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Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...

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“Não tomo como i<strong>de</strong>ologia o que permaneceria <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter eliminado aquilo<br />

que é tido como verda<strong>de</strong>iro, racional, científico, mas ao contrário, tudo que é<br />

socialmente pensado, acreditado, atuado, a partir da hipótese <strong>de</strong> que há uma<br />

unida<strong>de</strong> viva disto tudo, escondido sob as nossas distinções habituais” (i<strong>de</strong>m,<br />

2000:35).<br />

Entretanto, ele acredita que a articulação <strong>de</strong> todos os el<strong>em</strong>entos que<br />

compõ<strong>em</strong> a i<strong>de</strong>ologia não exclui a contradição ou o conflito.<br />

DUMONT (1992) afirma que nenhum sist<strong>em</strong>a social se guia<br />

unicamente pela i<strong>de</strong>ologia e há fenômenos que, não sendo i<strong>de</strong>ológicos, como<br />

os fenômenos econômicos e políticos, po<strong>de</strong>r e território são concomitantes ao<br />

sist<strong>em</strong>a i<strong>de</strong>ológico. Estes fenômenos não po<strong>de</strong>m ser analisados como<br />

preferenciais, sufocando a i<strong>de</strong>ologia mas, também, não po<strong>de</strong>m ser<br />

subestimados. Eles <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser relacionados à i<strong>de</strong>ologia que os acompanha e<br />

estudados conforme a posição que a socieda<strong>de</strong> estudada lhe dá, pois “ é só<br />

com a relação à totalida<strong>de</strong> assim reconstituída que a i<strong>de</strong>ologia assumirá seu<br />

sentido sociológico verda<strong>de</strong>iro” (DUMONT, 2000:89). No caso do estudo do<br />

sist<strong>em</strong>a indiano <strong>de</strong> castas, Dumont colocou os aspectos político e econômico<br />

<strong>em</strong> segundo plano por consi<strong>de</strong>rar o aspecto i<strong>de</strong>ológico como fundamental ao<br />

sist<strong>em</strong>a. Portanto, Dumont conceitua “i<strong>de</strong>ologia” como o conjunto <strong>de</strong> idéias,<br />

valores e crenças que orientam as ações <strong>de</strong> grupos ou socieda<strong>de</strong>s e que,<br />

aliados aos aspectos não i<strong>de</strong>ológicos compõ<strong>em</strong> um sist<strong>em</strong>a social<br />

<strong>de</strong>terminado.<br />

1.2. Metodologia<br />

1.2.1. Da trajetória pessoal ao probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> pesquisa<br />

A “inquietação” <strong>de</strong>ssa pesquisa teve orig<strong>em</strong> durante os anos <strong>de</strong> minha<br />

atuação profissional na área <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rural <strong>em</strong> Moçambique, entre<br />

1988 a 1998, primeiramente <strong>em</strong> uma instituição governamental, o ministério da<br />

Agricultura <strong>de</strong> Moçambique atuando <strong>em</strong> um projeto <strong>de</strong> extensão rural<br />

financiado pelas Nações Unidas e posteriormente, junto a uma Organização<br />

não Governamental holan<strong>de</strong>sa que atua <strong>em</strong> Moçambique. Apesar <strong>de</strong> diferentes<br />

públicos e diferentes impl<strong>em</strong>entadores <strong>de</strong> projetos, observei que a linha <strong>de</strong><br />

pensamento que orientava as ações <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rural <strong>em</strong> geral e<br />

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