Onde Pastar? O Gado Bovino No Brasil - Fundação Heinrich Böll
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ONDE PASTAR? O GADO BOVINO NO BRASIL<br />
Ainda de acordo com Macedo (2009), uma definição consensual de integração<br />
lavoura-pecuária proposta por pesquisadores da Embrapa <strong>Gado</strong> de Corte,<br />
Embrapa Cerrados, Embrapa Milho e Sorgo e Embrapa Arroz e Feijão, que trabalham<br />
com SILPs seria a seguinte: “Integração lavoura-pecuária são sistemas<br />
produtivos de grãos, fibras, carne, leite, lã, e outros, realizados na mesma área,<br />
em plantio simultâneo, sequencial ou rotacionado, onde se objetiva maximizar a<br />
utilização dos ciclos biológicos das plantas, animais e seus respectivos resíduos,<br />
aproveitar efeitos residuais de corretivos e fertilizantes, minimizar e otimizar a<br />
utilização de agroquímicos, aumentar a eficiência no uso de máquinas, equipamentos<br />
e mão-de-obra, gerar emprego e renda, melhorar as condições sociais no<br />
meio rural, diminuir impactos ao meio ambiente, visando a sustentabilidade”.<br />
Este modelo de integração, segundo publicação da ABEAS e do MAPA (2007)<br />
sobre o tema, deve preferencialmente ser utilizado em associação com a técnica<br />
do plantio direto, que traz benefícios como a retenção da umidade e melhora da<br />
fertilidade do solo, com redução de custos, repercussões positivas na produtividade<br />
e na conservação do meio ambiente.<br />
O sistema visa otimizar o uso do solo. Segundo a mesma publicação, propicia<br />
o aumento da produção de grãos em áreas usualmente cultivadas com pastagens,<br />
além de aumentar a produtividade das pastagens, em decorrência da sua<br />
renovação ou aproveitamento da adubação residual da lavoura de grãos. Permite,<br />
assim, a recuperação de áreas degradadas, como pastagens com baixa produção<br />
de forragens e lavouras com problemas de produtividade. De forma sintética, os<br />
benefícios do sistema de integração lavoura-pecuária seriam os seguintes:<br />
• Maior produção de forragem na seca;<br />
• Fornecimento de nutrientes para a pastagem;<br />
• Aumento da produtividade da pastagem;<br />
• Redução nos custos de implantação da pastagem;<br />
• Expansão da produção de grãos sem necessidade de novas derrubadas<br />
de floresta;<br />
• Aumento da renda da atividade rural;<br />
• Redução da compactação do solo;<br />
• Controle da erosão;<br />
• Quebra dos ciclos de pragas, doenças e plantas daninhas, reduzindo a necessidade<br />
do uso de agrotóxicos;<br />
• Aumento da matéria orgânica no solo;<br />
• Redução da contaminação e assoreamento dos cursos d’água.<br />
Embora essa tecnologia seja conhecida desde o início dos anos 1990, sua<br />
difusão tem sido muito lenta, segundo a Embrapa e a Unicamp (2008) porque<br />
ainda há ampla disponibilidade de terras de fronteira para a expansão da pecuária,<br />
nos moldes tradicionais, nas regiões Centro-Oeste e Centro-<strong>No</strong>rte. Da mesma forma,<br />
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