Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...
Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...
Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
consi<strong>de</strong>ra o terceiro setor, no Brasil, um conceito ainda <strong>em</strong> processo <strong>de</strong><br />
fortalecimento mas, que já possui<br />
“um papel insubstituível na mobilização <strong>de</strong> recursos humanos e materiais para<br />
o enfrentamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios como o combate à pobreza, à <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e à<br />
exclusão social” (i<strong>de</strong>m, 1997:9).<br />
Neste vasto e genérico campo das organizações que compõ<strong>em</strong> o<br />
terceiro setor, as Organizações Não Governamentais são parte integrante e<br />
atuante, mas possu<strong>em</strong> características específicas que as têm distinguido<br />
progressivamente <strong>de</strong> outras organizações do terceiro setor como os grupos<br />
recreativos, as bibliotecas, as igrejas, os clubes comerciais, etc.<br />
Segundo MENESCAL (1996), a sigla ONG é uma tradução da língua<br />
inglesa do termo “Non-Governmental Organizations” (NGO) e foi utilizado, <strong>em</strong><br />
1950, pela Organização das Nações Unidas (ONU) para <strong>de</strong>nominar Agências<br />
Internacionais <strong>de</strong> interesse público como a Organização Internacional do<br />
Trabalho ou o Conselho Mundial das Igrejas mas, ao longo das últimas<br />
décadas, a conceituação <strong>de</strong> NGOs ampliou-se bastante.<br />
A partir dos anos 60, a Organização das Nações Unidas estimulou a<br />
formação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> cooperação internacional que tinham, como<br />
principal meta, promover projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento no “terceiro mundo”.<br />
Esta cooperação internacional estimulou a formação <strong>de</strong> Organizações Não<br />
Governamentais, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. Para<br />
FERNANDES (1997), <strong>em</strong> muitos países do “terceiro mundo” a criação <strong>de</strong> ONG<br />
foi sendo estimulada para dar continuida<strong>de</strong> a projetos e programas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento que recebiam financiamento externo.<br />
Apesar da proliferação <strong>de</strong> ONGs, estas não são alvo <strong>de</strong> um consenso<br />
quanto ao seu papel e importância e as opiniões vão do otimismo à mais<br />
severa crítica. Para THIAN (1996:25),<br />
“o aparecimento crescente <strong>de</strong> organizações locais e da socieda<strong>de</strong> civil, não<br />
po<strong>de</strong>riam estar a acontecer <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po melhor. Este fenômeno é o resultado da<br />
passag<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> indiferença e <strong>de</strong> fatalismo para uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
auto<strong>de</strong>fesa e participação” .<br />
Para outros autores como James Petras, citado por THOMPSON<br />
(1997) as ONGs são instrumentos do neoliberalismo encarregadas <strong>de</strong> conter<br />
explosões sociais e promov<strong>em</strong> um<br />
29