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Diversidade Sexual na Educação: problematizações sobre a ...

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Esta não é uma posição extrema, mas por que as posições extremas, intempestivas<br />

seriam necessariamente as mais críticas, ricas ou eficientes <strong>na</strong> nossa época?<br />

Certamente, a contundência sempre ocupou um lugar importante de dissonância e<br />

insatisfação, como observamos em várias manifestações: das políticas de identidades<br />

aos movimentos antiglobalização. Mas por que não a sutileza e a delicadeza? Talvez<br />

seja um esforço geracio<strong>na</strong>l de quem se formou nos anos 80, viu-se silenciado<br />

tanto pelo envelhecido discurso revolucionário e transgressor dos anos 0, quanto<br />

por muito que tem ganhado atenção neste início de milênio. Talvez não se trate de<br />

oposição, seja ape<strong>na</strong>s uma posição discreta, uma forma de ser solidário <strong>na</strong> diferença,<br />

de busca da conversa entre estranhos, da comunidade de estrangeiros. Nossa busca<br />

ainda não terminou. Não se trata de negar as identidades, nem de considerá-las<br />

superadas. São muitos os caminhos. Esta foi ape<strong>na</strong>s uma estória. Há muitas para<br />

serem contadas.É preciso estar atento a esta diversidade para gerar encontros inusitados,<br />

movimentos e espaços sociais mais plurais.<br />

Até onde pode levar a leveza? Há uma salvação pelas fragilidades e precariedades,<br />

não por verdades acabadas, sistemas fechados, pesados. Por mais que o<br />

mundo nos pese, ainda resta uma brecha, nem que seja para rirmos de nós mesmos,<br />

de onde estamos, até onde caímos. E neste riso, num gesto tolo, num ato gratuito,<br />

voa algo que não se pode prender: uma “modesta alegria” (ABREU, 988: 7) ou<br />

“a irreprimível leveza e alegria de ser comunista” (HARDT e NEGRI, 004: 4 7).<br />

O vento <strong>na</strong>s árvores visto pela vidraça não tem barulho. Os galhos, as folhas<br />

suaves se movem. Uma onda verde cruza o ar. Não me pertencem. Estou do outro<br />

lado, em outra margem.<br />

364<br />

Referências<br />

ABREU, Caio Fer<strong>na</strong>ndo. Morangos Mofados. São Paulo: Brasiliense, 98 .<br />

______. Os Dragões não Conhecem o Paraíso. São Paulo: Companhia das Letras, 988.<br />

______. Estranhos Estrangeiros. São Paulo: Companhia das Letras, 99 .<br />

______. Onde Andará Dulce Veiga?. . reimpr. São Paulo: Companhia das Letras, 997.

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