18.08.2013 Views

Volume 3 Parte 1 - Portal do Professor - Ministério da Educação

Volume 3 Parte 1 - Portal do Professor - Ministério da Educação

Volume 3 Parte 1 - Portal do Professor - Ministério da Educação

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

IV - Princípios e fun<strong>da</strong>mentos <strong>do</strong>s Referenciais Curriculares<br />

Importância <strong>da</strong> aprendizagem<br />

de quem ensina<br />

Quem ensina é quem mais precisa aprender.<br />

Esse é o primeiro princípio destes Referenciais.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s avaliações externas<br />

realiza<strong>da</strong>s na última déca<strong>da</strong>, entre as<br />

quais o SAEB, a PROVA BRASIL, o ENEM e<br />

agora o SAERS, indicam que os esforços e recursos<br />

aplica<strong>do</strong>s na capacitação em serviço<br />

<strong>do</strong>s professores não têm impacta<strong>do</strong> positivamente<br />

o desempenho <strong>do</strong>s alunos. Essa falta<br />

de relação entre educação continua<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />

professor e desempenho <strong>do</strong>s alunos explicase<br />

pelo fato de que os conteú<strong>do</strong>s e formatos<br />

<strong>da</strong> capacitação nem sempre têm referência<br />

naquilo que os alunos desses professores<br />

precisam aprender e na transposição didáticas<br />

desses conteú<strong>do</strong>s.<br />

Dessa forma, estes Referenciais têm como princípio<br />

demarcar não só o que o professor vai ensinar,<br />

mas também o que ele precisa saber para<br />

desincumbir-se a contento <strong>da</strong> implementação <strong>do</strong><br />

currículo e, se não sabe, como vai aprender.<br />

É por esta razão que, diferentemente de<br />

muitos materiais didáticos que começam pelos<br />

livros, cadernos ou apostilas destina<strong>da</strong>s<br />

aos alunos, estes Referenciais começam com<br />

materiais destina<strong>do</strong>s aos professores. Tratase<br />

não de repetir os acertos ou desacertos<br />

<strong>da</strong> formação inicial em nível superior, mas de<br />

promover a aderência <strong>da</strong> capacitação <strong>do</strong>s<br />

professores aos conteú<strong>do</strong>s e meto<strong>do</strong>logias<br />

indica<strong>do</strong>s nos Referenciais.<br />

E como devem aprender os que ensinam? A<br />

resposta está <strong>da</strong><strong>da</strong> nos próprios Referenciais:<br />

em contexto, por áreas e com vinculação à<br />

prática. Se a importância <strong>da</strong> aprendizagem<br />

de quem ensina for observa<strong>da</strong> no trabalho<br />

escolar, os Referenciais devem ser base para<br />

decidir ações de capacitação em serviço para<br />

a equipe como um to<strong>do</strong> e para os professores<br />

de distintas etapas e disciplinas <strong>da</strong> educação<br />

básica. E os princípios <strong>do</strong>s Referenciais devem<br />

orientar as estratégias de capacitação em nível<br />

escolar, regional ou central.<br />

Aprendizagem como<br />

processo coletivo<br />

Na escola, a aprendizagem de quem ensina<br />

não é um processo individual. Mesmo<br />

no merca<strong>do</strong> de trabalho corporativo, as instituições<br />

estão valorizan<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vez mais a<br />

capaci<strong>da</strong>de de trabalhar em equipe. A vantagem<br />

<strong>da</strong> educação é que poucas ativi<strong>da</strong>des<br />

humanas submetem-se menos à lógica <strong>da</strong><br />

competitivi<strong>da</strong>de quanto a educação escolar,<br />

particularmente a <strong>do</strong>cência. O produto <strong>da</strong><br />

escola é obrigatoriamente coletivo, mesmo<br />

quan<strong>do</strong> o trabalho coletivo não é uma estratégia<br />

valoriza<strong>da</strong>.<br />

Diante <strong>do</strong> fracasso <strong>do</strong> aluno, a responsabili<strong>da</strong>de<br />

recai em algum coletivo – o governo,<br />

a educação em geral ou a escola, dificilmente<br />

sobre um professor em particular. Na <strong>do</strong>cência,<br />

o sucesso profissional depende menos<br />

<strong>do</strong> exercício individual <strong>do</strong> que em outras<br />

ativi<strong>da</strong>des, como, por exemplo, as artísticas,<br />

a medicina, sem falar em outras mais óbvias,<br />

como a publici<strong>da</strong>de, ven<strong>da</strong>s ou gestão <strong>do</strong> setor<br />

produtivo priva<strong>do</strong>. Os professores atuam<br />

em equipe mesmo que não reconheçam.<br />

Esse caráter coletivista (no bom senti<strong>do</strong>)<br />

<strong>da</strong> prática escolar quase nunca é aproveita<strong>do</strong><br />

satisfatoriamente. Ao contrário, muitas<br />

vezes, serve de escu<strong>do</strong> para uma responsabilização<br />

anônima e diluí<strong>da</strong>, porque, embora<br />

to<strong>do</strong>s sejam responsabiliza<strong>do</strong>s pelo fracasso,<br />

poucos se empenham coletivamente<br />

para o sucesso. Espera-se que estes Referenciais<br />

ajudem a reverter essa situação,<br />

servin<strong>do</strong> como base comum sobre a qual<br />

estabelecer, coletivamente, metas a serem<br />

alcança<strong>da</strong>s e indica<strong>do</strong>res para julgar se o foram<br />

ou não e o porquê. Sua organização por<br />

áreas já é um primeiro passo nesse senti<strong>do</strong>.<br />

MATEMATICA ENSINO FUNDAMENTAL V3.indd 19 24/8/2009 15:45:09<br />

1919

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!