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Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...

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pensavam suas privações enquanto injustiças sociais e assim, surgiam<br />

sugestões para a mobilização e transformação <strong>de</strong>ssas realida<strong>de</strong>s, quer através<br />

<strong>de</strong> ações próprias como mutirões, quer como luta <strong>de</strong> mudanças políticas. O<br />

movimento do custo <strong>de</strong> vida, analisado por Sa<strong>de</strong>r, é um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>sta<br />

expansão <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s para o campo político.<br />

Segundo SADER (1988), esta expansão das ativida<strong>de</strong>s dos grupos<br />

sociais, inicialmente voltados para probl<strong>em</strong>as internos, para <strong>de</strong>pois sair para o<br />

nível comunitário e <strong>de</strong> reivindicações políticas trouxeram algumas dificulda<strong>de</strong>s<br />

na concepção das organizações e <strong>de</strong> sua atuação. Enquanto a organização<br />

interna baseava-se na disposição <strong>de</strong> seus m<strong>em</strong>bros, nas relações pessoais e<br />

<strong>de</strong> confiança, a lógica do enfrentamento político “exigia maior organização,<br />

eficácia, impessoalida<strong>de</strong> e num ritmo <strong>de</strong> atuação que se adaptasse ao ritmo<br />

das transformações políticas” (SADER, 1988:219). Segundo BOSCHI (1987) à<br />

medida que estes grupos e movimentos tinham que se organizar para alcançar<br />

seus objetivos, iniciava-se o processo <strong>de</strong> sua estruturação e, muitas vezes, sua<br />

institucionalização, apesar das freqüentes dificulda<strong>de</strong>s, conflitos internos e falta<br />

<strong>de</strong> participação mais ampla. Muitas das ONGs atualmente existentes tiveram<br />

suas bases <strong>em</strong> associações e grupos <strong>de</strong> interesses específicos que, iniciando<br />

suas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> modo informal, tiveram que se reestruturar para melhor<br />

alcançar seus objetivos. LANDIM (1993) estuda este caminho para a<br />

institucionalização, que será abordado na seção 2.2. <strong>de</strong>ste capítulo.<br />

A reestruturação <strong>de</strong> grupos locais, como forma <strong>de</strong> pressão e<br />

reivindicação, passou a ocorrer <strong>em</strong> outras categorias sociais como associações<br />

ou grupos <strong>de</strong> favelados, <strong>de</strong> bairros, <strong>de</strong> profissionais. Segundo BOSCHI<br />

(1987:41)<br />

“as manifestações coletivas na forma <strong>de</strong> associações organizadas, esporádicas<br />

ações <strong>de</strong> massas ou movimentos sociais mais amplos tornaram-se um<br />

instrumento político privilegiado para expressar o protesto e encaminhar<br />

<strong>de</strong>mandas”.<br />

Neste movimento <strong>de</strong> revitalização da socieda<strong>de</strong> civil, as associações<br />

<strong>de</strong> profissionais liberais tiveram, também, importante papel. Embora partiss<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong> situação sócio-econômica e <strong>de</strong> capacitação acadêmica diversa da dos<br />

grupos comunitários <strong>de</strong> base, as associações <strong>de</strong> profissionais liberais lutavam<br />

igualmente por mudanças na estrutura política vigente no país. Segundo<br />

BOSCHI (1987), o movimento <strong>de</strong> greves no setor industrial, <strong>em</strong> 1978, abriu<br />

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