Cordélia Inês Kiener - Programa de Pós-Graduação em Extensão ...

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27.08.2013 Views

RESUMO KIENER, Cordélia Inês, M.S., Universidade Federal de Viçosa, julho de 2001. ONGs e ideologias de desenvolvimento: o caso do IDACO. Orientador: José Roberto Pereira. Conselheiros: Maria Izabel Vieira Botelho e Sheila Maria Doula. A partir da década de 80 verificou-se, no Brasil, o renascer da sociedade civil e de uma nova forma de organização que, embora privada, não possui fins lucrativos e que se destinguiu de outro tipo de organizações como as desportivas, religiosas, recreativas. Estas novas organizações, conhecidas como Organizações Não Governamentais tem atuado, cada vez mais, na definição de políticas públicas, na defesa dos direitos civis e sociais, expondo suas ideologias e estratégias de desenvolvimento. Entendemos, neste trabalho, ideologia como idéia-valor conforme definido por Dumont, desempenhando um papel fundamental nas sociedades e nos processos de desenvolvimento não sendo, portanto, uma idéia falsa, secundária ou de interesse limitado. Categorias como pessoa, indivíduo, mero indivíduo e sujeito caracterizam diferentes universos de idéia-valor e são utilizados para compreender a sociedade brasileira. Muitas ONGs que atuam no contexto da cultura brasileira, marcada pela presença de duplicidade de valores, enfrentam a difícil tarefa de conciliar os valores centrais do individualismo moderno, como a igualdade e liberdade, com os valores tradicionais/holísticos presentes na sociedade xi

asileira. O trabalho pela cidadania, democracia, solidariedade são considerados, por muitas ONGs, o meio de alcançar a dignidade, justiça social e desenvolvimento dos segmentos sociais com que trabalham. Neste estudo de caso, procura-se identificar e analisar os valores que orientam as ações e discursos dos membros e funcionários do IDACO, para compreender como esses valores configuram a ideologia de desenvolvimento desta ONG. Conclui- se que esta ONG tem, nos seus objetivos e resultados esperados, forte presença de valores culturais modernos, aliados a formas de desenvolvimento baseados em aumento de produção e de receitas para a promoção de melhoria nas condições de vida de seu público. Esta ONG considera seu público constituído, basicamente, por meros indivíduos, que devem se transforme em sujeitos, valor máximo da modernidade individualista. Verifica-se, no entanto, que os membros e funcionários do IDACO utilizam-se de valores holísticos para alcançarem parte de seus objetivos e resultados, o que confirma a presença de duplicidade de valores neste tipo de organização, assim como em toda a sociedade brasileira. Termina-se o trabalho sugerindo uma reflexão mais profunda sobre as limitações e conseqüências da imposição de valores do individualismo moderno sobre os valores holísticos que dominaram, até um passado recente, a sociedade brasileira. xii

RESUMO<br />

KIENER, <strong>Cordélia</strong> <strong>Inês</strong>, M.S., Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Viçosa, julho <strong>de</strong> 2001.<br />

ONGs e i<strong>de</strong>ologias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento: o caso do IDACO. Orientador:<br />

José Roberto Pereira. Conselheiros: Maria Izabel Vieira Botelho e Sheila<br />

Maria Doula.<br />

A partir da década <strong>de</strong> 80 verificou-se, no Brasil, o renascer da<br />

socieda<strong>de</strong> civil e <strong>de</strong> uma nova forma <strong>de</strong> organização que, <strong>em</strong>bora privada, não<br />

possui fins lucrativos e que se <strong>de</strong>stinguiu <strong>de</strong> outro tipo <strong>de</strong> organizações como<br />

as <strong>de</strong>sportivas, religiosas, recreativas. Estas novas organizações, conhecidas<br />

como Organizações Não Governamentais t<strong>em</strong> atuado, cada vez mais, na<br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas públicas, na <strong>de</strong>fesa dos direitos civis e sociais, expondo<br />

suas i<strong>de</strong>ologias e estratégias <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Enten<strong>de</strong>mos, neste trabalho,<br />

i<strong>de</strong>ologia como idéia-valor conforme <strong>de</strong>finido por Dumont, <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhando um<br />

papel fundamental nas socieda<strong>de</strong>s e nos processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento não<br />

sendo, portanto, uma idéia falsa, secundária ou <strong>de</strong> interesse limitado.<br />

Categorias como pessoa, indivíduo, mero indivíduo e sujeito caracterizam<br />

diferentes universos <strong>de</strong> idéia-valor e são utilizados para compreen<strong>de</strong>r a<br />

socieda<strong>de</strong> brasileira. Muitas ONGs que atuam no contexto da cultura brasileira,<br />

marcada pela presença <strong>de</strong> duplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> valores, enfrentam a difícil tarefa <strong>de</strong><br />

conciliar os valores centrais do individualismo mo<strong>de</strong>rno, como a igualda<strong>de</strong> e<br />

liberda<strong>de</strong>, com os valores tradicionais/holísticos presentes na socieda<strong>de</strong><br />

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