estudo da resistência e da deformabilidade da alvenaria de blocos ...

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 19 deformação em relação ao bloco. Este diferencial pode ser o responsável pelo acréscimo de tensões no bloco, diminuindo a resistência da alvenaria. Através dos resultados obtidos pelos ensaios realizados por MOHAMAD (1998), foi possível mostrar um aumento de 32% na resistência do prisma ao diminuir a espessura da junta de argamassa de 1,0 cm para 0,7cm. Porém, o autor salienta que juntas com espessura inferior a 1,0 cm não têm capacidade de acomodar as fissurações na alvenaria. 2.2.5. Tipo de assentamento da argamassa O tipo de assentamento é um fator importante no que diz respeito ao comportamento da alvenaria estrutural. MEDEIROS (1993) cita a Teoria de Hilsdorf para explicar a ruptura típica de paredes de alvenaria carregada verticalmente, executadas com blocos assentados com preenchimento lateral das juntas horizontais, que ocorre através da propagação de fissuras verticais na região superior da espessura das paredes. Segundo esta teoria, também conhecida como Mecanismo de Fratura por Tração Transversal, a ruptura é causada pela diferença de rigidez entre a argamassa e o bloco. Com esta diferença, quando a parede está submetida à compressão, a deformação da argamassa confinada lateralmente gera tensões transversais nos blocos, ocorrendo a ruptura citada. Figura 2.4 – Mecanismo de ruptura de Hilsdorf, MEDEIROS (1993).

Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 20 Segundo HILDSDORF (1964), a ruptura da alvenaria com esse tipo de assentamento ocorre com a fissuração dos septos longitudinais dos blocos submetidos à compressão, conforme mostra a figura 2.4. No entanto, estudos realizados por SHRIVE 3 apud MEDEIROS (1993) revelam que a ruptura da alvenaria com preenchimento de argamassa somente lateralmente ocorre nos septos transversais dos blocos. Essa contradição à teoria desenvolvida por HILSDORF baseia-se em ensaios e modelagens utilizando o método de elementos finitos. Algumas das conclusões obtidas pelo autor estão transcritas a seguir: “- As tensões aplicadas nas faces laterais de assentamento dos blocos espalham-se pelos septos transversais da unidade; - Os blocos, ao serem solicitados por tensões de compressão aplicadas nos septos longitudinais, devem sofrer ruptura nos septos transversais no momento de aplicação da carga máxima de compressão axial; - Na ruptura por fissuração vertical, os blocos rompem em partes observou que: praticamente simétricas, ocorrendo normalmente de baixo para cima, em cada bloco individualmente.“ Através da aplicação do método dos elementos finitos SHRIVE (1982) - As modificações nos módulos de elasticidade da argamassa de assentamento e do próprio bloco não alteraram as tensões nos septos dos blocos; - As tensões de tração mais elevadas têm origem nos septos longitudinais de menor espessura; - Os septos transversais dos blocos são mais solicitados pelas tensões de tração do que os septos longitudinais, devido à sua maior rigidez; - O efeito de ruptura sugerido por HILDORF (1964) ocorre em menor intensidade e é superado pelo mecanismo “face-shell”, que provoca tração nos septos. 3 SHRIVE, N.G. (1982). The failure mechanism of face-shell bedded (ungrouted and unreinforced) masonry. International Journal of Masonry Construction. London, v.2, n. 3, p. 115-28.

Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 19<br />

<strong>de</strong>formação em relação ao bloco. Este diferencial po<strong>de</strong> ser o responsável pelo<br />

acréscimo <strong>de</strong> tensões no bloco, diminuindo a <strong>resistência</strong> <strong>da</strong> <strong>alvenaria</strong>.<br />

Através dos resultados obtidos pelos ensaios realizados por MOHAMAD<br />

(1998), foi possível mostrar um aumento <strong>de</strong> 32% na <strong>resistência</strong> do prisma ao<br />

diminuir a espessura <strong>da</strong> junta <strong>de</strong> argamassa <strong>de</strong> 1,0 cm para 0,7cm. Porém, o autor<br />

salienta que juntas com espessura inferior a 1,0 cm não têm capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

acomo<strong>da</strong>r as fissurações na <strong>alvenaria</strong>.<br />

2.2.5. Tipo <strong>de</strong> assentamento <strong>da</strong> argamassa<br />

O tipo <strong>de</strong> assentamento é um fator importante no que diz respeito ao<br />

comportamento <strong>da</strong> <strong>alvenaria</strong> estrutural.<br />

MEDEIROS (1993) cita a Teoria <strong>de</strong> Hilsdorf para explicar a ruptura típica <strong>de</strong><br />

pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>alvenaria</strong> carrega<strong>da</strong> verticalmente, executa<strong>da</strong>s com <strong>blocos</strong> assentados<br />

com preenchimento lateral <strong>da</strong>s juntas horizontais, que ocorre através <strong>da</strong><br />

propagação <strong>de</strong> fissuras verticais na região superior <strong>da</strong> espessura <strong>da</strong>s pare<strong>de</strong>s.<br />

Segundo esta teoria, também conheci<strong>da</strong> como Mecanismo <strong>de</strong> Fratura por Tração<br />

Transversal, a ruptura é causa<strong>da</strong> pela diferença <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z entre a argamassa e o<br />

bloco. Com esta diferença, quando a pare<strong>de</strong> está submeti<strong>da</strong> à compressão, a<br />

<strong>de</strong>formação <strong>da</strong> argamassa confina<strong>da</strong> lateralmente gera tensões transversais nos<br />

<strong>blocos</strong>, ocorrendo a ruptura cita<strong>da</strong>.<br />

Figura 2.4 – Mecanismo <strong>de</strong> ruptura <strong>de</strong> Hilsdorf, MEDEIROS (1993).

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