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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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Quanto à perspectiva marxista tradicio<strong>na</strong>l, preconceito e discrimi<strong>na</strong>ção seriam<br />

produtos e manifestações das reais condições que mantêm, refletem, criam e recriam a<br />

alie<strong>na</strong>ção huma<strong>na</strong>; <strong>na</strong> base de tais condições, a dinâmica própria da sociedade capitalista.<br />

Deste modo, para utilizar como exemplo a questão racial, estudada por Octavio<br />

Ianni ( 988: 89), “contradições étnicas, raciais, culturais e regio<strong>na</strong>is são muito importantes<br />

para compreendermos o movimento da sociedade tanto <strong>na</strong> luta pela conquista<br />

da cidadania, como <strong>na</strong> luta para transformar a sociedade, pela raiz, no sentido do socialismo”.<br />

A conseqüência desta abordagem, do ponto de vista teórico, é o tratamento<br />

colateral, quando não secundário e subordi<strong>na</strong>do do preconceito e da discrimi<strong>na</strong>ção às<br />

“problemáticas maiores” do <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lismo, do imperialismo, do colonialismo e das classes<br />

sociais, no sentido da revolução capitalista e de sua superação pelo socialismo. 4<br />

Por fim, no rol dos estudos <strong>sobre</strong> preconceito e discrimi<strong>na</strong>ção, é de se destacar<br />

a contribuição dos estudos culturais. De acordo com esta perspectiva, as identidades<br />

são produzidas a partir das diferenças, <strong>na</strong> medida em que às diferenças são atribuídas<br />

determi<strong>na</strong>das significações. Deste modo, não é a discrimi<strong>na</strong>ção que é produzida<br />

pela diferença e por ela precedida; ao contrário, é a discrimi<strong>na</strong>ção que atribui certo<br />

significado negativo e institui a diferença.<br />

1.3. Anti-semitismo, racismo e sexismo diante da homofobia<br />

Desde o fi<strong>na</strong>l da II Grande Guerra, preconceito e discrimi<strong>na</strong>ção são temas<br />

disputados e estudados por intermédio de suas manifestações mais contundentes<br />

<strong>na</strong>s sociedades ocidentais: anti-semitismo, racismo e sexismo. Somente nos últimos<br />

anos, o preconceito e a discrimi<strong>na</strong>ção voltados para expressões da sexualidade passaram<br />

a merecer atenção.<br />

No esforço de compreensão dos fenômenos do preconceito e da discrimi<strong>na</strong>ção,<br />

a cada uma das aludidas manifestações associou-se um conjunto de circunstâncias,<br />

<strong>na</strong> tentativa de explicar a gênese e a reprodução destes processos. Nesta empreitada,<br />

vislumbrou-se <strong>na</strong> pertinência cultural e genealógica o traço desencadeador<br />

do anti-semitismo; <strong>na</strong> identificação de si<strong>na</strong>is corporais distintivos, especialmente<br />

cor e si<strong>na</strong>is morfológicos específicos, os marcadores de pertença racial, sob os quais<br />

se di<strong>na</strong>miza o racismo; pela valorização da distinção morfológica sexual, a atribuição<br />

de identidades de gênero binárias, engendrando o sexismo.<br />

4 Antonio Sérgio Alfredo Guimarães (2004) fornece um breve escorço histórico da influência e da superação<br />

do marxismo nos estudos <strong>sobre</strong> discrimi<strong>na</strong>ção racial no Brasil, salientando como a situação de negros e<br />

mulheres, por exemplo, poderia, neste horizonte, ser explicada sem “o apelo para o preconceito e outros<br />

elementos subjetivos”.<br />

5 Ver SILVA, HALL e WOODWARD (2000).<br />

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