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Onde Pastar? O Gado Bovino No Brasil - Fundação Heinrich Böll

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ONDE PASTAR? O GADO BOVINO NO BRASIL<br />

Cerrado viabilizaria as atividades de pequenos e médios produtores em regime de<br />

integração com as grandes empresas de processamento de aves e suínos, “com<br />

fortes impactos na geração de empregos na região. Assim, seria possível reproduzir<br />

no Centro-Oeste o modelo de produção agrícola presente na região Sul do país”.<br />

A Abiove argumenta, no mesmo documento, que esta produção de carnes<br />

também significaria a redução do ciclo da monocultura da soja naquela região.<br />

Isso ocorreria em função do aumento da produção do milho (hoje inviável, segundo<br />

a Abiove, em função dos preços do frete para escoar a produção para o sul) para<br />

produção de ração animal, especialmente no estado do Mato Grosso. Este rodízio<br />

de culturas entre soja e milho, ao reduzir a propagação de pragas como a ferrugem<br />

asiática, reduziria igualmente a utilização de agrotóxicos.<br />

OBSTÁCULOS<br />

Para o engenheiro agrônomo e consultor Ronaldo Trecenti, da Campo Consultoria<br />

e Agronegócios, à primeira vista pode parecer fácil ao agricultor adotar o sistema.<br />

A diversificação de atividades na propriedade rural, no entanto, depende inicialmente<br />

de uma mudança de mentalidade, onde o agricultor tem de aprender a lidar<br />

com o boi. Da mesma forma, o pecuarista, que geralmente não tem tradição no<br />

uso intensivo de máquinas, fertilizantes, defensivos agrícolas e sementes melhoradas,<br />

deve transformar-se em agricultor. Para tanto, precisa ser capacitado para as<br />

operações de implantação, condução e colheita de uma lavoura. 66<br />

De fato, é necessária uma profunda mudança nos padrões culturais do criador<br />

de gado brasileiro, enraizados durante quinhentos anos de prática da pecuária<br />

extensiva, e estimulados pelo acesso facilitado a novas áreas de expansão agropecuária,<br />

muitas vezes com o benefício de incentivos do Governo Federal.<br />

Ainda conforme Trecenti, o Ministério da Agricultura (MAPA) criou políticas de<br />

incentivo à adoção da integração lavoura-pecuária, e conseguiu aprovar o Prolapec,<br />

linha de crédito específica, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento<br />

Econômico e Social (BNDES), criada para apoiar a implantação da sistemática.<br />

Os recursos previstos no Plano Agrícola e Pecuário (PAP) do MAPA para o<br />

Prolapec juntamente com os do Produsa e do Moderagro, para a safra 2009/10, são<br />

de R$ 1,5 bilhão. Cada produtor pode financiar até R$ 300 mil. Os recursos podem<br />

ser destinados a investimentos em infra-estrutura, formação de pastagens, recuperação<br />

do solo, aquisição de animais, equipamentos e outros itens necessários.<br />

As taxas de juros são de 6,75% ao ano, com 5 anos de prazo para pagamento, e com<br />

até 2 anos de carência. Este limite pode ser elevado sob as seguintes condições:<br />

66 Ronaldo Trecenti. Campo, Coopa-DF e Emater-DF apresentam a Integração Lavoura-Pecuária na<br />

Agrobrasília. Disponível em http://agrobrasilia.wordpress.com/2008/06/13/campo-coopa-df-e-ematerdf-apresentam-a-integracao-lavoura-pecuaria-na-agrobrasilia/,<br />

acesso em 24/09/09.<br />

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