormente, ampliou sua atuação e passou a trabalhar, também,<br />
com comunida<strong>de</strong>s rurais e urbanas que não estavam abrangidas pela<br />
mobilização das organizações sindicais e participou <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> caráter mais<br />
amplo como campanhas nacionais pela ética política, contra a fome e a<br />
exclusão, pela terra. Outros financiadores, públicos, projetos e objetivos<br />
ampliaram as ativida<strong>de</strong>s do IDACO. Já <strong>em</strong> 1994, o IDACO reconhecia que seu<br />
trabalho “transcen<strong>de</strong> <strong>em</strong> muito aquela visão setorial/sindical dos primeiros anos<br />
(...) sua inserção se dá numa esfera <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as que ating<strong>em</strong> toda a<br />
socieda<strong>de</strong> e perpassam por outros segmentos que não o sindical” (IDACO,<br />
1994:9) .<br />
2.3.3. O IDACO e o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável<br />
A terceira fase do IDACO diz respeito à sua participação na elaboração<br />
<strong>de</strong> idéias e ações para o processo do <strong>de</strong>senvolvimento sustentável e que<br />
engloba não só a sustentabilida<strong>de</strong> ambiental mas, principalmente, a<br />
sustentabilida<strong>de</strong> econômica 13 . O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tradicional,<br />
impl<strong>em</strong>entado até a década <strong>de</strong> setenta, era sinônimo <strong>de</strong> progresso e levava<br />
<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração, prioritariamente, aspectos ligados ao crescimento<br />
econômico, pouco relacionado com a esfera social e nenhuma relação com a<br />
esfera ambiental (KISIL, 1997). A questão ambiental e as formas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento agrícola, que eram discutidas por grupos isolados na década<br />
<strong>de</strong> 60, como forma alternativa à mo<strong>de</strong>rnização da agricultura, não pesava nas<br />
<strong>de</strong>cisões sobre o <strong>de</strong>senvolvimento (VEIGA, 1998).<br />
A partir dos meados dos anos 70 a preocupação ambiental passou a<br />
ganhar novos contornos políticos e diplomáticos e os representantes <strong>de</strong> vários<br />
países começaram a discutir a <strong>de</strong>gradação ambiental. Nessa altura,<br />
multiplicaram-se propostas <strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento que<br />
pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> rever a imposição dos interesses econômicos frente aos interesses<br />
sociais e às condições ambientais, abordando o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> forma<br />
mais sustentável. Embora esteja, atualmente, presente no discurso <strong>de</strong> muitos<br />
setores da socieda<strong>de</strong>, foi através do <strong>de</strong>senvolvimento rural, da agricultura<br />
13 O IDACO utiliza <strong>em</strong> seus documentos a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> auto-sustentabilida<strong>de</strong>, referindo-se à<br />
capacida<strong>de</strong> das comunida<strong>de</strong>s gerar<strong>em</strong> e gerir<strong>em</strong> sozinhas suas necessida<strong>de</strong>s econômicas.<br />
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