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Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...

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às organizações urbanas e a reforma agrária ganhou novo espaço, passando a<br />

fazer parte da pauta <strong>de</strong> reivindicações no processo <strong>de</strong> re<strong>de</strong>mocratização.<br />

No início dos anos 80, o Movimento dos Trabalhadores Rurais S<strong>em</strong><br />

Terra, conhecido sob a sigla MST, surgiu como novo ator político na luta pela<br />

reforma agrária. Segundo MEDEIROS (1989), grupos <strong>de</strong> diversas origens,<br />

como colonos <strong>de</strong>scontentes com as condições encontradas nas novas terras,<br />

atingidos por barragens e trabalhadores rurais parceiros, assalariados e<br />

arrendatários <strong>de</strong>ram orig<strong>em</strong> ao MST que tinha como l<strong>em</strong>a “a terra não se<br />

ganha, se conquista” (MEDEIROS, 1989:150). Em 1985 realizou-se o I<br />

Congresso do MST, on<strong>de</strong> novas formas <strong>de</strong> reforma agrária foram discutidas.<br />

Esta discussão <strong>de</strong>u orig<strong>em</strong> a um conjunto <strong>de</strong> resoluções que envolviam, entre<br />

outras, a extinção do Estatuto da Terra e a participação dos trabalhadores<br />

rurais na elaboração <strong>de</strong> novas leis que envolvess<strong>em</strong> a reforma agrária. Os<br />

resultados <strong>de</strong>ste Congresso foram encaminhados ao Ministério <strong>de</strong> Reforma<br />

Agrária e ao Instituto Nacional <strong>de</strong> Colonização e Reforma Agrária (INCRA),<br />

<strong>em</strong>bora houvesse poucas esperanças <strong>de</strong> que suas <strong>de</strong>mandas foss<strong>em</strong> ouvidas.<br />

Entretanto, novas ocupações, especialmente no sul do país, vinham ocorrendo.<br />

Segundo MEDEIROS (1989:176), no início do governo Sarney (1985-<br />

1989) foi apresentado à socieda<strong>de</strong> o Plano Nacional <strong>de</strong> Reforma Agrária<br />

(PNRA) que teve três tipos <strong>de</strong> reação: os sindicatos rurais apoiaram o plano; a<br />

Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o MST <strong>de</strong>nunciaram a “falta <strong>de</strong><br />

vonta<strong>de</strong> política” para impl<strong>em</strong>entar reformas concretas e imediatas; e os<br />

proprietários <strong>de</strong> terras formularam uma oposição radical contra o Plano.<br />

Foi neste contexto <strong>de</strong> luta e pressão pela reforma agrária que muitos<br />

atores, hoje atuantes <strong>em</strong> ONGs <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rural, se engajaram na luta<br />

pela reforma agrária e pela justiça social. Como po<strong>de</strong>r<strong>em</strong>os ver adiante, foi<br />

neste contexto que o IDACO foi fundado.<br />

2.2. O terceiro setor e as ONGs no Brasil<br />

A abertura política e a re<strong>de</strong>mocratização dos países da América Latina<br />

foram conquistadas, <strong>em</strong> parte, graças à mobilização e pressão <strong>de</strong> diferentes<br />

setores da socieda<strong>de</strong> civil organizada, seja <strong>em</strong> sindicatos <strong>de</strong> trabalhadores,<br />

organizações profissionais, grupos <strong>de</strong> assessoria aos movimentos sociais, seja<br />

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